Pelotão 28 - Capítulo 1
- Qual o caso? – A voz firme da mulher se fez ouvir antes mesmo de ela se aproximar.
- Homem branco, aparentemente 30 anos. Ferimento à bala no peito. Sem ferimento de saída. Ferimento sangrando muito e pulsação fraca. Ele tá em VT.
- Ok. – ela se aproximou e com toda a agilidade que possuía retirou o estetoscópio do pescoço e colocou nos ouvidos, e levou a outra extremidade ao peito do homem, mas não consegue ouvir o coração dele – Droga. – murmurou, abrindo a maleta que trouxe consigo e remexendo, mas sem encontrar o que precisava alí, dirige sua atenção para o homem no chão e então começa a massagem cardíaca – PRECISAMOS LEVAR ELE PARA O HOSPITAL, AGORA! – grita, chamando atenção de alguns paramédicos para sí.
- Doutora, ele está...
- NÃO! TRAGAM A MACA!
A movimentação começa depois da ordem da jovem médica. Com cuidado para não interromper o procedimento, colocam o paciente em cima da maca e a médica continua a massagem. Assim que os paramédicos colocaram o homem dentro da ambulância ela olha séria para os dois homens.
- Continuem a massagem. Vou fazer uma toracotomia.
- M-mas doutora...- um dos paramédicos a olhou espantado.
- AGORA! – olhou nervosa para os dois homens. Um deles assumiu a massagem e ela começou a mexer dentro da maleta pegando um bisturi, gaze, um frasco de iodo e então destampa o iodo e derrama em cima do peito do homem, aproveita e aplica uma anestesia, abaixo do peito e segurando o bisturi com precisão faz um corte milimetricamente preciso. Continua aprofundando o corte até que finalmente chega no osso.
- D-doutora... – o outro homem que até agora olhava tudo fica espantado com a coragem dela.
- Não fique ai parado. Pegue mais gaze e um afastador se você tiver.
- Mas, nós não temos. – informa enquanto coloca soro no homem.
- Que droga! – murmura olhando ao redor e com um suspiro pesado só vê uma solução. Apoia a palma da mão no osso da costela e faz impulso quebrando uma costela do homem.
- AI MEU DEUS! – O que estava fazendo a massagem se afasta do paciente.
- NÃO PARE! – grita com o homem que volta a fazer a massagem. – SÓ PARE QUANDO EU MANDAR, CASO CONTRÁRIO VOCÊ SERÁ O CULPADO PELA MORTE DESTE HOMEM!
Os dois paramédicos se entreolharam e assentiram. Nunca viram em toda sua vida uma mulher tão determinada e maluca como aquela. Medicina era amor e dom, mas naquele dia aprenderam que eram também loucura. A médica de rosto jovial e doce, de voz aveludada e aparência inexperiente era maluca o suficiente para fazer uma toracotomia em campo e ainda por cima quebrar uma costela do paciente. Seus olhos verdes voltaram para o corte e com uma puxada profunda de ar ela teve visualização do coração. Tentou observar se encontrava a bala, mas como não a viu ficou na dúvida. Se prosseguisse o paciente poderia morrer, mas se não prosseguisse ele morreria. Optou por prosseguir.
- Pare. – pediu no mesmo instante em que enfiava a mão dentro do peito do homem e segurando o coração dele, começava uma massagem cardíaca.
Sentia o coração do homem quase inerte em sua mão, mas continuava a massageá-lo de forma ritmada. Não iria parar. De forma alguma. Aquele homem não morreria enquanto estivesse com o coração dele em sua mão, Literalmente.
Finalmente foi anunciado que estavam chegando ao hospital e quando as portas da ambulância abriram, ela viu um amigo de trabalho a olhar alarmado.
- Não acredito que você fez isso! – Viu o Shino terminar de vestir as luvas.
- Fiz e você vai ter que operá-lo. Eu não tenho condições.
- Claro que não. – ele resmunga enquanto ajuda os paramédicos a puxarem a maca para fora. – Está com a mão dentro do peito dele.
- Ou era isso ou ele morria. – rebate subindo em cima do homem e sendo levada junto com ele para dentro do hospital sem parar a massagem. – Ele tem uma perfuração no ventrículo direito.
- Ok. Eu quero uma sala de cirurgia agora. Preparem adrenalina também. Vamos injetar direto no coração. – Shino ía dando as instruções.
- Doutor, a equipe já está pronta! – uma enfermeira gritou enquanto eles passavam rumo ao bloco cirúrgico.
O caminho foi feito rapidamente e em poucos segundos já estavam adentrando o local. Enquanto Shino ía se esterilizar, enfermeiros entubava e medicava o homem e uma enfermeira vestia a Haruno do jeito que podia: Lhe colocava a touca, com cuidado colocou o propé descartável por cima do salto scarpim que ela usava. Vestiu a bata descartável também e colocou a máscara.
- Tudo pronto.
- Ok. -Shino sorriu animado colocando a máscara –Acho que a Doutora Haruno já deve estar cansada de ficar de quatro em cima desse paciente. -ironizou.
- Eu sou incansável. Sou uma máquina. – informa, indicando a mão que ainda massageava o coração do homem.
- Tudo bem então. Vamos começar.
A cirurgia levou algumas exaustivas horas e apesar de ter dito que era incansável, a doutora agradeceu ter a mão em fim livre, afinal, com a mão desocupada, ela poderia realizar outras cirurgias. Ao sair da cirurgia, ainda teve que visitar alguns pós-operatórios que tinha e precisou verificar o trabalho de seus internos. Apesar de ser muito jovem e esse ser seu primeiro ano como chefe e já sentia na pele esse feito. Lembrava dos anos de residente e apesar de fazer apenas um ano, parecia algo distante.
Terminou de assinar o prontuário de uma paciente e colocou o mesmo sobre o balcão da recepção do andar em que estava e seguiu para o elevador. Acionou o mesmo e sorriu satisfeita quando as portas abriram rápido. Entrou e acionou o segundo andar (precisava descansar um pouco). Colocou as mãos nos bolsos do jaleco e encostou as costas na parede do elevador e fechou os olhos. Seu corpo pedia um banho, comida e cama. Estava em plantão a dois dias e agora estava finalmente tendo direito a quatro horas de descanso. Se espreguiçou quando as portas abriram e saiu dali despreocupada seguindo rumo a sala de convivência dos médicos.
O local era bem tranquilo, possuía dois sofás, duas poltronas, um frigobar, armários, tv, mesa de centro, uma mesa para refeição e uma portinha num canto que dava acesso ao dormitório dos médicos. Foi até o frigobar e pegou uma garrafa com água, bebeu um pouco se jogando no sofá e pegou o controle da tv, ligando-a. Começou a passar os canais despreocupada e a porta da sala foi aberta. O Shino entrou erguendo as sobrancelhas quando a viu.
- Não deveria estar se preparando para dormir? – foi até o frigobar e pegou um cacho de uvas lá de dentro, sentando-se ao lado dela no sofá.
- Deveria, mas estou tão cansada que tenho preguiça até para isso. – seus olhos verdes capturam a imagem de uma explosão ,então resolve parar naquele canal e aumenta o volume.
“ - A guerra está realmente firme. Após um mês e cinco dias de seu início, os dois países já decretaram que não vão parar de forma alguma. O presidente informou que as tropas especiais estão indo para o local de combate e as melhores equipes também já foram enviadas para lá. Tudo o que resta agora é esperar. A zona de confronto foi totalmente desabitada. As pessoas foram manejadas para locais seguros e as imagens são de destruição e dor como vocês podem ver trás de mim. – e ele apontou para trás de sí onde aparecia uma rua destruída por bombardeios - Parente de militares já choram a perda de seus entes queridos. Essa é uma triste visão do que vive nossa sociedade. Aqui é Yamato Kushino, direto da Zona de confronto 5.”
- Nossa... Nem dá pra acreditar que isso está acontecendo com nosso país não é? – perguntou a jovem médica enquanto bebia mais de sua água e levantava na intenção de ir dormir.
- Não mesmo. – suspirou o médico que ainda mantinha os olhos no monitor – Ei... não é a lanchonete que você foi? – pega o controle e aumenta o volume. A médica para na mesma hora de caminhar.
“ - Foi tudo muito rápido, uma hora estávamos todos tranquilos tomando nosso café, depois um homem armado chegou atirando em todo mundo. Foi horrível! – Uma senhora de cabelos grisalhos relatava sua versão dos fatos.
- Sim, ele era alto, forte... seus olhos estavam decididos a fazer aquilo. Ele atirou sem pena. Que Deus tenha piedade da alma dele porque um homem como ele com certeza vai sofrer um grave julgamento. – Uma mulher que trazia um terço nas mãos fez o sinal da cruz.
- Era pra ter sofrido mais. Ele tirou muitas vidas e ainda tem muita gente nos hospitais por conta dele! – um homem visivelmente revoltado deixava sua indignação transparecer.
- No meio de tanto caos, algumas imagens foram feitas depois do ocorrido e uma das filmagens que mais chamou atenção, foi uma jovem médica que abriu o peito de um homem e enfiou a mão dentro dele, segurando seu coração. – E para o espanto da jovem médica de cabelos róseos, a imagem dela dentro da ambulância, abrindo o peito do homem e segurando o coração dele em sua mão enquanto realizava a massagem aparecia na televisão. A garrafa com água escorregou de sua mão e caiu no chão, espalhando o líquido pelo piso. – Um rapaz conseguiu fazer as imagens através das janelas da ambulância e disse que os paramédicos ainda tentaram contestar, mas ela estava decidida. Seguimos direto para o hospital para onde o homem foi levado e segundo o boletim médico, a cirurgia foi realizada e o homem continua vivo, agora sob os cuidados do pós-operatório. Seria essa médica uma heroína? Uma maluca? Uma pessoa tomada pelo medo da guerra decidida a salvar o pobre homem que foi vítima de um patriarca inimigo? Não sabemos. A única coisa que sabemos é que ela salvou a vida de um homem e isso é o que basta. Aqui é Raika Asumi, direto do Hospital Saint Akos."
- Ai meu santo Deus. – Shino sussurrou – Doutora Haruno... – ele olhou para a médica que estava paralisada olhando para a televisão com a mão entreaberta, a garrafa de água caída aos seus pés, a boca entreaberta e os olhos verdes esbugalhados em espanto. – Sakura? – levantou rápido e se aproximou dela – Sakura?
- Isso... – balbuciou – Eu... alí... – olhou em câmera lenta para o homem e apontou para a televisão.
- Sim. Você apareceu na tv fazendo a toracotomia. Vem, senta. – Segurando-a pelo braço, a guiou até o sofá.
- Merda.- murmurou sentando – Merda. Merda. Merda. – levou uma mão à testa tentando conter o suor que começava a acumular alí.
Para seu total espanto e desespero, no mesmo instante a porta da sala foi aberta bruscamente e a secretária do diretor de cirurgia geral colocou a cabeça para dentro, os olhos da mulher caíram sobre a médica e com um aceno de cabeça a chamou. A médica olhou para o amigo e engoliu em seco. Tudo o que sempre sonhou era ser médica. Durante toda a sua vida desejou estar alí e salvar vidas. Aquele era seu primeiro ano como médica chefe e agora estava tudo indo por água abaixo.
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Dois dias, exatos dois dias desde o acontecido que virou sua vida praticamente de cabeça para baixo, mas graças aos céus estava voltando aos eixos novamente. Suspirou lembrando de quando a secretária do chefe de cirurgia chegou chamando-a e ela seguiu para falar com o chefe jurando que seria mandada embora e sua licença caçada, mas em vez disso, ele a elogiou, falando que aquele era o espirito de um médico. Salvar uma vida a qualquer custo, porém, que ela fosse mais responsável da próxima vez... E todo o elogio veio seguido de uma lição de moral tão grande que ela teria que subir um prédio de vinte andares para chegar no final dela.
Olhou mais uma vez para os monitores que mostravam o avanço do paciente. Ele finalmente estava respirando sem ajuda de aparelhos e agora dormia tranquilo. Muito em breve poderia receber alta se não tivesse complicações.
Anotou uma nova guia de remédios para o homem e saiu da sala dele seguindo para a recepção do andar. Colocou a ficha do paciente em cima do balcão e viu uma agitação na mesma direção do térreo. Com as mãos nos bolsos do jaleco, começou a caminhar naquela direção também. Estava no primeiro andar e aquele andar era destinado a UTI e bloco cirúrgico, o térreo era para emergência e enfermarias. Viu sua residente passar rápida por ela e sem perder o foco, esticou a mão bem a tempo de pegar no colarinho do jaleco da garota, impedindo-a de prosseguir.
- O que está acontecendo lá embaixo? – soltou o colarinho, vendo a sua residente ajustar o jaleco, descendo as escadas apressada ao seu lado.
- Falaram que tem um monte de militares na emergência. – respondeu ofegante.
- Na minha emergência? – franziu o cenho.
- Sim. Será que é algum soldado ferido? – olhou para a chefe com os olhos esbugalhados em esperança – Será que vamos receber feridos da guerra?
- Reze para que não. – resmungou a médica, apressando os passos.
Terminou de descer as escadas e viu que o movimento alí era quase catastrófico. O corredor que dava acesso a emergência estava tão lotado quanto no dia em que teve um evento catalítico. Um dia fatídico aquele. Abriu caminho por entre as enfermeiras, residentes, funcionários e pacientes curiosos e quando passou pelas portas duplas que davam acesso à emergência viu o motivo de tanto alvoroço.
Contou rápido dezenove soldados, mas desistiu de contar quando percebeu que eles se misturavam entre pacientes, médicos, enfermeiros, residentes, pacientes... pacientes... pacientes... viu uma residente a olhar desesperada tentando passar entre dois soldados, sem conseguir. Abriu a boca pronta para reclamar, mas viu outra médica abrir caminho entre os soldados e ajudar a residente. Também viu entre os soldados o que acreditou ser dois oficiais, um deles olhava atento ao redor e estava de costas para ela enquanto o outro conversava com seu chefe. Olhou para o lado e viu Shino olhá-la em total desespero. Ele fez um sinal com a mão desesperado que ela não entendeu e foi nesse momento que perdeu a paciência e viu o amigo suspirar derrotado.
- Mas o que está acontecendo aqui? – sua voz aguda, subiu ¼ devido a indignação que estava.
O homem que conversava com seu chefe a olhou de cima à baixo e o que olhava ao redor também a olhou. Todo o hospital pareceu paralisar e todos os olhos caíram sobre a jovem médica que estava com as mãos na cintura tentando entender porque a emergência da qual era responsável estava aquela bagunça. O homem que conversava com seu chefe caminhou em sua direção, ele vestia uma roupa verde musgo de oficial, uma boina caída de lado. O homem era muito, muito grande (tanto em altura como em músculos). Sua farda trazia algumas medalhas, estrelas e outras coisas que ela não teve tempo de analisar, pois, ele parou à sua frente e ela teve que levantar a cabeça para poder olhá-lo nos olhos.
- Doutora Haruno? – sua voz era grossa como um trovão, o corpo da doutora deu uma leve estremecida devido a presença do homem.
- Eu mesma. O que deseja?
- Major Jiraiya. – Ele tirou a boina e fez uma mesura quase imperceptível com a cabeça – Estávamos à sua procura.
~> Continua
Eu amei!!! Ansiosa pelo próximo.
ResponderExcluirUollll. .....pelo jeito vão recruta-lá ...... eita adorei o capítulo. .. Anciosa para o próximo! ♡! ♡!
ResponderExcluirBjusssss
Respirando fundo....
ResponderExcluirPrimeiro de tudo, nunca em meus longos anos lendo fic li uma NaruSaku, mas cm é dessa autora foderosa, poderosa e diva to lendo e logo no primeiro capítulo a gnt ver uma Sakura foderosa, poderosa e diva tbm 😱😱 😱
Ow my God!!! Realmente além de ser uma médica que ama a profissão é tambem maluca kkkkkkkk
Cara como nao se lembrar q a Sakura tbm ja fez esse procedimento com o Naruto no anime!!!
Ansiosa pelo próximo
#TheBest
#NumberOne
Aaaaaaaah caramba!
ResponderExcluirSamba na cara da sociedade Diva máster *-*
Sakura é única mano. Não tem jeito.
Queroooo o próximo, o mais rápido possível! Kkkkkkk
Obrigado por isso minha linda ( de tetas de stripper ) só p n perder o costume 😜