Projeto Ampulheta - Capítulo 42

- Perdoe-me, mas não acho que deveríamos ir! - reclama pela vigésima vez.


- Sasuke, eu já lhe falei que estou bem... só um pouco... redonda. - acaricia a barriga que estava a ponto de explodir de tão grande.


- Exatamente! - ajeita a gravata - E se nascer?


- Nós vamos para o hospital. - sorri e caminha até ele, apoiando as mãos nos ombros masculinos e dando um selinho nele - Nosso bebezinho está ótimo aqui dentro e se eu faltar o Kiba me mata.


- Não gosto da forma que esse tal Kiba tem poder sobre você . - faz bico e envolve a cintura dela.


- Somos amigos. - da de ombros, sorrindo - Eu, ele e o Shikamaru somos como os três mosqueteiros.


- Hunf. - virou o rosto.



Sakura gargalhou e ajeitou a gravata dele, dando leves tapinhas nos ombros masculinos e se afastando. Caminhou até a cama, pegou sua bolsinha de mão e seguiu para fora do quarto sendo seguida de perto pelo Uchiha. Durante o percurso até a sala, a Haruno chamou um carro pelo aplicativo e quando o mesmo estava chegando, foram para a porta da casa. Durante todo o tempo, Sasuke mostrou-se preocupado e protetor. Ajudou Sakura a entrar no carro, a atacar o cinto de segurança, a acomodar-se no assento e tudo o mais.


O carro seguiu seu caminho para o local  que ficava a cerca de dez minutos de carro de casa dela, era onde iria acontecer a festa. Quando chegaram o Uchiha desceu e ajudou Sakura a descer também. Lado a lado, eles olharam a fachada do local alugado e Sakura sorriu. Era a cara de Kiba. Caminharam até a entrada do local e entregaram os convites ao segurança. Ao entrar, foram conduzidos para seus lugares, eles seriam os padrinhos.


Ao entrar na area dos padrinhos, eles se aproximam do Nara e Sakura é recebida com um enorme sorriso. Shikamaru abriu os braços e a abraçou de forma carinhosa, ao se afastarem, Sakura sorriu e suspirou. Shika acariciou a barriga dela e assobiou.


- Vai explodir!


- Também estou achando. - resmunga e sorri - Não vejo a hora de pegar em meus braços.


- Imagino que sim. 


- Perdão, mas o senhor poderia tirar as mãos de minha mulher e de minha filha? - estreitou os olhos.


- Hun... - olhou para a mão dele que estava na barriga saliente e arqueou as sobrancelhas, olhando pro Uchiha - Então você é o tal sumido...


- Como? - franziu o cenho.


- Você foi embora, né? - sorri e olha pra Sakura, acariciando a barriga - Vejo que perdi uma mulher e um bebê.


- Pois é. - sorri, pegando a mão dele - Obrigada pelo apoio, Shika.


- Obrigado. De nada. Pronto. - Sasuke se aproxima e segurando Sakura pela cintura, a puxa para si com delicadeza, envolvendo a cintura dela e apoiando as mãos na barriga, fuzilando o Nara com os olhos - Agora o senhor já pode ir.


- Eu hein. - sorri e dá uma piscadela pra Sakura - Ciumento é ele.


- Não liga. - da de ombros e manda um beijo pro amigo que meneia a cabeça pro Uchiha e se afasta.


- Sujeito abusado! - resmunga.


- Não precisava dessa ceninha, Senhor Uchiha. - vira para ele com os olhos estreitos.


- Ceninha? Perdão, minha Senhora, mas esse sujeito estava flertando com você descaradamente.


- O Shika é galanteador. Apenas isso. - revira os olhos - Você precisa ignorar.


- Galanteador? De jeito nenhum! - Balança a cabeça - E que história é essa de que ele perdeu uma mulher e um bebê?


- Nada não. - se finge de desentendida e olha aí redor - Ah! Olha lá o Kiba! - pega na mão do moreno e começa a caminhar, puxando-o - Vem, vamos falar com ele.


Ao se aproximarem de Kiba, ele abraçou Sakura com todo amor que tinha e apesar de Sasuke ter sentido ciúmes, ele logo desarmou quando Kiba o ameaçou dizendo que se ele fizesse Sakura sofrer, arrancaria as bolas do Uchiha com as mãos, com isso, Sasuke entendeu que o amor entre Sakura e Kiba era fraternal. Pouco depois a cerimônia começou e o casamento ocorreu da forma mais linda possível. O casal estava apaixonado. Tanto Kiba quanto Tatá estavam envolvidos no momento deles e quando a cerimônia acabou e chegou a hora da festa, seguiram para o salão.


Sakura estava com fome e por isso, comeu bastante. Sasuke relaxou um pouco e decidiu se divertir também, comendo, conversando e quando as músicas ficaram mais lentas, ele levantou, ajustou o paletó e estendeu uma mão para a amada, convidando-a para uma dança. Animada, Sakura aceitou o convite e pegando na mão do moreno, seguiu até a pista de dança. O Uchiha envolveu a cintura dela e segurando uma mão, começaram a dançar. Com os corpos colados, ela com a cabeça apoiada no peito dele e ele com o queixo apoiado na cabeça dela, dançavam apaixonados, em silêncio, apenas curtindo o momento.


E foi então que tudo aconteceu.


Sakura sentiu algo estranho entre as pernas e quando olhou para baixo, viu água escorrendo por suas pernas e empoçando no chão. Paralisada, ela olhava o líquido formando uma poça e Sasuke percebendo a distração da mulher, olhou para baixo e ao perceber o líquido, ele ficou pálido, suas mãos gelaram e ele ergueu os olhos para ela que olhou de volta para ele.


- Não me diz que isso... por favor, não me diz que... - balbuciou.


- Vai nascer. - sussurrou.


- Meu Deus! Meu Deus! - começou a repetir, entrando em desespero. Sem pensar, ele passa as mãos nos cabelos e olha ao redor, buscando por ajuda.


- Sasuke, se acalma, ta? - ela segura o rosto dele entre as mãos e sorri - Está tudo bem. Nós vamos em casa, pegamos as malas e vamos para a maternidade, sim?


- Não vai dá tempo! - se desespera e se inclina - Vem, vou te pegar no colo e...


- Sasuke! Para! - dá um passo para trás e segura nas mãos dele - Eu consigo andar, meu amor. Vamos pegar minha bolsa, preciso do celular.


Assentido, mas não confiando, Sasuke a escolta até a mesa e lá, Sakura pede um carro e manda mensagem para os amigos informando que a bolsa havia estourado. Daquele momento em diante tudo foi como um borrão para a Haruno. Sasuke estava uma pilha de nervos, o tempo todo insistindo que havia sido um erro ter ido ao casamento, que o bebê iria nascer no caminho para o hospital, que Sakura precisava de um médico urgente... Enquanto isso, Sakura repassava tudo na cabeça: Ir em casa, pegar as malas, tomar um banho, seguir para o hospital e tranquilizar Sasuke.


E assim foi feito. Quando chegaram na maternidade, encontraram Ino, Gaara, Hinata e Naruto que estavam felizes. Hinata estava com o pequeno Boruto nos braços que dormia de forma tranquila em seus 4 meses de vida. Era um menino lindo de cabelos loiros e olhos azuis, sem falar que era muito parecido com Naruto.


Sakura foi para o pré parto com Sasuke que já estava descabelado, sem o paletó, com as mangas da camisa social dobradas até os cotovelos, a calça antes bem alinhada estava um caco e ele suava de tão nervoso que estava. A cada gemido que Sakura dava quando vinha uma contração, ele queria ir chamar a médica. O coitado estava entrando em um colapso nervoso, e o pior, estava deixando Sakura nervosa também.


Agora ele entendia o motivo de na sua época, os homens não serem autorizados a assistirem os partos e só entrarem no quarto depois de o bebê está nos braços da mãe, porque era desesperador.


Tanto que em determinado momento, ela informou (quase que aos gritos, pois, já estava com 8 centímetros de dilatação e com muita dor) que se ele não se controlasse, ela o iria expulsar dali. Com essa conversa tão amigável, ele se controlou, mas apesar do nervosismo, ele foi ótimo. Ficou o tempo todo apoiando ela, massageando as costas, levando para o banho morno, prendeu os cabelos dela em um ótimo coque, ajudava-a a sentar na bolinha, a levantar, a deitar quando estava muito cansada. Quando finalmente chegou aos 9 centímetros, Sakura fora levada para a sala de parto e o momento foi incrivelmente inesquecível. Apesar da dor, das contrações, do desespero, ela fora forte e o neném também. Sasuke auxiliou no parto e tamanha foi sua felicidade quando a médica lhe entregou a tesoura para ele cortar o cordão umbilical. 


Surpresa maior ainda foi quando o bebê foi colocado nos braços de Sakura e ela constatou: Uma menina!


Emocionado, Sasuke abraçou as duas e chorou, chorou como uma criança chora. O nome escolhido fora May. A menina nasceu cabeluda, com os olhos negros como a noite mais escura e pálida como um papel. A cópia perfeita do pai.


Cansada, Sakura entregou May a pediatra que pediu para examinar a menina e aproveitando, ela encostou a cabeça no travesseiro que lhe fora entregue e virou o rosto para o lado, suspirando, tentando colocar o corpo e mente em ordem enquanto a obstetra retirava a placenta. Viu Sasuke ao lado da pediatra olhando a menina que chorava de fome. Ele possuía um sorriso de orelha a orelha e quando, em determinado momento, ele ergueu os olhos para Sakura, ela viu os olhos negros banhados em lágrimas. 


Com um mover de lábios e um sorriso esplêndido, ele confidenciou para a Haruno: Eu te amo. Obrigado.


E Sakura apenas sorriu satisfeita, fechando os olhos e se permitindo dormir um pouco.