Projeto Ampulheta - Capítulo 11
Pego minha bolsa no banco do carona e então respiro fundo.
As lembranças do dia anterior ainda rodavam minha mente. Pego meu jaleco e saio
do huracán e ativo o alarme. Caminho pelo estacionamento que já estava bem
lotado e aciono o elevador. Não demora muito para eu estar no meu andar.
Assim que as portas do elevador se abrem, eu me deparei com
o Gaara colocando a senha no leitor do meu laboratório, quando ele me viu,
sorriu. Caminhei até o mesmo.
-
Bom dia, Doutora. - entra e eu o sigo.
-
Bom dia, Gaara. - Dou uma olhada rápida e vejo o Naruto
ao lado do Konohamaru e a Ino dentro da cúpula.
-
Então, como anda o Senhor passado? - abre a porta da
sala de controle.
-
Acredita que o ensinei a dirigir, ontem?
-
Não brinca. - ele sorri e fecha a porta.
Sigo para a cúpula e recebo um sorriso do Naruto. Aproximo o
rosto do leitor e a porta abre. Vou até a mesa de controla da cúpula, coloco
minha bolsa alí e então me aproximo da mesma, recebendo um sorriso da Ino.
-
Bom dia, loira.
-
Bom Dia, Saky. - ela mexia em alguns fios na lateral da
cúpula - Então, como estamos?
-
Maravilhosamente bem. - visto o jaleco e sento na
cadeira, analisando tudo o que aparecia no computador- Olha, falta pouco tempo
para terminar o rastreamento.
-
Falta sim, e então poderemos restaurar o programa e
acessar as configurações.
-
Bom… - suspiro… - Agora falta realmente pouco para o
Uchiha poder voltar para seu tempo.
-
Eeeepa, o que foi esse suspiro? - me olha com o cenho
franzido.
-
Que suspiro? - continuo olhando para a tela.
-
Ai meu Deus! Você tá apaixonada! - levanta rápido e
caminha em minha direção, desconfiada.
-
Nada a ver, Ino. - reviro os olhos e então levanto
caminhando na direção da máquina.
-
Ei não foge! Você tá apaixonada sim. - ela começa a
sorrir- Não acredito que o Senhor Etiqueta te prendeu!
-
Deixa de paranoia, Ino. - Dou a volta na máquina e
levanto a tampinha do controle manual e então começo a digitar uns códigos -
Apenas estou acostumada com a presença dele lá em casa. Só isso. - dou de
ombros.
-
Aham… Vou fingir que acredito. - Se encosta na mesa e
cruza os braços - Você tá me dizendo que tem AQUILO TUDO na sua casa e não
sente nada. Nadinha. Nadica de nada? -arqueia as sobrancelhas.
-
Sim, ele é muito bonito… tá gostoso! - revido quando
ela inclina a cabeça - Educado, um pecado que veio do passado, mas
ELE.VEIO.DO.PASSADO.
-
E é lindo, gostoso, maravilhoso, um fofo devo dizer.
Sem falar que eu percebi o modo como o Uchiha te olha e cara… Ele te come com
os olhos.
-
INO! - paro de mexer no painel de controle e coloco as
mãos na cintura - O Uchiha jamais agiria assim.
-
Meu bem, ele nem é padre nem santo. Mesmo sendo um poço
de educação e refino, ele é homem e devo dizer que com todas as letras
maiúsculas.
-
Você está muito saidinha, Dona Yamanaka! - volto a
mexer no painel quando à porta abre e o Naruto passa por ela.
-
Qual o assunto? Deixa eu adivinhar: Uchiha. - Vai até a
mesa de controle e senta na cadeira, mexendo no computador.
-
Tô aqui tentando explicar para a Sakura que o Uchiha tá
caidinho por ela.
-
Não tá não!
-
Tá sim. - Naruto rebate e eu o olho com cara feia - Nem
vem, Saky. O cara babou em você o sábado todo.
-
Naruto! - fecho a tampinha do controle manual e dou a
volta na máquina.
-
Olha só, eu sou um homem apaixonado, tá legal? Sou
capaz de conhecer outro soldado derrotado de longe, e o Uchiha, Dona Sakura, já
morreu em combate a muito tempo! - estala os dedos dando ênfase ao “muito”.
-
Olha só, ele só está admirado. O cara veio de uma época
onde nada disso existe. Onde as mulheres usam vestidos longos e fofos, falam
“Senhor”, são educadas e perfeitas. Como sou o oposto de tudo isso, ele está
fazendo comparações em sua cabeça. Apenas isso!
-
Você é educada e perfeita. Para a nossa época. - Ino
lembra - Mas não é só isso. Vai por mim. E eu até acho que você também está.
-
EU? - minha voz sai aguda.
-
Tá mesmo. - Naruto gargalha.
-
Claro que não.
-
A negação é o primeiro sinal. - a loira fala para o
loiro como se eu nem estivesse presente - Agora ela vai dizer que só o admira.
-
E é! Eu o admiro muito! - me defendo.
-
Agora vem as qualidades. - Naruto resmunga.
-
Com inveja, Naruto? O Uchiha é um homem de muitas
qualidades sim… Aposto que você piraria se fosse para 1000 e sei lá quanto. -
caminho brava na direção deles.
-
Chegou a advogada do Uchiha! - ergue os braços,
sorrindo. - Admite logo que você acha o cara tudo de bom, Saky.
-
Eu nunca neguei que ele é. - levanto o dedo indicador -
Mas apaixonada? Não… Claro que não!
-
Tá, vamos fingir que acreditamos… Você tá tão perdida
que nem lembra que o Kabuto está puto! - Ino avisa.
-
Ai meu Deus! - levo as mãos à boca - Esqueci dele.
-
Tô dizendo… - Naruto balança a cabeça, sorrindo ainda
mais.
-
Ele veio aqui logo cedo. - Ino faz cara de medo - Tava
soltando fumaça pelo nariz.
-
Droga! -solto um
gemido baixo e então me encosto na mesa, passando as mãos nos olhos e
deslizando-as pela franja e depois deslizo-as pela lateral do rosto - Tô muito
fodida.
-
Falando em fodida… Hoje também tem aquela visita, não
é? - O loiro suspira.
-
É. E eu realmente não sei o que dizer. O Kakashi tá
maluco, só pode.
-
Você vai se sair bem. - Ele levanta da cadeira e aperta
levemente meu ombro - Eu sei disso.
-
Valeu. - sorrio.
Continuamos com as análises na máquina. Além do Konohamaru,
a Tenten (a menina que trabalhava na sala de controle) estava lá hoje. Ela
ficava com a parte de passar todos os resultados para gráficos e planilhas. Era
muito, muito útil. O horário do almoço chegou e enquanto eu descia de elevador
com a Ino e o Naruto para o refeitório, recebi uma mensagem no celular. Era o
Kabuto. Pediu para eu o encontrar no refeitório. Então é isso, hora de
enfrentar a fera. As portas abriram no andar do refeitório e seguimos para a
fila. Peguei meu almoço e ví o Kabuto em uma mesa afastada. Respirei fundo e
caminhei até ele, dizendo aos loiros que iria resolver a guerra.
-
Olá. - Coloco a bandeja em cima da mesa e sento à sua
frente.
-
Sakura… - ele bebe um pouco de suco, me avaliando.
-
Como está? - tiro o garfo e a faca de dentro do
saquinho.
-
Poderia estar melhor… E você? - come um pouco do arroz.
-
Bem, obrigada. - sorrio, ignorando a “patada” dele. -
Apenas um pouco nervosa por conta da visita de hoje.
-
Não deveria, você vai se sair bem.
-
Obrigada. - como um pouco. - Mas vamos ao assunto. O
que deseja?
-
Você já sabe. - respira fundo e come um pouco, cruzando
os braços em seguida.
-
É… sei… - suspiro.
-
Quem é aquele cara, Sakura?
-
Aquele é o Sasuke, um amigo de longe… muito longe.
-
Vocês tão juntos? - franzi o cenho.
-
Não! Claro que não. - balanço a cabeça.
-
Então por que cargas d’água ele agiu daquele jeito? É
maluco por acaso?
-
Não, Kabuto, o Sasuke não é maluco, apesar de parecer…
É que… -respiro fundo- Ele vem de uma familia… Conservadora, sabe? e… Você
chegou daquele jeito e… Ele só pensou que você estava me… atacando. - mordo o
lábio inferior.
-
Mas eu tava! - ele tira os óculos - Eu tava porque é
assim que somos, não é?
-
Eu sei. - resmungo.
-
Por que ele estava na sua casa? - franzi o cenho.
-
É que o Uchiha vai passar uns dias aqui na cidade e… Tá
hospedado lá. -dou de ombros e volto a comer.
-
Você concorda que isso é estranho, não concorda?
-arqueia uma sobrancelha.
-
Só em sua mente maldosa.
-
Mente maldosa? Sério isso? Por que o cara não se
hospeda em um hotel? Seria o mais indicado, não acha? -come.
-
Talvez, mas é que ele veio para cá sem opção e tals…
Então resolvi ajudá-lo.
-
Hospedando-o em sua casa.
-
Sim, Kabuto. Qual o problema? - arqueio as sobrancelhas
- O cara veio para cá e vai passar pouco tempo. Não conhece nada na cidade e
está um pouco perdido ainda, então é justo que eu, como amiga, o ajude.
-
Não… tudo bem. - faz cara de “tanto faz” - Apenas estou dizendo o que acho.
-
Agradeço sua visão, mas pode deixar que eu sei me
cuidar.
Um silêncio constrangedor se faz e terminamos nosso almoço
assim, no maior silêncio. Claro que ele ainda estava puto e eu agora também
estava, afinal, a gente só ficava, sexo sem compromisso e o cara inventa de
ficar de “questionamento”... Aaaaah tenha santa paciência! Comi o mais rápido
que pude e tenho quase certeza que terei azia mais tarde.
Por volta das 15:00 o Kakashi ligou informando que teríamos
reunião com os visitantes em 20 minutos. Fui até o banheiro e refiz meu cóque,
ajeitei a franja e depois passei as mãos na minha saia lápis, preta. Ajeitei as
mangas da minha camisa social branca que estava por dentro da saia. Respiro
fundo e balanço a cabeça de forma positiva para meu reflexo no espelho. É isso
ai!
Sai do banheiro e encontrei os olhos ansiosos do Naruto,
Ino, Konohamaru e Tenten. Ergui a cabeça confiante e então sai de lá, indo até
o elevador e acionando o andar do Kakashi. A reunião seria na sala de reunião
do presidente. As portas do elevador abriram e eu segui pelo corredor, chegando
à secretária do Kakashi, uma mulher muito bonita chamada Mei, segundo boatos,
eles andam se pegando… Quero novidade!
-
Olá, Mei.
-
Doutora Haruno! - sorri animada - me acompanhe, por
favor.
A mulher levanta e me guia até a sala de reunião, quando a
porta abre, dou de cara com o Kabuto, Gaara, Hinata e o Shikamaru (um carinha
da parte de comunicação). Sentei ao lado da Hinata e ela me deu uma piscadela
marota. Pouco tempo depois, o Kakashi chegou com os acionistas: Orochimaru,
Jiraiya e Tsunade. Eles sentaram nas três cadeiras dispostas numa ponta da
mesa, enquanto o Kakashi, sentado à outra ponta apresentava todos os projetos.
Um tempo depois, o Kakashi levantou e seguiu para a apresentação em slide dos
projetos e apresentou o representante de cada um alí.
Além de mostrar aos visitantes os projetos, nós, os
responsáveis por eles, passaríamos a conhecer melhor os outros projetos. Quase
duas horas depois do inicio da reunião, foi dado a ordem para que seguíssemos
para os laboratórios, o primeiro foi o do Gaara. Ele explicou cada detalhe do
que estava fazendo. Quase uma hora depois, seguimos para o do Shikamaru e eu
confesso que me interessei bastante, ele era um cara muito inteligente e
dedicado. Depois fomos para o da Hinata e ai eu percebi que o prédio estava
praticamente vazio quando por fim, chegamos ao meu laboratório e lá estavam
apenas a Ino e o Naruto. Para a minha sorte, o rastreamento havia terminado e o
Naruto estava tentando encontrar os problemas na sala de controle a Ino mexia
no computador dentro da cúpula.
-
Bem, essa aqui é a sala de controle - abro a porta e
todos entram - Esse é o Naruto Uzumaki, Doutor em Exatas. - ele acena com a
cabeça. Algumas cabeças viram na direção da Hinata (Uzumaki) - Aqui todas as
informações básicas são processadas. Também a usamos quando precisamos fazer os
testes com a máquina, essa sala é totalmente protegida contra tudo o que
acontece alí dentro. - indico a cúpula - A sala ao lado é a sala de teste, ela
é diretamente ligada à cúpula e não contém nenhuma proteção, usamos para saber
as reações que o ambiente sofre quando a máquina trabalha. Alí fica o banheiro
e por fim temos a cúpula. - saio da sala de controle e sigo para a cúpula,
aproximo os olhos do leitor a porta abre, todos entram - Essa é a Ino Yamanaka,
Engenheira Tecnológica. Aqui controlamos a máquina diretamente, todos os dados
possíveis se encontram nesse computador que é acessado através da digital.
-
Tudo aqui parece muito sigiloso - a voz melosa do
Orochimaro soa - Cheio de leitores biométricos.
-
Certamente. - caminho até a máquina, deslizando a mão
sobre a tampa da mesma - essa beleza aqui, apresar de parecer inofensiva é
capaz de causar um grande estrago em células.
-
Muito interessante. - Jiraiya se aproxima da lateral da
mesma e ergue à mão.
-
Não toque… por favor. - aviso rapidamente - qualquer
erro pode colocar tudo a perder.
-
Perdão. - ele sorri e coloca as mãos dentro dos bolsos
da calça. - Então o que exatamente essa… máquina faz?
-
Basicamente, ela quebra as moléculas, as transporta e
depois as uni novamente.
-
Como… Um teletransporte… gigante? - A Tsunade arqueia
as sobrancelhas.
-
Exato.
-
Você está querendo dizer, que essa máquina é capaz de
transportar coisas de um lugar para o outro? - Orochimaru se aproxima.
-
Sim.
-
Fascinante. - sussurra e seus olhos brilham. - E ela já
está funcionando?
-
Não… Houve um problema no programa de controle e
comandos e agora estamos tentando encontrá-lo para poder continuar com o
sistema operacional.
-
Quanto tempo leva? - Ele agora me olhava curioso.
-
Não sei. - dou de ombros. Ele estava querendo saber
demais.
O Kakashi compreendeu minha insatisfação. Ele me conhecia
muito bem e fazendo um breve sinal para o Kabuto, a atenção foi tomada para sí
e pouco tempo depois a reunião foi dada como encerrada e eles foram embora.
Cansada, com fome e desejando apenas um banho e minha cama, liberei Naruto e
Ino e segui para meu carro.
Está dentro do bebê me fazia lembrar da pequena aula de
direção que eu havia dado ao Uchiha. De como ele ficou ao dirigir e mais, me
fez pensar que, talvez, apenas talvez, ele também pudesse ser um homem que se
acostumaria com o tempo à tecnologia. Como sempre, chegar à entrada do
condomínio era algo que me fazia acelerar. E eu acelerei. Pouco tempo depois
estava estacionando na garagem aberta.
Desligo meu huracán e encosto a cabeça no banco, fecho os
olhos e respiro fundo sentindo meus músculos retesarem. Inclino a cabeça para o
lado e pego minha bolsa, jaleco e então saio do carro ativando o alarme logo em
seguida. Pego as chaves e abro a porta de madeira, passo e fecho a porta. Toda
a casa estava escura, com exceção de uma pequena luz que vinha da sala. Desço
os pequenos degraus de granito branco e vejo que a mesa estava totalmente
posta. Caminho um pouco mais e vejo que a iluminação vinha do abajur da sala de
visitas.
Respirei fundo e senti um aperto no peito quando ví que,
“caído” sobre o sofá de couro marrom, estava o Uchiha. Tiro meus scarpin e
coloco-os perto do pequeno jardim interno ao pé da escada. Coloco minha bolsa e
meu jaleco nos primeiros degraus da escada também e vou caminhando suavemente
até a sala. Ele estava sentado, mas a parte de cima do tronco e a cabeça estava
tombada por cima do estofado. O coitado estava todo torto. Vestia uma calça de
malha e uma camisa polo. Descalço. Os cabelos caídos no rosto… Me inclino um
pouco e então deslizo os dedos, de forma suave, por sua têmpora até a testa,
afastando os fios dos olhos dele.
-
Sasuke? - chamo baixinho. Mas ele não se mexe. Seguro
levemente seu ombro e balanço um pouco - Senhor Uchiha? – chamo-o mais alto.
-
Hun? - Ele respira fundo e então franzi o cenho.
Perdido, ele abre os olhos piscando algumas vezes e então seus orbes vagueiam
pela sala parando em mim - Senhorita. - Sussurra com a voz rouca e grave por
conta do recém sono.
-
Oi. - Sorrio e me afasto um pouco - Por que está aqui,
homem?
-
Eu… - ele pigarreia, tentando melhorar a voz e
levantando preguiçoso, passando as mãos nos cabelos logo em seguida - Perdão…
Estava lhe esperando, mas acabei pegando no sono.
-
Me… esperando? - franzi o cenho e então lembrei da mesa
- Ai Odin.
-
É… - sorrio constrangido - A Senhorita falou ontem que
teria um dia difícil então… - dá de ombros- pensei em lhe preparar algo para
comer quando chegasse.
-
Não me diga, por favor, que também não comeu. - Era
quase 22:00.
-
Que cavalheiro eu seria se deixasse uma dama comer
sozinha, Senhorita Haruno? - Franzi o cenho. Os olhos dele ainda estavam
nublados e levemente avermelhados - Com fome?
-
Ah… - Pensei em dizer que preferia um banho antes, mas
o coitado estava com sono, com fome e certamente desejando muito dormir. Seria
injusto de minha parte pedir mais. - Morrendo. - confesso.
-
Tudo bem. Espero apenas não lhe matar com… seja lá o
que eu fiz. - faz uma breve careta e então me indica à mesa fazendo uma breve
mensura.
Sigo para a mesa e ele puxa a cadeira para que eu sentasse e
assim o faço. Ele dá a volta e senta do outro lado. Como ainda estava escuro,
levanto rapidamente e ligo a luz que ficava em cima da mesa e sento novamente
recebendo um olhar reprovador do Uchiha. Ajudo-o a destampar as travessas e vejo
um macarrão com molho de alguma coisa e o que me pareceu ser bife com cobertura
de alguma coisa. O cheiro estava muito bom e meu estomago reclamou quando o
senti.
-
Está com uma cara muito boa.
-
Agradeço. - ele nos serve e eu aproveito e nos sirvo
com suco.
Tento adivinhar apenas olhando e pelo cheiro o que ele havia
colocado, mas como não descobri, desisti e comi um pouco e devo admitir, estava
muito, muito bom. Ergo meus olhos de forma misteriosa e vejo uma cena que me
fez querer sorrir e ao mesmo tempo fez os pelos de minha nuca se arrepiarem: O
Uchiha me olhava mordendo o lábio inferior de forma ansiosa. As sobrancelhas
levemente arqueadas e franzidas. Seus olhos, ainda avermelhados, já não
possuíam mais a confusão pelo sono recente, mas seus cabelos bagunçados
deixavam um aviso do que havia acontecido. Pra piorar, ele foi livrando
lentamente o lábio inferior dos dentes.
-
Tudo bem? - ele estava realmente ansioso.
-
Ah… sim. - pego o guardanapo e limpo minha boca - Na
verdade está… incrível. - bebo um pouco de suco - Como você fez?
-
Bem… - ele limpa a boca e bebe um pouco do suco - Na
verdade… Eu não sei muito bem.
-
Como? - Arqueio as sobrancelhas e vejo as bochechas dele
ficarem coradas.
-
É que… Eu comecei pegando algumas coisas dentro da… -
ele olha rapidamente para a geladeira.
-
Geladeira.
-
Isso… Obrigado. - Sorri brevemente - E da dispensa,
então peguei o macarrão e comecei a preparar, mas não sabia se estava ficando
bom… Até agora.
-
Está sim. Obrigada.
-
Disponha.
-
Ah… Sasuke? - O chamo depois de um tempo em silêncio. O
jantar já estava quase terminando.
-
Sim?
-
Eu agradeço muito, de verdade, pelo jantar, mas… Não
precisava.
-
Claro que precisava, Senhorita.
-
Não… - Suspiro, cansada - Veja, eu cheguei tarde e você
precisou ficar esperando… Não precisava. Deveria apenas ter preparado algo para
você. Eu iria me virar quando chegasse.
-
Perdão? - Franzi o cenho.
-
Eu daria um jeito… Iria preparar algo, entende? - Termino
meu jantar e ele também.
-
Ah sim.
-
Enfim… Agradeço de coração, mas não fique mais com fome
por minha causa. Compreende?
-
Compreendo.
Ele levanta suspirando, dá a volta na mesa e estende as mãos
para mim. Coloco o guardanapo em cima da mesa e seguro suas mãos levantando.
Ele aperta levemente minhas mãos me fazendo olhar nos seus olhos.
-
Mas compreenda a Senhorita também: Mesmo estando em
outro século, mesmo não pertencendo a nada disso, mesmo que eu volte para o meu
tempo ou que eu fique preso aqui para sempre, nunca, jamais, deixaria de
tratá-la como a dama que realmente é, mesmo a Senhorita relutando contra isso.
-
Eu… - pisco algumas vezes e então desvio o olhar
sentindo o peso da culpa sobre meus ombros - Eu não mereço tanto assim. - olho
para ele - Te arranquei de um lugar do qual nunca deveria ter saído e agora
veja… Sua vida certamente deve estar uma bagunça. Mesmo você não reclamando, ou
cobrando por isso.
-
Nem em mil anos eu reclamaria ou cobraria. Algumas
coisas acontecem simplesmente para nos mostrar que nem tudo é como imaginamos
ser, Senhorita. E eu, com certeza, voltarei sabendo que existe algo além
daquilo que eu sempre julguei certo.
-
Tipo oque? - franzi o cenho.
-
“Tipo” a hora. - Ele olha para o relógio na parede que
indicava 22:39 e depois me olha sorrindo - A Senhorita já deveria estar
dormindo, hun?
-
Não sabia que tinha hora para ir dormir.
-
Oh sim, tem. Senhoritas devem se recolher cedo.
-
Depois que te ajudar aqui. - desvio dele, mas ele
segura minha mão esquerda, me parando.
-
Já para a cama, Senhorita. - se inclina e beija o dorso
da minha mão esquerda, me olhando nos olhos - Eu cuidarei disso.
-
Não mesmo. Você preparou o jantar, me esperou e…
-
Por favor. Não seja tão insistente. Apenas vá se
recolher e deixe tudo comigo. - O Uchiha segura minha mão e coloca em seu
antebraço, me guiando até a escada. Ele se abaixa e pega minha bolsa e o jaleco
e tirando minha mão de seu antebraço, me estende as coisas - Agora vá.
-
E por que eu deveria lhe obedecer? - Pego minha bolsa e
o jaleco.
-
Porque eu sou o homem da casa. Agora vá. - Indica o
mezanino com a cabeça - Boa noite, Senhorita.
-
Aff. - reviro os olhos, já subindo as escadas - Boa
noite, Senhor Homem da Casa do século rererererereretrasado.
-
Não tão “re” assim, Senhorita. - fala divertido.
Reviro os olhos. Quando chego em meu quarto, jogo tudo em
cima da poltrona que havia no quarto e sigo para o banheiro, tomo um banho
demorado e relaxante, e então visto uma camisola branca, me jogando na cama e
me cobrindo. Embolo na cama e fico olhando para o teto lembrando de tudo que
aconteceu. Talvez não fosse tão ruim assim ter errado com a máquina, fazendo-a
funcionar. Acabo sorrindo. Eu deixo o sono me levar para um lugar no
inconsciente onde as lembranças continuariam a vir sem que eu tivesse controle
sobre elas.
~> Continua
Suspirando... ai ai acho que vou passar a noite suspirando 😍😍😍😍 Sakura mulher colocar esse Kabuto no lugar dele ja qrendo explicação quem ele pensa q eh aff ... e gente ter esses dois amigos loiros é muito bom pra dizer a verdade kkkkkkkkkk e o Senhor Uchiha tomou mesmo posse do título de homem da casa e tem q ser homem da casa em todos os niveis senhor Uchiha ♡♡♡♡♡ capítulo perfeitoooo como sempre viado... Super hiper mega ansiosa pelo próximo capítulo
ResponderExcluirSuspire mesmo xD
ExcluirQue incrível!
ResponderExcluirO Sasuke cada vez mais encantador, se acostumando com tudo que está acontecendo. E a Sakura está mais elvolvida do que pensa, tambem ne, com um homem assim, se envolve sem nem perceber.
Ansiosa pelo proximo!
Quando ela perceber: Já era!
ExcluirPerfeito
ResponderExcluir;D
Excluir