Projeto Ampulheta - Capítulo 14




Finalizo minha trança lateral e pego o par de brincos tipo gota, colocando-os. Borrifo um pouco de perfume e então me olho no espelho. A maquiagem perfeita escondeu as olheiras que eu ganhei depois de meia noite de choro. Levanto e me afasto da penteadeira. Pego meu jaleco que estava em cima da cama e minha bolsa, saindo do quarto. Passei pelo corredor e nem fiz esforço para olhar para a porta ao lado.

Mas infelizmente do mezanino eu já o ví.

Ele estava em frente a parede de vidro (como sempre), com as mãos nos bolsos da calça moletom, olhando o jardim. Desci as escadas e ele nem se quiser virou como costumava fazer. Coloquei a bolsa e o jaleco em cima da mesa e fui até a cozinha pegar um copo com água para tomar um remédio para a dor de cabeça que eu estava sentindo.

E então ele virou.

Seu rosto não transparecia nada. Absolutamente nada. Coloquei o copo na pia e fui até a mesa, peguei meu jaleco e bolsa e então respirei fundo tomando coragem.

- Hoje não vou para a agência. Recebi um e-mail hoje pela manhã para ir a uma outra empresa então... Volto mais cedo.

Ele balança a cabeça de forma positiva e então seus olhos percorrem meu corpo. E dessa vez, eu me senti constrangida.

- Vai assim? – franzi o cenho.

- Tem algo errado? – começo a me analisar. Eu vestia um vestido tubinho, justo e negro, com detalhes em bege nas laterais e no colo. Ele batia 4 dedos à cima do joelho e atrás tinha uma fenda apenas para dar mais conforto na hora de caminhar, meu look era finalizado com um scarpin negro.

- A roupa está um pouco indiscreta. Apenas isso.

- Ah... – abro e fecho a boca algumas vezes – Nem está. Esse vestido é social, exatamente para esse tipo de co...

- Tudo bem, Senhorita. Bom trabalho.

Ele passa por mim e sobe as escadas, indo para o quarto. Pisco algumas vezes atordoada sem compreender exatamente o que acabou de acontecer. Mordo meu lábio inferior e respiro fundo. Calma, Sakura. Calma. Passo uma mão na testa e então viro, saindo de casa. Jogo minha bolsa e jaleco no banco do carona e arranco com o bebê.

O caminho percorrido era totalmente diferente do qual eu estava costumava a fazer. O Kakashi me mandou um e-mail hoje pela manhã informando que eu precisava ir na agência de laboratórios para resolver algumas pendências que estávamos tendo e esse tipo de coisa é extremamente estressante, mas tudo bem, eu tenho que ir.

Ao chegar no tal laboratório, eu fui recebida por um batalhão, todos muito curiosos e ansiosos para me falarem sobre suas ideias. Ouvi cada uma e opinei sobre elas também, sem falar no relatório que fiz para informar ao Kakashi sobre qual seria mais necessário para a T.T. Por volta das 13:00 eu terminei minha visita e fui dispensada pelo resto do dia então segui para minha casa.

Assim que entrei ví que estava tudo na mais perfeita paz. Olhei rapidamente na sala e na cozinha e ví que o Uchiha não estava lá, subi as escadas e quando passei em frente ao “seu quarto” ouvi um pequeno barulho, o que indicava que ele estava lá. Entrei em meu quarto e tomei um banho rápido. Vesti um biquíni azul, simples, um vestidinho de malha e peguei uma toalha. Sai do quarto e fui para a cozinha onde comi uma fatia de pizza.

Fui até a área da piscina e liguei o som. Uma música batida tocava na rádio local e logo me animei, tirei o vestido colocando-o em cima da cadeira, a toalha e fui até a beirada da piscina onde fiz um alongamento e então me joguei. A água passava de forma suave por meu corpo. Eu me sentia leve, lavada, renovada. Era tão bom estar em casa e poucas são as vezes em que realmente estou e a aproveito.

Subo para a superfície e respiro fundo, voltando a mergulhar e nadar novamente. Ao chegar na metade da piscina, paro de nadar e deixo meu corpo boiar. Fico com os olhos fechados e os braços abertos sentindo o sol tocar meu corpo na parte de cima, enquanto a água passava preguiçosa por baixo de mim.

Depois do que me pareceu alguns minutos, deixo meu corpo afundar e volto para a superfície passando as mãos por meu rosto. Quando olho para a frente, vejo o Uchiha parado na porta de vidro olhando para mim. Nado até a borda da piscina e então subo as escadas e saio da piscina, caminho na direção da cadeira e pego a toalha.

- Já almoçou? – enxugo meu rosto.

- Sim... – Ele olhava para a churrasqueira. – Não imaginei que o “mais cedo” seria tão cedo.

- Pois é, terminou rápido lá, ainda bem, então resolvi vir tomar um banho. – Sorrio enquanto coloco a toalha em cima da cadeira novamente.

- Hun...

- Não quer se juntar a mim?

- Não, obrigado. A Senhorita não está em trajes respeitosos.

- Como? – franzi o cenho.

- Suas vestes. – Ele me olha – Ou melhor... A falta delas.

- Pensei que já tivéssemos superado isso. – Coloco as mãos na cintura.

- Nunca me acostumarei com essa falta de compostura.

- Ah... – olho ao redor sem saber o que falar e quando volto a olhar para ele, vejo um caderno e um lápis em suas mãos – O que faz? – Dou um passo para frente, mas paro quando ele levanta uma mão me “mandando” parar.

- Por favor... – Ele olha para o lado e então suspira – Estou fazendo uma lista.

- Lista? De quê?

- Perdoe-me, mas não é de seu interesse.

- Nossa. – dou um passo para trás – Se é tão secreto assim era só dizer “segredo”.

- Perdão... – Os olhos dele caem sobre o caderno e então ele suspira – Estou listando qualidades.

- Como assim? – pego meu vestido e visto-o.

- Sobre as duas Senhoritas que estou observando para casar.

- Ata... – murmuro. Mordo meu lábio inferior – Então... Você vai realmente casar sem amar?

- É o ideal a se fazer. – Senta na espreguiçadeira ainda analisando o caderno.

- Você vai ser infeliz...

- Não com a mulher perfeita ao meu lado. – rebate.

- Mas...

- Senhorita Haruno, por favor não opine. A Senhorita não entende de relacionamentos, muito menos de casamento, menos ainda sobre o comportamento que se deve ter dentro da minha sociedade, então por favor, apenas peço para que me deixe concluir a minha lista. – Os olhos dele alcançam os meus e eu vejo impaciência.

- Acho que tenho mais experiência do que você quando o assunto é relacionamento. – arqueio as sobrancelhas.

- Não acho que relacionamento seja a palavra correta para dar ao seu conhecimento, Senhorita, porém, sobre os comportamentos de meu tempo, acredito que eu saiba bem mais e por isso, peço apenas para que me deixe concluir em paz. Por favor.

- Desculpa. – murmuro. – Eu só queria ajudar.

- Agradeço sua ajuda, mas não acredito que tenha como.

Se eu tivesse levado um tapa teria doído menos. Dou as costas ao Uchiha e vou para dentro de casa. O que eu havia feito de tão errado assim para ele estar me tratando desse jeito? Será que agora ele começara a sentir a ausência de casa e estaria chateado por ter sido trazido para cá contra à vontade? Ou foi algo que fiz ou falei que o chateou? Eu realmente não conseguia saber.

O Uchiha não faz o tipo grosso e indelicado, muito pelo contrário... Algo o estava chateando demais e esse algo estava em mim, mas como se pode reparar um erro quando não se sabe que erro é esse? Vou para a sala de casa e ligo a tv colocando em um canal qualquer enquanto ele permanecia na espreguiçadeira compenetrado em sua lista.

Sua maldita lista.

O resto da tarde foi tão animada quanto o inicio dela. Preparei dois sanduíches. Comi um e deixei o outro em cima da mesa para o Uchiha comer, mas ele continuava lá, na espreguiçadeira, porém não olhava mais para a lista e sim para frente. Estava hipnotizado em seu próprio mundo. Eu já estava cansada de tudo aquilo. Ele tinha todo o direito de ficar chateado com várias coisas, mas não era justo ele estar me jogando pedras e eu não saber o motivo disso.

Até os piores bandidos tem direito a uma defesa, então eu iria atrás da minha. Levanto do sofá decidida a pôr um fim nisso e vou até a área da piscina e paro ao lado do mesmo. Ele ergue os olhos para mim e seu rosto expressava simplesmente nada.

- O que está acontecendo?

- Perdão?

- Você anda chateado, me fala o que está acontecendo.

- Não é nada, Senhorita. – suspira e então levanta.

- Não vem com essa de que “não é nada”. Você está chateado com algo... comigo e eu nem sei o motivo.

- Já falei que não é nada. – Passa por mim.

- Sasuke, fala logo! – viro e cruzo os braços

- Uchiha. – ele vira e me olha sério – E não se preocupe, não há...

- Me fala logo o que está acontecendo. – interrompo.

- Não está acontecendo nada!

- Sasuke, me fala...

- Uchiha, Senhorita Haruno. Por favor. – me repreende com o olhar.

- Sakura. E para de falar assim comigo, me fala logo qual o problema. – Eu já estava ficando sem paciência.

- Eu não tenho que ficar compartilhando tudo o que se passa em minha mente, Senhorita Haruno. – Ele passa uma mão nos cabelos, também nervoso.

- SAKURA! MEU NOME É SAKURA! – Explodo.

- EU NÃO IREI LHE CHAMAR ASSIM. NÃO TEMOS ESSA INTIMIDADE... – ele explode também.

- NÃO TEMOS? NÃO TEMOS? - passo as mãos por meus cabelos – PODEMOS NOS CONHECER À POUCO TEMPO, MAS PARA MIM, TEMOS SIM... MAS ME FALA, ME FALA QUE INTIMIDADE É ESSA PORQUE EU NÃO ENTENDO, SASUKE UCHIHA, EU NÃO ENTENDO!

- UMA INTIMIDADE MAIOR DO QUE ESSA QUE TEMOS. COMO... COMO... – ele respira fundo como se tivesse sufocando – COMO A DO KABUTO!

- QUÊ? – minha voz sai aguda e eu dou um passo para trás – O QUE O KABUTO TEM HAVER?

- ELE... – o Uchiha esfrega as mãos no rosto- ELE TE BEIJOU, SENHORITA. ELE TE BEIJOU!

- ELE DEU UM SELINHO! – dou um passo na direção dele e ele dá um passo para trás- MEU DEUS, SASUKE. UM SELINHO. O QUE É UM SELINHO?

- TUDO!

- TUDO? TUDO? FOI SÓ UM SELINHO. PELOS CÉUS, UM SELINHO NEM É BEIJO!

- ENTÃO TEMOS UM CONCEITO MUITO DIFERENTE SOBRE ISSO.

- DEVEMOS TER MESMO, ESSE ESCÂNDALO TODO POR CAUSA DE UM SELINHO!

- NA MINHA ÉPOCA, QUANDO UM HOMEM CHEGA PERTO DE UMA MULHER NÃO É APENAS POR DIVERSÃO SENHORITA, MUITO MENOS QUANDO ESTE A BEIJA, INDEPENDENTE DE ONDE SEJA O BEIJO... E EU PERCEBI OS OLHARES DELE PARA A SENHORITA.

- ÓTIMO! ENTÃO ME LEMBRA DE ARRANCAR OS OLHOS DELE... AH! E A BOCA TAMBÉM PARA QUE ASSIM VOCÊ NÃO FIQUE, SABE-SE LÁ DEUS PORQUE, COM RAIVA DE MIM! – meus olhos começam a queimar.

- A Senhorita não entende. – murmura, balançando a cabeça de forma negativa e então senta na espreguiçadeira.

- NÃO, EU REALMENTE NÃO ENTENDO. EU DEVERIA ME DESCULPAR? DEVERIA FAZER UMA MENSURA, TALVEZ? DIZER QUE FOI UM ERRO? MAS EU NÃO VOU FAZER ISSO! EU NÃO SOU ASSIM, SASUKE. A CULPA NÃO FOI MINHA! EU NÃO SOU COMO AS GAROTAS DO SEU SÉCULO QUE TRATAM UM SELINHO COMO ALGO DE OUTRO MUNDO. – caminho na direção dele sentindo lágrimas embaçarem meus olhos - EU NÃO SOU COMO AQUELAS GAROTAS PERFEITAS EM SUAS ROUPAS ELEGANTES, SUAS ETIQUETAS PERFEITAS E REFINADAS... – e então as lágrimas começam a cair por meu rosto - NÃO SOU COMO AS GAROTAS QUE VOCÊ ESTÁ ESCOLHENDO POR SEREM A DONA DE CASA PERFEITA. EU NÃO SOU PERFEITA!

- O que...? – ele franzi o cenho.

- EU TRABALHO FORA, EU FALO PALAVRÃO, EU BRIGO, EU FALO ALTO, EU NÃO SOU VIRGEM, EU ERRO, MINHAS ROUPAS SÃO INDECENTES PARA VOCÊ, MAS QUE SE DANE! – passo as mãos no rosto, enxugando-o, o que é inútil já que mais lágrimas caem - ESSA SOU EU, E SE O MODO COMO EU SOU TE FAZ MAL, NÃO SE PREOCUPA PORQUE FALTA POUCO PARA VOCÊ VOLTAR PARA A PORCARIA DA SUA VIDA PERFEITA, REPLETA DE ETIQUETAS E O CARALHO DA COMPOSTURA QUE VOCÊ TANTO ADMIRA!

- Então falta realmente pouco. – ele olha para a piscina.

- FALTA!... – Ele me olha. Passo as mãos no rosto novamente e engulo o bolo da minha garganta. Respiro fundo – E não precisa ficar me cobrando... Eu sei que você quer voltar pra casa e eu vou te mandar de volta e eu te juro... – ergo o dedo indicador – eu te juro, Senhor Uchiha, que a primeira coisa que vou fazer quando tudo estiver no seu devido lugar, é destruir aquela porcaria de máquina porque por mais que fazê-la funcionar seja meu sonho... Não vale a pena sentir o que estou sentindo agora.

Ele não fala nada. Os olhos negros eram analíticos e confusos. Fico de costas para ele e respiro fundo novamente enxugando o rosto. Balanço a cabeça e então viro novamente, mas dessa vez, entro dentro de casa e sigo para as escadas. Começo a subir o primeiro lance.

- Senhorita...

- Não. – paro de subir e viro para ele, o Uchiha estava de pé próximo à mesa de jantar – Não fala mais nada... Estou cansada de ser corrigida por você. Estou cansada de você me falando que o que eu falo está errado. Que o que eu faço está errado... Estou cansada de você me tratando como se eu fosse imperfeita, porque eu não sou... – balanço a cabeça e sinto o maldito bolo subir a garganta e se desfazer em forma de lágrima novamente- Eu posso não ser perfeita como as “Senhoritas” que você conhece, mas eu também não sou tão ruim quanto você me faz sentir. EU NÃO SOU! Eu posso não ser a perfeição que você está acostumado, Sasuke, eu conheço cada defeito meu, acredite, não preciso que você fique pontuando cada um me fazendo sentir horrível... Você pode não concordar com minhas ações, mas eu sou feliz desse jeito. – volto a subir as escadas.

- Senhorita...

- EU JÁ FALEI QUE NÃO!!!

Termino de subir as escadas correndo, passo pelo mezanino e corredor correndo, entro em meu quarto e tranco a porta. Tiro o vestido ficando apenas de biquíni e me jogo na cama. Enterro o rosto no travesseiro e então grito. O grito é abafado pelo travesseiro e eu grito ainda mais. A raiva, a frustração, a dor... Tudo despencava dentro de mim como uma avalanche.

Saber que ele estava lá em baixo não ajudava em nada e eu me sentia sufocada. Levanto rápido e vou até o meu banheiro. Tiro o biquíni e tomo um banho rápido de cabeça. Esfrego bem meus cabelos. Termino o banho e me enxugo com força depois vou até o closet e visto um vestido preto soltinho que batia nos joelhos, com aberturas na cintura e nas costas, uma rasteirinha também preta e pego uma bolsa tiracolo e jogo a carteira, o celular e pego minhas chaves. Penteio meus cabelos rápido e os deixo soltos já que estavam molhados.

Saio do quarto e passo pelo quarto dele vendo a luz do mesmo desligada. Passo pelo mezanino e assim que desço as escadas, dou de cara com o Uchiha. Ele estava no mesmo lugar que eu o havia visto pela última vez, próximo à mesa. Os olhos dele capturam os meus e o cenho franzi quando me vê arrumada. Ele abre e fecha a boca algumas vezes, mas não fala nada e nem tem oportunidade já que eu dou as costas e abro a porta de madeira, passando por ela. Desativo o alarme do bebê e entro nele. Ligo o carro e respiro fundo. Ativo o modo “corsa” e já saio de lá pisando fundo no acelerador. Tudo o que eu precisava era ir para bem longe...


Dele.



~> Continua




Notas Finais:


Alguém tá de TPM.




Comentários

  1. Poxa Sasuke vc fez eu fica com raiva de vc 😭😭😭😭😭 a Sakura nao merece isso... ai muito foda quando se é comparado com outras e ainda fazer a pessoa se sentir mal 😭😭😭😭
    Sei nao mais acho q o Sasuke nao aguenta a Sakura chamando ele de Sasuke pq ele nao ia se controlar hahaha
    Bru viadoooo arrasouuuuu 😢 cm sempre dilacerou meu coração...
    SUPER HIPER MEGA ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO ♡♡♡

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    1. É muito foda mesmo, mas eles tem que passar por isso.
      E eu gosto de acabar com o coração de vocês =D

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  2. Caramba despejaram tudo no ventilador, né!!!! ansiosa elo próximo

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  3. Que foi isso viado
    O sasuke pegou pesado ele não se pode comparar a época dele....
    Ele sabe e não pode comparar....isso foi demais..
    Tadinha da sakura ela expressou mto sentimento deu pra perceber
    Agora a sakura que chegue bem loca e de beijão....só pra ferrar com o sasuke kkkkk
    Ameiiii

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  4. Pow ansiosa po proximo pq vai ter o que falar kkkk amei

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  5. Deus, esse capitulo foi uou. Passou tão rápido, adianta o próximo logo sos

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    1. haushaushauhsuahsuahs'
      Viado eu até quero adiantar, mas ta corrido viu.

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