Gypsy - Fagulha 2
- Árabes! - ouviu uma voz masculina soar atrás de sí.
Não esperou por mais. Segurou na saia do vestido, deu as costas e correu. Viu sua família correndo desesperada em direção aos cavalos. Olhou por cima do ombro e viu os árabes cavalgarem rápidos na direção deles. Aflita, viu quando Shino ajudou Hinata a subir em um cavalo e deu um tapa no traseiro do mesmo fazendo-os partir. Os outros ciganos faziam o mesmo, abandonando as carruagens, preocupados apenas em fugir. Quando alcançou seu cavalo, sentiu mãos segurarem-na pela cintura a impulsionando para cima. Shino. Ele a ajudou a subir e pegou a rédea do cavalo entregando a ela.
- Fuja! - deu um tapa no traseiro do cavalo e o animal relinchou erguendo as patas dianteiras e depois saindo em trote.
Segurando com força, ela incitava o cavalo a ir mais rápido. Olhou para trás e viu os árabes alcançarem um grupo, encurralando-os. Os homens erguiam espadas, ameaçando seus familiares. O peito apertou em angústia quando viu um dos árabes empurrar Shino com o pé fazendo-o cair na areia. Olhou para frente e viu Hinata indo em outra direção. Quando pensou em ir na mesma direção, viu um grupo de árabes surgir do outro lado nas dunas, encurralando-a e também a um outro grupo de ciganos.
- Não. - sussurrou quando percebeu que estavam sendo cercados.
- Tawaquf! (Pare!) - Uma voz chegou aos seus ouvidos.
Olhou para trás e viu um árabe cavalgando em sua direção. Ele trazia uma espada em punho enquanto o cavalo corria em disparada. Sem pensar muito, a jovem cigana instigou o próprio cavalo a ir mais rápido. O vento batia contra seu rosto balançando o véu que cobria sua face, mas apesar de forte, o vento não o derrubava, Já estava chegando ao topo de uma duna quando algo passou bem em frente ao seu cavalo fazendo um barulho alto. Um grito... Não... um pio. O cavalo relinchou assustado e ergueu-se nas patas traseiras, fazendo a cigana gritar e cair do mesmo, rolando na areia fofa do deserto. Enchendo-se de areia.
- Tawaquf! - Ouviu a voz perto demais, mais grave e com raiva.
- Lays! (Não!) - Murmurou erguendo-se e começando a correr. Era difícil, complicado. Os pés descalços batiam contra a areia e afundavam alguns centímetros.
Segurou na barra do vestido para poder correr melhor, mas quando alcançou o topo da duna, o falcão surgiu em sua frente, atacando-a. Na verdade ele não atacava, mas estava impedindo-a de seguir. Ela ergueu os braços e agitou as mãos tentando se livrar da ave, mas a mesma estava determinada a dificultar a vida da cigana. Antes que pudesse afastar a ave, sentiu uma mão lhe segurar pelo braço, puxando-a e então o falcão afastou-se, voando para o alto.
- ME SOLTA! - bradou e foi puxada com mais força, esbarrando o corpo em algo rígido - ME SOLTA, SEU GADJÔ! - Debatia-se com determinação.
- LAYS, ROM! - bradou e no mesmo instante ela parou de se debater. A voz era grave e autoritária, e por mais que desejasse fugir, algo naquela voz a fez tremer dos pés a cabeça.
Antes mesmo de erguer os olhos, teve as mãos puxadas e cordas envolveram seus pulsos, prendendo-a. Ela ergueu os olhos e viu o homem subir no cavalo e começar a trotar na direção dos outros árabes. Quando a jovem olhou para o local onde estava sua família, viu todos encurralados. Seus olhos encheram de lágrimas ao ver todos alí, presos, colocados lado a lado enquanto o grupo árabe ficava parado em frente a eles, analisando-os. O falcão piou no céu e quando a cigana olhou para o mesmo, viu ele voar em direção ao grupo. Um homem que estava no canto do grupo ergueu o braço e o falcão pousou alí.
A ave pertencia a ele.
Estava tão distraída que acabou tropeçando nos próprios pés quando foi puxava com brutalidade. Olhou feio para o homem praguejando baixo. O árabe que estava em cima do cavalo a olhou de esguelha puxando-a ainda mais. Ela estreitou os olhos para ele. Estava com raiva. Muita raiva. Quando se aproximaram do grupo, ela foi puxada e depois empurrada na direção dos outros ciganos. Tropeçando, a jovem cigana parou ao lado de Hinata que estava com os olhos cheios de lágrimas.
- Estão todos aqui? - o que possuía o falcão perguntou.
- Sim. - o que trazia a cigana parou o cavalo e desceu do mesmo - Apenas essa fugia, mas o Falcus a impediu.
- Claro que sim. - o dono do falcão suspirou e caminhou em direção a cigana que olhava para os próprios pés. Não queria olhar para aqueles homens. Estava com vontade de matar a todos. Morrendo de vontade. - Ela me fez usar o Falcus... E isso nunca aconteceu. - olhando para os pés, a jovem cigana viu quando um homem parou à sua frente. Sentiu quando uma mão tocou-lhe no queixo, erguendo sua cabeça, mas ela não ergueu o olhar. Via apenas o peito dele coberto pela roupa branca - Mas o Falcus parece ter gostado dela.
- Isso é estranho. - um dos homens murmurou.
- Não... Isso é... fascinante. - a mão em seu queixo era quente. Mesmo com o queixo protegido pelo lenço, ela sentia o calor emanar da pele dele - Olhe para mim, cigana. - Esperou pacientemente, mas a jovem não olhou - Vamos, olhe para mim. - O silêncio que se fazia era quebrado apenas pelo barulho do vento. O homem inclinou a cabeça na direção dela ficando com o rosto a centímetros de distância - Estou pedindo, Rom... Educadamente. - sussurrou.
Mais alguns segundos se passaram e então a jovem ergueu os olhos para o homem. Os cílios longos davam um destaque aos olhos extremamente verdes e incrivelmente delineados. Ao ser encarado por aqueles olhos tão exóticos, o homem ofegou levemente, sentindo-se intrigado e fascinado. Nunca havia visto olhos como aqueles. O modo como ela o olhava deixava claro sua determinação. Mesmo com o rosto escondido ele sabia: Aquela mulher era a mais bela que já vira em toda a sua vida. Apesar de tudo, a jovem cigana também não estava diferente. Olhava para aqueles olhos negros como uma noite escura, intrigada. Não havia íris nos olhos do homem? Um brilho passou pelos olhos negros e ela se viu alí, refletida naquelas esferas, como se os olhos dele fossem um espelho nítido do qual se via todo o desejo de seu coração.
- Senhor, o que faremos com eles? - uma voz soou em algum lugar, mas nem o homem nem a cigana desviaram o olhar um do outro.
- Os colocaremos como escravos? - uma onda de risos se fez ouvir - É o melhor a se fazer, não é?
- Sim. - o homem sussurrou sem conseguir tirar os olhos negros dos verdes - Menos esta... - ele deslizou a ponta do dedo indicador pelo queixo da cigana. Aquilo causou um arrepio na jovem. Mesmo por baixo da máscara, ela viu quando ele deu um sorriso de canto. - Esta Rom... é minha.



Eu teria corrido para direção do cavalo do meu Shisui 🤷
ResponderExcluirPara quer lutar e correr?! 😂😂
Amei já qro outro, e já qro meu Shisui aparecendo todo lindo e maravilhoso poderoso GOSTOSOOOOO 😍
Este comentário foi removido pelo autor.
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