Contos da Nyx

Caminhou pelas ruas de Mykonos com os olhos atentos, mas a chuva que caia cobria parte de sua visão, mas ela não voltou atrás, não retesou nem pensou em desistir. Tinha um objetivo e iria cumpri-lo. Apesar de ter a noite agitada no centro da ilha, alí, nas vielas do local tudo era muito silencioso… e de um ar pesado. Talvez fosse o universo conspirando como um belo plano de fundo para o que estava perto de acontecer. Não demorou para que chegasse na Pensão das Conchas, e lá estava ele, parado a esperando. Os olhos se encontraram sob a noite fria e chuvosa e ele girou o corpo, fazendo a capa esvoaçar e adentrou pensão. Ela respirou fundo e puxou um pouco mais a capa, atravessou a ruela e adentrou na pensão. Estava tudo silencioso, apenas uma senhora estava na recepção e parecia dormir profundamente. Viu mais ao fundo uma escada de madeira, com alguns vasinhos de flores em cada degrau. Seguiu na direção dele. A madeira rangeu sob o peso da mulher que segurou no corrimão e olhou

O tempo parecia eterno ali. Ambos estavam sentados na areia enquanto a noite começava a avançar. O barulho das ondas que quebravam próximo aos pés deles, o vento forte, o cheiro gostoso de maresia, a lua brilhando no alto, as estrelas brilhantes... era um belo cenário e quem os visse, certamente diriam que eram um casal apaixonado. E eram. As mãos unidas, apoiadas na areia, ambos lado a lado olhando para o mar. O silêncio perturbador, as respirações descompassada e o choro silencioso da jovem. O rosto molhado, os olhos inchados, o tremor no corpo. Ele permaneceu o tempo todo ao lado dela em silêncio, esperando os tremores passarem, mas tudo o que eles fizeram foi aliviar, mas passar que é bom, nada. Depois de quase meia hora daquele jeito, ela suspirou profundamente e ele olhou para ela, vendo-a baixar a cabeça e fechar os olhos com lentidão, como se estivesse adormecendo. Aquilo o preocupou, mas logo ela voltou a abrir os olhos e ficou fitando a areia. Era perturbador vê-la da