Pub - Drink 16
Bebia incansavelmente enquanto acompanhava a jovem com os olhos. O modo como ela esgueirava-se por entre as pessoas, o modo como ela requebrava entre uma mesa e outra, o modo como controlava a bandeja em uma mão enquanto com a outra servia as pessoas e distribuía sorrisos para todos o deixava hipnotizado. Ou seria apenas efeito do álcool em excesso no organismo? Talvez fosse um pouco de tudo, afinal, não estava tão bêbado assim.
A música fazia seus sentidos embaralharem enquanto sua mente adormecia. Olhou de relance para o relógio que ficava em cima da soleira da porta de entrada e viu que passava de uma manhã. Estava ferrado, provavelmente ir trabalhar depois de sair dali não seria uma boa ideia, mas também tinha ciência de suas responsabilidades, apesar de ter dedicado o último mês ao trabalho. No fim das contas, sabia que precisava de um descanso, sabia que precisava relaxar o corpo e a mente, mesmo que fosse enchendo a cara em um Pub do subúrbio e dormindo até o meio dia.
Droga, ele não era esse tipo de homem!
Com os pensamentos desorganizados, virou para o balcão e colocou o copo lá imaginando que não deveria mais beber. Já não estava com a coordenação física muito boa, era melhor dar uma pausa antes que a mental seguisse pelo mesmo caminho e ele terminasse a noite sem nem saber seu nome. Ironicamente, o tempo que passou ali o fez esquecer totalmente de sua condição semi nu.
- Tio Mad! - a voz animada atrás de si o fez virar no banco - Iae, biritado já? - apoiou o quadril no balcão.
- Acho que mais ou menos. - respirou fundo, confuso.
- Então continua bebendo. - ela deu de ombros - Aproveita.
- Não sei... Estou no empasse se devo ou não chegar tarde no trabalho, oooou se nem vou.
- Eu acho que você deve tirar o dia de folga. Qual é, você merece um descanso. - se afastou do balcão para poder ajeitar o cinto.
- Talvez. - com um pigarreio, ele desce do banco e se espreguiçou. Estava um pouco entrevado.
- Que nada! Você DE-VE descansar. - ela apoiou uma mão no banco e fez bico. Automaticamente os olhos dele foram para os lábios vermelhos dela - Você trabalha igual um maluco, perdeu a mulher, ta chegando na casa da aposentadoria, já toma azulzinha... Aproveita antes que vá parar na cova!
- Eu não tomo azulzinha. - murmurou olhando-a meio confuso.
- Ahaaam... - arqueou uma sobrancelha enquanto trocava o peso de perna - Agora na boa, ninguém vai te matar se você descansar um pouco,você merece isso, sabe?... - ela estava distraída falando enquanto ele se perdia no movimento dos lábios dela. Santo Deus, estava muito bêbado, só podia ser isso... - ... apesar de que, eu no seu lugar estaria aproveitando no Caribe e não aqui, mas cada um com sua loucura, não é? - piscou marota - Talvez seja um complexo da idade ou crise existen...
Enquanto ela falava rápido, os olhos dele estavam apenas nos lábios macios, carnudos e convidativos. Desde quando aquele simples pedaço de carne havia se tornado tão pecaminoso ao ponto de atraí-lo sem nem ele mesmo se dar conta? Sem pensar muito, e sem ouvir nada do que ela dizia, ele levou a mão até a nuca dela e a puxou para sí, tomando os lábios dela em um beijo bruto. Os olhos verdes se esbugalharam diante da ação do mais velho. Antes mesmo de pensar em reagir, a outra mão dele envolveu a cintura dela puxando-a ainda mais para sí,enquanto girava o corpo, imprensando-a contra o balcão, empurrando o corpo contra o dela. Entorpecida pela possessão do moreno, a garota apenas elevou as mãos segurando nos ombros largos dele, fechando os olhos e correspondendo ao beijo.
Nunca, em toda sua vida, havia sido beijada daquele jeito. O modo como ele a apertava contrasí, a deixou sem ar e quando ela abriu a boca para respirar, ele inseriu a língua dentro da boca pequena, e ambos soltaram um pequeno gemido. As mãos femininas subiram para os cabelos masculinos, enquanto a mão masculina que estava no pescoço feminino, deslizou para o quadril dela. Ele estava fome, queria vê até onde o sabor dela poderia se diferenciar, até onde o pequeno corpo dela podia encaixar-se ao seu, mas, por mais que ele fosse profundo no beijo, mais parecia que ela se adaptava a ele… Como um pecado se encaixa no pecador, como o fogo nasceu para o calor, como se o corpo dela, fosse feito para o corpo dele.
Assustado, ele afastou a boca da dela tão rápido quanto havia beijado-a, mas não a soltou.
As mãos permaneceram em volta da cintura enquanto o peito subia e descia em uma respiração ofegante, enquanto os olhos negros cintilavam em pura luxúria e desejo de continuar, a boca estava vermelha por conta do beijo e do batom dela que agora estava consideravelmente borrado, deixando-a selvagemente pecaminosa. O modo como os olhos verdes estavam nublados e esbugalhados... o modo como ela respirava ofegante… O modo como a diferença de altura, estatura e idade entre eles parecia errado… Tudo naquele momento os tornavam errados, como um pecado sem perdão.
E pelos céus, como ele estava afim de dar as mãos ao diabo.
- Você ficou doido. - ela murmurou depois de um tempo.
- Acho que sim. - sussurrou fechando os olhos. Realmente, estava maluco.
- Porra… - a ouviu resmungar e abriu os olhos, mas ela estava sorrindo… Ela estava abrindo um sorriso enorme - Você beija muito bem!
- Menina… - resmungou, se afastando um pouco dela e passando as mãos nos cabelos.
- Eu tô falando sério, Tio Mad! - ela levou as mãos à boca para conter o riso - Você é um velhote que beija bem!
- Um tarado! - murmurou , bufando.
- Nao, não. - balançou as mãos - Nem vem com essa.
- Não? - arqueou as sobrancelhas - Você tem a idade do meu sobrinho mais novo, menina.
- Tenho, mas não sou ele! - colocou as mãos na cintura, irritada - Nem tenho um pinto no meio das pernas, então não, eu não sou seu sobrinho.
- Menina... - estreitou os olhos.
- Nada disso. Você beija bem para uma porra. E se quer saber... - ela mordiscou o lábio inferior enquanto se aproximava dele e apoiava a ponta dos dedos no peitoral masculino. Apenas com esse simples toque, o corpo dele arrepiou e ela percebeu - Estou apenas esperando você me beijar novamente.
Ele ficou em silencio apenas olhando-a nos olhos. Loucamente, seu corpo estava quente e onde os dedos dela estavam, a carne chegava a brasar. Flashs do sonho vieram em sua mente novamente, misturando-se ao álcool e ao desejo. Soltando um "merda" de forma murmurada, ele segurou ela pelos pulsos e a puxou para si, tomando os lábios femininos novamente. Ela soltou um sorriso quando a boca dele devorou a sua com determinação. Os dedos femininos arranharam a pele do homem enquanto subia para os ombros largos.
Os braços dele envolveram-a pela cintura, abraçando-a com possessão e isso a fez ficar na ponta dos pés, já que estava praticamente sendo espremida contra ele. Empurrando-a novamente contra o balcão, ela praticamente estava sem tocar os pés no chão. Pelos céus, aquele homem era decidido demais. A segurava com gosto e sugava sua língua e seus lábios com uma determinação de dar inveja. Uma mão dela deslizou para os cabelos dele, segurando-os. Uma mão dele adentrou por dentro da camisa dela, nas costas, arranhando a pele suave da garota e depois, apertando-a.
Ambos gemeram.
O beijo foi ficando lento, calmo, até que por fim, parou. As bocas se afastaram minimamente, apenas o suficiente para eles poderem olhar olho no olho. Estavam ofegantes, com o rosto vermelho e a boca melada de escarlate. A mão dele que estava nas costas dela, deslizou sutilmente até a cintura feminina e ela desceu da ponta dos pés, deixando evidente a diferença de altura. O homem fechou os olhos e respirou fundo tentando voltar para a terra, mas era impossível, sabia disso.
- Acho melhor voltar ao trabalho. - ela sussurrou.
- É... - sussurrou de volta, abrindo os olhos e encontrando as esmeraldas fitando-o - Só não demora.
- Não vou. - abriu um sorriso.
Ele deu um selinho demorado nela, depois um rápido, soltando-a. Viu a mesma afastar-se limpando o batom borrando, e ele, com um sorriso de canto, pegou um guardanapo e limpou a própria boca, vendo o papel manchar-se de vermelho. Pigarreou, e olhou para o copo vazio sobre o balcão. Era melhor beber um pouco mais. Ergueu os olhos procurando pela loira e a encontrou encostada na porta da cozinha com os braços cruzados, encarando-o com um sorriso sínico na cara. Constrangido, ele ergueu o dedo chamando-a e ela se aproximou.
- Me vê um bem forte, por favor. - empurrou sutilmente o copo na direção dela.
- Cuidado hein... - pegou o copo, sorrindo - A Sasa mata um do coração.
O homem soltou um resmungo enquanto a loira o servia. Sim, sabia que aquela menina desbocada mataria um fácil. Ela não era do tipo que brincava em serviço e havia deixado isso bem claro, afinal, tinha correspondido ao beijo dele com afinco. E caramba... como ela beijava magicamente. Sentindo o corpo esquentar, agradeceu à loira que colocou o copo no balcão e ele não esperou para virar a bebida. Precisava nublar a mente porque já estava começando a fazer merda.
E não queria fazer isso do nada. Precisava ter uma desculpa.
A bebida serviria.
Ficou olhando o movimento do Pub. Viu a loira do outro dia passar pela porta da cozinha acompanhada de um ruivo. Quando ela o viu, abriu o sorriso enorme e cochichou com o tal ruivo, por algum motivo, o moreno sabia que ele havia sido o motivo do cochicho. Respirou fundo e praguejou mentalmente por aquilo. Iria enlouquecer.
A menina disse que não iria demorar, mas demorou... E muito.
Ele já estava impaciente. Nunca havia ficado assim por estar esperando alguém. Não era exatamente uma impaciência de atraso ou algo do tipo, mas ansiedade... Sim. Essa era a palavra correta: Ansioso. Queria saber se ela havia se arrependido, se pediria mais ou se fingiria que nada havia acontecido. Girou o corpo no banco e olhou o relógio em cima da soleira. Quase três da manhã. O Pub já estava praticamente vazio, apenas com algumas pessoas aqui e ali. Viu ela próximo à jukebox conversando com um grupo de rapazes. Instintivamente, o moreno estreitou os olhos para poder ver melhor, mas estava complicado, a bebida não ajudava sua visão.
Viu quando ela gargalhou jogando a cabeça para trás. Os rapazes também riam e teve até um que pegou na mão dela e beijou o dorso, fazendo a menina acariciar os cabelos ruivos dele. O moreno sentiu a bili subi à garganta. Quer merda era aquela, hein? Quem era aquele cara e porque a menina estava dando ousadia para ele?
Sentindo as mãos suarem, ele viu ela despedir-se do grupo e caminhar pelo salão, mas ao olhar ao redor, os olhos dela encontraram com os dele e ela abriu um enorme sorriso maroto, e pronto, toda a raiva dele foi embora.
Como podia?
Ela tinha tanto poder assim sobre si e ele ainda não tinha percebido ou o álcool o deixou frágil? Decidiu que não iria mais beber. Não mesmo. Virou e colocou o copo ainda pela metade em cima do balcão e quando virou novamente, viu uma Maria Chiquinha rosa praticamente pular sobre si enquanto os braços dela passavam por cima dos ombros dele. Um beijo demorado lhe foi depositado na bochecha enquanto um riso gostoso entrava pelos ouvidos masculinos.
- Iae, qual seu grau de biritada?
- Acho que... 70% - murmurou segurando-a pela cintura, puxando-a para sí.
- Hun... Acho que eu estou em 30%. - fez bico brincando com os cabelos dele - Injusto trabalhar em um Pub, numa festa à fantasia sem poder biritar, né.
- Provavelmente. - sorriu minimamente, vendo-a suspirar - O que foi?
- Cansada. - fez careta e depois sorriu - Maaaas... larguei!
- Sério? - arqueou as sobrancelhas.
- Uhum. - balançou a cabeça freneticamente - Finalmente posso ir dormir.
- Eu te ofereceria uma carona, mas acho que não vou conseguir nem colocar a chave na ignição.
- Porra... tá chapadão mesmo hein. - esbugalhou os olhos, sorrindo. - Relaxa, tem táxi... Podemos rachar um.
- Nunca "rachei" um táxi. - murmura, pensativo.
- Bem vindo ao mundo pobre, Tio Mad.
- Obrigado. - meneia a cabeça, dando um beijo suave no rosto dela.
- Imagina... - vira levemente na direção do balcão - Tema, gostosa, pega minha bolsa aê, por favor.
- 50 reais. - a outra praticamente grita, pegando a bolsa da amiga e depois o presente colocando ambos sobre o balcão.
- Vadia aproveitadora. - a Haruno resmunga, pegando seus pertences.
- Também te amo sua puta. - a loira apoia os cotovelos no balcão, sorrindo enquanto manda um beijo no ar para a Haruno.
A rosada revira os olhos, sorrindo e espera o moreno pagar a conta. Quando termina, ele olha para ela com os olhos estreitos. A jovem já não possuía mais o batom vermelho, a maquiagem estava levemente borrada o que a deixava ainda mais parecida com a personagem. Ela o olhava de um jeito engraçado, como se estivesse olhando para um brinquedo.
- Vamos? - arqueou as sobrancelhas negras.
Ela não respondeu, apenas girou o corpo de um jeito engraçado, passando por ele e caminhando em direção à porta. Sem querer, os olhos negros foram para a bunda da jovem que ao caminhar, fazia aquelas duas bolas redondas e expostas balançarem de um lado para o outro. Ele precisou respirar fundo para não sucumbir ao sonho.
Notas Finais:
Os Pub's ingleses costumam abrir entre às 10:00 e 11:00 da manhã, mas fecham pontualmente às 23:00. Cerca de dez minutos antes de fechar, um sininho é tocado para que todos saibam que terão que sair em dez minutos. Isso é uma regra que é seguida com afinco.
Mas bem, a estória é minha e meu pub abre e fecha na hora que eu quiser!
xD
Tio Mad, tio Mad vc está msm virando um adolescente kkkkkkkk
ResponderExcluirE sei não mais acho bom ouvir a Temari kkkkkkkkkk