Projeto Ampulheta - Capítulo 10
Demorei mais que o esperado em meu quarto. Acabei recebendo
uma ligação do Gaara falando sobre a visita de amanhã. Eu estava nervosa, a
visita seria tensa demais. Vesti uma calça moletom (pois estava frio) e uma
camisa de mangas soltinhas e então sai. Ao chegar no mezanino, me deparei com o
Sasuke de pé, em frente às portas de vidro, com os cabelos molhados, uma calça
também moletom, um blusão e com as mãos nos bolsos da calça. Mesmo daquele
jeito, tinha uma postura extremamente elegante. Franzi o cenho, mas percebi que
ele olhava à chuva que caía do lado de fora.
Pera, chuva?
Quando começou a chover?
Desci os degraus e por estar descalça (assim como ele
estava, percebi logo em seguida) e o chão ser de madeira, o Uchiha não me
ouviu. Olhei rapidamente para a mesa e ví os pratos e talheres em cima da
mesma. Me encostei na mesa e cruzei os braços vendo-o tão perdido em seus
próprios pensamentos. Será que estava pensando em sua casa? Provavelmente
estava. Ele deveria estar sentindo muita falta de tudo.
- A chuva também é diferente? – perguntei baixo.
O Uchiha se sobressaltou, mas ainda assim não perdeu a
elegância de sua postura. Virou o corpo em minha direção e fez uma breve reverência
ainda com as mãos nos bolsos.
- Perdoe-me, não lhe percebi chegar. – sua voz era baia
também. Ele caminhou em minha direção.
- Tudo bem. – sorri – Então, também é diferente?
- De forma alguma. – sorri – apenas estava pensando em como
as coisas são diferentes. – Ele olha minha casa – simplesmente tudo.
- Sente falta, não é?
- A Senhorita não sentiria? – crispou os lábios.
Desviei meu olhar do seu e olhei minha casa. Com toda a
certeza que enlouqueceria caso fosse mandada para o passado. Imagina viver sem
toda essa tecnologia que eu possuía? Agora imagina para ele estar em um mundo
que até quase duas semanas atrás não existia em sua vida? Volto meus olhos para
o Uchiha.
- Acho que você está se saindo melhor do que eu poderia me
sair.
- Não concordo com esse pensamento. – ele desviou o olhar
para a cozinha e então soltou um suspiro – Não sei como fazer isso.
- Estou aqui para lhe ajudar. – Sorrio, animada.
- Hun... – ele me olha e então sorri, caminha até mim e
dobra o braço – Então devo lhe acompanhar, certamente?
- Certamente que sim, Senhor Uchiha. – faço cara de “madame”
e então olho para seu braço – O que...?
- Permita-me. – ele segura minha mão e passa por entre seu
braço e apoia minha mão na dobra de seu cotovelo – Assim. – Ele leva à mão
livre para trás do próprio corpo e então me conduz até a cozinha – Então, por
onde começamos?
- Primeiro vou lhe ensinar como funciona a geladeira, fogão,
micro-ondas você já sabe... cafeteira e... ah! Onde ficam todos os alimentos e
materiais.
- Me parece um bom começo. – e então quando chegamos no meio
da cozinha, ele segura minha mão que repousava na curva de seu cotovelo, tirando-a
dalí e inclina o corpo levemente, beijando o dorso da mesma sem tirar os olhos
dos meus, depois, voltando a ficar ereto – Então vamos à... geladeira.
- Ah... é... – pisco algumas vezes tentando compreender a
reação (sem motivo) dele.
O Uchiha me indica a geladeira com a mão que apoiava à minha
à poucos segundos e eu me viro automática para a mesma. Abrindo-a, começo a
explicar como a mesma funcionava. Depois ensinei como funcionava o fogão, e o
perigo que o gás apresentava. Ele ouvia tudo muito atento e vez ou outra
exclamava um “oh” ou “ah” a cada compreensão. Quando terminei, fomos para a
dispensa (já que eu havia mostrado tudo o que a geladeira comportava) e depois
o armário. Quando terminamos, eu tinha um Sasuke de sobrancelhas erguidas e
parcialmente instruído.
- Alguma dúvida? – pergunto por fim.
- Para falar a verdade, bastantes, mas por hora acredito que
dê para sobreviver.
- Que bom. Vejamos... – mordo o lábio inferior pensando o
que poderíamos preparar e então tenho uma ótima ideia. Vou até o armário e pego
arroz. – Pega uma panela para mim, por favor?
- Certamente. – Ele vai aonde estava as panelas e para. Olho
para o Uchiha e ele olhava as várias panelas alí dentro – Ah... Senhorita...
- Hun?- Arqueei as sobrancelhas e então lembrei que ele não
sabia qual pegar – Oh. Aquela alí, a terceira de cima para baixo. – aponto
enquanto colocava o arroz em cima da bancada e pegava dentro da geladeira um
lombo.
- Algo mais? – coloca a panela em cima da bancada.
- Uhum, dentro daquele armário alí. – indico o armário que
ficavam as tigelas e travessas enquanto colocava o lombo no micro-ondas para
descongelar e via o Uchiha abrir o armário – Isso, pega aquela travessa alí...
Aquela de porcelana, branca.
- Essa? – toca em uma.
- Não. Aquela outra, ao lado dela... Essa!
Ele coloca a tigela em cima da bancada. Caminho até a
geladeira abrindo-a e o chamo com a mão, ele se aproxima e eu me abaixo em
frente à geladeira e começo a tirar de lá algumas coisas para rechear o lombo.
Enquanto isso, eu ia entregando o recheio para o Uchiha que quando não
conseguia mais segurar tudo, depositava sobre à bancada e voltava para pegar
mais. Quando por fim, peguei tudo segui para a dispensa e peguei alguns
temperos e no mesmo instante o micro-ondas apitou.
- Pega pra mim? – peço.
- Sim. – Vejo-o calçar as luvas que eu havia deixado próximo
ao aparelho e ele abre a portinha, pegando o lombo de lá e depositando-o sobre
o balcão – Algo mais?
- Veja. Para preparar o arroz, por exemplo, você precisa
colocar água na panela assim. Essa quantidade é ideal para nós dois. Depois
liga o fogão e coloca no fogo. Entendeu? – olho para ele, desconfiada.
- Sim. – balança a cabeça, afirmando.
- Ótimo. – volto para o balcão e ele me segue – Vamos
preparar um lombo recheado. - Subo as mangas da minha camisa. - Está vendo como
ele é? Agora... – pego a tábua de carne e uma faca no faqueiro e na mesma hora,
o Uchiha toma a faca de mim – O que...?
- Perdão, Senhorita. Essa faca parece bem afiada. Deixe-me
fazer isso.
- Mas...
- Por favor. – os olhos dele estavam decididos e ele
segurava a faca com possessão. Eu não conseguiria toma-la de sua mão nem em mil
anos.
- Tudo bem. – Suspiro derrotada. – Veja, você precisa dar
cortes do início ao fim, corte suave, vamos “abrir” a carne como se à desenrolasse.
- Acho que compreendi. – Ele se posiciona ao meu lado e eu
me afasto um pouco, deixando-o ficar em frente à carne. Ele apoia uma mão na
peça enquanto a mão que possuía a faca ía de encontro à mesma. – Aqui está bom?
– encosta a faca na carne, me mostrando a espessura.
- Mais para cá.
- Aqui? – Ele desliza a faca.
- Não... – dou à volta no Uchiha e fico ao lado da mão da
faca. Coloco minha mão sobre a sua e então a conduzo, deixando-a no local ideal
e depois à solto. – Aqui.
- Tudo bem. – Sussurra e então pigarreia. Ele dá um corte
reto e preciso da peça – Desse modo?
- Exatamente assim! – bato palmas, animada – Você tem ótimas
mãos, Sasuke!
- O-Obrigado. – olho para ele e o mesmo vira levemente o
rosto para o lado, percebi que suas bochechas estavam levemente coradas. Ele
ficou envergonhado? Gente do céu!
- Continue cortando. Vou colocar o arroz na panela. – pego o
pote que comportava o arroz e então sigo para o fogão.
- Quanto exatamente a Senhorita coloca? – a voz dele soou
curiosa.
- Veja, a medida para duas pessoas costuma ser aquele copinho
alí. – indico um medidor sobre o balcão. E então pego uma espátula e mexo o
arroz – e a medida para macarrão é essa aqui ó. – Vou até o armário abrindo uma
gaveta e pego uma espátula dentada – Tá vendo esse furo aqui no meio? – indico
o furo e ele balança a cabeça, afirmando – essa é a medida para uma pessoa.
Para duas pessoas é só colocar duas medidas dessa.
- Compreendo. – Ele volta a cortar o lombo. – Mas diga-me,
como esse lombo será preparado?
- Ahaaaar! – caminho ardilosa em sua direção e quando estou
ao seu lado, faço impulso, sentando no balcão ao lado da tábua de carne e
ficando de frente para ele. – vamos fazer um recheio muito bom... ou melhor,
você vai fazer. – cutuco o ombro dele.
- P-Perdão? – os olhos dele caem sobre mim e depois descem
pelo meu corpo como se analisasse a forma que estou e então desvia os olhos
para a carne – E-eu?
- Sim. Estou lhe ensinando, lembra?
- Certamente. – pigarreia e então termina de cortar a carne.
– E agora? – com um suspiro, ele volta a olhar em meus olhos.
- Agora você vai pegar... – olho para o lado e pego uma
cebola, uma tomate, coentro, queijo mussarela, gorgonzola, coalho e presunto –
você vai cortar esses aqui em rodela e os outros vai pinicar.
- Parece fácil. – ele pega tudo e coloca ao lado da tábua e
coloca a cebola sobre a tábua. Quando o Uchiha começa a cortar, vejo-o fungar e
então ele passa o dorso da mão nos olhos.
- Sasuke? – inclino a cabeça já imaginando o que estava
acontecendo.
- Sim? – murmura sem me olhar.
- Sasuke? – tento olhá-lo, mas ele vira levemente a cabeça –
Senhor Uchiha!
- Perdoe-me! – ele larga à faca e quando faz menção de se
afastar eu seguro seu ombro e ele para a ação na mesma hora.
- Está chorando? Não seja bobo. – levo a mão até seu queixo
e puxo levemente seu rosto em minha direção. Ele estava muito corado e os olhos
estavam vermelhos e alagados pelas lágrimas, quando pisca, elas escorrem pela
face. – Oh Céus! Isso é normal. – apoio minhas mãos em seu rosto e enxugo as
lágrimas com meus polegares. – Eu choro horrores. – sorrio.
- Um cavalheiro não deveria... – tenta se justificar
baixinho.
- Xiiih. – calo-o levando o dedo indicador até seus lábios e
só então percebo como são macios. Acabo olhando aquele pedaço de carne e
sentindo um formigamento em meu estomago, tiro o dedo dalí, pousando minha mão
em seu ombro – é normal. Acredite. E... não se preocupe. – pigarreio – um
cavalheiro não deveria ser verdadeiro? – arqueio as sobrancelhas.
- D-De fato, mas... – sua voz estava rouca.
- Mas nada. Você vai cortar isso ai e vai chorar, sorrir,
fazer o que quiser! Você não está em 1798.
- A Senhorita é muito cabeça dura. – resmunga, mas seus
lábios se repuxam em um sorriso de canto.
- Você, Sasuke, você. Nada de Senhorita... e sim, eu sou
muito cabeça dura. – pego à faca e estendo-a para ele – então? – arqueio as
sobrancelhas.
- Tudo bem. – suspira e pega à faca, voltando a pegar a
cabeça e cortá-la – Não posso acreditar que estou fazendo isso. – resmunga um
tempo depois.
- Cozinhando? – Apoio as mãos no balcão e balanço as pernas que
pendiam para foram do mesmo.
- Cozinhando, chorando... – para de falar no exato momento
em que o barulho de um trovão faz a casa vibrar. Ele para o corte e na mesma
hora, olha para o lado de fora da casa.
- Medo de trovão? – olho na mesma direção que ele olhava.
- De forma alguma. – Suspira e então pega o tomate e começa
a cortá-la – Apenas vendo algo que é semelhante em minha época. Chove bastante.
- É mesmo? – desço do balcão e vou até o fogão, desligando-o
e colocando a panela sobre a pia e pegando um escorredor.
- Oh sim. Principalmente no inverno. – escuto um sorriso – A
Mei morre de medo... Sempre corria pela casa me procurando quando um trovão
cortava o céu. Ela diz que eu sou “capaz de fazer o bicho ir embora” –vejo-o
sorrir nostálgico.
- Mei... sua sobrinha não é? – termino de escorrer o arroz e
volto à sentar no balcão.
- Oh Sim. Meu maior tesouro. – ele me olha e seus olhos estavam
com um brilho diferente, angelical, inocente... – Cabelos negros como a noite e
olhos tão negros quanto, mas um sorriso sapeca sempre lhe está estampado no
rosto.
- Me parece uma criança agradável. – sorrio, vendo-o
“brilhar em orgulho”.
- A Mei ainda é uma criança, mas já carrega traços de uma
perfeita dama. Só perde esses traços quando corre pela casa com o vestido sujo
de lama – faz bico – ou quando quer ir comigo para o estábulo ou cuidar do
gado. – ele abre a boca em um sorriso radiante – ela adora os cavalos, apesar
de a Izumi não gostar nem um pouco disso.
- E por que não? – pego uma rodela da tomate e como, isso
faz ele me olhar com as sobrancelhas erguidas e então baixar à cabeça com um
sorriso de canto – Que foi?
- Não foi nada, Senhorita.
- Agora vai ficar de segredinhos? – pego outra rodela.
- É que... – ele suspira – tomate é algo indispensável na
família Uchiha.
- Mesmo? – arqueio as sobrancelhas.
- Mesmo. A Mei vive dizendo que é graças à elas que “se
tornará uma bela Senhorita”.
- Ela deve ser linda. Vai chover gatinhos no pet shop dela.
– pisco marota.
- Desculpe? – franzi o cenho.
- Eu quis dizer que ela vai ter muitos pretendentes.
- MAS NEM EM MIL ANOS! – ele se exalta nervoso e isso faz a
faca cair na tábua e eu me assusto – Perdão! – se desculpa, pegando à faca e
suspirando fundo – Desculpe-me Senhorita! – ele pega minha mão com a sua mão
livre e a beija de forma nervosa, soltando-a logo em seguida – É que... Ela
é... Céus! – sussurra e então deixa à faca cair na tábua novamente. – É que ela
só tem 6 anos!
- Está tudo bem, Sasuke. – Seguro seu ombro, confortando-o –
Não vai ser agora.
- Nem em mil anos. – murmura, me olhando rápido. – Tenho uma
mira espetacular. E uma invejável coleção de armas. – sorri orgulhoso.
- Não pretende ameaçar os pretendentes dela, não é? É melhor
ela irar freira se for assim! – deixo minhas mãos cair ao lado do meu corpo.
- É uma maravilhosa ideia. – ele pega a faca, animado – Vou
dar essa ideia ao Itachi. Tenho certeza que ele irá ficar muito, muito contente
com isso.
- Oras... Deixe de ser tão turrão. Veja só, O Itachi casou,
você quer casar... a Izumi casou... Por que a menina não pode? – cruzei os
braços na altura do busto e outro trovão rompeu a casa.
- Exatamente por isso! Ela é meu anjinho, minha princesa... Sabemos
muito bem o que acontece quando as pessoas se casam... Não permitirei que
nenhum sujeito se meta à mal intencionado com ela. – Ele cortava os tomates com
força – De forma alguma.
*$*$*$*$*
Solto um suspiro alto e me espreguiço. Coloco o livro na
cabeceira da cama e olho pelas portas de vidro da varanda que estavam fechadas,
a chuva torrencial que caía lá fora fazia a temperatura baixar gradativamente.
Levanto rápido e vou até o closet, pego um par de meia e calço. Olho ao redor
sem saber o que fazer e então me vem uma ideia maravilhosa.
Filme!
O clima estava perfeito para assistir a um bom filme de
terror.
Corro até minha cama, pego meu edredom jogando-o por sobre à
cabeça e me envolvo com ele. Saio do quarto e me aproximo do quarto do Uchiha e
dou duas leves batidas.
- Um minuto! – sua voz soa distante.
- Tá. – envolvo o edredom ainda mais no corpo e vejo a casa
ser iluminada por um relâmpago.
- Pois não?
- Ah! – olho para o lado, ele vestia um conjunto moletom
igual a mim e seus pés também comportavam meias. – Também com frio, né! –
sorri.
- Um pouco, mas... – ele olha o edredom – O que houve? Está
tudo bem? – franzi o cenho.
- Oh sim. É que eu vou assistir um filme, tá afim?
- Filme?
- É... É tipo... – mordo o lábio inferior para pensar – Ah!
É tipo um teatro, só que na TV.
- Teatros são bons.
- São mesmo. É de terror. Quer vir? – indico o corredor que
dava acesso ao mezanino com o polegar.
- Ah... Sim, claro. – ele sorri – Obrigado pelo convite.
Dou um passo para trás e ele sai do quarto e então me indica
o corredor com a mão, me dando passagem. Balanço a cabeça com aqueles costumes
e vou caminhando à frente. Assim que chegamos na sala, vou para a cozinha e
coloco pipoca no micro-ondas enquanto preparo rapidamente um chocolate quente.
Quando tudo fica pronto, ele me ajuda a levar para a sala de tv e colocamos a
comida em cima da mesinha de centro que fora arrastada da outra sala. Pego o
controle e deito no sofá na parte extensa. O Uchiha senta com sua perfeita
postura na outra ponta do sofá.
- Vamos ver um filme bom... – começo a passar as opções de
filmes de terror e então acho um maravilhoso – Esse!
- Invocação do mal? – Franzi o cenho e me olha curioso.
- Tem medo de fantasmas?
- De forma alguma.
- Ótimo!
Seleciono o filme e então não demora para estarmos perdidos
no mesmo. Os clarões dos relâmpagos iluminavam a sala e isso tornava tudo ainda
melhor quando se associava ao som estéreo. Cada cena que passava, deixava-nos
ainda mais paralisados e focados na tv. Eu acredito que ele estava mais
maravilhado com a tv do que com o filme em sí. A pipoca já estava na metade e o
chocolate quente também. Me inclino e pego um punhado de pipoca quando o homem
do filme abre a porta no MEIO DA NOITE e sai de casa para olhar na varanda.
- Ai céus. NÃO VAI! – me desespero levando à pipoca à boca.
- Ele pode nos ouvir? – ouvi o Uchiha sussurrar ao meu lado.
- Não. Não pode... Homem... não dá as costas! – eu já estava
ficando desesperada quando ele volta para dentro de casa e então uma mulher
vestida de empregada, babá, sei lá que muléstia era aquilo, aparece e mostra os
pulsos cortados e então some– NÃO VAI ATRÁS DELA SEU MALUCO!
- Mas, se ele não pode ouvir... – o escuto questionar.
- Xiiiiu. – balanço a mão na direção do Uchiha. E Na mesma
hora a mulher reaparece dando um susto no homem e eu também tomo um susto –
PUTA QUE PARIU! – grito enquanto me sobressalto e algumas pipocas voam de minha
mão. – PORRA!
- SENHORITA! – o Uchiha grita ao meu lado e quando olho para
ele, vejo-o cheio de pipoca.
- Céus, perdão! – coloco o restante da pipoca na minha boca
e dou stop no filme, me inclino na direção dele e o ajudo a se limpar –
desculpa. – sorrio.
- A Senhorita me assustou. – resmunga, pegando algumas
pipocas do próprio colo e comendo. E só então percebi que ele estava levemente
ofegante. – Sem falar na sua compostura.
- Meu Deus. Me desculpa. – começo a sorrir. – É inevitável
não falar palavrões nessa hora.
- Ainda bem que foram pipocas. – sorri e então balança a
cabeça – Que ideia maluca. Não acha melhor parar de assistir isso?
- Ah não! Adoro filme de terror. – faço bico.
- Não sei se acredito. – Vejo seus olhos caírem em meus
lábios e rapidamente voltar para meus olhos – Se... Se lhe assusta tanto... –
pigarreia.
- Não é que eu tenha medo, é só que me assusto com
facilidade, entende?
- Acho que sim.
- Que bom. Vamos voltar ao filme então. – Sorrio animada.
- Tudo bem, mas... – ele levanta a mão e a leva até meus
cabelos e depois afasta a mão, trazendo consigo, uma pipoca.
- Nossa. – murmuro olhando a pipoca – tem mais? – passo as
mãos nos cabelos.
- Não. – ele olha rapidamente.
Voltamos a assistir ao filme, agora mais concentrados do que
nunca estivemos. A pipoca já havia acabado e o chocolate também. Eu já estava
encolhida, coberta, apenas com os olhos de fora quando o grupo estava na sala
da casa e então uma cruz tremeu e caiu, depois outra cruz caiu e então os
cabelos de uma menina começaram a subir do nada.
- Ela é o capeta. MATA ELA! – esbravejo para a tv, me
encolhendo ainda mais.
- Ela não é, Senhorita. – O Uchiha alerta, mas sua voz
estava tão aflita quanto a minha. E então a menina é erguida pelos cabelos e
jogada contra uma porta.
- CACETE!
Grito e me sobressalto dando um pulo no sofá. Meu susto foi
muito grande, a menina foi arrastada pelos cabelos novamente e então jogada de
um lado para o outro.
- O CABELO. CORTA O CABELO DELA! – apontei para a tv
enquanto mordia o edredom – AI MEU DEUS. MATA O CAPETA!
E como se me ouvisse, uma mulher pegou uma tesoura e cortou
os cabelos da menina, fazendo assim, ela parar de ser arrastada. A cena seguiu
com seu terror, mas eu não consegui pensar direito quando senti algo gelado e
suave em minha cintura. Olhei para baixo já imaginando o capeta do filme me
atazanando, mas meu estomago sofreu uma queda dentro de minha barriga, quando
percebi que eram dedos masculinos que seguravam alí.
Dedos do Uchiha.
E só então a ficha caiu.
No susto em que me sobressaltei, eu havia pulado e sentado
no colo do Uchiha com as pernas encolhidas, e ele havia me segurado
distraidamente, tanto que ainda olhava para a tela com o cenho franzido em
desespero pela cena, mas quando percebeu que eu o olhava, ele me olhou e então
sua ficha parece ter caído, pois, estávamos bem próximos.
Os olhos negros desceram para minha cintura e quando ele
voltou a me olhar suas bochechas estavam da cor de um tomate podre de tão
vermelhas que estavam. O homem pigarreou e levemente, me ajudou a sair de seu
colo. Sentei desconfortável ao seu lado e ele não me olhava mais nos olhos.
- Você está com frio. – indico, baixo.
- Nada demais. – a voz dele era quase um sussurro.
- Está sim, seus dedos estão gelados. Toma. – pego parte do
edredom e estendo em sua direção.
- Não será convenien...
- Deixe disso, homem! Não estamos fazendo nada demais... Só
não quero ter que mandar alguém congelado para duzentos anos atrás. Aceitei
logo! – balanço a mão sem paciência.
- Tudo bem. – Responde depois de um tempo soltando um longo
suspiro.
Ele se envolve no edredom e ficamos lado a lado assistindo.
Na verdade, parecia que estávamos assistindo porque eu podia sentir a tensão em
cada músculo dele, mesmo que nenhuma parte de nosso corpo se tocassem. Quando o
filme acabou. Levamos a tigela da pipoca para a pia e as canecas do chocolate
também. Desliguei as luzes na medida em que subíamos e quando finalmente
estávamos em frente ao quarto, ele me olhou.
- Boa noite, Senhorita. – e então se inclinou, pegando minha
mão e beijando o dorso dela, me olhando nos olhos.
- Boa noite, Sasuke.
Ele fez um breve aceno de cabeça e entrou no quarto. Entrei
no meu e fechei a porta novamente, caminhando até a cama e deixando meu corpo
tombar sobre ela. Me encolhi em baixo do edredom e então olhei para a chuva que
caía lá fora. Sem querer, acabei recordando o fato de, mesmo distraidamente,
ter sentado em seu colo. Suas mãos eram grandes e firmes em minha cintura, pude
perceber isso, sem falar que ele possuía músculos rígidos, e isso eu já tinha
percebido a algum tempo, apenas de olhar, mas o que realmente me assustou, foi
que naquele pequeno espaço que eu havia invadido, que não me pertencia, mas que me fora disposto tão facilmente, eu me senti estranhamente confortável.
~> Continua
Notas Finais:
Quem ai tem medo de filme de terror? É só arranjar um cavalheiro como o Uchiha ;D
Kkkkkkkk Senhor Uchiha chorando com cebola kkkkkkkk ai o filme terror socorroo... qro um cavalheiro como o senhor Uchiha >.< e o Sasuke deu dois flete com a Sakura muitooo fofooo quando ela vai perceber kkkkkkk será q o senhor Uchiha senti formigamento? Eu acho q sim kkkkkkk ameeeeiii o capitulo Bruna ���������� super mega hiper ansiosa pelo próximo capítulo
ResponderExcluirQuem nunca chorou com uma cebola?
ExcluirMas é bom né? E sim, ele flertou legal com a Saky.
Olha... Eu acho que ele sentiu o formigamento na virilha sim, viu!
Adorei o capítulo!
ResponderExcluirEles cozinhando foi demais. Fora os momentos fofos do Sasuke *0*
Essa Sakura é muito cagona! Kkkkkk
Sorte a dela né ter um Uchiha pra pular no colo! Safadinha.
Amando mais a cada capítulo.
:-*
Essa Sakura é uma grandessíssima filha da mãe!
ExcluirCapítulo muuuuito fofo, amei o momento cozinhando juntos ❤
ResponderExcluirEu quero assistir um filme com o Sr Uchiha😍😍😍😍😍😍
Anciosa pelo próximo autora-chan❤
*-*
ExcluirQuem não quer assistir um filme com ele?
Eu mesmo quero u.u