Pelotão 28 - Capitulo Vinte e Dois





Assim que chegaram na parte onde estava a maioria dos soldados "bons", eles viram Kiba junto à uma mesa enquanto observava armamentos. A médica decidiu seguir para junto de alguns soldados, queria conhecer cada um deles, afinal, se estavam ali com um único propósito, certamente não faria mal se virassem amigos. O Uzumaki se aproximou do Inuzuka. Viu que ele estava organizando as armas de um jeito que ficasse melhor para seleção e manuseio. O loiro se aproximou e colocou as mãos em cima da mesa, inclinando-se um pouco para frente.


- Você tem algum plano? - Kiba olha pra Naruto.


- Vamos ter que sair em três dias... Até lá, precisamos estar preparados.


- Eu sei. - suspirou - Essa porra é complicado demais. - coça a cabeça e pega um canivete - Você tem algum plano?


- Talvez... Quero melhorá-la para depois colocar em pauta.


- Hun...


Eles ficaram em silêncio analisando a artilharia. A verdade era que, era complicado ter que organizar tudo aquilo de um jeito que não desse merda, afinal, precisariam manter-se seguros enquanto estavam ali e depois ainda ter que fazer a remoção de todos com o mínimo de perda possivel. Certamente aquilo daria muita dor de cabeça. Era como atirar no escuro e torcer para que o tiro acertasse o alvo. Já estavam há um tempo tentando montar a estratégia quando o Inuzuka começa a conversar do nada.



- Será que ela aceitaria sair comigo, digo, qualquer dia desses? - murmura analisando as facas em cima da mesa.



- Não. - pega uma arma, analisando-a também.



- Como pode ter tanta certeza, Uzumaki? - olha para o loiro.



- Porque eu não vou deixar. - dá de ombros.


- Você não pode decidir por ela. - argumenta rápido.


- Nesse caso, sim. - contra argumenta da mesma forma.



- Com ciúmes, Narutinho? - arqueou as sobrancelhas - Isso pode ser um problema.



- Meus problemas eu resolvo na bala. - o Uzumaki engatilha a arma olhando para o Inuzuka.


- Nossa... - olha para a arma engatilhada e depois para o loiro - Meio possessivo você, né não? - sorri balançando a cabeça.


- Sou filho único. - gira o tambor da arma estreitando os olhos para o outro - Nunca dividi o doce... Não vai ser agora que vou fazê-lo.


- É... bem que dizem... uma mulher muda um homem. - Kiba sorri olhando para o lado e vendo a médica sentada junto a um soldado, analisando as costas dele. Vendo ali a oportunidade de atazanar ainda mais o amigo, o Inuzuka não perdeu a chance - Apesar de que... Aquilo não é um doce, Narutinho... - olha rápido para o amigo e volta a olhar para a médica. O moreno passa a língua entre os lábios arqueando uma sobrancelha - É uma bomboniere inteira.


- Kiba... - Naruto murmura entredentes enquanto sente o sangue ferver de forma lenta e gradativa.


- Tô te falando cara. - solta a faca e passa o polegar no lábio inferior ainda analisando a médica - Capaz do cara adquirir uma diabetes filha da puta, mas vale a pena, né? Eu mesmo ficaria bem feliz em tomar insulina pro resto da vida se tivesse de provar daquele doce. - olha para o Uzumaki, mas esbugalha os olhos quando o faz.


- Repete. - Naruto sibila enquanto mantém a mão estendida na direção do outro. Ele havia empunhado a arma e a apontava bem no meio da testa do moreno. A mesma ainda estava engatilhada e o dedo do loiro tremia no gatilho. As veias de sua mão estavam expostas tamanha era a força que ele segurava a arma.



- Iiih, cara... relaxa ai. - Kiba franzi o cenho dando um passo pra trás.


- Repete, Kiba. - murmura sem mover um músculo. A arma estava perfeitamente direcionada para a testa do moreno. Um tiro e os miolos dele voariam por todos os lados.


- Naruto, é brincadeira, cara. - o Inuzuka balança a cabeça - Baixa essa porra, cara, deixa de ser esquentado.


- O que está acontecendo? - a voz da médica alcança o ouvido dos dois. Kiba olha para ela, mas o Uzumaki mantinha a concentração do moreno - Capitão Uzumaki, baixe isso, por favor.


- Só estou esperando ele repetir. - estreita os olhos ainda mais para o Inuzuka.


- Uma porra que eu vou repetir! Não sou burro! - Kiba agita as mãos e aponta um dedo para o loiro - Baixa essa porcaria, cara. Isso aqui não é local para esse tipo de coisa.


- Capitão... - a médica se aproxima do loiro - Baixe essa arma, por favor. Estão todos confusos...


- Não se meta nisso, Doutora. - olha rapidamente para ela.


- Dê ordens aos seus soldados, não a mim! - nervosa, ela da a volta na mesa e fica na frente do Uzumaki, entrando em seu campo de visão e ficando com a arma praticamente colada em sua cabeça. No mesmo instante, o loiro retira o dedo do gatilho, mas não baixa a arma.


- Saia. - pede baixo.


- "Senta o dedo", Capitão. - murmura estreitando os olhos para ele.


- Não se meta nisso, Sakura. - desvia os olhos do moreno e olha nos olhos da médica.


- Não vou deixar você atirar na cabeça do Inuzuka. Quer matar ele? Ok. Agora me mate primeiro. - colocou as mãos na cintura - Olhe ao seu redor... é esse o exemplo que quer dar aos seus soldados?


Ele estreita os olhos para ela e olha rapidamente ao redor vendo todos olhando para eles. A cena era típica de novela mexicana: O Uzumaki com a arma em punho, a médica na frente dele e o Kiba, do outro lado da meda, com as sobrancelhas arqueadas achando graça daquilo. Os olhos azuis voltam para o Inuzuka e depois para a Haruno. Com um muxoxo, ele baixa a mão e guarda a arma no coldre que havia em sua coxa. Não queria ter dado aquele showzinho ali, mas acabou perdendo a paciência com as brincadeiras do Inuzuka.


A médica fechou os olhos brevemente e respirou fundo. Só faltava essa, além de se preocupar com os feridos agora tinha que cuidar de dois marmanjos que não sabiam resolver os problemas com conversa. Tudo ali era na base do tiro, porrada e bomba? Abriu os olhos quando ouviu passos e então viu o Uzumaki subindo uma escada com certa raiva. A médica soltou um gemido baixinho. Sabia que havia desafiado ele na frente de todos, mas acabou perdendo a noção quando viu ele com a arma apontada para o outro. Ouviu passos atrás de si e quando virou, viu o Kiba olhando-a com um pequeno sorriso de canto.


- Vai lá. - meneia a cabeça na direção das escadas.


- Não... Ele precisa compreender que errou. - passa uma mão na testa.


- Ele estava com a razão... - revira os olhos - Em parte.


- Affê! - ela suspira frustrada - Vocês parecem duas crianças, pelo amor de Deus!


- Somos homens! - o moreno rebate vendo-a seguir na direção das escadas.


- Dá no mesmo. - rebateu de volta, seguindo na mesma direção do Uzumaki.


A médica sobe dois lances de escadas até que chega em um amplo corredor. Ela começa a caminhar devagar procurando pelo loiro, cômodo por cômodo até que o encontra encostado em uma parede próximo a uma janela. Estava de costas, com as penas cruzadas enquanto brincava com uma faca. Na verdade não era uma faca, era um canivete suíço, constatou isso ao chegar mais perto. Ela pisou em alguns pedregulhos, mas ele não virou. Estava ciente da presença dela, mas estava inquieto. A médica caminha e para ao lado dele, vendo que o mesmo observava o deserto que era a cidade à sua frente.

- Me fala o que aconteceu. - pediu baixo.

- Você não pode me desafiar daquele jeito... Muito menos na frente dos meus soldados. - murmurou.

- E você não pode sair por ai ameaçando as pessoas de morte! - ralhou colocando as mãos na cintura.



- Claro que posso. - respondeu tranquilo.



- Não pode, não!



- Posso sim. Tenho uma arma, um motivo, coragem e licença para matar. - olhou para ela com as sobrancelhas arqueadas - Então eu posso.



- Naruto, vocês são amigos! - passou as mãos nos cabelos, incrédula - Seja lá o que ele tenha feito ou falado...


- Merecia morrer. - deu de ombros e voltou a olhar para frente.


- Cara, na boa, eu não estudei anos da minha vida, me matei em cursos e especializações para ficar resolvendo problemas bestas de testosteronas afoitas. Não mesmo! - estava agoniada. Pior ainda era o fato de ele não olhar para sí, ignorando-a. A médica bufou com raiva e segurou no ombro dele, virando-o para si - Estou falando com você.


- E eu estou ouvindo. - arqueou as sobrancelhas, olhando-a. A fisionomia dele era de tédio.


- Argh! - soltou o ombro dele e virou, ficando de frente para a janela, cruzou os braços e bateu o pé - Quando sair daqui eu vou fazer uma especialização em psiquiatria, vou precisar, porque eu não consigo compreender vocês. De jeito nenhum!


- Estressada? - a voz dele era tranquila e baixa, o que a deixava com raiva.


- "Estressada?" - tentou imitar a voz dele - Imagina, meu bem, estou ótima! - virou para ele com as sobrancelhas arqueadas - Maravilhosamente ótima! Não vê?


- Pra mim você parece nervosa. - deu um sorriso de canto. Sabia que estava tirando a paciência dela.


- Eu... Aaargh! - passou as mãos nos cabelos - Quer saber... nem sei porque vim aqui! - andou de um lado para outro - Deixa pra lá!


Deu as costas e caminhou à passos largos em direção a saída e quando já estava passando pela soleira, sentiu uma mão segurar seu braço e puxá-la de volta, empurrando-a contra a parede, fazendo suas costas arquearem devido a "brutalidade" que havia sido jogada. Abriu a boca para respirar por causa do impacto, mas em vez de ar entrando por sua boca, o que entrou foi uma língua. Sentiu uma mão envolvendo-a pela cintura enquanto a outra ia para a parede, prendendo-a. Esbugalhou os olhos extremamente surpresa, mas logo foi arrebatada para a escuridão quando o corpo grande e largo do Capitão a imprensou ainda mais contra a parede, fazendo-a ficar na ponta dos pés.


Ela ergueu as mãos e segurou no blusão dele, na altura do peitoral enquanto correspondia ao beijo. A mão dele que envolvia sua cintura, envolveu-a ainda mais, fazendo com que eles quase se fundissem. A mão dele que estava na parede foi para a nuca dela, onde ele segurou os cabelos com certa força, puxando-a ainda mais para si. A Haruno grunhiu baixo devido ao modo como ele exigia mais dela, devido ao modo como ele a beijava, arrancando até a alma dela. As mãos dela subiram para os ombros dele, segurando-o com força, puxando-o para si também. A verdade é que queria mais do Capitão... Bem mais. O beijo parou de repente, com um estalo. Assim que eles se separaram, a médica respirou fundo pela boca, puxando a máxima quantidade de ar para dentro dos pulmões que queimaram em protesto. Já ele, colou a testa na dela, olhando-a sério enquanto ofegava.


- Você quer me matar. - sussurrou, ainda ofegante.


- Jamais. - ele sussurrou aliviando o aperto nos cabelos dela e envolvendo a nuca da mesma de um jeito carinhoso.


- Quer sim. - tossiu rapidamente se recuperando - Uma pessoa precisa de ar, sabia? - olhou para ele.


- Por isso parei. - dá um selinho demorado na médica.


- Você não pode sair me beijando assim! - sussurrou, mas acabou fechando os olhos quando ele passou a ponta do nariz no nariz dela.


- Então por que você não me empurrou? - roçou os lábios nos lábios dela.


- Ora, porque eu... eu... - balbuciou - Eu... bem... eu...


- Porque você queria esse beijo tanto quanto eu. - sussurra - E sei que quer mais.


- Eu!? - a voz dela saiu mais fina que o normal.


- Sim... a Doutora va... - ele começou a falar, mas fora interrompido.


- DOUTORA! DOUTORA!??? - ouviram uma voz gritando por ela.


- Puta que pariu! - o loiro rosnou dando um soco na parede e depois soltando a médica. - Que porra!


- AQUI! - ela gritou, ajeitando o blusão e passando a mão no rosto para se recompor.


Um soldado rompeu em questão de segundos a soleira, olhando para os dois. Ele franziu o cenho, depois arqueou as sobrancelhas e então olhou para o Capitão que estava de costas. Como se soubesse que estava sendo observado, o Uzumaki virou e sua cara não era das melhores.


- Diga logo o que caralhos veio fazer aqui, soldado! - esbravejou.


- P-p-perdão... É que... Um... - ele gaguejava, constrangido.


- Desembucha! - o loiro estava perdendo a paciência.


- Calma, Capitão. - a médica ergue uma mão, tentando acalmá-lo e depois olha para o soldado - O que houve?


- Ah... É que chegaram alguns soldados muito feridos do campo, o Capitão Inuzuka pediu para lhe chamar com urgência.


- Certo. Já estou indo!


- Permissão...


- VAZA, 55! - o Uzumaki esbraveja apontando para  aporta e o coitado do soldado sai de lá correndo. O loiro olha para a médica e murmura - E você ainda fala que não posso matar o Kiba.


- Não pode. - murmura de volta, saindo correndo da sala.


O Capitão solta um rosnado e passa as mãos nos cabelos transtornado. Sinceramente, havia ficado muito tempo sem se envolver com ninguém, totalmente dedicado ao seu trabalho e justamente agora que havia se sentido atraído pela médica, toda santa vez que começava algo era interrompido. Estava começando a achar que aquilo era de propósito, porque não havia uma explicação lógica para todos os acontecimentos só serem ativos quando eles dois estavam juntos.



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