Pub - Drink 17

O ar fora do Pub era frio. A madrugada estava em seu auge e isso deixava a rua bem escura. Os olhos negros foram para seu carro do outro lado da rua e ele sentiu um aperto no peito por deixá-lo ali mais uma vez. Não era apegado aos bens materiais, mas aquele carro... Era a menina dos seus olhos. Ouviu um carro se aproximando e voltou a realidade quando o táxi passou em frente aos dois. Estendeu uma mão pedindo parada e quando o mesmo parou, ele abriu a porta traseira ajudando a Haruno a entrar no veículo. Viu ela acomodar-se mais para o lado, então entrou também no banco traseiro, fechou a porta e colocou o cinto. A Haruno informou o endereço onde morava e em questão se segundos, o táxi avançava pelas ruas.


- Então... O que vai fazer hoje? - Ergueu um braço e a menina engatinhou até o Uchiha, encostando o tronco no dele e apoiando a cabeça no ombro. Ele baixou o braço, abraçando-a.


- Dormir. Comer. Dormir. Comer e dormir. - murmurou erguendo levemente a cabeça e olhando para cima, olhando-o os olhos.


- Hun... - franziu o cenho baixando a cabeça para poder olhá-la nos olhos também - Fora isso.


- Estudar. - suspirou - Uma garota precisa estudar, não é?


- Fico feliz que pense assim. - sorriu de canto inclinando um pouco mais a cabeça e tomando os lábios dela em um beijo calmo. 


De certa forma, não queria beijá-la rápido naquele momento. Algo nos lábios dela e no modo como ela correspondeu ao beijo trouxe paz ao coração do homem. Ele virou o corpo parcialmente na direção dela enquanto ela envolveu os dois braços ao redor do pescoço dele. Em questão de segundos, ele envolveu a cintura dela e a puxou para sí, fazendo-a sentar em seu colo. E ela foi. O beijo começou a se tornar mais urgente, mais ousado. 


As mãos grandes deslizaram pelas costas dela até que pararam na nádega, puxando-a ainda mais para sí. Ela se ajoelhou e passou uma perna por cima da dele, sentando em seu colo, de frente para ele. Ambos tremeram quando as intimidades se tocaram, mesmo por cima da roupa. Ela deslizou as mãos pelos ombros dele, arranhando levemente a pele e ele acabou apertado a nádega da jovem. Haviam esquecido totalmente de onde estavam e tamanha foi a surpresa de ambos quando ouviram um pigarreio. Os lábios se separaram de forma rápida, fazendo ecoar um estalo dentro do veículo. Ela estava com as bochechas coradas e o moreno pigarreou também, olhando para o motorista.


- Chegamos no primeiro endereço. - o coitado do taxista informou, desviando o olhar do casal.


- Obrigado. - o Uchiha murmura enquanto desvia o olhar para a jovem. Ela o olhava também. Ele ergue uma mão e afasta minimamente um pouco do cabelo dela que pendia no ombro - Você... já vai dormir?


- Depende. - murmura.


Os olhos negros ficam estreitos enquanto encaram os verdes. Ambos desejavam a mesma coisa, mas nenhum tinha a ousadia de proferir. O modo como ele a mantinha em seu colo deixava claro que ele não queria que ela fosse, e o modo como ela segurava nos ombros dele também deixava claro que ela não queria ir. Ouviram um pigarreio novamente e então desviaram os olhos. Estavam agindo feito duas crianças. Que idiotas.


Ela deu de ombros, pegou a bolsa, o presente e desceu do carro. Ele manteve a porta aberta para que ela conseguisse sair sem problema algum e quando estava do lado de fora, inclinou o corpo para dentro do carro enquanto dava um beijo na bochecha do mais velho.


- Terceiro andar. Apartamento 7. Vou deixar a porta aberta. - sussurrou no ouvido do moreno.


Ele olhou para ela com os olhos esbugalhados e ela apenas deu uma piscadela, dando as costas e entrando no pequeno condomínio. Havia jogado a moeda da sorte e esperava que desse sorte. Ficaria à escolha dele completar o que começaram naquela noite ou não. Enquanto subia as escadas antigas, tentava entender como haviam chegado ali. Há pouco tempo, eram apenas conhecidos, com ele resmungando sobre a vida e ela passando o tempo com mais uma história de cliente, então... BUM! 


Pegou a chave dentro da bolsa, abriu a porta, entrou, mas não fechou a mesma com chave, apenas deixou-a encostada. Jogou a bolsa sobre o sofá, colocou o presente sobre a mesinha de centro, retirou as botas deixando-as próximo à porta e caminhou pela sala. Suspirou e foi até a mesa que usava para estudar, a mesma que ficava próximo da janela e então sentou no tampo de madeira, apoiou as mãos ao lado do corpo e cruzou as pernas, ficando de frente para a porta.


Os olhos verdes encaravam a porta enquanto os segundos se arrastavam. Ela balançava os pés no ar de forma despreocupada. O apartamento estava na penumbra, apenas iluminado pela luz da lua que adentrava pela brecha da cortina, mas era o suficiente para enxergar o que estava à sua frente. Ouviu passos no corredor e então um barulho. Viu a maçaneta girar e a porta abrir com o primeiro toque, e lá estava ele. De pé. Sem camisa. Na porta de seu apartamento, olhando-a tão intensamente que não seria surpresa se chamas saíssem dali. Ele deu um passo para dentro do apartamento, depois outro e então fechou a porta às costas. Em nenhum momento os olhos se separaram ou ouve duvidas. Haviam chegado até ali e agora não iriam mais voltar atrás. Eram dois adultos, decididos, famintos... O homem caminhou lentamente na direção da garota que apenas o olhava. Ele parecia um felino, olhando para sua presa.


- Alguma regra? - continuou caminhando.


- Apenas uma. - passou a língua entre os lábios - Mate sua fome. Seja você. Sem pudor, sem controle, sem regras.


- Posso lhe machucar. - murmurou parando em frente a ela.


- Não quer carinho. - apoiou as mãos no peitoral dele - Quero orgasmos.