Gypsy - Prólogo






"Há uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalou em uma cidade da Índia chamada Sind onde era muito feliz. Mas em um conflito, os muçulmanos o expulsaram, destruindo toda a cidade. Desde então foi obrigado a vagar de uma nação a outra...”


Denominados de Rom (povo ou homem livre), a real origem dos ciganos ainda é um mistério, sendo aceito por historiadores como Índia, mas verdade ou mentira, essa é a estória que vamos contar. A estória de uma Rom que teve como destino o harém de um Sheik Árabe, mais conhecido como Gadjô (não cigano).



~*~



A noite era das mais escuras. O céu estava bastante estrelado. As palmas ecoavam ritmadas pela noite, floresta à dentro enquanto as vozes se elevavam ao som dos instrumentos. Homens e mulheres dançavam animados enquanto o fogo crepitava afoito na fogueira. Aquela era a última noite alí. Era uma noite alegre, de esperança, de paz. Os homens batiam seus pés no chão levantando poeira, enquanto as mulheres dançavam rodando suas saias esvoaçantes, batiam seus pandeiros e moviam suas mãos.


Um homem se aproximou da fogueira, estalando os dedos e batendo os pés protegidos pela bota de couro. Suas palmas batiam no ar, fazendo um som convidativo. Uma jovem se aproximou dele, com as mãos fechadas em punho na cintura, rodopiando, fazendo sua saia girar, levantando um pouco de poeira e fazendo o fogo crepitar ainda mais. Os outros ciganos se afastaram, dando espaço para eles fazerem sua dança.


O homem se aproximou dela por trás. Ela deslizou as mãos pelas pernas, segurou na barra da saia e girou, fazendo-a levantar e rodopiar, como se tivesse vida própria. Os cabelos soltos estavam esvoaçantes, o cinto de medalhas preso em sua cintura balançava conforme o quadril da jovem deslocava de um lado para o outro. Os músicos aceleraram o ritmo enquanto os pés descalços da jovem batiam contra o chão. Ela ficou de frente para o cigano e eles se olharam olho no olho.


As mãos dela foram para cima, estalando os dedos enquanto as mãos dele foram para as costas, enquanto ele balançava os ombros. O pé direito dela deslizou pelo chão em forma de arco e o corpo girou rápido. Suas mãos balançavam e a saia dela raspou no rosto do homem. Seduzindo-o, enfeitiçando-o. A cada giro que ela dava, a saia fazia uma onda de vento surgir e o fogo crepitava mais alto, mais afoito. Iluminando toda a clareira. A saia longa, pesada, cheia de tecido, parecia uma pluma. Seu corpo ondulava de acordo com os movimentos do homem. Os outros dançavam e cantavam animados, ditando o ritmo daquela dança.


O homem inclinou o corpo para o lado e pegou duas tochas, voltando a rodear a jovem. Os olhos verdes claros brilharam intensos, como se fizessem parte do fogo. E de fato, ela fazia. Ele girou as tochas, fazendo as chamas crepitarem ao redor da garota que sentia o calor das chamas em seu corpo, mas não se queimava. As palmas foram cessando enquanto a música ia chegando ao fim. Com uma batida de pé, ela terminou sua dança enquanto ele se ajoelhava em frente a ela, erguendo os braços.


- Yahê! – todos gritaram erguendo as mãos.


Estavam animados, felizes. Eram o que eram e ninguém poderia mudar isso. Em breve iriam partir para as terras do deserto, para um lugar quente, sem muito o que se ver, mas muito para se viver. Os Romas eram povos livres, que faziam seu próprio caminho, mas que acreditavam no destino. Estavam certos de sua liberdade e felizes com suas condições, afinal, ser cigano é isso: Aventurar-se na vida de acordo com o que ela lhe oferecia.


~*~



Em um palácio nos Emirados Árabes...


- Meu Senhor, todos os camelos e cavalos estão prontos. Tem certeza de que é isso mesmo o que deseja? - o homem vestindo uma gahfiya branca e uma gandura também branca fez uma leve mesura.


- Sim. - o outro murmurou enquanto levantava. Ele vestia uma ghutra branca presa por um agal preto e kandura também branca.


- Bem... devo informá-lo que estão todos à sua espera.


- Ótimo! - passou pelo homem seguindo em direção à porta - Vamos. O deserto nos espera.




Notas Finais: 

NÃO SE DESESPEREM... Vamos ao dicionário? kkkk'


Yahê: Grito de entusiasmo... Criação minha xD

Gadjô: Ou Gadja são homens e mulheres não ciganos.

Rom: Cigano/cigana, bem como Romas são ciganos, no plural.

Gypsy: Cigana.


Música dançada:  Clique AQUI



Casal Cigano:


Grupo Cigano:




Gahfiya: 





Kandura: 



Ghutra (lenço) e Agal (corda): 


Comentários

  1. AAAAHHH MEU CORAÇÃO 😍😍😍😍
    CADÊ O PRIMEIRO CAPÍTULO VIADO 😍😍😍
    NAO VOU AGUENTA, MEU CORAÇÃO VAI TER UM TRECOOOOO... CADÊ MEU DESFRIBILADOR?!!!! SOCORRIDO OI

    Bruna parabéns, cm sempre vc consegue nos deixa afoitos pelas suas histórias e não vejo a hora de vc postar o novo capítulo

    SUPER HIPER MEGA ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POSTA LOGOOOOOO OUTRO CAPÍTULO ❣️
    #TheBest
    #NumberOne

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  2. Kami Kami Kami do céu...
    Se pelo prólogo me pegou imagina os próximos capítulos. ....mais uma vez arrasando. ....
    Esperando o próximo....

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