Projeto Ampulheta - Prólogo

Os saltos ecoavam pelo corredor pouco movimentado. A prancheta em uma mão, enquanto a outra permanecia dentro do bolso do branquíssimo jaleco aberto. Os cabelos presos em um cóque perfeito, com apenas a franja penteada para o lado. Uma calça social cinza e uma blusa de cetim branca davam o ar de elegância que a mulher tinha. Em seu pescoço, uma delicada corrente repousava sob o peso de um pingente em forma de átomo que descansava sobre seu colo, levemente marcado pelo volume dos seios medianos.

Aquele átomo representava seu inegável amor pela ciência. E isso era algo que a fez ser quem é hoje, além de lhe lembrar todos os dias a sua ligação com os pais.

Ela era uma garota da ciência.

Dobrou no corredor à esquerda e após caminhar um pouco mais, chegou em frente a uma porta de metal pesado. Tirou a mão de dentro do bolso do jaleco e trouxe consigo um crachá branco portador de uma foto sua com a logo da empresa na parte superior “Tókyo Technology” e na parte inferior, seu nome “Sakura Haruno”. Com letras desenhadas, abaixo de seu nome “Cientista/Engenheira”.

Encostou o crachá no leitor da porta e o mesmo solicitou sua digital. Encostou a mão no leitor e ele scaneou sua palma. A tela mostrou um sinal verde e então a porta abriu. Assim que entrou, a porta fechou atrás de sí. Caminhou pelo pequeno corredor feito por paredes de vidro que serviam como repartição para o pequeno, porém, super moderno, laboratório.

Poucas pessoas trabalhavam alí dentro. Era uma experiência altamente secreta e de muito valor. O local era bem iluminado e as pessoas trajavam roupas claras. Jalecos também faziam parte do padrão, já que, estavam sujeitos à experiências o tempo todo. No final do pequeno corredor de vidro, uma porta de vidro servia como empecilho para o espaço seguinte. Abaixou o rosto na direção do leitor e este fez a leitura de seus olhos.

Sua foto apareceu no leitor junto com o tão conhecido sinal verde. A porta deslizou silenciosa para o lado permitindo a entrada da mulher. Por ser tudo de vidro, as pessoas que trabalhavam dentro daqueles espaços de vidro conseguiam ver o que se passava dentro dessa sala central, mas não conseguiam ouvir nada e quase não compreendiam o que se passava alí dentro. Apenas sabiam qual o desejo final do projeto.

A porta deslizou novamente, fechando a entrada. Uma grande máquina em forma de cilindro repousava no centro da sala. Parecia mais uma cápsula, com poucos fios à mostra. Num canto da sala, uma mesa totalmente equipada com os melhores computadores e máquinas estavam sob a operação de uma loira de olhos azuis que ao ver a mulher de cabelos rosados adentrar a sala, abriu um enorme sorriso.

- Bom Dia, Doutora! - Cumprimentou a loira.

- Bom Dia, Ino. - Respondeu a Haruno, sorridente. - Bom Dia, Naruto.

- Bom Dia, Saky. - Sorrio.

Naruto era um loiro de olhos azuis, muitos até pensavam que ele e a Ino eram parentes. Mera coincidência. A loira era Engenheira Tecnológica, enquanto o loiro era Doutor em Exatas. Ambos brincalhões. Eram os melhores amigos da Doutora, apesar de sempre à tirarem do sério.

Ele estava mexendo em alguns fios na parte inferior da máquina. A Doutora se aproximou da amiga e olhou para as imagens na tela. Era um 3D da máquina. Pousou a prancheta em cima da mesa e cruzou os braços.

- Problemas?

- Ainda não conseguimos compreender a descarga de energia. Está tudo perfeito. Todos os cálculos, todos os fios, todos os equipamentos, mas ela insiste em fazer isso. - Fez bico.

- Estou me sentindo um fracasso! - Resmungou o loiro.

Ino também odiava quando existia algo sobre a tecnologia que ela não compreendia, enquanto o loiro se sentia um nada quando os cálculos davam errados… Mesmo estando certos.

A Haruno compreendia totalmente isso. Eles deram à vida aos estudos e era exatamente por isso que estavam alí. Apenas cinco pessoas eram autorizadas a entrar naquele espaço, os três presentes mais duas pessoas. Gaara e Hinata.

Gaara era engenheiro elétrico enquanto a Hinata era formada em biociência. Um prodígio! Porém eles raramente iam até o local, apesar de trabalharem no mesmo prédio. Gaara ficava um andar à cima do que estava e Hinata ficava dois andares à baixo. Cada um comandando a própria experiência, servindo apenas de apoio para a pesquisa dela.

Pegou uns papéis que estavam em cima da bancada ao lado da mesa e começou a olhá-los de forma analítica. Algo tinha que estar passando despercebido aos olhos deles. Não era possível!

Os olhos verdes percorriam cada mísero detalhe do papel, mas não conseguia encontrar nada. Simplesmente nada.

Ela precisava à todo custo fazer a máquina funcionar. Dedicara sua vida. Dedicara sua existência. Tinha abdicado de noitadas, de relacionamentos, de vida social para aquele projeto. Sua máquina seria capaz de coisas grandiosas. Viajar entre passado e futuro seria uma solução muito grande para problemas existentes.

Desde que se entendia por gente, sonhara em construir uma máquina para viajar no tempo, e alí, no centro daquela sala, estava a realização do seu sonho. Ou a quase realização dele.

Passou noites acordada, pensando em como faria isso, com quem poderia contar, o quanto seria necessário estudar e quanto precisaria investir para conseguir tudo isso e graças aos seus esforços, foi contratada pela Tókyo Téchnology, empresa que lhe permitiu tornar seu sonho realidade.

Soltando um suspirou pesado, colocou as mãos na cintura e olhou para a máquina. Deu a volta na mesa e de forma lenta, caminhou até a mesma parando à poucos centímetros. Tirou uma mão da cintura e com um sorriso de canto, alisou a máquina, carinhosamente apelidada de “P.A.”, mas todos naquela sala a conhecia como a máquina do futuro.

Ou:

Projeto Ampulheta.

~> Continua

Notas finais

Viadoooooos... Quem ai estava ansioso para a nova fic?

õ/

Fico muito feliz em saber que tem muita gente acompanhando (apesar de pouquíssimas comentarem).

P.A. é meu mais novo xodó e eu espero, de verdade, que vocês gostem tanto quanto gostaram das outras fic's.

Vamos aguardar o próximo capitulo. Desde já, vocês podem ir deixando as expectativas que tem.

Beijinhos.