Projeto Ampulheta - Capítulo 20

Os olhos negros percorriam toda a extensão da montanha russa enquanto permanecíamos na fila. As pessoas que já estavam no brinquedo gritavam desesperadas, muitos jovens estavam alí na fila também e o Sasuke apenas se preocupava em fazer uma careta muito engraçada enquanto inconscientemente sua mão apertava a minha com insegurança. Tentei por várias vezes não rir da cara dele, mas estava praticamente impossível. Finalmente o brinquedo parou e o grupo desceu, passando várias pessoas chorando, descabeladas, assustadas e eufóricas.

- Vem Sasuke. – puxei sua mão, praticamente arrastando-o para cima da plataforma.

- S-Senhorita Há-Haruno... Tem certeza que isso é realmente seguro?

- Claro que é. – olho o brinquedo e resmungo – Às vezes.

- Senhorita! – paralisa segurando minha mão para que eu não continuasse – Então me explique porque estamos indo para algo que não é totalmente seguro.

- Porque é divertido. Agora vem! – Volto a caminhar puxando-o, as pessoas já começavam a rir do desespero do Uchiha, mas ele parecia nem perceber. Seus olhos estavam muito ocupados em vasculhar os carrinhos da montanha russa.

O “empurro” para um dos carrinhos e ele senta analisando o assento onde estava e eu aproveito para sentar ao seu lado. Um homem que trabalhava no parque se aproxima e pega o cinto de segurança para colocar em mim.

– Senhor! – O Uchiha segura o punho do homem evitando que ele ataque a fivela do cinto de segurança na minha cintura.

- Algum problema? – o homem olha para a mão do Uchiha segurando seu punho, me olha e volta a olhar para o Uchiha.

- Não seja tão inconveniente. – murmura com um olhar de censura.

- Sasuke... – sussurro – Ele precisa atacar para minha segurança.

- Não acho necessário ele ser tão ousado. – o Uchiha toma o cinto das mãos do homem e me olha nos olhos – Se me der licença...

- Por Odin, Sasuke! – reviro os olhos vendo o homem do parque nos olhar com estranheza – Ataca logo isso.

- Obrigado. – Faz uma mesura com a cabeça e ataca o cinto que era igual ao cinto do carro.

- Eu hein... cara maluco! – o homem do parquinho murmura e vai para o banco de trás.

Sem perder tempo, o Sasuke ataca o cinto dele também e o puxa várias vezes para ter certeza de que não vai abrir. As mãos do Uchiha estavam trêmulas e os olhos curiosos. Um apito se é ouvido e as travas de ferro descem à nossa frente, nos deixando presos definitivamente. Ele segura nas travas de ferro e me olha espantado. Dou um sorriso motivador, mas não pareceu surtir efeito nenhum. As mãos dele seguram firme a barra enquanto ele engole seco e eu sinto que essa experiência nunca mais será esquecida.

Quando o carrinho começa a deslizar sobre os trilhos, ele aperta ainda mais as mãos deixando os nós dos dedos brancos. O carrinho vai subindo a montanha e ele começa a olhar para baixo desesperado.

- Senhorita Haruno... Isso... é... Oh Deus! – os olhos esbugalhados fitam o abismo à nossa frente.

- Só aproveita! – pisco marota e então o carrinho tem a primeira descida brusca.

- AI MEU DEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS!

-UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUL...

Os gritos de todos no carrinho não era mais alto do que o grito desesperado do Sasuke que fechava os olhos e as mãos tão forte que eu tinha medo de ele não ter um treco alí mesmo. O Carrinho faz uma curva brusca e ele parece ainda mais desesperado.

- VAMOS MORREEEEEER! AI MEU DEEEEEEEEUS!

Eu tentava gritar, mas só fazia sorrir enquanto ele tentava se manter o mais imóvel possível, como se aquilo fosse deixa-lo mais seguro. O carrinho sobe uma ladeirinha e desce novamente fazendo-o soltar outro grito desesperado. Aproveito e grito também, misturando meu grito com uma gargalhada.

- EU QUERO DESCER! PAREM ISSO! PAREEEEM! – ele começa a olhar ao redor enquanto exigia que parassem o brinquedo.

- TÁ TERMINANDO! – informo, sorrindo.

Ele se mantém desesperado até o brinquedo parar. Assim que a trava de ferro é liberada, o Uchiha solta o cinto dele e o meu também com uma agilidade impressionante. Sem esperar, ele segura minha mão e praticamente me arranca do assento. Tropeçando, passamos pela plataforma de desembarque e quando estamos a aproximadamente 10 metros da montanha russa, ele para de me puxar e vira para mim com os olhos negros tão esbugalhados que faziam medo não sair de órbita.

- Nunca. Nunca mais me chame para andar naquela coisa! – os cabelos negros estavam tão bagunçados quanto os sentidos dele – Pelo amor de Deus, Senhorita Haruno!

- Homem, controle-se! – peço sorrindo.

- Estou falando sério, aquele brinquedo pode ser qualquer coisa, menos divertido. Não vejo diversão naquela coisa. – aponta desesperado para a montanha russa e então segura minhas mãos – Por favor, não me peça mais para subir naquilo!

- Fica calmo, não vamos mais lá. – Tento me controlar vendo o desespero dele – Tudo bem. Tudo bem.

- Prometa. Por favor, prometa. – o cenho estava franzido e suas mãos geladas.

- Ei. – solto minha mão direita da dele e a coloco em seu rosto de forma carinhosa – Prometo. Vamos para casa, sim?

- Obrigado. – murmura respirando fundo.

Espero ele se acalmar e então percorremos todo o caminho de volta para a entrada do zoológico. O Sasuke caminhava ao meu lado com o braço dobrado enquanto eu segurava seu antebraço. Vez ou outra eu o olhava e ele ainda permanecia com uma cara de assustado, mas agora mais controlado. O ouvi soltar um suspiro aliviado quando avistamos o bebê e a postura dele relaxou um pouco mais. Desativei o alarme do carro quando chegamos perto e entramos. Ele estava bem calado e os olhos pareciam perdidos em algum lugar no tempo o que me fez questionar se estava tudo bem e ele me deu um breve sorriso seguido de um “Sim, Senhorita”.

Quando finalmente chegamos em casa ele parecia mais calmo. Liguei as luzes da sala e ele destravou a porta de vidro, abrindo-a, permitindo assim que o ar que vinha de fora adentrasse para dentro de casa. Informei que iria tomar um banho e ele me seguiu dizendo que iria fazer o mesmo. Ao chegar no quarto, vou tirando a roupa pelo caminho até o closet e ao chegar lá estou apenas de roupa intima. Pego uma nova roupa íntima e um short de algodão rosa florido com pequenas aberturas nas laterais e uma regata azul clara.

Tomo um banho de cabeça rápido e me visto. Saio do banheiro a aproveito para olhar meu celular. Nenhuma chamada, nenhum e-mail. Nada. Coisa boa! Jogo o celular em cima da cama e saio do quarto, vejo que a porta do quarto do Uchiha estava aberta e o quarto vazio. Segui pelo corredor e quando cheguei no mezanino ví que ele estava na área da piscina com as mãos dentro dos bolsos do short que usava. Desci as escadas, passei pela sala sem fazer barulho já que estava descalça e quando estava pertinho do Uchiha, me joguei em suas costas, fazendo-o cambalear para frente.

- Oiêêê! – envolvi meus braços por seu pescoço.

- Céus! – se assustou dando uns passos para frente, me levando junto – Senhorita... -me olha por cima do ombro.

- Oi. -sorrio – Você se assusta muito fácil.

- Fui pego desprevenido. – defende-se e me lança um pequeno sorriso – A Senhorita realmente gosta de me assustar, não é?

- Um pouquinho. – pisco marota.

- Hun... – ele vira e coloca as mãos de forma delicada em minha cintura enquanto eu permaneço com os braços em volta de seu pescoço – Sorte que tenho um coração forte.

- Não só o coração. – deslizo uma mão e aperto seu braço protegido pela camisa de manga comprida.

- Agradeço a gentileza. – seu rosto fica corado, mas ele me dirige um sorriso mais aberto – Licença. – inclina um pouco a cabeça e cheira meus cabelos.

- Que foi? – franzi o cenho levantando um pouco a cabeça para poder olhar em seus olhos.

- Apenas sentindo o aroma. – dá de ombros. Sinto o polegar dele fazer carinho em minha cintura de forma suave por cima de minha regata.

- Hun... – Estreito os olhos na direção dele – Cuidado para não viciar.

- Aviso dado com atraso, Senhorita.

Acabo sorrindo com a fala dele e o Uchiha se inclina um pouco dando um beijo na ponta do meu nariz, o que me faz ter cócegas. Ele beija meu queixo demoradamente e então me dá um selinho, outro, outro, até que por fim, toma meus lábios vagarosamente. Fico na ponta dos pés para corresponder e abro a boca quando sinto a ponta de sua língua gelada pedir passagem. Deslizo minhas mãos por sua nuca enquanto as mãos dele vão para minhas costas.

Nossas línguas dançavam lenta e ritmadamente enquanto o mundo deixava de existir ao nosso redor. Uma mão dele sobe calma até meus cabelos e ele segura minha cabeça aprofundando um pouco mais o beijo que mantinha-se lento. Deslizo minhas mãos por seus braços em um carinho suave ao mesmo tempo em que sinto os pelos dele se arrepiarem. Afastamos nossas bocas um pouco e ele encosta a testa na minha, me olhando nos olhos.

- O que acha de assistirmos algo? – indico baixo.

- Estou à disposição. – a voz dele era mais grave por conta do beijo recém terminado.

- Ótimo.

Seguro sua mão e vou puxando-o para a sala da tv. Ele fica de pé em frente ao sofá enquanto eu pego o controle e vou ao seu encontro. Sento e ele senta logo após, ao meu lado. Ligo a televisão e começo a procurar algum filme. Enquanto vou passando os canais ele se mantém atento a TV. Finalmente acho um filme, Titanic, e resolvo deixar ali já que estava no inicio, na parte que o Jack está procurando por seu quarto no navio.

Aproveito o Uchiha ao meu lado e me aconchego nele, levanto seu braço e passo ele por cima de meus ombros enquanto deito minha cabeça no ombro dele. O Sasuke solta um suspiro baixo, mas não me afasta de sí, ele fica fazendo um carinho suave por meu braço enquanto submergimos no que se passa na TV.

O filme já ia avançando quando ele resolve fazer várias perguntas e se mostrou incomodado quando o Jack começa a desenhar a Rose. Na verdade, ele olhou para o lado oposto quando ela deixou o roupão cair.

Achei tão fofo ele não querer olhar a "nudez da Senhorita".

A coisa ficou pior quando eles entraram no carro e começaram a transar, isso foi o suficiente para ele prender a respiração e pigarrear olhando para os próprios pés. Finalmente a “pouca vergonha” do filme passou e o navio começou a afundar, tomando a atenção dele.

- Nossa. Não sei se tenho coragem para entrar em um navio novamente depois disso. - murmura.

- Já esteve em um ? - Olho-o de canto.

- Já. Quando fui para a Itália. Eu tinha 15 anos. - Sorri.

- Uau! - Afasto a cabeça do ombro dele para poder olhar em seus olhos - Que foi fazer lá?

- Estudar. - dá de ombros - Um cavalheiro precisa saber muitas coisas, uma delas é falar italiano e latim, Senhorita. - fala como se fosse óbvio.

- Interessante. Quanto tempo passou lá? - subo meus pés para cima do sofá e fico totalmente virada pra ele.

- Três anos. - sorri nostálgico - Três maravilhosos anos.

- E como foi? - me empolgo com sua história.

- Bem... Como falei, fui para estudar, mas a Itália é tão maravilhosamente encantadora... Acredito que a Senhorita iria adorar dar um passeio pelas ruas de Viena, ou até mesmo passear a noite nos barcos á remo iluminados por lamparinas. - uma mão dele vai até meus cabelos e ele afasta uma mecha de meu rosto suavemente - Uma bela dama em uma bela cidade.

- Nossa! Agradeço o elogio. - sorrio de forma constrangida - Me parece uma cidade romântica.

- Certamente. Uma cidade que agracia o passeio a dois.

- Você pretende voltar lá? - inclino a cabeça para apoiar minha bochecha na mão dele.

- Não sem a Senhorita. - seu polegar faz um carinho em minha bochecha.

- Acho que não temos tempo para uma viagem dessa. - lembro sobre sua volta pra casa e acabo desviando o olhar.

- Então Viena não me verá nunca mais. – murmura.

Meus olhos voam para ele enquanto absorvo seu decreto. Ele não poderia estar falando sério, poderia? Pelo seu olhar poderia sim. Ele parecia bem determinado na verdade. Inclino meu corpo para frente tomando os lábios do Uchiha em um selinho demorado que logo se torna um beijo suave. A mão dele que estava em meu rosto vai para a parte de trás de minha cabeça,  eu apoio as mãos em seu peitoral enquanto nos perdíamos no beijo e na música “my heart will go on”.

Enquanto nossas línguas dançavam, sinto a outra mão dele vir para minha cintura e eu acabo me ajoelhando no sofá para poder ficar mais perto dele. Subo minhas mãos para sua nuca enquanto o beijo se torna mais profundo, mais urgente. A mão do Uchiha que estava em minha cabeça desliza para minha cintura e ele me puxa mais para sí, o que me faz passar uma perna por cima das suas e eu fico “ajoelhada” em seu colo, com uma perna de cada lado das pernas dele. Agora em seu colo, levo uma mão para os cabelos do Sasuke e puxo os fios entre meus dedos. O beijo já era urgente, quente... As mãos dele vão para minhas costas deslizando com possessão, me puxando mais para sí, fazendo meu peito colar no dele.

Sugo a língua do Sasuke e ele solta um gemido baixo. Suas mãos se tornam mais ousadas quando deslizam para baixo de minha regata e eu sinto seus dedos gélidos deslizarem pela pele de minhas costas. Ele me apertava mais contra sí e eu já conseguia sentir um volume se formar entre minhas pernas, o que foi inevitável me fazer gemer baixo também. Deslizo minhas mãos por seus ombros, peitoral, arranhando suavemente por cima da camisa. Uma mão dele desliza para minha cintura ainda por baixo da camisa e sobem pela lateral de meu corpo até chegar na costela, fazendo minha regata subir um pouco, onde ele aperta novamente me puxando para sí, e eu apenas vou, fazendo nossas intimidades se tocarem por cima da roupa.

Nós dois ofegamos juntos.

Deixo os lábios do Sasuke e vou beijando e lambendo seu queixo, maxilar, nuca, orelha enquanto ele apenas fecha os olhos e desliza a mão que estava em minhas costas para minha coxa. Mordisco seu lóbulo e ele aperta minha coxa com força, a mão que estava em minha costela sobe para meus cabelos e ele segura os fios com força, tomando meus lábios mais uma vez em um beijo quente. Deslizo minhas mãos por seu abdome e adentro a camisa, passando a ponta dos dedos pelos gominhos dele. Os pelos de seu peitoral ficam arrepiados e eu sinto o volume entre minhas pernas aumentar, o que me faz rebolar minimamente sobre ele. A mão em minha coxa se arrasta forte sobre minha pele até chegar na nádega e ele apertar com força, me fazendo soltar um grunhido baixo.

E então ele para o beijo bruscamente.

Estávamos ofegantes, suados, vermelhos, excitados. Os olhos negros estavam nublados, a boca inchada, o peito descia e subia freneticamente enquanto ele ofegava perdido no que acabara de acontecer. Como se estivesse caído em sí, rapidamente o Uchiha me tira de seu colo e pula pra fora do sofá, o que me faz franzir o cenho sem entender nada. Eu permanecia sentada no sofá enquanto ele estava de pé, ofegante e atordoado. Vejo-o engolir seco e ele leva as mãos para cima da bermuda, tentando esconder sua ereção.

- P-P-Perdão, Senhorita.

A voz dele quase não passou de um sussurro. Ele me deu as costas e saiu praticamente correndo rumo as escadas. Enquanto eu permanecia alí, sentada no sofá, tentando entender o que aconteceu, ouvi o barulho da porta do quarto dele ser fechada e a casa se tornar silenciosa. Passo as mãos por meus cabelos e encosto a cabeça no encosto do sofá. Enquanto meu peito descia e subia numa respiração sôfrega, eu tentava processar todas as informações do que tínhamos feito, mas estava quase impossível. Minha mente estava nublada demais.

~> Continua