Reencontros - Capítulo 1




~ Dois anos e meio depois ~




A sala estava lotada (como sempre). As palestras da Tsunade eram sempre as melhores, sem falar que ela costumava ser bem dinâmica e rígida com seus alunos. Se tem alguém nessa universidade que é capaz de levar os alunos do céu ao inferno e voltar para o céu em fração de segundos é a Doutora Senju. Ela é tipo: Minha Inspiração Máster!
- Mais alguma dúvida? – sua voz soa alta e clara e um silêncio se faz quando ninguém responde – Ótimo. Espero todos vocês na próxima aula. Lembrem que será prática, então por favor, tragam o jaleco, e Yuri, sem molho inglês dessa vez, ok?
O garoto de cabelos escuros e olhos verdes no fundo da sala balança a cabeça de forma positiva enquanto suas bochechas tomam uma coloração mais rosada. O alvoroço se faz presente no local e eu logo trato de arrumar minha apostila, caderno, canetas... Jogo tudo dentro da mochila e levanto jogando-a sobre um ombro. Caminho por entre as cadeiras e antes mesmo de chegar à porta, um corpo esbarra levemente contra o meu e eu já sorrio, devolvendo o encontrão.
- Cara, eu acho que a Senju deveria fazer algum tipo de jogo. – A Shion (sim, a mesma do ensino médio) indica feliz da vida.
- Tá maluca? Somos muito competitivos. – o barulho no corredor era enorme.
- Qual é, seria divertido ver todos lutando, batendo, comendo o fígado um do outro para ganhar um jogo proposto por ela. – Suas mãos vão se contorcendo enquanto ela fala as ações que teríamos.
- Credo! – olho espantada para minha amiga – Você é uma “futura” cirurgiã obstetra/pediátrica ou uma psicopata?
- Eu sou tudo aquilo que você não tem sido. Nem vem me olhar com essa cara de “você está mentindo”. – me censura quando olho de canto pra ela – Você é tão maníaca por cirurgia obstetra quanto eu.
- Não falo mais nada.
Enquanto a Shion gargalha extremamente alto, seguimos pelos corredores da universidade em direção a lanchonete do campus. A universidade em que eu estudava era enorme. Dividida em 3 áreas (Humanas/Sociais, Exatas e Biológica) que ficavam espalhados por três bairros da cidade. As áreas eram divididas em blocos de acordo com suas especialidades. A área que eu estudava era a de Biológicas e o meu bloco era o de medicina. Um prédio enorme que comportava sala de aulas para todos os cursos. No prédio ao lado ficavam os laboratórios e no prédio à frente os auditórios. Outros prédios estavam localizados por aqui (como os de fisioterapia, educação física, enfermagem, ciências biológicas, nutrição, farmácia, zootecnia, odontologia...) cada curso com seu prédio.
Do lado de fora do prédio o sol estava muito forte, mas ventava bastante. Seguimos pela calçada do bloco, passando pelo prédio de laboratórios e continuamos pela calçada do campus rumo a lanchonete. Já era hora do almoço e a tarde teríamos mais duas aulas (bem cansativas por sinal). A Shion continuava tagarelando ao meu lado sobre o estágio que vai começar em duas semanas. Estávamos todos malucos para começar e também muito nervosos. Chegamos na lanchonete e seguimos para a fila. Pedimos nosso almoço (algo rápido e forte) e começamos a procurar uma mesa (no local lotado), mas o alivio veio quando uma mão acenando para nós duas chamou nossa atenção. A Tenten estava sentada em um cantinho já comendo. Seguimos para junto dela e compartilhamos a mesma mesa.
- Como foi a aula com a Tsunade? – pergunta enquanto comia.
- Como sempre é. Ela é incrível! – informo animada, comendo também.
- Bom para vocês. A minha foi dureza viu... Tivemos aula com o Tirano (era assim que os alunos chamavam o coordenador do curso de cardiologia e também professor, Zabuza) e um carinha lá fez o favor de chamar a aorta de carótida.
- Vixe. –  Shion fez careta.
- Vixe mesmo! Isso ferrou com a gente. FERROU! -espeta um alface com o garfo usando toda a raiva do mundo.- Agora o Tirano quer para a próxima aula um trabalho minimamente detalhado sobre a anatomia cardiovascular. Isso vai ser o inferno! – come o alface com mais raiva ainda.
- Você precisa se controlar, caso contrário, seu coração que vai explodir.
- Não me importo, desde que aquele idiota não seja meu cirurgião, porque ai sim, vai ser bem capaz de ele trocar todo meu interior.
- Exagerada. – reviro os olhos – Acho que você está precisando relaxar.
- Vou relaxar quando meu trabalho estiver pronto.
- Tudo bem. Tudo bem. – suspiro.
- E o final de semana hein? Tô pensando em ir fazer uma visita aos meus pais. – Shion suspira.
- É bom mesmo... boa sorte. – sorrio para ela.
- E nós, o que vamos fazer?- Tenten me olha com as sobrancelhas erguidas.
- Você vai para a festa do Neji. Eu vou visitar o meu pai.
- Saky... – ela suspira, largando o garfo.
- Acho que você deveria ir visitar sua m...
- Não. – corto a Shion – Vou visitar meu pai. E só.
Elas não contestam. Apesar de tudo, compreendiam minha linha de raciocínio e tinha que ser assim. Fazia um ano e meio que eu não falava com minha mãe e ela não falava comigo. Era algo realmente difícil para mim, afinal, ela é minha mãe, mas parece que esqueceu desse detalhe desde que entrei para a universidade de medicina e agora simplesmente finge que não existo.
Terminamos nosso almoço em silêncio, as meninas sabiam e respeitavam minha situação - apesar de não concordarem -. Durante o período da tarde a aula foi bem cansativa, mas muito satisfatória. Preenchemos nossas fichas de estágio e haviam três hospitais que estavam pegando alunos. Eu torcia incansavelmente para o Memorial Bouth. Era o melhor em minha área. Quando larguei, ví o campus bastante movimentado. Os alunos que tinham curso a noite estavam chegando para as aulas e os alunos que estudavam durante o dia estavam largando então éramos como uma manada descoordenada, porém orientada. Vai entender.
Com a mochila nas costas, fui caminhando para o dormitório. Ficava do outro lado da área de Biológicas e caminhando, levava de quinze a vinte minutos dependendo da coragem que se estava para caminhar. Sigo pela calçada do campus, era um local muito bonito, arborizado, com várias coisas naturais. O lugar perfeito para se relaxar. Geralmente eu vinha acompanhada da Shion ou da Tenten, mas hoje estava vindo sozinha. A Shion foi para a biblioteca e a Tenten já tinha largado. Finalmente chego no meu dormitório – um prédio de quatro andares intitulado “DF2” ou “Dormitório Feminino 2”, com paredes de tijolos aparente, uma cozinha, sala de convivência, sala para jogos e uma sala para estudos. A entrada era como de um prédio, uma porta de vidro dava acesso ao hall principal. O térreo era formado por uma minibiblioteca, sala de estudos, cozinha e sala de convivência. No final do corredor ficava a escada de acesso para o primeiro andar. O primeiro, segundo e terceiro andar eram apenas de quartos. Os quartos eram intitulados por “Q 1, Q 2...” ou “Quarto 1, Quarto 2...”. Existiam dez quartos por andar – cinco de um lado do corredor e cinco do outro. Cada quarto possuía um banheiro.
Passo pela porta de vidro -que tinha apenas uma fechadura simples e nunca estava trancada-, caminho pelo corredor vendo algumas meninas assistindo, lendo ou conversando e sigo para as escadas. Subo-as quase me arrastando. Meu quarto ficava no segundo andar e quando finalmente termino de subir as escadas sigo pelo corredor dos quartos chegando finalmente no meu o “Q13”, tiro as chaves do bolso da calça e destravo a porta. Entro e vejo uma pequena bagunça em cima da cama de minha parceira de quarto, a Tenten. Havíamos escolhido o mesmo quarto e isso era bom. Jogo minha mochila em cima de uma poltrona que tinha perto da porta e caminho até minha cama, tirando os sapatos.
- Cheguei. – anuncio ouvindo o barulho do chuveiro.
Nosso quarto era bem simples. Duas camas, uma ao lado da outra. Criado mudo, abajur, estante para livros e pertences. Armário, guarda roupas. Uma mesa para estudos com uma cadeira de rodinhas, dois notebooks em cima, uma luminária e um armário pequeno de parede. Ao lado oposto a porta ficava uma janela escondida por uma cortina roxa. Sem falar nos vários murais que tinha espalhados pelo quarto com fotos, cartinhas, anotações... O banheiro ficava do lado oposto das camas e só. Era um cômodo pequeno, bem pequeno, mas eu e a Tenten conseguimos organizá-lo e deixá-lo confortável.
Falando em criado mudo, em cima do nosso havia uma caixa de bombons com um lacinho em cima, será que a Tenten havia ganhado? De quem? Huuuun... Ah não! Acho que o Neji não vai gostar nem um pouquinho disso. Tks! Tks!
Levanto, pego os sapatos e coloco num canto do quarto enquanto a porta do banheiro abre e a Tenten sai de lá secando os cabelos, vestindo um vestidinho de malha azul claro que batia na metade das coxas. Ela me olha sorrindo e então aponta para a caixa de bombom.
- Mandaram pra você.
- Pra mim? – franzi o cenho – Quem?
- Adivinha. – vai até a penteadeira e pega uma escova de cabelo, mas seu rosto estava divertido.
- Não me fala que foi o Ya. – resmungo.
- Ya. Ya. Ya. – sua voz sai quase como um gemido – Casa logo com esse homem, mulher!
- Claro que não, Tenten. Só... ficamos. – pego uma roupa no guarda roupas.
- Vocês estão ficando a 9 meses. – Lembra.
- Não tenho culpa se o cara tem uma pegada boa. – me defendo.
- VOCÊS TRANSARAM NO LABORATÓRIO! – protesta sorrindo
- Correção: A pegada dele é MUITO boa. – pisco entrando no banheiro.
Enquanto tiro minha roupa para tomar meu santo, amado e adorado banho, lembro das vezes em que fiquei com o Ya, e sim, é o Yahiko, Senhoras e Senhores. Tudo começou a cerca de um ano e meio atrás quando ele veio a uma palestra aqui na área de Biológicas. Claro que não era a área dele – o Ya faz direito -, mas a palestra abrangia vários cursos e quando entrei no auditório e ví o número de minha cadeira era bem ao lado da dele. Fiquei extremamente feliz em ter alguém conhecido por aqui logo no início do meu curso.  De início a amizade rolou solta, nos divertíamos muito indo para festas de fraternidades e tudo o mais, porém a coisa ficou séria em um evento de caridade do curso de direito.
Ele havia me convidado e como eu não estava fazendo nada fui. Acabou que durante uma música e outra rolou um beijo e desde então ficamos. A primeira transa veio ha nove meses atrás, foi tudo muito carnal, quente... Era sempre assim com ele, mas tínhamos a noção de que seria apenas isso, nada muito sério. Era divertido, nos respeitávamos e não costumávamos ficar com mais ninguém. Sem falar que essa era a quinta caixa que ele me mandava em três dias, tudo porque estamos sem nos ver a quase três semanas. O motivo? Meus estudos. Eu sempre deixei muito claro que a medicina estaria em primeiro lugar, e ele sempre respeitou isso, e agora os estudos estavam cobrando minha atenção em quase 100%.
Termino meu banho rápido e visto meu short de algodão e minha regata desbotada. Saio do banheiro com os cabelos enrolados na toalha e vejo a Tenten mexendo no celular. Seco os cabelos e vou até a penteadeira pegando um creme e passando nos cabelos, depois penteando-os. Eles estavam mais rebeldes ultimamente. Não sei se por tempo ou sei lá oque, mas meus cabelos estavam ficando com a ondulação mais forte, tornando-se quase cacheados. Assim que controlo a juba, estendo a toalha no cabideiro e me jogo na cama pegando meu celular e vendo três chamadas perdidas de um número desconhecido e duas chamadas do Ya.
- Então você realmente não vai ao aniversário do Neji? – pergunta sem tirar os olhos do celular.
- Sabe que não. Pede desculpas a ele. Leva o presente, mas eu vou ver meu pai.
- Sakura Haruno! – me censura com sua voz e seus olhos também que me olham como águias.
- Tô nem ai para a sua pregação. Já está decidido e ponto final.
- Você tem três dias para decidir.
- Tenho três dias para lhe convencer de que é melhor fazer aquilo que escolhi.
- Ok. Olha só Saky, só acho que você deveria realmente falar com as meninas... Elas sentem sua falta. Vamos acabar com isso. – faz bico.
- Eu sinto falta delas, tá legal? Sinto muita falta delas, mas elas que escolheram isso. Eu disse que não queria ver a cara do Uchiha nunca mais na minha vida e o que elas fazem? Armam pra cima de mim. Ignoram todos os meus avisos e simplesmente me trancam em um maldito quarto com ele.
- Eu te entendo, por isso nem concordei com essa ideia estúpida, mas elas só queriam que vocês se acertassem afinal vocês se amavam e...
- EU o amava. – a corto – Eu, Tenten.  E eu não pedi por isso. Eu não pedi para ficar, eu não pedi para namorar... Nada disso, mas fui idiota o suficiente para cair nas graças dele. Mas quer saber? Tanto faz agora. – levanto jogando meu celular em cima da cama – E já chega desse papinho. Sasuke Uchiha é assunto morto em minha vida.
- Então por que você fica tão afetada quando fala dele? – cruza os braços com as sobrancelhas erguidas.
- Porque foi com ele que aprendi a lição mais valiosa da minha vida: – pego minhas chaves na mesinha de centro, caminho até a porta, abrindo-a – Não entregar meu coração pra qualquer idiota.
Saio do quarto e fecho a porta. O corredor do andar estava vazio. Sigo em direção as escadas e desço-as rápido. Tudo o que eu queria era sair logo do dormitório, estava me sentindo sufocada, presa, angustiada. Odeio quando a Tenten fala sobre as meninas ou os meninos porque essa é uma ferida que pelo jeito nunca vai cicatrizar. Dói demais saber que perdi duas das minhas três melhores amigas, tudo porque elas não respeitaram minhas escolhas e meu momento.
Meses após o ensino médio ter acabado e um novo ano ter iniciado, o Naruto completou ano e a Hinata fez uma festa para ele, mas o que ninguém esperava era que o Sasuke fosse estar presente. Claro que aquilo foi como um banho de balde com gelo em mim, passei parte da festa afastada o máximo possível dele e quando finalmente a mesma já estava acabando, as meninas tiveram a ideia de me prender no quarto do Naruto junto com o Sasuke.
E esse foi o pior momento da minha vida.
Ficamos quase uma hora dentro do quarto em total silêncio porque não tínhamos nada para falar. Se eu abrisse a boca desabaria em choro, e em raiva e ele certamente tinha seus motivos para ficar calado, motivos estes que eu não quero nunca saber, mas graças aos céus a porta finalmente abriu e então eu sai daquele quarto tendo duas certezas em minha vida: Estava sem amor e agora sem amigas.
Exceto pela Tenten, ela não tinha concordado com essa ideia dizendo que eu iria matar o cara.
Coisa que não aconteceu.
Infelizmente.
Me abraço enquanto caminho pelo caminho de pedras que havia na área dos dormitórios. Era um local com algumas árvores, banquinhos... bem bonito até, algumas pessoas caminhavam aqui e alí. Ventava um pouco também e a lua estava bonita no céu. Se eu tinha um rumo? Não. Eu simplesmente caminhava.
Algumas pessoas podem achar besteira perder amizade de anos por algo tão “bobo”, mas para mim não é. Elas sabiam de meus sentimentos. Elas viram como fiquei ainda no baile quando ele foi embora, como fiquei no outro dia, e no outro e no outro... Como foi pra mim dizer para o cara que eu o amava e vê-lo ir embora sem mais nem menos, sem nem se quer dar uma explicação e pior, ir para outro país morar com o irmão sem nem dizer que acabou.
Ele simplesmente foi.
Como se eu não fosse nada.
Passei três meses remoendo minha tristeza e quando finalmente começo a sair do foço em que estava elas me armam essa...
Agora já era. Eu ainda as amava com tudo o que existe dentro de mim, mas a mágoa ainda é grande demais para fazer o erro do passado mudar e isso resulta em quase dois anos e meio sem falar com elas. O que é muito, muito doloroso. Acompanhava e torcia por elas mesmo que estando afastada. A Ino tinha entrado no curso de Administração e a Hinata entrou para o curso de Comércio Internacional. Também estava feliz por o relacionamento de cada uma estar maravilhoso. Afinal, de todas nós, apenas eu segui para a universidade solteira.
Mas isso realmente foi algo que eu superei. E foi até bom porque vejo o tempo que a Tenten perde com o Neji com namoros e desentendimentos e enquanto ela está com isso, eu estou estudando, ação que me deixou como uma das melhores alunas no curso. Mas não pensem que eu sou uma nerd totalmente concentrada que não tem vida social, pois, eu saio bastante até, dou umas ficadas com o Yahiko, mas nada muito complicado ou sério demais, apenas nos divertimos do nosso jeito. O que é muito bom.
Agora, enquanto caminho pelo jardim dos dormitórios, refletindo sobre minha vida, vejo o quanto mudei. Em dois anos deixei de ser aquela garotinha aventureira que eu sempre fui, que buscava viver a vida de um jeito sem arrependimentos e curtindo com as amigas sem medo de errar. Não que eu não seja aventureira ou não goste de curtir, mas o medo de errar e me arrepender existe constantemente. E não tem nada a ver com a desilusão amorosa do passado, mas sim com quem me tornei depois das várias punhaladas que a vida me deu, e pra quem pensa que eu estou me lamentando, me fazendo de pobre coitada pode tirar o cavalinho da chuva.
A Sakura de hoje em dia não se faz de pobre coitada, muito menos se lamenta.
A Sakura de hoje em dia também não dança, nem luta mais.
A Sakura de hoje em dia trocou os amores do passado por um único amor: O Bisturi.
Era esse o momento em que eu sentia o meu coração vibrar dentro do meu peito de um jeito arrebatador e fazia minhas entranhas revirarem. Quando eu estava segurando um bisturi. Eu nunca havia aberto alguém vivo, claro. A residência só começaria em algumas semanas, mas todas as vezes que íamos para o laboratório e abríamos cadáver, eu me sentia plena.
Onde foi parar meu amor pelas sapatilhas?
Ele ainda existe tão forte como existia no ensino médio, mas teve que ficar em um canto dentro de mim que não é acessado há muito... Por falta de coragem. Por falta de vontade. Por falta de espaço. Por falta de tempo...
E não é que eu não dance, porque sim, eu danço (numa balada, numa festinha), mas não como antes, com aquela graça, com aquela vontade, com aquela paixão... danço como uma pessoa qualquer dançaria e não como uma bailarina... Se sinto falta? Sinto, mas logo lembro que não tenho mais tempo, nem coragem para isso, então lembro do meu bisturi e tudo se perde dentro da caixinha chamada esquecimento que eu criei.


Olho para o céu que estava tão negro como a pedra mais escura que já conheci, e que droga, agora lembro dos malditos olhos ônix. A Tenten tinha que falar daquele infeliz... pronto, vou ficar a noite toda pensando nesse desgraçado! Mas ela vai me pagar, com toda a certeza vai. Ninguém atenta assim minha paz e sai ileso. De forma alguma!

Respiro fundo e começo a caminhar de volta para o dormitório sentindo os ventos ficarem ainda mais fortes e chicotearem meus cabelos de um lado para o outro deixando-os ainda mais rebeldes do que já estão. As praças e jardins dos dormitórios estavam vazios e os estacionamentos lotados, uma chuva como a que estava para chegar era sempre sinal de problemas. Apresso os passos e quando finalmente avisto meu dormitório, vejo também algo que me faz estancar no lugar. O carro azul escuro com um adesivo de ursinho personalizado na lateral que apenas uma pessoa tinha.


Fecho os olhos e respiro fundo sabendo que aquilo significava apenas uma coisa, coisa essa que eu não queria acreditar e até cogitei a ideia de dar a volta e ir para qualquer outro lugar, mas o barulho de um trovão me fez olhar para o céu bem a tempo de ver os primeiros pingos de chuva começarem a cair. Suspiro fundo e corro em direção ao dormitório e passo pela porta de vidro do mesmo como uma bala.



Comentários

  1. Amei,Amei,Amei <3 <3 <3
    Anciosa pelo próximo capitulo.....

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  2. Ela não estava grávida do sasuke não

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  3. AAAAAAAAAAAAHHHHHHH SURTANDOOOOOO AQUUUUUIIII 😱😱😱😱😱😱
    SOCORROOOOOOOOO 😱😱😱😱😱
    QUEM CHEGOU?! AAAAAAAAAAAAHHHHHHH
    Bruna que primeiro capítulo foi esse viado?! 😱
    Essa Sasa veio p samba na cara de qm ela quiser, ADOROOOOOOO
    Agora q história é essa do boy ser o Ya?! 😱😱😱😱 Só quero ver a cara do Sasuke qnd ele ver, isso se ele já não souber, o que acho difícil....
    Agora que ele vai ter q engoli muita coisa isso ele vai....
    Fico triste pela amizade das meninas, mais o que elas fizeram não foi certo.. Deve ter sido tão difícil p Sasa, mais penso que foi mais ainda para o Sasuke... Não sei, mais apesar de tudo de ele ter sido o maior covarde de todos os tempos, acho que ele tem sofri igual ou até mais que ela.... Pq ele simplesmente fugiu e vamos deixar claro que esse não era o Sasuke que vimos nos capítulos de Fugitivos, por isso acho que foi algo muito mais muitoooo pesado!!!
    Vc ama me ver assim né Bruna, toda pirando kkkkkkkk agora todo capítulo vou ter q tomar Rivotril pq se esse que foi o primeiro me fez surta imagina os outros?! Tô lascada kkkkkkkk

    SUPER HIPER MEGA POWER ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POSTA LOGOOOOOO OUTRO CAPÍTULO ❣️❣️❣️❣️❣️❣️
    #TheBest
    #NumberOne

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