Pelotão 28 - Capitulo Vinte e Três
Assim que chegou no local indicado pelo soldado, viu muitos outros feridos sendo colocados no chão. Paralisou olhando ao redor tentando entender por onde começar, mas sem saber. Ouviu um barulho e desviou o olhar para a entrada por onde passava outro soldado ferido, como um estalo, a mente dela começou a trabalhar levando-a para o centro da ação para que começasse o trabalho. Com agilidade, a médica começou a socorrer os feridos, fazendo curativos e tudo o mais. Os soldados que já estavam ali, foram remanejados para o andar superior, deixando aquele andar vago para os que chegavam.
Já estava a algum tempo ali quando ouviu seu nome ser chamado próximo as escadas. Virou e viu um soldado informando que um outro soldado estava sentindo muita dor no andar superior. A médica suspirou cansada e passou o braço pela testa limpando o suor. Estava cansada demais. Não havia dormido nada na noite anterior e tivera um dia agitado até aquele momento. Retirou as luvas que calçava, passou as mãos nos cabelos e subiu as escadas indo em direção ao andar superior.
Enquanto subia as escadas, passou pelo Uzumaki que meneou a cabeça de forma discreta para ela. A médica passou por alguns corredores até que chegou no lugar onde estavam os soldados. Ela entrou e já foi de encontro ao tal soldado que estava mal. O coitado estava tendo refluxo de liquido e ela precisou fazer uma drenagem gástrica. O que levou bastante tempo, mas finalmente conseguiu estabilizar o homem. Retirou as luvas sujas de sangue e fechou os olhos jogando a cabeça para trás enquanto respirava fundo.
Como estava cansada.
Se afastou do soldado e saiu de onde eles estavam. Precisava ir ao banheiro. Estava apertada. Muito apertada. Aproveitando que estavam todos "estabilizados" a médica foi até o banheiro que ficava no andar superior e se aliviou, soltando um gemido baixinho por estar 500 litros mais leve. Estava terminando de vestir a calça quando ouviu um estouro. No mesmo instante ela paralisou, até que ouviu outro novamente e então percebeu uma coisa: O barulho era próximo demais.
Desesperada, ela atacou o cinto e abriu a porta, saindo do banheiro e começou a correr pelo enorme corredor indo em direção as escadas, mas quando dobrou no corredor, viu algo que fez seu coração paralisar: Um homem aparecia com uma arma em punho... e ele não era do mesmo "lado" que ela.
O homem virou a cabeça na direção da médica que, ao ter sido vista, deu três passos para trás e o homem atirou. Ela correu no mesmo instante, sentindo a bala passar bem ao lado de sua cabeça. Nervosa, ela começou a correr pelo corredor e dobrou ouvindo os passos do homem seguindo-a.
- PARE SUA VADIA!
O grito do homem alcançou aos seus ouvidos e ela chegou em um corredor pequeno. Não tinha saída. Tentou a primeira porta, mas estava fechada. A segunda porta estava aberta e ela entrou, mas logo percebeu que não tinha como trancar a mesma por dentro já que a tranca estava quebrada. Correu até a janela para vê a altura, mas percebeu que se pulasse dali certamente morreria com a queda. Sua mente trabalhava à mil por hora, tentando uma busca. Olhou ao redor, mas estava em um quarto muito pequeno, sem saídas a não ser a que ela tinha entrado. Quando deu um passo para frente, viu o homem romper a porta. Ele a olhou com um sorriso de canto enquanto entrava no quarto ainda com a arma em punho.
- Olá, belezinha. - cumprimentou baixo, caminhando vagarosamente na direção da médica. A cada passo que ele dava, ela dava um para trás, até que suas pernas toparam em um pequeno e gasto criado mudo - Opa... Acho que não tem para onde fugir.
- Me deixe passar. - pediu apoiando as mãos no criado mudo enquanto tentava achar um jeito de sair dali.
- Tsk. Tsk. Tsk. - balançou a cabeça e se aproximou ainda mais da médica. Estavam a dois metros de distância e ele a olhou de cima a baixo, passando a língua entre os lábios - Não mesmo... Esse prédio está tomado. Não há para onde ir, bebê.
- Não... - balançou a cabeça. Se o prédio estava tomado significava que todos haviam morrido. Todos.
- Sim... - sussurrou e abriu um sorriso enorme - Vejo que você é a médica deles, não é? - com o cano da arma, ele coçou o queixo e voltou a apontá-la para a médica - Vejamos... Primeiro eu me divirto com você, depois te mato, oooou, me divirto, te deixo viva para me divertir novamente mais tarde. - ergueu uma sobrancelha - O que acha?
- Nunca que eu vou aceitar isso. - respondeu com os dentes trincados.
- Aaaaah... - ele caminhou tão rápido na direção dela que quando a médica percebeu, já estava com o corpo sendo imprensado contra o criado mudo. O homem empurrava a arma contra a têmpora dela enquanto pressionava o corpo feminino com o próprio corpo - Você não tem querer.
- Você vai ter que me matar antes. - sussurrou olhando-o nos olhos com raiva.
O homem arqueou as sobrancelhas e começou a dar as costas para ela, mas quando já estava completando a ação, ele virou rápido e acertou o punho da arma no rosto da médica, causando um pequeno corte no supercílio dela. A médica soltou um pequeno grito pela pancada e "caiu" sobre o criado mudo causando um barulho. O homem, com raiva, segurou a médica pelos cabelos e a puxou para si, fazendo-a soltar um gemido de dor. Ele envolveu o braço em torno da cintura dela, prendendo-a. Ouviram um barulho, um tiro e em poucos segundos, um homem tomou conta da entrada daquele quarto.
Com a arma em punho, ele olhou a cena à sua frente com horror. O homem havia colocado a médica em frente ao seu corpo, protegendo-o da mira certeira do Capitão que estava com os olhos azuis estreitos para ele, imaginando mil e uma formas de torturá-lo sem piedade. O Capitão entrou no quarto à passos suaves, segurando a arma com firmeza, sentindo toda sua raiva subir pelas veias indo para os olhos. Via que ela estava em extremo perigo e sentia-se mal por não poder tirá-la dali naquele mesmo segundo. A médica sentia-se extremamente feliz e aliviada por saber que o Capitão estava vivo, apesar de apresentar sangue pelo blusão, mas também estava com medo. Não queria que ele tomasse um tiro por sua causa. O inimigo mantinha a médica junto de sí. Sabia que ali acabava sua vida, mas tinha uma escolha para fazer: Morreria sozinho, ou levaria a médica junto?
- Solte ela. - o loiro sussurrou.
- Não. - respondeu baixo, mas firme. - Ela morre aqui e hoje.
- Baixe a arma agora mesmo.- o Uzumaki murmurou entre dentes.
- Como se sente, Capitão? - zombou com a última palavra enquanto engatilhava a arma.
Ao ouvir a arma, ela
fechou os olhos e respirou fundo. O cano frio em sua têmpora não permitia que
ela pensasse em nada. Abriu os olhos e viu o Capitão à sua frente olhando para
a arma encostada em sua cabeça. Ele estava incapaz. Um movimento e os miolos
dela iriam ser estourados.
- Solte a Doutora. Agora! - exigiu trincando o maxilar. Seus dentes
rangiam e as veias de sua mão ( a que segurava a arma) chegavam a saltar. -
Solte ela e eu lhe deixo vivo.
- Tks! Tks! Tks! - a mão do homem deslizou pela cintura feminina e ele
passou a língua pela bochecha dela. A médica fechou os olhos com nojo - O
Capitão está querendo me deixar vivo? - ele sorriu com escárnio - Ela é sua
namoradinha? Oooopa…Então peguei justamente a sua namoradinha… - estalou
a língua- Sabe… Vai ser uma pena matá-la sem antes me divertir um pouco. -
Subiu a mão passando pelo seio da médica e rodeou o colo dela com o braço,
segurando-a pelo ombro, como se a abraçasse. Ela subiu as mãos e ficou
segurando o homem pelo antebraço.
- Desgraçado. - ela sussurrou abrindo os olhos. Viu nos olhos azuis o
pânico. Viu o nojo. Viu o dedo dele vacilar no gatilho. Viu que ele estava
prestes a ceder ao inimigo.
Foi então que
percebeu. O Capitão era um ótimo atirador. Ela era médica. Sua mente trabalhou
tão rápido que ela ficou tonta por alguns segundos. Fechou os olhos e respirou
fundo algumas vezes tentando manter a mente ligada. Abriu os olhos e se deparou
com os azuis olhando-a preocupados. Ela sustentou o olhar dele, torcia por tudo
no mundo para que ele entendesse que ela estava lhe passando uma mensagem.
Quando os olhos azuis dilataram, ela percebeu que ele sabia que ela queria lhe
falar algo.
Foi então que ela
agiu.
Baixou os olhos
lentamente para a própria mão ( a que estava perto da mão do inimigo) e com o
dedo indicador deu duas batidas leve na pele do homem, depois subiu os olhos
novamente para os azuis. Ele esbugalhou minimamente os olhos e voltou a olhar
para seu opressor. A médica viu o dedo do Capitão voltar a ficar firme no
gatilho. Ela fechou os olhos, esperando.
- Tudo bem. - o Uzumaki murmurou - Eu vou baixar a arma, mas solte a
Doutora.
- Hun… Acha que sou idiota? Sei que não irá me deixar sair vivo daqui.
Se é pra morrer, que seja! Mas levarei sua namoradinha comigo… Talvez eu me
divirta com ela no além. - o inimigo estava distraído.
- Solte-a. - pediu novamente.
- Eu não se…
PAH!
O barulho do tiro foi
tão alto que ela se assustou, mas logo sentiu uma dor no ombro esquerdo e então
seu corpo tombar para trás, sendo puxado pelo corpo daquele que a segurava por
trás, mas antes de ela cair de costas, sentiu um braço rodear sua cintura e puxá-la.
Ela esbarrou em algo quente e rígido e então mais tiros. Cinco tiros. Ele havia descarregado o cartucho da arma na cara do homem. Um atrás do
outro. Seu ombro doía, sua cabeça girava, seus ouvidos zumbiam. O corpo pesou,
mas não encontrou o chão, ele estava sendo sustentado pelo braço que estava em
volta de sí.
- Sakura! - ouviu a voz chamá-la - Sakura, por favor!
Seu corpo foi
sacolejado e então começou a cair. Tombou, mas não tocou o chão com brusquidão
como deveria ser em uma queda. Ela estava sendo colocada suavemente sobre o
chão. Puxou o ar com força e abriu os olhos. A vista estava turva, o ombro
doía, queimava, pinicava, chegava a ser torturante. Viu dois brilhos azuis,
trêmulos, olhando-a preocupados. Uma mão grande tocou-lhe o rosto com leveza,
mas o tecido da luva raspou sua bochecha, porém aquilo não incomodou. Na
verdade, serviu de conforto.
- Sakura, por favor me responda! - a voz dele estava preocupada.
- E-eu… - sussurrou - Meu ombro… - soltou um gemido de dor.
- Que merda! - resmungou - Só posso ter ficado muito maluco em seguir
seu plano!
Ela sentiu as mãos
dele lhe deixarem e logo em seguida, o barulho de algo rasgando. Era sua carne?
Algum saco? Algo quente tocou seu ombro e ela soltou um gemido maior de dor e
se contorceu. Não, foi sua camisa. O capitão havia rasgado a manga de sua camisa
e agora analisava o ferimento. Ele trabalhava rápido, ela não conseguia pensar
muito, nem formular algo necessário, não enxergava muito bem, mas via o vulto
dele agitado, trabalhado com determinação.
- O sa-sangramento. - ela sussurrou.
- Eu sei. - resmungou. Ela ouviu algo rasgando - Preciso te levar para a ala médica.
- Preciso… sentar. - sua voz não passava de um sussurro - A gravidade…
- Tudo bem.
Ajudou ela a sentar e
levou alguns segundos para que a visão dela começasse a voltar ao normal. Viu o
ombro enfaixado por um pedaço de tecido que reconheceu como parte da camisa
negra dele. Sua respiração era pesada, seu ombro doía, sua cabeça girava, mas
ela estava viva. Piscando atordoada, olhou para o lado e viu o inimigo caído,
com tiros na cabeça e um no braço. Fechou os olhos e respirou fundo tentando
fazer a vertigem passar. Uma mão tocou-lhe o queixo e ela virou o rosto para
ele. Os olhos preocupados estavam dilatados, o cenho franzido, e ele analisava
como ela estava. Sabia que ele estava preocupado.
- Estou bem. - sussurrou.
- Você só vai estar bem quando estiver com esse sangramento controlado.
- olhou rápido para o ombro dela.
- Você não destroçou meu ombro, não é? - resmungou baixando a cabeça
para olhar, mas ficou tonta e fechou os olhos respirando fundo.
- Sabe que foi arriscado, não é? Seu braço poderia ter sido arrancado
com facilidade. - Soltou o queixo dela e passou as mãos nos cabelos - Que
porcaria de plano foi aquele!!!?
- Foi a única coisa que consegui pensar… Você tem uma mira invejável. Eu
sabia que não ia errar.
- Erros acontecem toda hora. - resmungou, mas ele estava desconcertado.
Ela o havia elogiado.
- Você que foi o louco, Naruto… - abriu os olhos e arqueou as
sobrancelhas - Afinal, eu dei o plano, mas foi você quem executou.
- Eu imaginei que você sabia o que estava fazendo. - passou a mão no
rosto - Caramba, você é médica, acredito que imaginou um ponto não vital. Por
favor, me diga que imaginou. - ele estava em pânico.
- Sim e não. - mordiscou o lábio e respirou fundo quando uma dor aguda
atingiu o ombro - Se você acertasse cinco centímetros mais para o lado teria me
matado.
- PUTA QUE PARIU, DOUTORA! - ele levantou e ficou andado de um lado para
o outro - QUE PORRA VOCÊ TEM NA CABEÇA, HEIN? EU CONFIEI EM VOCÊ!
- Fala baixo! - reclamou fechando os olhos e soltando outro gemido.
- Me desculpe. - resmungou se abaixando em frente a ela - Você por acaso
tem tendência suicida?
- Claro que não. - fez careta por conta da dor - Mas como falei, confiei
em você da mesma forma que você confiou em mim.
- Você me mandou atirar em você. - sibilou.
- Tá… Então eu confiei em você, sugeri o tiro, mas foi você quem atirou. Você que puxou o gatilho…
Então tecnicamente, você tentou me matar, Capitão.
- Eu nunca mais vou confiar em você.
- Claro que vai. - suspira - Obrigada por me salvar.
- Não agradeça.
- Claro que sim. Você me salvou.
- O que você veio fazer aqui? - franziu o cenho.
- Fugi. - dá de ombros - Pensei que você tinha morrido.
- Vejamos: Você sabe matar e eu sei fazer reviver… - sorriu em meio a dor que sentia - É… acho que “problemão do caralho” é a melhor forma de descrever a situação.
- É... - olha para o lado - Acho melhor irmos. Os tiros causou alerta. - Olhou para ela em silêncio - Maluca!
- Claro que vai. - suspira - Obrigada por me salvar.
- Não agradeça.
- Claro que sim. Você me salvou.
- O que você veio fazer aqui? - franziu o cenho.
- Fugi. - dá de ombros - Pensei que você tinha morrido.
- Eu não… porra! Eu te procurei feito um louco! - passou as mãos nos cabelos - Presta atenção. Só… - olha pra ela com agonia - Da próxima vez fica perto de mim, tá?- segura o rosto dela com as duas mãos - Me prometa!
- E-eu…
- Porra, Sakura! - fechou os olhos em completa agonia - Eles não costumam matar nossas mulheres, entende? - a olhou nos olhos - Eles… porra! - ofegou - Eles… Só… Caralho! - soltou o rosto dela e passou as mãos nos cabelos novamente. Caminhou perdido e virou pra a médica - Eu juro que se eles te pegarem eu vou até o inferno, mas te trago de volta, mas… eu sei. Caralho! Eu sei que… que não vai ser a tempo de evitar uma merda, então… Só promete que vai ficar perto.
- T-ta. balbuciou vendo-o em completa agonia - Tudo bem, Naruto. - sussurrou- Eles não vão me pegar. Eu sei que você não vai deixar isso acontecer.
- Não… não vou. - seus olhos azuis vasculham meu rosto - Eles vão ter que me matar primeiro. - se abaixa em minha frente.
- Então eles têm um problemão… - deu um sorriso tentando fazê-lo relaxar - Se eles te machucarem eu vou dar meu melhor para te curar. - dou um tapinha em seu ombro - E se eles tentarem te matar, eu te trago de volta. - dá uma piscadela cúmplice.
- Eles vão ter um problemão do caralho. - balança a cabeça, sorrindo pela primeira vez.
- É... - olha para o lado - Acho melhor irmos. Os tiros causou alerta. - Olhou para ela em silêncio - Maluca!
- Obrigada pelo elogio. Agora me ajuda a levantar. - estendeu o braço
bom para ele.
- De jeito nenhum. Você não vai fazer esforço. -se inclinou para pega-la
nos braços.
- Eu to com o ombro baleado. - deu um tapinha na mão dele, parando-o -
Não as pernas.
- Não vou deixar você fazer qualquer esforço. - reclamou.
- Você não tem querer, Capitão. - estreitou os olhos.
- Mulher insistente. - resmungou.
Contra sua vontade, ele a ajudou a ficar de pé e começaram a caminhar para fora daquele quarto. Enquanto caminhava, a médica contemplava tudo ao redor, mas o que ela não sabia era que estava chegando ao inferno.
- Não vou deixar você fazer qualquer esforço. - reclamou.
- Você não tem querer, Capitão. - estreitou os olhos.
- Mulher insistente. - resmungou.
Contra sua vontade, ele a ajudou a ficar de pé e começaram a caminhar para fora daquele quarto. Enquanto caminhava, a médica contemplava tudo ao redor, mas o que ela não sabia era que estava chegando ao inferno.
Ui que tensoooo
ResponderExcluirAmei, SANGUE mais SANGUE 😍
Só esperando o próximo ❤❤❤❤
ResponderExcluirGosto assimmm muita treta kk
ResponderExcluirAdorei