Pub - Drink 27

Os olhos negros pareciam águias acompanhando cada passo da Haruno. Nem se quer piscava. Se alguém atormentasse sua Menina, ele iria tomar satisfações. Horas se passaram até que finalmente o movimento no Pub pareceu diminuir, mas ele continuava observando-a. Percebeu que pouco a pouco ela ia ficando mais cansada, sentindo o peso do dia agitado.


Enquanto esperava ela, bateu um breve papo com a loira que estava no balcão. Descobriu que se chamava Temari, muito gente boa e que compartilhou um pouco da Haruno, consigo. Havia dito que a jovem tinha tido um dia agitado e que já fazia mais de uma semana que não dormia muito bem, dividida entre o trabalho noturno, trabalhos com fotografia, o curso na faculdade e ainda tirando um tempo para estudar em casa. Ele não conseguia compreender o motivo de ela se desgastar tanto, não fazia sentido.


Viu ela se aproximar e praticamente jogar a bandeja sobre o balcão enquanto passava a mão na testa. Só então, observando-a com mais atenção, ele percebeu as olheiras que começavam a aparecer... A maquiagem já não estava mais cumprindo sua tarefa de esconder qualquer coisa, então ele percebeu que ela parecia mais pálida, com olheiras, até mais magra... A Haruno apoiou os braços no balcão e suspirou.


- Pensei que a noite não ia terminar nunca. - resmungou e bocejou.


- Você parece bastante cansada. - franziu o cenho.


- Estou morta, Tio Mad! - deitou a cabeça sobre os braços e inclinou a cabeça para poder olhar para ele. Os olhos verdes estavam pesados, como se eles carregassem todo o peso do mundo sobre si.


- Terminou? - indicou o salão.


- Só falta eles irem embora. - indicou um grupo que já se levantava.


- Hun... Acho que não falta muito.


- Não. - bocejou, levantou e se espreguiçou - Vou limpar o salão logo. - olhou para Temari que arrumava as bebidas na prateleira - Tema, me dá um pano, por favor.


- Uhum. - se abaixou próximo ao balcão e pegou um pano, entregou a Haruno e sorriu levemente - Hoje foi bastante agitado.


- Foi. - fez um alongamento e as costas estalaram - Meu Deus!


- Precisa de ajuda? - ele indicou o salão.


- Não. - balançou a mão, pegou o pano e seguiu para o salão - Fica de boa ai. Valeu.


- Dois trabalham mais rápido que um. - levantou, mas parou quando ela o fuzilou com os olhos - Que foi?


- Pode sentar sua bunda gostosa ai, Tio Mad! - apontou o dedo pra ele e bocejou - Vou terminar rápido.


Ele voltou a sentar sentindo-se constrangido. Temari sorriu da forma como a Haruno havia falado, mas ele se sentiu... Violado. Ninguém nunca havia falado de sua bunda daquele jeito. Ainda sem reação, ele assistiu a Haruno arrumar o salão com maestria, apesar de ter feito as coisas de forma lenta e parando vez ou outra para bocejar, se alongar ou até mesmo, resmungar.


Um bom tempo havia se passado e quando ele olhou no relógio de pulso, era quase três da manhã. Olhou para a Haruno e a viu se aproximando. Ela jogou o pano sobre o balcão e soltou um gemido baixo enquanto se esticava por cima do balcão e pegava em baixo dele, sua bolsa. Ela suspirou e se virou para ele.


- A carona ainda está de pé?


- Claro. - desceu do banquinho e acenou para Temari - Boa noite.


- Boa. - sorriu e piscou para a amiga - Beijos, gostosa.


- Beijo, delicia!


O Uchiha indicou para que a Haruno fosse na frente e assim ela o fez, sentindo ele colocar a mão na base de sua coluna de forma delicada, apenas acompanhando-a. O lado de fora do Pub estava frio. O inverno começava a mostrar sua força e uma pequena garoa caía. Mais cedo, os jornais anunciaram que havia previsão de neve, mas até agora nada. Era assim na Inglaterra.


Ao se aproximarem do carro, o homem abriu a porta para a jovem que entrou, colocou o cinto e encostou a cabeça no apoio do banco. Ela viu o moreno dar a volta no carro, entrar no lado do motorista, colocar o cinto, ligar o carro e o aquecedor. E ela agradeceu mentalmente por isso. Nem havia percebido até aquele momento, mas as roupas leves do Pub, juntamente com o frio, haviam causado uma dormência nas extremidades da Haruno. Madara olhou para ela e piscou tranquilo.


- Pode dormir, se quiser.


- Você não vai se importar? - Perguntou baixo - Prometo que é só um cochilo.


- Não se preocupe, Menina. - tocou suavemente o queixo dela, e ela fechou os olhos, suspirando - Te acordo quando chegarmos.


- Obrigada, Tio Mad. - sussurrou.


Ele regulou a temperatura dentro do carro e verificou se ela estava confortável. Quando se certificou que sim, começou a dirigir. O caminho até a casa dela foi tranquilo, as ruas desertas facilitaram muito a coisa toda. Ele parou o carro em frente ao pequeno prédio onde ela morava.


No silêncio do carro, ele analisou mais uma vez o local. As pareces antigas e levemente morfadas, tornavam o lugar meio rústico, mas isso não o tornava menos agradável. A única coisa que o preocupava era a segurança dela. Aquele pequeno prédio de poucos andares, nenhum vigia, câmera ou qualquer outra coisa, não parecia ser seguro para a Menina.


Ele olhou novamente para ela e encostou a cabeça no banco. Ela parecia realmente cansada, como se estivesse enfrentando uma maratona sem nenhum descanso. Apesar de nunca ter vivido num lugar como aquele, ele sabia que em poucas horas a cidade começaria a despertar. Próximo ao prédio dela haviam mercados, farmácias, praças, lojas, ruas barulhentas... Olhou no relógio de pulso: quase quatro da manhã... Não podia deixar ela acordar tão cedo, por isso, ligou o carro novamente e percebeu que começava a cair um pouco de neve. Algo sutil e que talvez não fosse ficar mais forte, mas ainda assim, ele preferiu pegar o blazer no banco traseiro e  colocou sobre o corpo dela.


A Haruno se aconchegou no banco, mas não acordou.


Satisfeito, o Uchiha voltou a dirigir. Algo por cerca de vinte minutos, até que finalmente chegou onde morava. Adentrou na garagem do elegante prédio e estacionou na vaga destinada para si. Desligou o carro, respirou fundo e retirou o cinto. Soltou o cinto da jovem, pegou a bolsa dela que também estava no banco traseiro e saiu do carro, deu a volta e abriu a porta do carona. Já ia pegá-la nos bracos quando uma rajada de vento entrou no carro e o frio a fez tremer. Ela abriu os olhos de forma preguiçosa, os olhos estavam levemente vermelhos. A jovem olhou ao redor e piscou confusa, olhando para o Uchiha.


- Vem. - chamou baixo, estendendo a mão para ela.


Cansada, a Haruno não falou nada. Apenas segurou na mão dele e se deixou ser guiada pelo estacionamento indo em direção a um elevador. Ele envolveu o blazer sobre os ombros da jovem e a abraçou pelos ombros afim de aquece-la. Quando chegaram no elevador, ele esperou as portas abrirem e entraram. Ele digitou algo na tela digital, algo que parecia com um tablete, e então espalmou a mão sobre a tela e um scanner mapeou a mão do Uchiha. No mesmo instante as portas fecharam e o ar quente aqueceu o interior do elevador. Ela se aconchegou ao homem, apoiando a bochecha conta o peito dele.


- Onde estamos? - ronronou contra o peito dele.


- Em minha casa. - afaga as costas dela.


Ela não perguntou mais nada. Estava dormente pelo cansaço. Fechou os olhos e se permitiu ser embalada pelo conforto dos braços dele. O cheiro gostoso de homem que ele exalava a relaxava rapidamente. Algo mágico. Segundos se passaram até que as portas do elevador abriram e ela foi guiada para fora do mesmo. Estava com tanto sono que não avaliou o lugar, nem nada. Só queria dormir. Apenas isso.


Sentiu as mãos dele desfazerem o nó de sua gravata borboleta e depois começarem a desabotoar sua camisa social. Estava tão morta que aceitava os cuidados dele numa boa. Ele desabotoou a saia dela e só quando a calcinha estava no chão e o frio da noite arrepiou sua pele que ela percebeu, de fato, estar nua.


- Vamos transar? - perguntou baixo, entre abrindo os olhos e piscando lento.


- Não tenho o habito de transar com mortos. - respondeu baixo, tirando a própria roupa - Vou lhe dar um banho.


- Posso dormir sem tomar banho? - pediu baixinho.


- Não. - pegou uma mão dela e a guiou pelo local, mas como estava escuro, e cansada, ela não avaliava nada.


- Qual é... A Ino faz isso o tempo todo... Não faz mal.


- Você não é a Ino. - abriu uma porta e ligou a luz. Ela fechou os olhos apertados. Ouviu o barulho do chuveiro sendo ligado e então água caindo. Soltou um gemido baixo quando o vapor invadiu o banheiro... Odiava banho quente, mss estava frio e ela estava cansada demais para protestar. - Vem.


Ela abriu os olhos e respirou o mais profundo que conseguia. O banheiro era enorme. Algo como seu apartamento todo... Ou quase... Ele a guiou até o chuveiro e quando a água quente tocou os músculos da Haruno, ela soltou um gemido baixo. Abriu a boca para falar o quão gostosa estava a água quando sentiu as mãos grandes e quentes dele lhe tocarem nas costas com sabonete liquido. O cheiro gostoso invadiu o ambiente. Ele espalhou o sabonete pelas costas dela e então apertou os ombros da jovem com um pouco de força, desatando o primeiro nó que havia nos ombros.


E ela gemeu longo e profundo.


- Meu... Deus... - sussurrou soltando outro gemido.


- Relaxe. - sussurrou apertando próximo a nuca.


A medida que o Uchiha massageava, ela ia gemendo e relaxando. Nunca havia recebido uma massagem como aquela e seu esforço para ficar acordada era enorme. O banho foi rápido e ele tomou banho também. O vapor preenchia todo o ambiente e o ar quente e úmido foi como uma carícia na pele cansada da jovem. Ele pegou um roupão e vestido nela, pegou uma toalha e enxugou o próprio corpo, envolvendo-a na cintura. Pegou na mão da Haruno e a conduziu para fora do banheiro. Ao chegarem no quarto, ainda de olhos entre abertos, ela se permitiu cair na cama dele, enquanto o mesmo deitava também e a puxava para junto de si.


- Huuum... - ela gemeu baixo, deitando a cabeça no peito dele, o abraçando. Sentiu as mãos grandes lhe envolverem carinhosamente - Você é quente e fofinho, Tio Mad.


- Acho que já ouvi esses adjetivos antes. - murmurou fechando os olhos, afinal, também estava cansado.


- Viu... Quente... E... Fofinho... - sussurrou, dormindo logo depois.


- Descanse. - sussurrou também, se permitindo ser levado pelo sono, afinal, havia trabalhado muito também.