Projeto Ampulheta - Capítulo 9
O teto branco do meu quarto parecia uma grande tela onde
todo o dia anterior passava diante dos meus olhos como sombras dançando naquele
grande painel. Minha cabeça também dava algumas voltas por conta da pré-ressaca
que começava a me atingir.
Passo as mãos no rosto e preguiçosamente tiro o cobertor de
meu corpo, e sento na beirada da cama levantando logo em seguida. Levanto os
braços me alongando e então caminho até a porta da varanda abrindo-a. O calor
do domingo me atinge em cheio e rapidamente uma pequena disposição me invade.
Caminho pelo quarto até o banheiro e faço minha higiene lentamente. Após o
banho, visto um short de malha fria colorida e uma regata preta. Calço os
chinelos de dedo e prendo os cabelos em um rabo de cavalo.
Quando saio do quarto, sinto todo o silêncio da casa. A
porta do quarto do Uchiha estava fechada. Provavelmente ele ainda não havia
acordado, ou estava curtindo sua primeira e grande ressaca. Passo pelo mezanino
e desço as escadas seguindo para a cozinha. Bebo um pouco de água e logo coloco
a cafeteira para trabalhar.
Vou até a geladeira, armário e dispensa e pego alguns
ingredientes para fazer sanduíche. Aproveito e pego em cima do armário a
caixinha de primeiro socorros colocando-a no balcão também, o Uchiha quando
acordar vai precisar de um remédio. Coloco todo o material para o sanduíche
sobre a bancada da cozinha e dou à volta na mesma, caminhando pela sala de
jantar e indo até a lateral da porta, destravando-a. Deixo a porta aberta e a
brisa da manhã invade minha casa. Coloco as mãos na cintura, fecho os olhos e
respiro fundo, a brisa da manhã era sempre tão agradável. Abro os olhos e vou
até a sala de televisão e ligo o aparelho de som baixinho, selecionando uma
lista de músicas animadas, mas leves.
Volto a caminhar pela casa agora sendo embalada pelo ritmo
da música ”diamonds” da Rihanna. Chego na cozinha e começo a preparar os
sanduíches. A cafeteira bipa informando que o café estava pronto e eu desligo à
mesma. Após alguns minutos, os sanduíches já estão prontos.
- Shine bright like a diamond, we’re beautiful like diamonds
in the sky. – canto remexendo o quadril no ritmo da música.
Pego os sanduíches e os levo até à mesa, depois volto para a
cozinha pegando a cafeteira e levando até à mesa também. Volto para a cozinha e
pego os pratos e xícaras e quando dou à volta para colocar tudo sobre à mesa é
que percebo a presença do Uchiha no mezanino. Ele estava com uma calça de malha
azul marinho, uma camisa branca, com os antebraços apoiados no parapeito do
mezanino, o corpo levemente inclinado por conta da posição e um pé estava
apoiado em cima do outro um pouco cruzado.
- Bom dia. – sorrio.
- Bom dia, Senhorita.
- Tá ai faz tempo? - coloco tudo em cima da mesa e olho para
ele.
- Alguns minutos. – sua voz era rouca e ele estava com o
cenho franzido.
- Hun... Como está à cabeça? – volto para a cozinha já
imaginando qual seria sua resposta então pego um remédio para dor e um copo com
água.
- Dolorida. – escuto-o responder e logo após, seus passos
pelas escadas. – E a Senhorita?
- Está pesadinha, mas logo vai passar. – Volto para a sala
de jantar e ele já estava descendo os últimos lances de escada enquanto
massageava as têmporas – Isso aqui vai ajudar.
- Hun... – ele olha o comprimido em minha mão – o que é
isso, Senhorita? – pega o mesmo e fica analisando.
- Remédio. – dou de ombros.
- Remédio? – franzi o cenho e me olha questionador – Não são
líquidos?
- Também. Vamos, pode tomar. – incentivo.
Ele continua olhando desconfiado, mas desiste e toma o
comprimido e eu me seguro para não rir da cara que ele fez para engolir o
remédio pela primeira vez na vida. O coitado bebeu toda a água. Pego o copo e
levo-o até à pia e quando volto, indico a cadeira para ele sentar à mesa.
- Fiz sanduíches. Também não estou muito bem da cabeça. –
sento.
- Está ótimo. Obrigado.
Em silêncio começamos a comer. O café fez o desconforto em
minha cabeça passar rapidamente. Ele parecia estar desconfortável com algo e eu
não estava confortável em perguntar o que o incomodava. Eu não havia bebido
tanto quanto o Uchiha no dia anterior e pelas caretas que ele fazia, eu diria
que o pobre coitado estava muito, muito mal. Quando terminamos o café, ele me
ajudou a desfazer à mesa e então caminhou para a área da piscina e deitou na
espreguiçadeira.
Percebi que o mesmo estava mais “a vontade” aqui em casa,
talvez tenha sido efeito da festa ou talvez era como ele agia durante o dia
aqui enquanto eu estava no trabalho. Com os dedos, ele massageava as têmporas e
vez ou outra eu percebia seu pomo de Adão descer e subir enquanto uma careta
maior lhe invadia a face. O coitado deve realmente está muito mal.
Mordo o lábio inferior pensando como posso ajudar e então me
vem uma ideia maravilhosa. Subo as escadas e passo correndo pelo mezanino,
entro rápido em meu quarto e vou até o banheiro abrindo a farmácia do mesmo,
pego um potinho azul e volto todo o caminho que havia feito correndo. Quase
caio na metade das escadas, mas seguro no corrimão e concluo minha descida. Ele
ainda estava deitado, agora com um braço sobre os olhos.
- Ei. – chamo baixo, sentando na cadeira ao lado da
espreguiçadeira que ele estava.
- Sim? – ele tira o braço dos olhos e me olha com os mesmos
franzidos.
- Muito ruim?
- Um pouco, mas não precisa se preocupar. Logo passa.
Obrigado.
- Deixe disso. – desenrosco a tampa do potinho e passo o
dedo indicador e médio no gel que havia dentro do mesmo.
- O que exatamente é isso? – os olhos dele vão do gel para
meus olhos.
- Isso aqui vai aliviar a dor.
Inclino o corpo para frente e levo meus dedos na direção
dele, mas o Uchiha interrompe minha ação segurando meu pulso. Olho para ele de
forma questionadora e os olhos dele ficam nos meus por uns segundos, até que
ele solta meu pulso e eu dou um leve sorriso para passar segurança para ele.
Com o dedo anelar e mínimo, afasto os fios negros que caíam-lhe sobre a testa e
olhos, passo em linha reta meus dedos com gel de uma têmpora à outra. Uma ruga
lhe cobria toda a região do cenho até as têmporas por conta do cenho franzido.
Tampo o potinho e coloco-o de lado. Sento um pouco mais na ponta da cadeira e
então levo os dois polegares até o cenho do Uchiha e pressiono-os levemente no
local.
- Relaxe. – peço baixo.
Ele não responde nada, apenas fica me olhando fixo. Deslizo
os polegares do cenho dele até as têmporas e tento ignorar o fato de que
estamos próximos e ele está olhando para meus olhos. Levo os polegares até o
cenho novamente e os deslizo para cima e faço leves círculos tornando para o cenho
novamente. Apoio meus outros dedos na lateral do rosto dele para ter mais apoio
e então meus polegares deslizam para as têmporas do Uchiha e eu pressiono um
pouco mais o local e isso faz um leve gemido escapar da garganta do homem
enquanto ele fecha os olhos.
Engulo em seco com isso, mas não paro o que estava fazendo.
Ele permanecia com os olhos fechados e eu continuava a massagem na área ocular.
A respiração dele era controlada e agora a ruga que antes habitava sua testa
não estava mais alí. O Uchiha estava realmente relaxando e isso era bom. Vejo o
pomo de Adão subir e descer de forma lenta e foi impossível meus olhos não
captarem aquilo.
Só agora olhando de pertinho eu via a leve barba que
começava a nascer. Ele também estava mais corado por conta do sol tomado ontem.
Volto meus olhos para meus dedos novamente, eu precisava me concentrar. O gel
havia resfriado apele dele e isso fazia-o relaxar. Ele abriu os olhos novamente
e involuntariamente meus olhos foram para os seus enquanto eu terminava a massagem.
Afastei minhas mãos de seu rosto, mas ele segurou meus pulsos novamente.
Continuei baixando minhas mãos enquanto as mãos dele deslizavam por meu pulso e
então ele segurou minhas mãos.
- Obrigado. – sussurrou.
- Não precisa agradecer. – sussurrei de volta.
- Sim eu preciso. – os olhos dele percorrem meu rosto e
tornam para meus olhos – A Senhorita tem sido muito atenciosa comigo.
- É o mínimo que posso fazer. – dou de ombros – Baguncei sua
vida sem permissão e me sinto muito culpada por isso.
- Oh sim, a Senhorita realmente bagunçou. – ele sorri
levemente – Entretanto, agora o Itachi não irá mais me atormentar por não ter
vivido nada interessante.
- Seu irmão parece ser gente boa.
- Ele é incrível. – Os olhos do Uchiha descem e eu acompanho
seu olhar e vejo que ele olhava para nossas mãos que ainda estavam juntas e
para a minha surpresa, ele não as separa – Ele é tudo aquilo que eu nunca tive
coragem de ser.
- Nunca é tarde para ser você mesmo. – incentivo e os olhos
dele voltam para os meus.
- No meu tempo é. Homens são centrados, responsáveis,
respeitosos, educados e politicamente corretos e as mulheres são sempre pobres
donzelas que estão prestes à se meter em perigo e que precisam de um cavalheiro
para lhe cuidarem.
- Isso não é só no seu tempo. Aqui também existem homens e
mulheres assim, apesar de serem um saco – ele faz uma careta e eu ignoro – mas
é bem mais divertido ser do jeito que se quer ser. Gosto da independência, da
minha vida, dos desafios...
- A Senhorita é complexa.
- Eu? – franzi o cenho.
- Sim, a Senhorita é.
- Devo ficar ofendida?
- De forma alguma. Minha cabeça está uma bagunça, tenho
certeza que minha vida no passado também deve estar, mas estou aprendendo
muitas coisas aqui e percebendo coisas que nunca percebi.
- Olha só, então estou sendo sua fada madrinha. – zombo e
ele sorri.
- Então a Senhorita acredita em contos de fadas?
- Você acreditava que seria possível viajar no tempo? –
respondo com outra pergunta.
- Tudo é possível não é?
- Só basta querer. – dou de ombros.
- Não... – responde baixo e então olha ao redor respirando
fundo – Nem tudo que se quer, se pode.
- Eu prefiro querer e poder. – ele me olha e então sorri
divertido.
- Isso pode lhe causar arrependimentos.
- Prefiro me arrepender pelo que fiz ao invés de me
arrepender por aquilo que não fiz.
- Admiro sua coragem.
- Hun... Já sei! – levanto e ainda segurando as mãos dele, o
puxo levemente e ele levanta também – Você vai cometer uma loucura.
- C-como? – os olhos dele ficam esbugalhados.
- Vamos correr. – solto uma mão do Uchiha, puxando-o apenas
por uma mão para dentro de casa.
- Correr? – a voz dele soa interrogativa.
- Fique aqui. – deixo-o em frente a porta de madeira e então
subo as escadas correndo e vou até meu quarto, pego minha bolsa e volto para
aonde o tinha deixado e ele olha curioso. Pego as chaves e abro a porta
puxando-o comigo e seguimos para a garagem aberta.
- Como assim “correr”, Senhorita?
- Gosta de velocidade, Senhor Uchiha?
Desativo o alarme e indico a porta do carona para ele que
entra no carro ainda desconfiado. Jogo minha bolça no piso do carona e aperto o
botão star/stop do carro e rapidamente estamos saindo da garagem e colocando o
cinto.
- Prefiro a calmaria. – responde baixo colocando o cinto.
- Então vamos mudar isso.
Enquanto o carro seguia pela estrada de cascalhos, olho de
esguelha e vejo que ele parecia nervoso. Não tarda para o carro chegar no
asfalto do bairro.
- Primeira loucura do dia: Me chame de Sakura.
- Como? – ele me olha rápido.
- Nada de Senhorita Haruno. De agora em diante é Sakura.
- De forma alguma...
Mudo a marcha e então piso no acelerador e o ponteiro começa
a subir. O Uchiha segura nas laterais do banco enquanto o carro ganha
velocidade.
- Vamos, me chame de Sakura. – Peço.
- S-Senhorita... – ele fecha os olhos.
- Vamos lá, Sasuke, me chame de Sakura. – instigo pisando
ainda mais e a paisagem ao nosso redor começava a se tornar um borrão.
- Senhorita, por favor... – a voz dele sobe 2/8.
- Vamos, Sasuke. É só falar “Sakura”.
Instigo e ele balança a cabeça de forma negativa. Com o
polegar, ativo o botão “corsa” do carro e ele sai do modo strada e vai para o
modo corrida. Piso ainda mais no acelerador e então o ponteiro vai para 180 km.
O Uchiha abre os olhos quando o barulho do motor muda e o carro ganha mais
velocidade.
- AI MEU DEUS! – o corpo dele estava contra o encosto do
banco.
- Vamos lá, Sasuke. – meus olhos estavam na pista perfeita
que se estendia à nova frente.
- VAMOS MORRER! – ele já gritava descontrolado.
- Nossa vida está em suas mãos. – respondo tranquila sem
aliviar o pé do acelerador.
Ele não responde nada então aperto o botão que baixava os
vidros e rapidamente o vento que chocava contra o carro, agora estava chocando
contra nós dois. Os cabelos do Uchiha voam violentos e eu agradeço aos céus por
estar com um rabo de cavalo. O ponteiro já marcava 210 km.
- AI MEU DEUS. AI MEU DEUS! – a voz dele estava mais grossa
e alta que o normal.
- Só você po...
- SAKURA. SAKURA. SAKURA... AI MEU DEUS VAMOS MORRER! – ele
gritava com os olhos fechados.
Sorrindo vitoriosa, desacelero o carro e aperto o botão
corsa novamente ativando o modo esportivo. O carro segue a 100 por hora. O
Uchiha estava ofegante, as mãos ainda apertavam o banco com força e ele estava
em choque.
- Viu, não doeu. – falo divertida.
- Por hoje já deu. Podemos voltar? – ele me olha assustado e
percebo sua pupila extremamente dilatada.
- Eu disse que essa era a primeira. Ainda temos mais duas. –
pisco marota.
- Senhorita... – resmunga.
- Como é? – ameaço apertar o botão corsa.
- Sakura. – corrige rápido – céus, isso é muito estranho. –
geme baixo.
- Fica quietinho ai. Vamos para um local mais deserto.
- Para quê?
- Para a segunda loucura do dia.
- Eu tenho medo da resposta, mas, qual seria a segunda
loucura?
- Você vai aprender a dirigir.
Os olhos do Uchiha ficam ainda maiores e eu sorrio de canto
enquanto sigo pela estrada do bairro, rumo a parte mais afastada do local. Era
uma área que era reservada para o condomínio, mas que ainda não havia sido
construído nada. Era uma área enorme com uma estrada de terra batida e árvores
ao redor.
Ele parecia bem nervoso ao meu lado e enquanto o cenário à
nossa volta mudava, o clima de tensão dentro do carro só aumentava. Assim que
chegamos no local, eu paro o carro, aciono o freio e solto o cinto. O Uchiha
faz o mesmo e nós dois saímos do carro.
- É o seguinte, esse bebê aqui é o Lamborghini Huracán. –
deslizo a mão direita pelo capô do carro – Ele foi inspirado nos caças
Americanos que ficam invisíveis ao radar. Ele chega à 200 por hora em apenas
9,9 segundos, e tem como velocidade máxima 320 km. Ele tem um motor V-10 5.2 e
produz 610 cavalos. Possui dupla embreagem e 7 marchas, é um carro super leve.
É o primeiro carro de série do mundo a vir equipado com um avançado sistema de
controle dinâmico. Ele tem um sistema de computador que faz correções rápidas e
precisas de acordo com a situação em que se encontra. É considerado o melhor
carro feito pela marca. Possui linhas suaves e agressivas. – Olho para o Uchiha
e ele estava com o cenho franzido – Um conselho muito importante: Cuidado com o
pé na hora de acelerar, essa belezinha aqui voa baixo.
- Eu não entendi quase nada do que a Senh... – ele para
quando vê minha cara feia – Você falou, mas compreendi que ele é perigoso.
- Sim. – sorrio.
- Então, eu agradeço muito, mas não acho necessário...
- Ora, vamos logo, Sasuke.
- Vamos morrer. – resmunga baixo.
- Só se você nos matar. – Dou a volta e já entro no banco do
carona colocando o cinto.
Ele olha ao redor analisando se era realmente seguro e então
dá a volta e entra no lado do motorista e coloca o cinto. O Uchiha olha através
do painel e eu percebo seus olhos brilharem. Ele morde o lábio inferior e
respira fundo. Sua cabeça gira em minha direção e ele engole seco.
- E agora?
- Primeiro de tudo, o carro já está ligado. Aquele pedal alí
é o acelerador – indico o pedal aos pés dele – e o outro é o freio. O controle
do carro está em suas mãos. – indico o volante – essa alavanca à direita é a marcha,
aquela outra é a embreagem.
- Certo, freio e acelerador. – repente enquanto olha para o
próprio pé.
- Isso. Pise nele. – O Uchiha faz – Agora, com as mãos no
volante – indico como segurar e ele faz – use dois dedos na alavanca e dê uma
leve puxada para sí, isso vai fazer o carro entrar na primeira marcha. – ele o
faz e na mesma hora o painel do volante acende – Agora com muita leveza, pise
no acelerador. Vagarosamente. De leve.
O Sasuke respira fundo e então pisa muito, muito suave,
indico para ele pisar um pouco mais e na mesma hora todo o painel do carro
acende em uma luz neon. Ele me olha espantado e eu sorrio.
- Muito bom. Agora você solta devagar o pé do freio e então
o carro vai tremer levemente e começar a sair do canto, vamos lá?
- Eu estou com medo. – sussurra.
- Está tudo bem. Não vamos morrer. Prometo.
- Certo.
Ele pigarreia e então faz o que mandei e o carro começa a
vibrar. Pouco depois, o bebê começa a sair lentamente do lugar e eu vejo um
sorriso de canto se formar nos lábios do Uchiha. Os nós dos dedos dele estavam
brancos em torno do volante e o pé continuava baixando e o carro ia subindo a
velocidade, quando o velocímetro apontou os 20 km eu resolvi ousar um pouco
mais.
- Você está indo muito bem. Agora, aperte a marcha novamente
apenas uma vez e pise um pouco mais no acelerador, mas só um pouco.
- Tudo bem. – ele respira fundo e então faz o que falei e o
carro ganha mais velocidade. O sorriso de canto agora se transforma em um
sorriso de boca toda, mas sem mostrar os dentes.
- Vire o volante um pouco para a direita. – o carro vai para
a direita – agora vire um pouco para a esquerda. – e o carro vai para a esquerda
– alí, está vendo aquela curva mais à frente para a esquerda? – aponto e ele
faz que ‘sim’ com a cabeça – você vai virar o volante do mesmo jeito que fez
para a esquerda e depois vai centralizá-lo novamente.
- Oh Deus. – murmura e o sorriso sai de seus lábios.
- Não precisa ter medo e... – levanto minha mão esquerda e a
coloco em cima da mão direita dele – não precisa segurar com tanta força.
- Tenho medo de ele escapar. É tão... leve. – o pomo de Adão
sobe e desce.
- Sim, ele é realmente suave, mas não precisa segurar com
tanta força, vamos, alivie mais um pouco aqui. – indico os nós dos dedos dele e
o Uchiha faz. Na mesma hora o local fica mais rosado pelo sangue que volta a
circular – Muito bem. Viu? Ele não escapou – tiro minha mão de cima da sua. –
agora... a curva.
- Para a esquerda. – repete e então o faz e o carro executa
a curva com maestria. Após passar a curva, ele deixa o volante reto novamente e
então um sorriso enorme surge em seus lábios, agora, mostrando os dentes
brancos e alinhados.
- Muito bem Sasuke Uchiha! – bato palmas – viu, é fácil!
- Isso foi...uau! – ele falava animado, o sorriso ainda
estava alí e os olhos concentrados na estrada de terra à nossa frente.
- Isso foi muito, muito foda. Desculpe. – peço desculpas ao
perceber que os olhos dele vacilam da estrada para mim. A estrada vai chegando
ao fim e uma lareira se mostra à nossa frente. – Quando chegar alí naquela
placa de sinalização você vai começar a desacelerar certo? E quando aqui –
indico o velocímetro – baixar para 20, você começa a pisar suavemente no freio
ao mesmo tempo em que vai soltando o acelerador. Entendeu?
- Entendi sim, pisar suavemente no freio e ir soltando
suavemente o acelerador.
E exatamente quando chegamos na placa, ele faz o que
indiquei e o carro vai desacelerando. Quando o mesmo já está quase parando,
tenho uma ideia.
- Agora, gira o volante para a direta, mas dessa vez você
vai girar um pouco mais. Vamos fazer à curva.
- Como? – ele me olha rapidamente e logo volta os olhos para
a lareira à frente.
- A curva. Vamos. Faça agora, Sasuke! – tento passar pressa
e ele logo obedece. Pouco à pouco o carro vai fazendo a curva – vá desfazendo o
giro do volante... Isso... Muito bom... – e o carro fica de frente para à
estrada de terra novamente – Ótimo. Agora pise mais no freio até o carro parar.
– ele pisa e o carro por fim, para – Ótimo. Agora puxe novamente a marcha e por
fim, aperte aqui – indico o câmbio de marcha – e isso vai ativar o ‘modo
estacionamento’ do bebê.
Ele faz tudo o que falei e o carro por fim para. Destravo o
cinto e saio do carro, dou à volta no mesmo e então dou duas batidas no vidro do
motorista e ele olha para mim. Indico a trava da porta e ele puxa à mesma,
abrindo-a.
- Já pode sair.
- Tem certeza? – olha desconfiado para o painel.
- Claro que sim. Vamos, venha.
Ele solta o volante lentamente e respira fundo quando tem a
certeza de que o carro não vai sair andando por ai sozinho. Demora um pouco
para ele destravar o carro e então eu percebo que as mãos dele estavam
tremendo. O Uchiha respira fundo e sai do carro. Ele me olha com as pupilas dilatadas
e abre um sorriso enorme.
- Você foi incrível! – sorrio animada e então o abraço
rápido – incrível. Incrível! – solto-o.
- Você viu? – ele estava muito animado – eu consegui
acelerar e depois passar a marcha e... Eu fiz uma curva, Sakura! – ele passa as
mãos nos cabelos – Compreende o que isso significa para mim? – ele ofegava no
final de tudo.
- Claro que sim, seu bobo! Eu me senti assim também quando
aprendi. – Sorrio – Você foi muito bom mesmo.
- Uau! – ele desliza uma mão dos cabelos e passa pelo rosto,
extasiado – Obrigado.
Rapidamente, ele me puxa para sí e me abraça forte. Fico
paralisada um tempo e acabo correspondendo. Nos afastamos e as bochechas dele
estavam coradas.
- Muito bem. – bato palmas – agora vamos voltar para casa.
- Vamos sim.
O Uchiha passa por mim e vai para o lado do carona enquanto
eu entro no banco do motorista. Pouco tempo depois já estamos passando pela
estrada de barro e ainda mais rápido estamos na estrada de asfalto do bairro.
Ele agora estava mais relaxado ao meu lado. Seus olhos estavam leves e os
ombros suaves. As mãos já não apertavam o banco e estavam em cima do colo dele.
Algum tempo depois, estamos finalmente parando na garagem
aberta. Desligo o carro, pego minha bolsa que estava nos pés do carona e então
nós dois saímos do carro. Ativo o alarme do bebê e seguimos para dentro de
casa. Uma vez dentro da habitação, ele fecha à porta de madeira.
- É o seguinte: Terceira loucura do dia. – começo a subir as
escadas enquanto ele permanecia em frente à porta.
- E qual seria? – segura no corrimão da escada.
- Você prepara o almoço!
Escuto-o resmungar baixo e sigo para meu quarto para poder tomar
um banho e voltar para ajudar o Uchiha à cozinhar, afinal, ele não sabia
praticamente nada sobre a minha cozinha e muito dificilmente saberia como
preparar alguma comida para almoço.
~> Continua
Que lindo eles falando de nao ter arrependimentos... a Sakura ta mudando o Sasuke pra melhor... e ate q enfim esta chamando ela pelo nome kkkkkkkkkk quais me acabo d ri nessa adrenalina kkkkk SUPER MEGA HIPER ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO
ResponderExcluirTeste cardíaco xD
ExcluirImagino o nervosismo dele quando ela acelerou o carro !!!! Perfeito.................Ansiosa pelo Próximo.
ResponderExcluirhaushaushaushaushaushauhs'
ExcluirAdrenalina pura
Esse capítulo foi muito fofinho! Até deu pra sentir daqui as borboletas se debatendo no estômago do Sasuke hora q ela "masageava" o Uchiha!
ResponderExcluirEle já está mais a vontade com a situação assim como a Sakura.
E esses momentos de loucura em! Kkkkk
Parece q ele gostou de chamar ela pelo primeiro nome *-*
E ele aprendeu a dirigir! Aeeee
Só falta tirar a habilitação senhor Uchiha, lindo fofo e cavalheiro >.<
"borboletas se debatendo no estômago"
ExcluirEeeeita q é bom d+
Amei,amei,amei
ResponderExcluirSenhor Uchiha já está se adaptando, e esse clima aumentando hahaha
Quero só ver esses dois 😏
Anciosa pelo próximo autora-chan❤
Tá lindo eles dois né? *O*
ExcluirSakura está mudando o Sasuke aos poucos e mostrando q ele pode viver a vida e de acordo com seus próprios termos, acho q essa é uma evolução e tanto para nosso Uchiha ranzinza.
ResponderExcluir