Gypsy - Fagulha 22




O dia amanhecera chuvoso. Sakura estava dentro da piscina - mais especificamente com a água cobrindo-lhe até a clavícula - em seu quarto com a água aquecida e várias pétalas de rosas espalhadas dentro da água junto com uma essência de leite, o que fazia a água ficar turva e nada abaixo da superfície ficava exposto. Os cabelos presos no alto da cabeça em um coque, ela mantinha a cabeça apoiada sobre a beirada da piscina, os olhos fechados, a respiração tranquila.



Estava divagando sobre nada, com a mente limpa. Estava tão distraída que assustou-se com o baque da porta sendo aberta com violência. Esbugalhou os olhos e olhou para a porta já pensando em matar quem estava invadindo o quarto, mas seus olhos verdes ficaram confusos ao ver Konan ofegante ainda no umbral da porta. Seu peito subia e descia aflito enquanto os olhos estavam banhados em lágrimas.



- Konan... o que...? - balbuciou virando levemente o corpo para a outra, mas sem expor nada dele.



- Sakura... - sussurrou e levou uma mão à boca em desespero.



Ao perceber que a outra estava em um lapso nervoso, Sakura estendeu a mão para o lado e puxou o roupão. Com maestria, ficou de pé e o vestiu sem expor nada e saiu da piscina, caminhando na direção da outra que ao ver a cigana indo em sua direção, fechou a porta com força e se jogou nos braços da Haruno. 



Konan soltou um soluço alto enquanto as lágrimas banhavam o peito da Haruno que começou a afagar os cabelos da outra, não se importando se estava molhando a ela e ao quarto.



- Calma, Konan... o que houve? - perguntou baixo.



- Eu estou perdida, Sakura. Perdida. - gemeu, agarrando-a ainda mais - Eu não sei o que fazer... Não encontrei a Ino... 



- Me fala o que aconteceu. Talvez eu possa te ajudar.



- Serei colocada para fora. - se afastou de Sakura, agarrando os cabelos com ambas as mãos e os puxando com força enquanto caminhava desorientada pelo quarto - Serei lançada nas valas das ruas podres ou nas dunas do deserto para morrer à míngua!


- POR HEFESTO, KONAN, PARA! - gritou, apertando o nó no roupão. A outra paralisou e olhou para ela - Me diz o que aconteceu para que eu possa tentar lhe ajudar.


Konan tremulou o lábio inferior enquanto as lágrimas caíam grosas pelo rosto.



- Estou grávida. - soltu num sussurro.


Sakura ficou paralisada olhando para a outra achando que havia ouvido errado. "Grávida" era a palavra que rondava por sua mente enquanto ela via Konan se jogar na cama, abafando o choro no travesseiro de Hinata. Levou vários segundos para a cigana conseguir se mover de qualquer forma e quando o fez, passou a língua entre os lábios, indo até a outra, segurando-a pelos ombros e afastando ela dos travesseiros, pois, Konan tentava de forma infantil, se sufocar.


- Para Konan. Calma! - a puxou.


- Are Sakura, você não entende! - olhou para ela com o cenho franzido. Engoliu o choro e apontou para a porta - Serei colocada para fora como um estorvo. - girou o corpo e segurou Sakura pela gola do roupão enquanto franzia o cenho - Serei um peso morto dentro desse palácio! Estar grávida em um harém não é auspicioso, Sakura! - soltou a Haruno e voltou a caminhar pelo quarto - Eu preciso voltar para a India, Sakura. - puxou os cabelos novamente - EU VOU ME ATIRAR NO GANGES!


- ARE, KONAN! - gritou, puxando a outra pelos braços e a segurando com força, fazendo-a olhar para si com os olhos esbugalhados. Konan era indiana e como tal, extremamente exagerada quando o assunto era drama - Você não vai para lugar nenhum.


- Então me atirarei no poço com um tijolo amarrado no pescoço. - o queixo dela tremeu novamente.


- Deixe de falar absurdos, Gadjâ! - chacoalhou Konan e a empurrou até a cama, sentando-a ali - Se acalme. Vamos dar um jeito nisso.


- Are Sakura, você não entende. - baixou a voz, soluçando - Os Uchihas tomam todo o cuidado do mundo quanto à nós. - passou as mãos no rosto - Tomamos remédios sempre. Eles não aceitariam um filho de alguém como eu!


- Mas é o Shisui! - sorriu - Ele se mostrou tão gentil.


- E é! - sorriu de forma triste - O Shisui é perfeito... mas ainda assim é um Sheik que apenas se aproveita o harém do irmão para saciar as necessidades da carne. - fechou os olhos e balançou a cabeça - É o meu fim.


- Are, Konan... - murmurou e abraçou a outra com força, tentando lhe passar segurança - Não fique assim. Vamos dar um jeito... Podemos conversar com o Shisui, tenho certeza que ele vai entender. - sorri com carinho e passa as mãos no rosto da outra, enxugando as lágrimas - Ficará tudo bem.


- Não sei, Sakura. - suspirou e mordiscou o lábio inferior - O Itachi, ele... ele é... intolerável e o Shisui... bem... eu não sei. Por mais que eu o adore, não sou sua exclusividade, entende? - respirou fundo e sentou na cama, cobrindo o rosto com as mãos - Serei um estorvo.


- Não será! - caminha rápido e se abaixa em frente a outra, segurando suas mãos - Vamos dar um jeito. Eu... eu cuido de você. - sorri com os olhos brilhando - Amo crianças! E olha... - passou a lingua entre os lábios - O Itachi não é tão monstro assim.


- Are, Sakura. - inclina o rosto para o lado, agradecida - Você tem certeza que estamos falando da mesma pessoa? - piscou algumas vezes - Você mais do que ninguém sabe que ele não tem limites. Ele te mantém aqui...


- Não mais. - abriu um enorme sorriso, apertando as mãos da outra - Ele me libertou.


- O... quê!? - esbugalhou os olhos - Are baguan keliê, Sakura. - prendeu a respiração - E o que você ainda faz aqui?


- É uma longa história. - tentou controlar a tristeza - Mas o que importa é que ele não é tão ruim assim, e o Shisui, bem... Ele é o pai, talvez enlouqueça, mas no fim, vai gostar da ideia.


- Tem certeza? - perguntou, insegura - E se não for assim?


- Hum... - mordiscou o lábio inferior e desviou o olhar pensando. Até que uma ideia muito, muito, muito absurda surgiu em sua mente. No mesmo instante, Sakura olhou para a outra com a respiração errante e ficou de pé - Acabo de ter uma ideia. A mais louca, desajuizada e assustadora, mas ainda assim é nossa única solução.


- Are Baba, Sakura, assim você me assusta. - levantou também, ofegante - Me conte logo!


- Você vai ficar aqui, sentadinha e quietinha. - segurou Konan pelos ombros e a fez sentar, depois respirou fundo e caminhou na direção da porta.


- Sakura, para aonde você vai? - se virou, incrédula.


- Atrás de nossa solução. - respondeu ao abrir a porta.


- Mas você... - tentou argumentar, mas o baque da porta sendo fechada fez Konan suspirar profundamente - Você está só de roupão. - completou sozinha no quarto.



@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@


Estava de pé próximo a cama. Havia tomado banho, vestido seu short branco. A kandoora estava disposta sobre a cama pronta para ser vestida, mas ele mantinha-se ocupado na tarefa de secar os cabelos molhados com uma toalha branca e felpuda. Sentia-se leve, pois, havia tido uma noite de sono maravilhosa. Tinha muitos planos para aquele dia e ter tido uma boa noite de sono o deixava disposto para as tarefas do dia a dia. Distraído, tomou um susto quando ouviu a porta ser aberta com um rompante e acabou girando nos calcanhares, assustado, parando a ação de secar os cabelos.


Esbugalhou os olhos quando viu Sakura fechar a porta às costas apenas de roupão. A cigana possuía os cabelos presos no alto da cabeça, descalça, molhando o piso de seu quarto. Agarrada com o roupão como se sua vida dependesse daquilo. Ele abriu a boca para falar algo, mas não conseguia pensar em nada, a toalha tombou de sua mão e caiu no chão enquanto ele a olhava de cima a baixo e piscava incrédulo.


Sakura estava mesmo no seu quarto APENAS de roupão?


- Sakura, o que...? - franziu o cenho.


- Preciso de sua ajuda! - apontou, ofegante. Sentia a adrenalina correr pelo corpo, estava louca, sabia disso, mas precisava ajudar Konan.


- Deve ser muito grave pra você ter invadido meu quarto... assim. - apontou o roupão dela.


- Are... Allah e é! - agarrou o roupão com mais força ainda e caminhou na direção dele, engolindo em seco - Muito grave.


- Então fale logo. - gesticulou, nervoso. Sentia um cheiro de rosas e leite vir dela. Era tentador.


- Primeiro você precisa prometer que vai me ouvir e que vai ser racional para me ajudar. - engoliu em seco.


- Não sem antes saber do que se trata. - se aproximou dela - Para você estar aqui, assim, deve ser muito grave.


- Apenas prometa que vai ser racional. - mordiscou o lábio, nervosa. Suas mãos suavam - Por favor.


Ele ficou a olhando por longos segundos. Estava confuso, mas sabia que se não fosse realmente algo grave, ela não estaria ali, com isso, meneou a cabeça de forma positiva, mesmo sabendo que poderia se arrepender amargamente disso.


- Tudo bem, eu prometo, agora fale.


- A Konan... está grávida de seu irmão, Shisui. - despejou a notícia e viu quando ele esbugalhou os olhos.


- A Konan, o que!? - estava estupefato. A notícia foi como um soco no estomago.


- Aconteceu. Ela disse que tomou os remédios direitinhos, que se cuidou conforme o indicado, mas aconteceu. - deu mais dois passos e segurou nos braços do Uchiha que a olhava ainda com os olhos esbugalhados. Sakura ergueu o queixo para poder olhá-lo nos olhos e respirou fundo - Nos ajude, Sasuke.




Comentários

  1. Eu não sei o que é mais problemático... a Konan grávida ou a Sakura só de roupão com o Sasuke apenas de calção... fico imaginando o Itachi chegando ao quarto do irmão...

    Continuaaaaaaaaaaaa
    Bella

    ResponderExcluir
  2. E o Itachi chegando nessa hora? Já pensou?

    ResponderExcluir
  3. Sassuke???? Hahaha vc me pegou nessa viu!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Fugitivos - Capitulo Quinze

Fugitivos - Capitulo Onze

Fugitivos - Capitulo Treze