Fugitivos - Capítulo Trinta e Um

Descia do ônibus com as meninas ao meu lado tagarelando sobre o final de semana (deixando bem claro que não colocamos o assunto “Ceita” no meio já que a Tenten não fazia parte). Conversamos sobre as provas que estavam perto, sem falar que as meninas já conversavam sobre meu aniversário que levaria um tempo para chegar, mas que era o mais próximo do grupo.

Seguindo para as escadarias do colégio, ví em um canto no estacionamento ninguém mais, ninguém menos que o Sasuke com o pai em frente a ele. Pela cara do Uchiha mais novo, o papo não estava tão agradável, sem falar que o Fugaku gesticulava vez ou outra.

Ino – Aquele é o sogrão? * me olhou curiosa*

Sakura – Se você tá querendo saber se é o pai do Sasuke a resposta é sim, já o fato do “sogrão” devo lhe dizer que não.

Tenten – O papo alí não parece estar bom.

Sakura – Eu sei... * ainda olhando, mordo meu lábio inferior... Acho que vou lá ajudar o Sasuke * Meninas, falo com vocês depois.

Hinata – Mas...

Mando beijo para elas, seguindo na direção do estacionamento. O Sasuke estava encostado no carro, com os braços cruzados e foi num revirar de olhos que ele me viu. Ele balançou a cabeça de forma negativa e seu pai apenas não viu porque estava olhando para o lado. Dei um sorriso inocente e então, com toda a animação do mundo, abracei o Senhor Uchiha por trás.

Sakura – SENHOR UCHIHA! * saudei SUPER animada*

Fugaku – Mas o que...? * ele vira a cabeça e então me olha com as sobrancelhas erguidas * Olá, jovem Haruno.

Sakura – Iaê, como o Senhor está? * O solto, sorrindo e vou para o lado, ficando de frente para ele e o Sasuke*

Fugaku – Ah... bem obrigado e você?

Sakura – Maravilhosamente bem. * sorrio inocente * Então, como anda a empresa?

Fugaku – A empresa? * franzi o cenho e olha para o Sasuke e depois para mim* Vai bem... Não sabia que se interessava por negócios.

Sakura – Nem tanto. * dou de ombros* Mas o Sasuke sim...

Fugaku – É mesmo?! * pergunta surpreso e seus olhos caem sobre o filho * Não sabia disso.

Sasuke – Bom... é que... * ele me olha nervoso*

Sakura – Ai céus! * sorrio * O Senhor não esperava que ele saísse por ai concordando em tudo com o Senhor não é? * arqueio as sobrancelhas e o mais velho me olha, interessado* Esse é o tipo de coisa que uma filha faz.

Fugaku – Faz sentido...

Sakura – Claro que faz. * dou de ombros* Ah... a propósito, Sasuke, lembra que amanhã à noite temos trabalho hein...

Sasuke – Temos? * inclina a cabeça*

Sakura – Claro que temos! * suspiro derrotada * Senhor Uchiha, sinceramente, seu filho está com sérios problemas de memória! * faço cara de espanto e levo uma mão à boca* a propósito, o que o Senhor está fazendo aqui?

Fugaku – Hun... * ele franzi o cenho, me avaliando* Vim saber sobre a educação do Sasuke. * murmura ainda desconfiado*

Sakura – Ah que coisa maravilhosa! * bato palminhas e olho para o Sasuke piscando marota* Aproveite e fale para os professores babarem menos ele. *viro para o mais velho e faço bico* é muito ruim ficar atrás do Uchiha quando o assunto é mimos.

Fugaku – Como assim?

Sasuke – Também quero saber... * murmura*

Sakura – Ai... se fazendo de maluco. *faço careta pro Sasuke e então olho para o pai dele ainda fazendo bico* Seu filho me rouba todos os elogios e prêmios... * resmungo e troco o peso de perna* Até perdi a eleição como representante de classe porque esse traíra foi escolhido. *suspiro triste* Isso não é justo com uma dama, o Senhor não acha?

Fugaku – Bem... * ele olha para o Sasuke e depois para mim* Acho que você tem seus talentos.

Sakura – Oh. É mesmo? * finjo entusiasmo*

Fugaku – Claro... Fiquei sabendo que é uma ótima bailarina.

Sakura – Sim. Sim!

Fugaku – Também estou ciente de que é uma jovem muito exemplar e familiar.

Sakura – É o que dizem. * dou de ombros*

Fugaku – Então não deveria ficar triste só porque o meu filho está em primeiro lugar. Você deveria lutar para tomar essa posição dele. * fala com toda a sabedoria do mundo*

Sakura – Isso é verdade, mas... * coloco o dedo indicador na boca pensando e então olho para o mais velho com os olhos estreitos* Eu já entendi sua jogada! Senhor Uchiha querendo me enrolar! *finjo espanto*

Sasuke – Como assim?

Fugaku – Também não compreendi.

Sakura – Claro que compreendeu... Se eu me esforçar para ser melhor, o Sasuke também vai fazê-lo. Isso só vai o tornar mais poderoso... O Senhor está me usando para fortalecer seu filho! * acuso*

Fugaku – É uma boa linha de raciocínio. *informa, refletindo*

Sasuke – Quê? *me olha incrédulo*

Sakura – Eu não vou cair nessa. Não mesmo! * viro para o Sasuke* Pode apostar, Uchiha, eu vou te vencer e você não vai ficar mais forte!

Sasuke – Ficou maluca? * franzi o cenho*

Sakura – Hunf’. * viro para o Senhor Uchiha e coloco as mãos na cintura* O Senhor vai me ajudar!

Fugaku – Como? * arqueia as sobrancelhas*

Sakura – Me aguardem! * balanço a cabeça de forma positiva* Isso ai... *viro para o Sasuke* Até mais!

Sasuke – Até... * murmura, desconfiado*

Sakura – Hun... * viro para o Fugaku* Até mais, Senhor Uchiha.

Fugaku – Até, minha jovem. * ele esboça um pequeno sorriso*

Balanço a cabeça com convicção e então saio de perto dos dois marchando, mas então lembro de algo e volto correndo até eles que ainda me olhavam. Abraço o Senhor Uchiha e dou um beijo na bochecha dele. O homem dá um passo para trás, assustado e o Sasuke pisca incrédulo. Bato continência para o mais velho e volto a sair de lá marchando, subindo os degraus de acesso e adentrando no hall.

O barulho dos alunos no hall era quase palpável, mas eu sigo decidida até a sala na qual estudava e assim que entrei, já ví os olhos curiosos das meninas, do Gaara e do Naruto me fuzilando. Acho que eles estão curiosos... A vontade de rir da cara deles era sufocante, mas eu precisava me controlar... Ou não!

Naruto – Saky! *me puxa para perto do grupinho * O que houve?

Sakura – Nada. Apenas fui lá falar com o Senhor Uchiha. * dou de ombros, jogando minha mochila em cima da cadeira*

Gaara – Não, não. Ninguém se mete numa conversa entre Sasuke e o pai dele e diz “nada”.

Sakura – Pois é, foi exatamente isso... * dou de ombros, sentando* O velhote me ama!

Hinata – Tá de sacanagem!

Sakura – Falo sério... Acredita em mim.

Eles ficam me olhando desconfiado sem acreditar no que eu realmente falava. Claro que ninguém acreditaria, principalmente pela fama que o Senhor Fugaku Uchiha tem, porém eu sou eu... Posso não ser barra pesada, mas sei ser uma barra bem esperta. Como se estivesse pressentido o rumo da conversa, o Sasuke passa pela porta à passos largos e segue em nossa direção, me olhando com os solhos estreitos.

Sasuke – Nunca mais repita aquilo! * decreta enquanto apoia as mãos na minha mesa e inclina o corpo em minha direção*

Sakura – Mas eu não fiz nada. * faço cara de inocente*

Sasuke – Sakura, eu estou falando muito, muito sério. Não quero você perto do meu pai!

Sakura – Para com isso. Ele não vai fazer nada comigo. *me encosto na cadeira e cruzo os braços*

Sasuke – Eu estou falando: Não se aproxima dele. * sussurra enquanto me olha com determinação* Você não sabe do que ele é capaz.

Sakura – Eu acho que sei. * desencosto da cadeira e inclino o corpo na direção dele, ficando com o rosto próximo ao seu* Mas não sei se você percebeu, eu estou limpando SUA barra com SEU pai.

Sasuke – Ah, eu percebi isso... Agora ele acha que eu sou um rebelde que no fim das contas, vai seguir seus passos. * desdenha*

Sakura – E isso não é bom?

Sasuke – Você é terrível! * fala entredentes*  Mimada, controladora, chantagista...

Sakura – E...? * arqueio as sobrancelhas*

Sasuke – E... Irritante.

Sakura – Quantos adjetivos. * sorrio e volto a me encostar na cadeira*

Tenten – Dá pra vocês flertarem em outro lugar!?

Hinata – Falou quem quase faz meu primo perder os lábios ontem. * resmunga*

Todos começamos a sorrir do que a Hina revelou. Não era novidade para ninguém o fogo que a Tenten e o Neji estavam, sem falar na Ino e o Gaara que não se desgrudavam em nenhum momento, a prova disso é que enquanto estão todos sentados em uma cadeira, a Ino está sentada no colo do Sabaku. Pouco tempo depois, o professor de matemática entrou e cada aluno tomou seu devido lugar e a aula finalmente teve seu início.

Enquanto anotava uma fórmula, senti meu celular vibrar na bolsa e levando uma mão para trás, peguei o celular e quando olhei na tela ví que era uma mensagem do “Bakão”. Esse garoto precisa me amar menos. Olhei de soslaio para ele e o mesmo estava escrevendo em seu caderno. Desbloqueei o celular.

Bakão: E que história é essa de “termos um trabalho para fazer amanhã à noite”?

 ~> Continua