Jarros de Almas - Capítulo 14
A beleza que irradiava da jovem era perigosa. Ele sentia. O Kákos dentro de si gritava enquanto ele, sufocava. Sakura estava diante do espelho se olhando. Os olhos verdes estavam maiores. O corpo dela parecia brilhar contra aquelas listras negras. Sabia que aquele momento chegaria, mas por mais que tivesse se preparado, percebia que não seria o suficiente. A Theá era um problema. Seu lado predador estava em êxtase. Querendo cada gota de sangue dela, mas ele se preocupava. Sakura havia desperto e ela não tinha noção do poder que possuía, muito menos ele.
Percebeu que toda a fome que um dia tivera, não se parecia em nada com o que estava sentindo. Seu interior tremia diante da imagem da mulher nua a sua frente. Fechou brevemente os olhos e respirou fundo sentindo o cheiro dela impregnado no ar. "Lembre-se, Sasuke. Você é o maior predador dela, mas uma Théa é a espécie mais perigosa que existe, e quando o momento chegar, você precisará ser rápido..."
Sabia o que fazer. Sabia como fazer. Mas não conseguia. Sua boca salivava. Seus pulmões queimavam. Sua pele pinicava e sua mente nublava.
- Kákos? - ouviu o chamado baixo e sensual vindo de um canto do quarto.
Com cautela, abriu os olhos e a olhou. Ela estava de pé diante da cama, olhando-a com a cabeça inclinada para o lado e um sorriso ladino, perigoso, estampado nós lábios.
- Consigo sentir você daqui. - apontou baixo, levando uma mão até o cabelo e o jogando para as costas. Com sutileza, ela caminhava na direção dele - Você não deveria se controlar?
- Tenho total controle. - murmurou, observando a Theá caminhar em sua direção.
- Mesmo? - o sorriso ladino dela cresceu. Sakura parou próximo ao moreno, os cabelos pareciam um manto sagrado, envolvendo o ser mais celestial e pecaminoso que ele já fora capaz de observar - Então... não haverá problema se eu me aproximar, não é?
- De forma alguma. - respondeu baixo.
- Que bom... - ela praticamente cantou, dando mais dois passos e parando em frente a ele, com o corpo praticamente colado ao do moreno. Viu os olhos vermelhos dele deslizarem por seu corpo e então parar em seus olhos. Ele estava sedento por ela - Porque eu ainda estou com fome.
Ele abriu a boca para responder, mas ela ergueu a mão e colou o dedo indicador nos lábios dele, calando-o. O moreno limitou-se apenas a observar a mulher passar a língua entre os lábios lentamente, aproximando-se e tomando seus lábios em um beijo lento, quente, explorador.
Sakura deixou os lábios dele e começou a descer o beijo pelo queixo, maxilar... Ela apoiou as mãos no peito dele para ter apoio e na ponta dos pés, deslizou a língua até a orelha dele, mordiscando o lóbulo. Ele gemeu baixo, ofegando em seguida. Sakura arranhou o dente pela nuca dele, descendo pela jugular, deslizando a língua, beijando a carne. O moreno fechou os olhos e segurou na cintura dela, mantendo-a junto de si.
A Haruno deslizou as mãos pelo abdome dele, usando as unhas para arranhar na mesma medida em que sua boca descia pelo peito do moreno. Sasuke ofegou quando ela mordiscou seu mamílo. Ele apertou a cintura dela, puxando-a ainda mais, mas Sakura tinha um plano e não seria ele que iria colocar isso a perder.
Continuou descendo os beijos até que chegou na virilha, na borda da cueca preta. Ergueu os olhos verdes e encontrou os vermelhos afoitos em sua direção. Naquela coloração, parecia que havia sangue nos olhos dele. E aquilo a instigava. Deslizou a ponta dos dedos pela borda da cueca, enquanto dava uma leve mordida na virilha.
- Grr. - ele grunhiu, deslizando as mãos pelos ombros dela, passeando os dedos pela nuca feminina.
Sakura lhe lançou um sorriso inocente e ele estreitou os olhos, mas logo voltou a relaxar quando sentiu ela descer a cueca lentamente. Os olhos verdes estavam fixos nos vermelhos. A pele pálida dela parecia brilhar pelos reflexos que as gotas da chuva que deslizavam pelo vidro da janela causavam.
O losango na testa dela brilhava intenso. As listras negras, pareciam ainda mais escuras e ele imaginava que isso não fosse possível e o cheiro... ah, esse cheiro... o cheiro dela embebedava todo o ar do quarto, fazendo-o sufocar na mesma medida em que ele tragava com tudo que tinha para deliciar-se com o cheiro dela.
Sentiu o membro ser liberto da cueca e acabou soltando um gemido baixo, aliviado por estar livre de tamanha pressão. Apertou os ombros dela, vendo Sakura deslizar a língua pelos lábios, sedenta por tê-lo. Ela encarou o membro ereto e puxou o ar pela boca. De forma quase em câmera lenta, ele viu ela aproximar a boca da base de seu pênis e beijar delicadamente. A pré sensação de estar dentro dela, de sentir a boca quente e úmida dela recebendo-o o fazia querer gritar.
Mas Sakura jogava aquele jogo muito bem. A Theá havia assumido tudo, e ela se deixava ser guiada. Deu um beijinho na base, depois outra no comprimento e então na glande. Ter o lábios dela ali já o alucinava e pior foi quando ela o segurou pela base, passando a ponta da língua de forma lenta pela glande. Tão lenta que demorou cinco segundos contados para ela terminar.
- Ah, Theá! - sussurrou, fechando brevemente os olhos e abrindo-os depois, quando sentiu outra lambida.
Ela ergueu os olhos para ele e com um sorriso, abriu a boca com inocência fingida e o colocou na boca.
O moreno soltou um gemido lento, arrastado, puxando o ar pela boca, afundando os dedos nos ombros dela, marcando-a. Sakura o sugou com gosto, provando do sabor dele, sentindo a textura, girando a língua enquanto a boca trabalhava com sincronia. Sua mão, massageava o membro em um ritmo gostoso, fazendo-o ofegar. O Uchiha respirava com dificuldade, dando baforadas de ar, suas narinas dilatavam a cada golada de ar que ele dava.
As mãos masculinas deslizaram para os cabelos róseos onde ele envolveu todos os cabelos com uma única mão, prendendo-os em um rabo de cavalo. Sua outra mão foi para a parte de trás da nuca dela, segurando-a, mostrando que ele ainda estava consciente.
E aquilo a divertia.
Sakura usou a mão livre para acariciar as nádegas dele. Arranhava a carne macia enquanto com a outra mão, passou a massagear os testículos.
- Ah, Theá... - sussurrou, trincando os dentes, movimentando o quadril na direção dela, ditando o ritmo que desejava... Como se precisasse... Sakura desenhava aquela cena com perfeição, mas ele queria mais, ele queria mais dela. Puxou os cabelos dela entre os dedos, apertou a nuca dela, estreitou os olhos. Ela pagaria por aquilo. - Você... é... terrível. - continuava sussurrando entre um ofego e outro.
As sugadas aumentaram o ritmo. Ele já suava, ela já sentia o couro cabeludo arder. Certamente, ele havia arrancado alguns fios.
Sasuke movimentou o quadril mais rápido. Estocando contra a boca dela. Os dentes trincados, as veias no pescoço, nos braços, virilha e pernas estavam saltadas, cenário de uma força absurda.
Força para não se perder.
Percebeu que chegaria ao limite daquele jeito e ele não queria aquilo.
Puxou os cabelos dela com força, fazendo os lábios de Sakura produzirem um estalo quando o pênis dele deslizou rápido pela carne. Ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas, mas usando a mão que estava na nuca feminina, ele a pôs de pé.
Sakura percebeu que ele estava perdendo o controle.
Com violência, o moreno a empurrou contra a penteadeira. Ele arrastou tudo de cima, segurou Sakura pela cintura e a colocou sentada sobre a penteadeira. Ela só teve tempo de segurar nos ombros dele. Sasuke se colocou entre as pernas feminina, tomando os lábios rosados com volúpia, sugando a carne com um beijo possessivo. As mãos grandes deslizaram pelas pernas dela, subindo pela barriga até chegar nos seios onde ele apertou. Ela gemeu contra os lábios dele, sentindo o sangue aquecer.
Tomado pelo desejo, o Uchiha se posicionou e de forma lenta a penetrou. Centímetro por centímetro ele se colocava dentro dela. Sakura jogou a cabeça para trás, sentindo-se ser invadida e ele aproveitou a oportunidade para deliciar-se com o pescoço feminino. A jugular exposta o deixou sedento e ele mordeu ali, depois lambeu sentindo a pulsação do coração dela no mesmo ritmo que o seu.
Acelerado.
Impulsivo.
Descontrolado.
Dentro dela, ele permitiu-se movimentar primeiro de forma lenta, mas logo as estocadas se tornaram rápidas, precisas, ritmadas. O móvel se chocava contra a parede causando um barulho absurdo. Os gemidos dela ecoavam pelo quarto na mesma medida em que a pele pálida brilhava banhada em suor.
Sasuke segurou em uma coxa dela, mantendo-a presa em suas ações. Cravou os dedos na carne macia dela, enquanto a boca desceu para um dos seios onde ele tratou de sugar sem piedade.
A borda da penteadeira que batia contra a parede já começava a quebrar, mas nem o Kákos nem a Theá iriam parar por causa daquilo.
Eles ouviram um estralo do móvel e sem perder tempo, ele a segurou pelas nádegas e a sustentou. Sakura prendeu as pernas em torno da cintura do moreno, sentindo-a levantar e caminhar pelo quarto, mas em vez de ser colocada sobre a cama, ele a prendeu contra a parede.
Ela gemeu pelo ardor que sentiu. Suas costas arranharam na parede quando ele voltou a penetrá-la com violência.
As unhas femininas cravaram nas costas masculinas e um gemido agudo escapou pelos lábios dela, mas morreu na boca dele quando ele a beijou no mesmo instante.
Estava insano. Suas respirações se misturavam, suas mãos exploravam, suas intimidades chocavam-se com tanta violência que possivelmente, seria difícil reproduzir qualquer coisa no outro dia, mas nada daquilo importava. Ele estava com fome. Dela. Apenas dela.
E por isso permitiu-se embriagar-se ainda mais da bebida que ela era. Seu corpo esquentou e ele sentiu quando seu peito expandiu. Primeiro, seu corpo assumiu uma tonalidade mais cinza, tornando-se mais marrom, seus cabelos cresceram de forma ainda mais rebelde, seus olhos tão vermelhos que ela suspeitava haver sangue vivo correndo pelas córneas. No centro de seu rosto apareceu uma espécie de estrela negra e de suas costas surgiram asas... Asas muito parecida com mãos.
Ele havia se mostrado.
Finalmente o Kákos havia se revelado.
Sakura sentiu uma explosão dentro de si em temor e prazer tão absurda que agarrou-se o máximo que conseguia a ele, devorando os lábios masculinos com tanta fome que em pouco tempo, os dentes dele por arranhá-la tanto, já arrancavam filetes de sangue.
Ele subiu uma mão pela costela dela, apertando, puxando-a tanto para si que ela sentiu uma pequena dor na lateral do corpo. A pressão que ele colocava para mantê-la junto de si enquanto ele se afundava descontrolado era tanta que estava quase quebrando a costela dela.
Sentiu ele se expandir dentro de si, crescer e descontrolar. O corpo dela reagia da mesma forma, levando-a para o lugar mais sublime de sua mente, fazendo-a flutuar em um plano perfeito e perigoso ao qual ela se entregou, jogando a cabeça para trás, o tronco para frente, erguendo-se para ele, dando-se para ele, enquanto seu interior vibrava, deslizava e se derramava sobre ele. Chegando ao seu mais pleno ápice.
Aquilo foi o suficiente para desestabilizá-lo por completo.
Não havia, em nenhum lugar no mundo, sensação como aquela. Nem mesmo a sensação de tê-la derramando-se em sua boca se comparava ao senti-la derramar-se sobre si, sentindo-a por dentro, sentindo as paredes dela o apertarem com tanta violência que ele precisou abrir a boca para respirar, ou morreria por falta de ar.
Entregue, ele sentiu quando a parte mais intocável de si apareceu para ela. Mas ele não se importou ou percebeu. Perdido na sensação de finalmente estar completo, satisfeito, pleno, Sasuke derramou-se dentro da Theá. Seu rugido soou alto pelo quarto, fazendo o interior de Sakura vibrar e sair do transe, olhando-o naquela situação perfeita.
O Kakós entregava-se em prazer, erguendo a cabeça para ela, abrindo a boca enquanto o gemido escapava por seus lábios, suas mãos apertavam-na e seu peito pulsava.
A Haruno sentiu-se hipnotizada.
Ela aproximou o rosto do dele, deslizou o nariz pelo nariz masculino e de forma lenta, como se estivesse enfeitiçada, Sakura entreabriu os lábios junto aos lábios abertos dele e então ela sugou.
Não estava totalmente consciente. Seu corpo apenas agia e enquanto ela mantinha a boca aperta junto a dele e sugava, algo dentro dele esquentou e pouco a pouco, começava a esfriar.
Na mesma medida em que uma pequena neblina saia de sua boca.
Ele tentou afastar a cabeça, mas por ter sido pego pela Theá, não tinha forças e para garantir, Sakura segurou a cabeça dele com as duas mãos, sugando aquela neblina com mais força.
Ele esbugalhou os olhos ao entender o que estava acontecendo e não conseguia acreditar, havia sido pego.
Sakura o olhou nos olhos e viu quando pouco a pouco, a tonalidade vermelha ia se apagando. As asas dele iam recolhendo, os cabelos iam reduzindo, a marca negra no rosto ia sumindo e ela... ela se sentia cada vez mais viva.
O corpo dele começou a desfalecer e quando toda a neblina terminou de sair da boca dele, os olhos estavam negros novamente. Ele havia voltado a sua forma original e olhando-a com os olhos esbugalhados, a Theá viu quando ele deu um último suspiro. As mãos dele soltaram-na e o corpo masculino caiu num baque surdo no chão.
Rápida, ela firmou os pés no chão, sentindo-se mais viva do que nunca.
Os olhos verdes brilharam perigosos. A jovem mulher passou a língua entre os lábios. As listras negras aumentaram e depois reduziram, pouco a pouco, recolhendo-se no losango.
De pé, diante do corpo masculino, ela o olhava desfalecido no chão. Derrotado.
Suspirou. Passou por cima do corpo dele.
De alguma forma, não se sentia vitoriosa. Havia perdido um belo parceiro, mas se sentia viva.
Caminhou pelo quarto recolhendo as roupas e depois a vestiu. Seguiu até a penteadeira, ajeitou os cabelos, colocou o véu sobre os cabelos e recolheu o terço. Olhou para uma vez para o corpo desfalecido ao chão e saiu do quarto. Sorrateira, saiu da pensão sem nem ser notada e mesmo com a chuva torrencial que caía, Sakura não sentia frio.
~//~ Alguns Meses Depois ~//~
As ruas de Mykonos estavam lotadas de gente. Era festa das flores. As pessoas dançavam, cantavam e caminhavam animadas pelas ruas da ilha. Vários arranjos haviam sidos postos aqui e ali para decorar tudo da forma mais alegre possível.
Vários turistas haviam ido se aventurar naquele lugar. Mykonos estava bastante conhecida, por algum motivo, a ilha havia se tornado centro turístico famoso. Isso deixava todos os moradores alegres, principalmente a jovem que caminhava tão feliz que praticamente deslizava pelas ruas com seu vestido florido em tonalidades azul, verde e rosa.
Os longos cabelos róseos estavam soltos, dançando com o vento enquanto ela cantarolava a música que saía pelos alto falantes da ilha.
Estava próximo ao centro comercial, um lugar onde haviam sido montadas barraquinhas para a venda de artesanato e coisas locais.
Se aproximou de uma barraquinha que vendia pulseirinhas e parou para analisar as belas criações. Cada uma mais linda que a outra. Distraída, permitiu-se analisar peça por peça.
- Sakura!? - ouviu seu nome ser chamado.
Girou nos calcanhares e olhou ao redor procurando por quem a havia chamado. Encontrou os olhos azuis de Ino do outro lado, em frente a barraquinha que vendia flores. A loira acenava frenética, chamando-a.
- São lindas. - Sakura informou ao vendedor das pulseirinhas e caminhou até onde a loira estava. Parou em frente a ela e suspirou, cansada.
- Nossa... está enorme!
- Pois é... - sorriu abertamente, acariciando o enorme ventre de sete meses - É um bebê forte.
Sorriu de forma terna, sentindo um chute nas costelas.
Na mesma hora, sua mente lhe levou para sete meses atrás, quando em uma determinada noite, ele havia sido concebido.
Lembrou dos olhos negros e depois vermelhos, lembrou do toque, da sensação, lembrou de sentir-se preenchida e viva. Sorriu. Sorriu abertamente, voltando a acariciar o ventre.
~//~ FIM ~//~
Já foi o final? O Sasuke... MORREU?
ResponderExcluirVc vai continuar ?
ResponderExcluir