Flash - 01
O céu
estrelado era tudo o que havia à cima da jovem. A noite estava incrivelmente
bela e as estrelas pareciam maiores e mais brilhantes, essa sem dúvidas era a
noite mais linda de toda a sua vida. Com um suspiro pesado, ergueu os braços à
cima de cabeça e se espreguiçou na grama fofinha do morro. Hoje era o último
dia da primavera e a árvore bem atrás dela estava linda, cheia de folhas e
frutos.
Ouviu
passos vindo de algum lugar e foi inevitável não sorrir. Sabia quem era e
tentou ficar séria por ele estar atrasado... Ele sempre se atrasava.
Fechou os
olhos e respirou fundo no mesmo momento em que ele deitava ao seu lado e
pigarreava como se nada tivesse acontecido... Descarado! Ele sabia que estava
quarenta e sete minutos atrasado e ainda assim era cínico.
- Quarenta
e sete minutos. - ela murmurou ao abrir os olhos e vê-lo com os braços cruzados
embaixo da cabeça e com os olhos fechados - Quarenta e sete malditos minutos!
- Sério? -
abriu um olho para encará-la.- Huum... Acho que meu relógio não está em horário
de verão. - tentou arranjar uma desculpa.
- Nós não
temos horário de verão, seu idiota! - sentou e prendeu umas mechas dos cabelos
curtos atrás da orelha - Você estava dormindo, não foi ? - Cruza os braços
fazendo bico.
- Eu! ?-
fechou o olho e se acomodou ainda mais na grama - Claro que não, sua idiota!
- Idiota!
- esbravejou e deu um soco no ombro dele- Não minta pra mim! Eu te conheço
muito bem!
- Ei! -
reclamou abrindo os olhos - Isso é agressão.
- Minha
vontade é de comer seu fígado. - resmungou enquanto cruzava os bracos.
- Só pensa
em comida... - segurou no braço dela e a puxou para sí fazendo-a praticamente
deitar por cima dele - Gorda!
- QUÊÊÊ
!??? - gritou enquanto tentava levantar, mas o braço dele em volta de sua
cintura a impediu - Gorda são suas bolas! - esmurrou o peito dele enquanto
ouvia-o resmungar pelos socos.
- Pare com
isso... Você bate feito mulherzinha. - Segurou mais ela e respirou fundo - Se
você não parar vai acabar perdendo.
- Eu... -
começou, mas logo lembrou o motivo de estarem alí - Depois você me paga. -
resmungou enquanto se ajeitava no "abraço" dele e olhava para o céu
estrelado.
Enquanto
ela olhava ansiosa para o céu, ele baixou os olhos para ela. Sorriu de canto ao
perceber que ela nunca mudava, sempre se distraía muito fácil, sempre teve um
gênio forte, mas sempre foi essa menina... E enquanto voltava os olhos para o
céu, sentia a cabeça dela relaxar em seu ombro à espera do real motivo pelo
qual estavam alí.
Não
demorou muito para que um brilho intenso surgisse no horizonte e ela ficou
agitada. Enquanto o brilho percorria o céu, ela pegou a mão dele e ele
entrelaçou os dedos com os delas.
- Faça um
pedido. - sussurrou vendo-a fechar os olhos.
- Faça um
também. - ela sussurrou de volta.
Enquanto
os olhos estavam fechados e a estrela cadente fazia seu caminho pelo painel
negro, ambos faziam um pedido. Um único pedido, e o mais engraçado era que
mesmo eles não sabendo, estavam pedindo a mesma coisa.
Abriram os
olhos e a estrela já havia sumido. Ficaram em silêncio por um tempo apreciando a companhia um do outro.
Se
conheciam muito bem. Eram amigos desde os quatro anos. Ela era a garotinha de
cabelos estranhos e ele o anti social, a dupla perfeita.
A professora colocou a menininha para sentar junto do menino, julgava que eles compreenderiam o silêncio um do outro. Grande engano. Se tinha uma coisa que a menina não era, era ser silenciosa. Várias foram as vezes em que o menino pediu em segredo para que a professora o trocasse de lugar, mas ela não mudou, até que um dia, durante o intervalo, um garoto de outra sala aproveitou que ela estava sentada, sozinha, em um cantinho e fingiu derrubar iogurte nos cabelos rosas. Claro que ela virou a piada do colégio. Os olhos verdes ficaram cheios de lágrimas e logo rolavam pelas bochechas rechonchudas e rosadas. Claro que as crianças do colégio zoaram a menina, já o garotinho caladão não achou graça naquilo. Na verdade, pela primeira vez, achou um sentido para ela: Talvez Deus gostasse tanto de iogurte de morango que derramou um na cabeça dela. Era isso! Por isso que ela tinha os cabelos rosas!
~Passado~
A professora colocou a menininha para sentar junto do menino, julgava que eles compreenderiam o silêncio um do outro. Grande engano. Se tinha uma coisa que a menina não era, era ser silenciosa. Várias foram as vezes em que o menino pediu em segredo para que a professora o trocasse de lugar, mas ela não mudou, até que um dia, durante o intervalo, um garoto de outra sala aproveitou que ela estava sentada, sozinha, em um cantinho e fingiu derrubar iogurte nos cabelos rosas. Claro que ela virou a piada do colégio. Os olhos verdes ficaram cheios de lágrimas e logo rolavam pelas bochechas rechonchudas e rosadas. Claro que as crianças do colégio zoaram a menina, já o garotinho caladão não achou graça naquilo. Na verdade, pela primeira vez, achou um sentido para ela: Talvez Deus gostasse tanto de iogurte de morango que derramou um na cabeça dela. Era isso! Por isso que ela tinha os cabelos rosas!
Levantou
da mesa onde estava, guardou o lanche na lancheira e caminhou em direção a
menina. As outras crianças ficaram em silêncio vendo o esquisito caminhar na
direção da chiclete. Já ele, parou em frente a ela e se abaixou. A garotinha
levantou os olhos para ele já imaginando que viria mais zoação, entretanto, ele
levantou o dedo indicador e deslizou pelos cabelos dela, pegando um pouco do
iogurte e levou o dedo a boca, provando. Os olhos verdes da menina ficaram
trêmulos, brilhantes, confusos. Ele olhou para ela com as sobrancelhas
arqueadas e deu um pequeno sorriso.
- Você tem
um gosto bom. - apontou como se o gosto do iogurte fosse o verdadeiro gosto
dela.
- Eu... -
fungou enquanto uma lágrima escorria - Eu não tenho.
- Claro
que tem. - ele franziu o cenho - Eu sou o Sasuke.
- Oi.
-respondeu baixinho, ainda confusa - Meu nome é Sakura.
- Hun... -
balançou a cabeça uma vez de forma positiva e então colocou a lancheira no chão
e levou as mãos aos cabelos dela. Deslizou-as pelos fios retirando iogurte e
limpou as mãos no short do colégio. Repetiu o ato várias vezes até retirar o
excesso dos cabelos dela. Seu short, por outro lado, ficou todo sujo.- Agora está limpo
novamente.
-
O-Obrigada. -sussurrou admirada.
- Hun. -
balançou a cabeça uma vez de forma positiva. Ele levantou e caminhou para a
sala sem se despedir ou falar mais nada.
Desde
aquele dia, ela passou a respeitar o silêncio dele, e ele respeitava o
falatório dela, os dois nunca mais reclamaram de estar dividindo a mesma mesa
de estudos, nem reclamavam da presença do outro. Passaram a se suportar e a se
respeitar. Os meses foram passando, até que chegou o aniversário dele. Nenhuma
criança se importou, mas não ela, ela se importou e levou um bolo feito por ela
mesma (tá... pela mãe, mas ela ajudou!).
O gesto,
claro, não passou despercebido por ele, que fez questão de levar o bolo inteiro
para casa e mostrar para mãe que tinha ganhado. Os meses continuaram passando:
Ele calado e ela tagarela. Mas um dia ela não apareceu no colégio. Nem no
outro. Nem no outro. E ele ficou preocupado, perguntou a professora onde estava
a garota de cabelos de iogurte e a mais velha disse que a garotinha estava
doente. Tinha pego um resfriado.
Assim que
encontrou a mãe naquele mesmo dia, pediu para que ela preparasse aquele chá que
ela lhe dava sempre que ficava gripado, a mãe fez, colocou na garrafinha da
lancheira dele e ele levou-a no outro dia para o colégio, mas a garota
barulhenta não foi, mas ele não ficou triste, guardou a garrafinha e no outro
dia levou novamente. O ato se repetiu por mais três dias e quando finalmente a
cabelo de iogurte apareceu, ele percebeu que ela estava abatida, mais magrinha,
com o nariz ainda vermelho. Ele estendeu a garrafinha, vendo-a franzir o cenho
e disse que era o chá que sua mãe fazia, que se ela tomasse iria passar
muuuuito tempo sem ficar doente.
Ela tomou.
E ficou,
realmente, muito tempo sem gripar.
~Presente~
Finalmente,
o show da estrela cadente acabou e eles levantaram em silêncio: Primeiro ele
levantou e estendeu a mão para ela, que pegou e levantou. Em um ato rápido, ela
saltou sobre as costas do moreno que a segurou pelas coxas e girou, fazendo-a
enterrar o rosto no ombro direito do mesmo enquanto sorria, divertida.
- EU VOU
VOMITAR! – alertou.
- Eca.
Nojenta! – sorrindo, parou de girar e a ajeitou nas costas – Qual o próximo
destino?
- Minha
casa, Senhor. – apontou para frente.
- Sim,
Senhorita.
Ele seguiu
caminhando pela grama até chegarem no asfalto, carregando-a nas costas. O
assunto da ida para casa, claro, eram as provas que se aproximavam. Em nenhum
momento ele reclamou de estar carregando-a, apesar de sempre chamá-la de gorda,
ela pesava quase como uma pena, e ele já estava acostumado com aquilo. Ela
sempre se aproveitava do porte físico do amigo para ser carregada. Sem falar no
afago, porque toda vez que era carregada nas costas, ela fazia cafuné em seus
fios negros. Ao chegarem em frente à casa dela, o mesmo a desceu e ela ajeitou
a blusa, olhou para ele e estendeu a mão.
- Boa
noite, Kishan¹. – ele segurou a mão dela.
- Boa
noite, Tubinha².
Um aperto
de mão foi dado, e então, sem soltar o aberto, ele levantou o polegar, ela
levantou também. Eles uniram os polegares e os giraram em um “aperto de mão
secreto”. Algo que tinham inventado no início do ensino médio. As mãos se
separaram e ele esperou ela entrar na casa, depois colocou as mãos no bolso do
short, seguindo pela rua, indo também para casa.
Notas Finais:
Kishan: Tigre Negro, da história de Colleen
Houck, autor de A Maldição do Tigre.
Tubinha: Abreviação carinhosa de: Tubaroa,
tubaroazinha, Tubinha. Ele deu esse apelido por ela mordê-lo com extrema
frequência.
Aí que capítulo mais fofooooo 😍
ResponderExcluirEu qro o Sasu baby p mim 😍❤️
Muito fofo 😍❤️
Ansiosa por essa história 😍❤️