Reencontros - Capítulo 58
A vida nunca fora totalmente justa consigo. na verdade, a vida nunca é totalmente justa com ninguém e naquele momento, ela sentia isso sobre seus ombros.
Em frente ao espelho, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo, Sakura sentia que estava entrando em um abismo. Suspirou e girou nos calcanhares, olhando ao redor. Analisou o quarto de forma minunciosa, analisando detalhe por detalhe. Talvez, aquela fosse a última vez que estava naquele lugar.
Esse pensamento a fez querer chorar, mas ela respirou fundo, engolindo o choro. Não queria desabar, principalmente porque Sasuke estava parado, em frente a cama, com as mãos na cintura, os ombros cabisbaixo, enquanto percorria os olhos pela cama. Ela viu ele suspirar de forma contida.
Caminhou até lá, chegando por trás e o abraçando, apoiando o queixo no ombro dele. O moreno a olhou por cima do ombro, envolvendo os braços dela que lhe envolvia. Sasuke girou nos calcanhares e abraçou Sakura de frente. A Haruno apoiou o queixo no peito dele, erguendo a cabeça e olhando-o nos olhos.
- Pronta? - perguntou baixo, acariciando o rosto dela com uma mão, lançando um pequeno sorriso.
- Eu tô com medo. - sussurrou. Foi involuntário os olhos não encherem de lágrimas.
- Ei... - segurou o rosto dela entre as mãos, secando uma lágrima que escapava pelo canto do olho esquerdo - Não se preocupe. Você vai ser inocentada.
- Sasuke... - fungou.
- Shiiiu. - colocou o indicador direito sobre o lábio dela, dando um pequeno sorriso - Vamos fazer assim... - passou a língua entre os lábios, envolvendo o corpo dela novamente nos braços - Assim que chegarmos da audiência, vamos comprar uma passagem e vamos viajar.
- Viajar? - franziu o cenho.
- Sim. Diga um lugar que você adoraria ir, mas ainda não foi.
- Ah... - ela desviou o olhar, pensando... Naquele momento não consguia pensar em nada - Eu... não sei, Sas.
- Hun... - fez bico - Então vamos fazer o seguinte: Hoje, quando chegarmos, vamos organizar tudo e vamos acampar lá no píer. O que acha?
Ela lançou um sorriso, afundando o nariz contra o peito dele, fungando.
- Eu te amo, sabia?
Sasuke sorriu, enfiando o rosto contra os fios róseos, beijando a cabeça dela.
- Eu também te amo muito, Bear. - afastou o rosto - Agora vamos?
Ela meneou a cabeça de forma positiva e lançou um sorriso para ele.
Juntos, saíram da casa e seguiram para o local da audiência. Durante todo o trajeto, Sakura se manteve calada enquanto Sasuke, tentava puxar assunto, arrancando apenas alguns murmúrios dela. Assim que chegaram no fórum, ele segurou na mão dela e juntos, entraram no local. Próximo ao local onde aconteceria o julgamento estavam basicamente todos os amigos de Sakura e mais ao lado, Mebuki.
Ao se aproximarem, Ino abraçou Sakura com força, sussurrando palavras de incentivo para amiga. Hinata foi a próxima, depois Tenten, Shion, Gaara, Neji que segurou o rosto dela entre as mãos e lhe beijou a testa e Naruto que deu um abraço rápido, suspirando em seguida.
Mebuki guiou Sakura para o local onde aconteceria o julgamento.
Dentro da sala, haviam várias pessoas, a maioria família e amigos. Ao olhar ao redor, Sakura percebeu que toda a família Uzumaki estava ali. A mãe de Yahiko a olhava com raiva, o pai dele estreitou os olhos para ela. À frente, estava o jurí, o promotor e a cadeira vazia do juíz.
Sakura caminhava em direção ao seu lugar como se tudo acontecesse em câmera lenta. Mebuki abriu a portinha que separava as pessoas do resto do juri. Sakura sentou em seu lugar com lentidão. Seus ouvidos zumbiam, suas mãos suavam. Tudo o que restava era esperar. Olhou para o lado e viu a mãe sentar ao seu lado. Postura invejável. A pasta preta, posta sobre a mesa enquanto no rosto trazia calmaria e seriedade.
- Não se abale, Sakura. - falou baixo, sem olhar para a filha.
- Eu posso ser presa. - sussurrou, olhando para as mãos.
- Assim você me ofende! - murmurou suspirando - Você acha que eu vou deixar eles te acusarem?
Em silêncio, Sakura ergueu os olhos e encontrou os olhos da mãe, olhando-a. Por um breve segundo, ela sentiu o coração aquecer.
Por mais que Mebuki negasse, Sakura possuía seu sangue.
- Você é uma Haruno. - voltou os olhos para frente e empinou o nariz - Erga sua cabeça e encare a todos com a superioridade que você tem.
Ela quis muito dizer que já não se considerava uma Haruno, mas preferiu se manter calada. Minutos depois, uma mulher se apresentou em frente ao local onde o juíz ficaria.
- Senhoras e senhores, fiquem de pé para receber o juíz de direito do caso: Vossa excelência, o juíz Asuma Sarutobi.
Todos ficaram de pé, vendo o homem entrar e se posicionar em seu lugar.
Após ele estar sentado, todos sentarem. As palavras iniciais foram ditas, os juramentos também e então, depois de tudo pronto e todos devidamente anunciados e informados, começou o julgamento.
O promotor ficou de pé e caminhou até o espaço que havia entre Sakura e o juíz. O homem trazia alguns papéis nas mãos. Ele caminhou algumas vezes pelo local em silêncio, até que mirou Sakura nos olhos. A Haruno encostou-se na cadeira, torcendo as mãos nos colos.
- Vejamos, senhoras e senhores. Temos aqui um caso de homicídio confesso. A jovem Sakura Haruno, confessou ter tirado a vida do jovem Yahiko Uzumaki. - todos mantiveram-se em silêncio, observando o homem falar - Quero apresentar para os senhores presentes, a situação por completo, com confirmação ou negação da ré. - olhou para a primeira folha - Consta nos autos que a senhorita Haruno, conheceu o jovem Uzumaki na oficina de dança do ensino médio. Tornaram-se amigos e desde então, mantiveram uma relação tranquila e respeitosa de amizade. Confirma? - olhou para Sakura.
- Sim. - respondeu baixo.
- Perfeito. - voltou a olhar para o papel. Ele lia, olhava para o público, olhava para o júri e então para Sakura - Consta também que quando adentraram no ensino médio, no momento de morte de seu pai, o jovem Uzumaki manteve-se sempre ao seu lado. Confirma?
- Sim. - manteve o tom de voz.
- E que, durante o processo pós traumático, vocês mentiveram uma relação amorosa. Confirma?
- N-na verdade, a gente se curtia... - tentou explicar, mas o promotor a cortou.
- "Se curtia"? - parou e franziu o cenho para ela - Segundo apuração, vocês costumavam ser vistos juntos, passavam finais de semanas juntos, além de manter relações sexuais por um longo período de tempo. - ele olhou para o júri e arqueou as sobrancelhas - Não seria isso uma relação?
- Protesto! - Mebuki ficou de pé - O promotor está expondo a vida sexual de minha cliente quando claramente isso é irrelevante para afirmação.
- Protesto aceito. - o juíz respondeu, apontando para o promotor - A vida sexual do casal não diz respeito no momento.
O promotor apenas meneou a cabeça, vendo Mebuki sentar.
- Pois bem... sabendo que os dois jovens possuíam uma boa relação e que o assassinato foi cometido diante de um momento de fragilidade da vímita, eu peço a pena máxima de 20 anos para a ré.
Sakura esbugalhou os olhos. Pena máxima!?
Mais atrás, Sasuke praguejou baixinho.
- Coloco diante dos senhores, a situação que se ocorreu: Essa jovem, setenciou Yahiko Uzumaki, em um momento de fragilidade do mesmo, tirando sua vida e o privando de crescer e morrer de forma natural como manda a lei da vida.
Sakura respirou fundo. Lembrar daquele momento a fazia querer vomitar. Torceu as mãos no colo, piscando rápido para segurar as lágrimas.
- No dia 25 de novembro de 2019, exatamente às 23:09 da noite, Yahiko Uzumaki teve sua vida ceifada, pela bela jovem Haruno. - ele apontou para Sakura com uma força tão absurda, que ela se encolheu na cadeira. Ao seu lado, Mebuki manteve-se imóvel - O que se passa, senhores, é que após ter estado uma noite toda em uma festa, Yahiko Uzumaki, alcolizado, voltou para seu dormitório e lá encontrou Sakura, a garota por quem era apaixonado desde o ensino médico, a pessoa que mais confiava. - ele olhou para o júri por longos segundos e suspirou - Fico me perguntando, como deve ter sido para ele receber o golpe que tirtaria sua vida, olhando nos olhos da garota que sempre amou.
Todos mantiveram-se em silêncio.
Sakura esbugalhou os olhos. Aquelas palavras eram tão pesadas que nem mesmo ela conseguia pensar em nada. Seus olhos inundaram e as lágrimas escorreram silenciosas.
Sasuke fechou as mãos em punho, querendo quebrar a cara do promotor. Ele usava de forte emoção para comover o júri.
- Me pergunto, senhores membros do júri... - ele virou para o júri, olhando cada um nos olhos - Como foi para essa mãe... - apontou para a mãe de Yahiko - Saber que a vida do seu filho foi ceifada pela jovem que ela acreditou, carregaria seu sobre nome!
No mesmo instante, ouviu-se um choro alto. Sakura olhou por cima do ombro e viu a mãe de Yahiko ser amparada pelo marido. Voltando os olhos para frente, ela respirou fundo, fungando logo em seguida.
- Mas vejamos. Ouviremos da própria ré o que se passou de fato naquela noite. - e então ele olhou para Sakura - Conte-me senhorita Haruno como tudo aconteceu.
Sakura esbugalhou os olhos. Suas mãos tremiam tanto que ela não conseguia mais controlar. Olhou rapidamente para a mãe que meneou a cabeça de forma positiva. Ela voltou os olhos para o promotor e puxando o ar pela boca, começou a falar.
- E-eu... fui até o dormitório do Yahiko porque estava muito chateada. - começou com a voz baixa.
- Então a senhorita foi até o dormitório do senhor Uzumaki, chateada? - a cortou.
- Sim, mas...
- Pois bem. - o promotor a cortou - Então a senhorita já chegou no dormitório dele chateada, provavelmente querendo resolver algum problema...
- Sim, eu queria...
- Entendido. - a cortou novamente - E ao chegar lá, a senhorita encontrou o jovem Uzumaki em qual situação?
Ela fechou a cara, revoltada. Queria poder explicar o motivo de ter ido até lá, mas aquele homem a cortava o tempo todo. Não era justo! Bufou, colocando as mãos sobre a mesa, erguendo o nariz. Precisava manter a calma, sabia disso.
- Ele estava bêbado... mas... ele também parecia alterado.
- A bebedeira costuma apresentar diversas faces, não é? - arqueou as sobrancelhas - Então a senhorita chegou lá e mesmo percebendo que ele não estava bem, vocês conversaram?
- Sim, eu o questionei a respeito do vídeo que ele havia gravado...
- Num momento íntimo entre vocês. - o promotor concluiu - Qual casal não possui feitiches, não é, senhores? - olhou para o júri.
- Protesto! - Mebuki levantou - Mais uma vez, o promotor supõe algo a respeito da vida intima de minha cliente.
- Protesto aceito. - o juiz suspirou - Peço para que não corelacione a vida sexual da acusada.
- Perdão, meretissimo! - o promotor suspirou - Então ele gravou um vídeo de vocês e você me diz que não tinha conhecimento de tal?
- Sim. Eu não sabia que estava sendo filmada. - passou a língua entre os lábios - E quando eu vi a filmagem...
- Me conte a respeito dessa filmagem. - cruzou os braços nas costas - Como você a recebeu?
- Eu... Não recebi. - puxou o ar pela boca - O Sasuke, meu namorado que recebeu e eu estava com ele.
- Então o Yahiko enviou um vídeo íntimo de vocês para seu namorado.
- Sim. E como eu estava com o Sasuke, vi a filmagem.
- E depois disso, você resolveu ir tomar satisfações.
- Sim.
- Entendo... - meneou a cabeça - Então seu namorado, o rapaz que sempre apresentou desentendimento com o jovem Uzumaki recebeu o video... E esse Sasuke, por acaso, é Sasuke Uchiha. Filho de Fugaku Uchiha.
Aquilo não foi uma pergunta.
Sakura abriu a boca. Iriam mesmo ligar a situação dela ao de Fugaku?
Ela olhou para trás e viu Sasuke com os olhos esbugalhados. Engolindo em seco, Sakura voltou os olhos para a mãe e viu quando ela travou o maxilar.
Haviam tocado na ferida de Mebuki.
- O que tem haver o Fugaku com isso?
- Bom... - ele girou nos cantares e olhou brevemente para o júri - Começo a achar, senhores, que toda a ação não foi mero acidente. Visto que os envolvimentos dessa história se mostram bastante propícios a sérios erros. Algo de tamanha grandeza jamais sairia de alguém tão... Pacífico. - suspirou de forma dramática, indicando Sakura - Acho que precisamos analisar isso meticulosamente.
- O Sasuke não teve nada haver com isso! - Sakura se desesperou.
- Acalme-se, Sakura. - Mebuki murmurou ao seu lado.
Todo o júri, o promotor e o juiz olharam para Sakura. Ela piscou rápido, sentindo os nervos abalarem. Mebuki suspirou ao seu lado. Frieza. Profissionalismo. Precisava estar calma e concentrada para esmagar aquele promotor.
Sakura grunhiu, respirando fundo. Estava com uma imensa vontade de socar aquele promotor.
- Bom... - ele passou a língua entre os lábios, erguendo o nariz - Eu não tenho mais nada para falar.
Ouviu-se um burburinho em todo o júri. As pessoas estavam desacreditadas quanto aquilo. O homem realmente havia feito uma ligação perigosa e levando em consideração que o sobrenome Uchiha não estava lá essas coisas, Sakura corria um grande perigo naquele julgamento.
Sakura mordiscou o lábio tentando segurar o choro. Ela olhou para Sasuke e o mesmo estava de cabeça baixa, olhando para as mãos enquanto Gaara falava baixo com o moreno.
Sasuke sabia que aquela ligação não era nada boa para o caso. Ele sabia que poderiam dizer que Sakura tinha sido coagida a agir daquela forma. E isso deixaria as coisas ainda pior. Se isso acontecesse, Sakura deixaria de ser julgada por um homicídio privilegiado e passaria a ser um homicídio qualificado.
Gaara ergueu os olhos e encontrou os verdes de Sakura inundados em água. Ele murmurou algo para Sasuke e o moreno ergueu os olhos para ela.
Ela viu os olhos negros cabisbaixos. Tentando passar força, ela sorriu minimamente e Sasuke fez o mesmo.
Ouviu um pigarro ao lado e ao olhar para a mãe, viu Mebuki menear a cabeça de forma positiva.
- Está na hora, Sakura. - respirou fundo e ficou de pé - Preste bastante atenção enquanto eu conduzo o meu show.
E assim, com o nariz empinado, Mebuki seguiu até o centro do júri
Esse pensamento a fez querer chorar, mas ela respirou fundo, engolindo o choro. Não queria desabar, principalmente porque Sasuke estava parado, em frente a cama, com as mãos na cintura, os ombros cabisbaixo, enquanto percorria os olhos pela cama. Ela viu ele suspirar de forma contida.
Caminhou até lá, chegando por trás e o abraçando, apoiando o queixo no ombro dele. O moreno a olhou por cima do ombro, envolvendo os braços dela que lhe envolvia. Sasuke girou nos calcanhares e abraçou Sakura de frente. A Haruno apoiou o queixo no peito dele, erguendo a cabeça e olhando-o nos olhos.
- Pronta? - perguntou baixo, acariciando o rosto dela com uma mão, lançando um pequeno sorriso.
- Eu tô com medo. - sussurrou. Foi involuntário os olhos não encherem de lágrimas.
- Ei... - segurou o rosto dela entre as mãos, secando uma lágrima que escapava pelo canto do olho esquerdo - Não se preocupe. Você vai ser inocentada.
- Sasuke... - fungou.
- Shiiiu. - colocou o indicador direito sobre o lábio dela, dando um pequeno sorriso - Vamos fazer assim... - passou a língua entre os lábios, envolvendo o corpo dela novamente nos braços - Assim que chegarmos da audiência, vamos comprar uma passagem e vamos viajar.
- Viajar? - franziu o cenho.
- Sim. Diga um lugar que você adoraria ir, mas ainda não foi.
- Ah... - ela desviou o olhar, pensando... Naquele momento não consguia pensar em nada - Eu... não sei, Sas.
- Hun... - fez bico - Então vamos fazer o seguinte: Hoje, quando chegarmos, vamos organizar tudo e vamos acampar lá no píer. O que acha?
Ela lançou um sorriso, afundando o nariz contra o peito dele, fungando.
- Eu te amo, sabia?
Sasuke sorriu, enfiando o rosto contra os fios róseos, beijando a cabeça dela.
- Eu também te amo muito, Bear. - afastou o rosto - Agora vamos?
Ela meneou a cabeça de forma positiva e lançou um sorriso para ele.
Juntos, saíram da casa e seguiram para o local da audiência. Durante todo o trajeto, Sakura se manteve calada enquanto Sasuke, tentava puxar assunto, arrancando apenas alguns murmúrios dela. Assim que chegaram no fórum, ele segurou na mão dela e juntos, entraram no local. Próximo ao local onde aconteceria o julgamento estavam basicamente todos os amigos de Sakura e mais ao lado, Mebuki.
Ao se aproximarem, Ino abraçou Sakura com força, sussurrando palavras de incentivo para amiga. Hinata foi a próxima, depois Tenten, Shion, Gaara, Neji que segurou o rosto dela entre as mãos e lhe beijou a testa e Naruto que deu um abraço rápido, suspirando em seguida.
Mebuki guiou Sakura para o local onde aconteceria o julgamento.
Dentro da sala, haviam várias pessoas, a maioria família e amigos. Ao olhar ao redor, Sakura percebeu que toda a família Uzumaki estava ali. A mãe de Yahiko a olhava com raiva, o pai dele estreitou os olhos para ela. À frente, estava o jurí, o promotor e a cadeira vazia do juíz.
Sakura caminhava em direção ao seu lugar como se tudo acontecesse em câmera lenta. Mebuki abriu a portinha que separava as pessoas do resto do juri. Sakura sentou em seu lugar com lentidão. Seus ouvidos zumbiam, suas mãos suavam. Tudo o que restava era esperar. Olhou para o lado e viu a mãe sentar ao seu lado. Postura invejável. A pasta preta, posta sobre a mesa enquanto no rosto trazia calmaria e seriedade.
- Não se abale, Sakura. - falou baixo, sem olhar para a filha.
- Eu posso ser presa. - sussurrou, olhando para as mãos.
- Assim você me ofende! - murmurou suspirando - Você acha que eu vou deixar eles te acusarem?
Em silêncio, Sakura ergueu os olhos e encontrou os olhos da mãe, olhando-a. Por um breve segundo, ela sentiu o coração aquecer.
Por mais que Mebuki negasse, Sakura possuía seu sangue.
- Você é uma Haruno. - voltou os olhos para frente e empinou o nariz - Erga sua cabeça e encare a todos com a superioridade que você tem.
Ela quis muito dizer que já não se considerava uma Haruno, mas preferiu se manter calada. Minutos depois, uma mulher se apresentou em frente ao local onde o juíz ficaria.
- Senhoras e senhores, fiquem de pé para receber o juíz de direito do caso: Vossa excelência, o juíz Asuma Sarutobi.
Todos ficaram de pé, vendo o homem entrar e se posicionar em seu lugar.
Após ele estar sentado, todos sentarem. As palavras iniciais foram ditas, os juramentos também e então, depois de tudo pronto e todos devidamente anunciados e informados, começou o julgamento.
O promotor ficou de pé e caminhou até o espaço que havia entre Sakura e o juíz. O homem trazia alguns papéis nas mãos. Ele caminhou algumas vezes pelo local em silêncio, até que mirou Sakura nos olhos. A Haruno encostou-se na cadeira, torcendo as mãos nos colos.
- Vejamos, senhoras e senhores. Temos aqui um caso de homicídio confesso. A jovem Sakura Haruno, confessou ter tirado a vida do jovem Yahiko Uzumaki. - todos mantiveram-se em silêncio, observando o homem falar - Quero apresentar para os senhores presentes, a situação por completo, com confirmação ou negação da ré. - olhou para a primeira folha - Consta nos autos que a senhorita Haruno, conheceu o jovem Uzumaki na oficina de dança do ensino médio. Tornaram-se amigos e desde então, mantiveram uma relação tranquila e respeitosa de amizade. Confirma? - olhou para Sakura.
- Sim. - respondeu baixo.
- Perfeito. - voltou a olhar para o papel. Ele lia, olhava para o público, olhava para o júri e então para Sakura - Consta também que quando adentraram no ensino médio, no momento de morte de seu pai, o jovem Uzumaki manteve-se sempre ao seu lado. Confirma?
- Sim. - manteve o tom de voz.
- E que, durante o processo pós traumático, vocês mentiveram uma relação amorosa. Confirma?
- N-na verdade, a gente se curtia... - tentou explicar, mas o promotor a cortou.
- "Se curtia"? - parou e franziu o cenho para ela - Segundo apuração, vocês costumavam ser vistos juntos, passavam finais de semanas juntos, além de manter relações sexuais por um longo período de tempo. - ele olhou para o júri e arqueou as sobrancelhas - Não seria isso uma relação?
- Protesto! - Mebuki ficou de pé - O promotor está expondo a vida sexual de minha cliente quando claramente isso é irrelevante para afirmação.
- Protesto aceito. - o juíz respondeu, apontando para o promotor - A vida sexual do casal não diz respeito no momento.
O promotor apenas meneou a cabeça, vendo Mebuki sentar.
- Pois bem... sabendo que os dois jovens possuíam uma boa relação e que o assassinato foi cometido diante de um momento de fragilidade da vímita, eu peço a pena máxima de 20 anos para a ré.
Sakura esbugalhou os olhos. Pena máxima!?
Mais atrás, Sasuke praguejou baixinho.
- Coloco diante dos senhores, a situação que se ocorreu: Essa jovem, setenciou Yahiko Uzumaki, em um momento de fragilidade do mesmo, tirando sua vida e o privando de crescer e morrer de forma natural como manda a lei da vida.
Sakura respirou fundo. Lembrar daquele momento a fazia querer vomitar. Torceu as mãos no colo, piscando rápido para segurar as lágrimas.
- No dia 25 de novembro de 2019, exatamente às 23:09 da noite, Yahiko Uzumaki teve sua vida ceifada, pela bela jovem Haruno. - ele apontou para Sakura com uma força tão absurda, que ela se encolheu na cadeira. Ao seu lado, Mebuki manteve-se imóvel - O que se passa, senhores, é que após ter estado uma noite toda em uma festa, Yahiko Uzumaki, alcolizado, voltou para seu dormitório e lá encontrou Sakura, a garota por quem era apaixonado desde o ensino médico, a pessoa que mais confiava. - ele olhou para o júri por longos segundos e suspirou - Fico me perguntando, como deve ter sido para ele receber o golpe que tirtaria sua vida, olhando nos olhos da garota que sempre amou.
Todos mantiveram-se em silêncio.
Sakura esbugalhou os olhos. Aquelas palavras eram tão pesadas que nem mesmo ela conseguia pensar em nada. Seus olhos inundaram e as lágrimas escorreram silenciosas.
Sasuke fechou as mãos em punho, querendo quebrar a cara do promotor. Ele usava de forte emoção para comover o júri.
- Me pergunto, senhores membros do júri... - ele virou para o júri, olhando cada um nos olhos - Como foi para essa mãe... - apontou para a mãe de Yahiko - Saber que a vida do seu filho foi ceifada pela jovem que ela acreditou, carregaria seu sobre nome!
No mesmo instante, ouviu-se um choro alto. Sakura olhou por cima do ombro e viu a mãe de Yahiko ser amparada pelo marido. Voltando os olhos para frente, ela respirou fundo, fungando logo em seguida.
- Mas vejamos. Ouviremos da própria ré o que se passou de fato naquela noite. - e então ele olhou para Sakura - Conte-me senhorita Haruno como tudo aconteceu.
Sakura esbugalhou os olhos. Suas mãos tremiam tanto que ela não conseguia mais controlar. Olhou rapidamente para a mãe que meneou a cabeça de forma positiva. Ela voltou os olhos para o promotor e puxando o ar pela boca, começou a falar.
- E-eu... fui até o dormitório do Yahiko porque estava muito chateada. - começou com a voz baixa.
- Então a senhorita foi até o dormitório do senhor Uzumaki, chateada? - a cortou.
- Sim, mas...
- Pois bem. - o promotor a cortou - Então a senhorita já chegou no dormitório dele chateada, provavelmente querendo resolver algum problema...
- Sim, eu queria...
- Entendido. - a cortou novamente - E ao chegar lá, a senhorita encontrou o jovem Uzumaki em qual situação?
Ela fechou a cara, revoltada. Queria poder explicar o motivo de ter ido até lá, mas aquele homem a cortava o tempo todo. Não era justo! Bufou, colocando as mãos sobre a mesa, erguendo o nariz. Precisava manter a calma, sabia disso.
- Ele estava bêbado... mas... ele também parecia alterado.
- A bebedeira costuma apresentar diversas faces, não é? - arqueou as sobrancelhas - Então a senhorita chegou lá e mesmo percebendo que ele não estava bem, vocês conversaram?
- Sim, eu o questionei a respeito do vídeo que ele havia gravado...
- Num momento íntimo entre vocês. - o promotor concluiu - Qual casal não possui feitiches, não é, senhores? - olhou para o júri.
- Protesto! - Mebuki levantou - Mais uma vez, o promotor supõe algo a respeito da vida intima de minha cliente.
- Protesto aceito. - o juiz suspirou - Peço para que não corelacione a vida sexual da acusada.
- Perdão, meretissimo! - o promotor suspirou - Então ele gravou um vídeo de vocês e você me diz que não tinha conhecimento de tal?
- Sim. Eu não sabia que estava sendo filmada. - passou a língua entre os lábios - E quando eu vi a filmagem...
- Me conte a respeito dessa filmagem. - cruzou os braços nas costas - Como você a recebeu?
- Eu... Não recebi. - puxou o ar pela boca - O Sasuke, meu namorado que recebeu e eu estava com ele.
- Então o Yahiko enviou um vídeo íntimo de vocês para seu namorado.
- Sim. E como eu estava com o Sasuke, vi a filmagem.
- E depois disso, você resolveu ir tomar satisfações.
- Sim.
- Entendo... - meneou a cabeça - Então seu namorado, o rapaz que sempre apresentou desentendimento com o jovem Uzumaki recebeu o video... E esse Sasuke, por acaso, é Sasuke Uchiha. Filho de Fugaku Uchiha.
Aquilo não foi uma pergunta.
Sakura abriu a boca. Iriam mesmo ligar a situação dela ao de Fugaku?
Ela olhou para trás e viu Sasuke com os olhos esbugalhados. Engolindo em seco, Sakura voltou os olhos para a mãe e viu quando ela travou o maxilar.
Haviam tocado na ferida de Mebuki.
- O que tem haver o Fugaku com isso?
- Bom... - ele girou nos cantares e olhou brevemente para o júri - Começo a achar, senhores, que toda a ação não foi mero acidente. Visto que os envolvimentos dessa história se mostram bastante propícios a sérios erros. Algo de tamanha grandeza jamais sairia de alguém tão... Pacífico. - suspirou de forma dramática, indicando Sakura - Acho que precisamos analisar isso meticulosamente.
- O Sasuke não teve nada haver com isso! - Sakura se desesperou.
- Acalme-se, Sakura. - Mebuki murmurou ao seu lado.
Todo o júri, o promotor e o juiz olharam para Sakura. Ela piscou rápido, sentindo os nervos abalarem. Mebuki suspirou ao seu lado. Frieza. Profissionalismo. Precisava estar calma e concentrada para esmagar aquele promotor.
Sakura grunhiu, respirando fundo. Estava com uma imensa vontade de socar aquele promotor.
- Bom... - ele passou a língua entre os lábios, erguendo o nariz - Eu não tenho mais nada para falar.
Ouviu-se um burburinho em todo o júri. As pessoas estavam desacreditadas quanto aquilo. O homem realmente havia feito uma ligação perigosa e levando em consideração que o sobrenome Uchiha não estava lá essas coisas, Sakura corria um grande perigo naquele julgamento.
Sakura mordiscou o lábio tentando segurar o choro. Ela olhou para Sasuke e o mesmo estava de cabeça baixa, olhando para as mãos enquanto Gaara falava baixo com o moreno.
Sasuke sabia que aquela ligação não era nada boa para o caso. Ele sabia que poderiam dizer que Sakura tinha sido coagida a agir daquela forma. E isso deixaria as coisas ainda pior. Se isso acontecesse, Sakura deixaria de ser julgada por um homicídio privilegiado e passaria a ser um homicídio qualificado.
Gaara ergueu os olhos e encontrou os verdes de Sakura inundados em água. Ele murmurou algo para Sasuke e o moreno ergueu os olhos para ela.
Ela viu os olhos negros cabisbaixos. Tentando passar força, ela sorriu minimamente e Sasuke fez o mesmo.
Ouviu um pigarro ao lado e ao olhar para a mãe, viu Mebuki menear a cabeça de forma positiva.
- Está na hora, Sakura. - respirou fundo e ficou de pé - Preste bastante atenção enquanto eu conduzo o meu show.
E assim, com o nariz empinado, Mebuki seguiu até o centro do júri
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