Pub - Drink 26



A noite estava agitada. Nunca viu o Pub tão movimentado em uma quinta a noite. As pessoas pediam bebidas e comidas, mas pouco. Não compreendia. Logo hoje que era seu dia de ficar no salão atendendo as mesas.



Já havia atendido a maioria e estava cansada. Tinha recebido várias cantadas durante toda a noite, mas ignorava a maioria ou dava um fora nos caras... E também mulheres. Deslizava pelo salão com uma bandeja na mão em direção a uma mesa. Queria apenas que a noite acabasse para poder ir pra casa descansar. Amanhã o dia seria ainda mais puxado. 


Se aproximou da mesa e pedindo licença, colocou os pedidos sobre a mesma. Percebeu os olhos dos rapazes sobre si e estava disposta a ignorar aquilo, até que eles resolveram abrir a boca.


- Nossa... Agora eu compreendo o motivo do Uchiha está caídaço. - um engraçadinho levou o copo aos lábios sem tirar os olhos dela.



- É... um banquete, hein. - o outro murmurou, arqueando uma sobrancelha.



- E não sirvo para alimentar nenhum de vocês. Licença! 



Deu as costas para eles e deu a volta na mesa seguindo para uma outra onde um grupo de garotas a olhavam com... raiva? Ela nem conhecia aquelas meninas. Se aproximou e colocou a garrafa de cerveja sobre a mesa e cinco copos. Meneou a cabeça para as garotas e pegou o bloquinho de papel.


- Mais alguma coisa? - olhou uma a uma.


- Não. - uma delas respondeu olhando-a de cima a baixo.


- Ok. Qualquer coisa é só chamar. Licença. - deu as costas e começou a caminhar.


- Ei! - ouviu uma delas lhe chamar e virou.


- Você poderia falar como é o Magnata na cama?



- Não. - resmungou e deu as costas voltando a caminhar.



Foi até o balcão e pegou uma garrafa de vodka que um grupo de garotos havia solicitado, pegou copos, colocou tudo sobre a bandeja e passeou pelo salão indo na direção deles. Ao se aproximar, já não gostou do olhar que um lançava para si, mas preferiu ignorar. O Pub estava lotado e era apenas quinta feira. Com profissionalismo, ela colocou a garrafa sobre a mesa, colocou os copos, pegou o bloquinho e uma caneta.


- Mais alguma coisa, Senhores?


- Sim, por favor. - Um deles falou.


- Pode falar. - já estava pronta para anotar.


- Eu queria saber seu telefone. - deu um sorriso de canto charmoso.


- Desculpe, Senhor, mas não vou lhe informar. Agora o que deseja pedir?


- Você. - um outro respondeu com as sobrancelhas arqueadas.


- Desculpe, Senhor, mas estou me referindo a bebida e comida...


- Não tem problema, Belezinha. - a cortou, inclinando o corpo na direção dela e descendo os olhos desde o decote até as pernas - Eu lhe como em cima da mesa.


Certo. Aquilo era demais para sua educação do "Senhor". Com um respirar profundo, a Haruno colocou o bloquinho no bolso da saia e a caneta também, inclinou o corpo na direção do homem fazendo questão de deixar o decote exposto. Colocou uma mão na cintura e apoiou a outra mão na mesa, olhando-o profundamente nos olhos. Queria que ele olhasse bem para si.


- Olha bem pra mim. - pediu, mas o rapaz ainda a olhava nos olhos - Vamos, bebê... Me olha bem.


- Ok. - ele sussurrou e inclinou o corpo ainda mais, olhando-a sem pudor algum de cima a baixo. Quando terminou, passou a língua entre os lábios e a olhou nos olhos - Gostosa! 


- Agora que você já olhou, me responda: Você acha que eu ficaria com qualquer um? - estreitou os olhos.


- Agora compreendo... - ele deu um sorriso de canto, se encostando e cruzando os braços - Quantos zeros é necessário ter na conta?


Ela ficou ereta e deu um sorriso malvado.


- Não precisa ter nenhum... Desde que seja homem. 


- Hun... E você não acha que eu sou? - deu um gole demorado na vodka.


- Não. - abriu um sorriso inocente - Gosto de homens mais velhos... Não de bebê.


- E você acha que sou um bebê. - ele deu um sorriso nasalado.


- Uhum. - baixou os olhos para a calça dele e fez um bico desgostosa - Um bebê anão.


- AAAAAÊÊÊ... - os amigos dele gemeram e começaram a gargalhar.


Com um sorrisinho de vitória, ela deu as costas e caminhou pelo salão. Não estava com paciência para brincadeirinhas. Não iria aturar aquele tipo de comportamento. Chegou no balcão e jogou a bandeja de qualquer jeito recebendo um olhar torto de alguns clientes. Foda-se, não estava com muita paciência naquele momento. Mal teve tempo de respirar quando sentiu uma presença atrás de si e uma mão lhe tocar pouco acima da cintura. Pronto... Mais um... Fechando os olhos e respirando profundamente, ela virou já pronta para mandar aquele tomar naquele canto, por isso, virou rápido e espalmou as mãos no peito do cara, empurrando-o.


- Olha aqui, meu filho... - mas a frase morreu quando ela ergueu os olhos e se deparou com os olhos negros olhando-a com um misto de curiosidade e incompreensão - Madara!



- Menina... - murmurou olhando para o próprio peito onde havia recebido a tapa espalmada dela, depois ergueu os olhos e encontrou os olhos verdes, sem graça - Que... recepção...



- Desculpa. - gemeu baixo, se encolhendo contra o balcão.



- Noite difícil? - arqueou as sobrancelhas e voltou a se aproximar dela, mas a Haruno balançou a cabeça de forma negativa e ele parou onde estava, sem compreender - O que...?



- É... noite muito difícil, a propósito, hoje temos platéia então é melhor evitar qualquer show.



- Por que não me conta o que aconteceu? - foi para o lado dela e sentou em um banco, olhando-a de lado.


- Nada demais, Tio Mad. - murmurou e pegou os copos que Temari colocava sobre a mesa, depois pegou um prato com comida, talheres e colocou sobre a bandeja - Só... Agitado.


- Hun... - ele olhou para Temari - Algo sem álcool, por favor.


- Pra já. - ela respondeu, sorrindo.


- Sem álcool? - a Haruno perguntou, curiosa.


- Tô de carro.


- Sempre tá. - começou a se afastar com a bandeja na mão.


- Vou dirigir.


- Ok.


Dando uma piscadela, ela seguiu pelo salão. Foi até a última mesa, colocou o prato na mesa. Um casal conversava animado e pareceu nem perceber a presença da jovem. E ela preferiu assim. Já havia sido "notada" demais. Parou e passou uma mão na testa enquanto segurava a bandeja com a outra mão. Estava cansada. Voltou a caminhar e quando desviou de uma garota que estava indo na direção do banheiro, ela trombou com um peitoral alto. Ergueu a cabeça e viu o "Bebê Anão" parado bem na sua frente.


Ele estava puto... no mínimo.


- O que você quer, cara? - resmungou sem paciência.


- Você não pode dizer aquelas coisas e sair assim, garota. - murmurou e deu um passo para frente fazendo ela dar um para trás.


- Você pediu por aquilo. - ergueu o queixo, não iria ser intimidada por ele.


- E você foi longe demais... - Colocou uma mão na cintura, olhando-a de cima a baixo novamente - Agora eu realmente a quero comer em cima da mesa. - deu um sorriso de canto - E não serei nem um pouco gentil.


- Olha aqui. - deu um passo a frente, isso fez a diferença de altura ficar evidente, mas foda-se, ela iria dizer umas boas verdades - Você vai comer a sua mãe!


- Você é muito atrevida! - ralhou, alterado - Merece levar umas boas lições para aprender...


- E quem vai ensinar? - a voz grave e incrivelmente controlada que veio de trás do cara fez um arrepio surgir na base da coluna da Haruno e terminar no pescoço.


O garoto virou com raiva. O Uchiha estava parado bem atrás dele, com os braços cruzados, o queixo erguido, o peito estufado, as pernas entreabertas, em uma pose máscula de valentia e testosterona. Os olhos negros estreitaram e faiscaram. O garoto também estufou o peito, provavelmente se preparando para uma briga.


- Esse não é um assunto seu. - respondeu, afoito.


- Ah não... Só estou curioso. - ele arqueou as sobrancelhas - Você disse que ela merecia uma lição e eu SÓ quero saber quem vai ensinar... - esperou, mas o garoto continuou calado - É você...? - arqueou uma sobrancelha.


- Madara... - a Haruno deu a volta no garoto e parou ao lado do Uchiha, tocando-lhe no ombro - Deixa pra lá, não vale a pena.


- Não se preocupe, menina. - tocou na mão dela brevemente e voltou os olhos para o garoto - Esse rapaz já está de saída.


- Eu não... - protestou, mas parou de falar quando os olhos negros brilharam ameaçadores em sua direção.


- Vaza, moleque! - sussurrou.


- Você não manda em mim nem nesse lugar. - desafiou.


- Não. - deu um passo na direção do garoto e a Haruno se preparou para parar o Uchiha caso algo pior acontecesse - Mas tenho bons advogados que te fariam apodrecer na cadeia. Você seria acusado de assédio, ameaça, cárcere e injúria. 


- Você não tem provas. - murmurou com os olhos vacilantes.


- É sua palavra contra a minha e a dela. - passou a língua entre os lábios e deu um sorriso de canto - Precisa que eu chame um táxi?


O garoto não respondeu nada, em vez disso, ficou olhando da Haruno para o Uchiha por um tempo até que bufou, deu as costas e saiu. Claro que ele estava com raiva, mas dane-se, o Uchiha estava bem mais. Os olhos negros seguiram o garoto até que o perderam de vista. A Haruno soltou um muxoxo desgostoso e quando os olhos negros se voltaram para ela, ela estreitou os olhos.


- É por isso que sua noite está um inferno?


- Tio Mad, eu agradeço sua preocupação, mas você expulsou um cliente...


- Acha que estou preocupado com isso? - arqueou as sobrancelhas - Pago a conta dele com muito gosto, mas não iria permitir que ele lhe desrespeitasse. 


- Eu sei me defender. - ralhou.


- Nunca duvidei disso, mas acha que eu iria ficar de braços cruzados vendo ele te assediar? - balançou a cabeça.


- Não. Mas não precisava disso... Eu já estava resolvendo. - empinou o queixo.


- Eu sei. - deu um sorriso de canto, tocando suavemente no queixo dela - Mas quando eu estiver por perto, ninguém vai te fazer mal.


- Hun... - encolheu os ombros e desviou o olhar, constrangida. Era estranho ter alguém cuidando de si daquele jeito - Você é super protetor demais.


- Sou. Principalmente quando se trata de você.


Ela voltou a olhar para ele e encontrou os olhos negros olhando-a profundamente. Certo, talvez conseguisse aceitar aquele "cuidado" ao menos daquela vez. Desistindo de tentar convencê-lo do contrário, ela apenas deu um pequeno sorriso e voltou a caminhar na direção do balcão. Assim que chegou no mesmo, encontrou Ino tagarelando afoita com Temari que lançou um sorriso solidário a Haruno.


- Que foi? - inclinou o corpo sobre o balcão vendo o Uchiha se aproximar.


- Mandei para seu telefone. Depois você dá uma olhada. - Ino deu uma piscadela para a amiga e olhou para o Uchiha - Olá, Senhor Uchiha.


- Senhorita. - meneou a cabeça, sentando no banquinho e olhando para a Haruno - Vou ficar lhe esperando.


- Tá. - sussurrou.


Ela pegou mais bebidas e levou para outras mesas, enquanto isso, o Uchiha a observava. Agora que havia descoberto o que havia tirado a paz de sua menina, ele iria ficar atento a todos os movimentos dela. Não iria permitir que ninguém mais atazanasse ela, afinal, a garota já era perturbada o suficiente quando estava bem... Bebendo sua bebida, ele analisava o local. Aquele Pub estava mais lotado que o normal para uma quinta-feira, mas bem, não fazia diferença. Tudo o que ele queria era que o expediente dela acabasse logo, para poder levá-la para casa e ter uma noite agradável nos braços da jovem que parecia deslizar pelo salão do Pub enquanto servia as mesas.




Comentários

  1. Mais uma vez um capítulo sensacional,amo cada dia mais a fic, e é oficial, quero esse Madara para mim

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  2. Continuaaaaa, eu tomorrendo de ansiedade, simplesmente apaixonada nessa fic

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  3. Eitaaaaa PORRAAAAAA!!!!
    O preço da fama tem seus lados negativos 🙊
    Mais tenho p mim q Sasa vai saber super se adaptar a esse novo momento principalmente sendo "cuidada" pelo tio Mad 😂
    Ameeeeeiiii ❤️

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