Reencontros - Capítulo 60
A tranquilidade desejada a tanto tempo, finalmente havia chegado. Sakura entrou na casa e soltou um enorme suspiro. Olhou ao redor vendo a casa e sentindo-se realmente feliz.
Sentiu um abraço por trás e na mesma hora suspirou novamente, apoiando a cabeça no ombro masculino. Um beijo lhe foi depositado no ombro e ela fechou os olhos por breves segundos.
- Enfim, em casa. - ele informou baixo.
- Sim... - sussurrou - Meu Deus, Sasuke, eu nem acredito.
- Eu te disse que você não seria acusada. Foi legitima defesa.
- Com certeza. Até os critérios foram básicos.
- Nós vamos conseguir, Bear. Dois anos passa rápido.
- É. - gira nos calcanhares e encara os olhos dele. Desliza as mãos até os ombros masculinos e sorri - Obrigada por tudo.
- Não agradeça. - envolve a cintura dela com mais força - Você precisa de um banho e descansar.
- Preciso sim, mas vou fazer isso no píer, afinal, você me prometeu, não é?
- Sim. - sorri e da um selinho nela - Agora vamos arrumar tudo.
Sakura dá um sorriso enorme e então corre para o quarto, Sasuke sobe logo em seguida e acaba caindo na gargalhada quando vê Sakura jogada na cama com Clark lambendo ela descontroladamente.
Estava aliviado.
Sakura havia sido inocentada, mas mesmo assim, está sob custódia preventiva. Não pode sair da cidade sem informar, precisa se apresentar todo mês, além de fazer consultas com um psicólogo, cosa que já vem fazendo.
Tudo bem, podiam passar por isso.
Ajudou ela a arrumar tudo o que precisavam e quando ela foi tomar um banho, ele aproveitou para fazer uma ligação.
O telefone chamou quatro vezes até ser atendido.
- Fala. - a voz do outro lado surgiu.
- Conseguiu as pistas? - colocou uma mão no bolso da calça social, falando baixo e com os olhos fixos na porta do banheiro.
- Consegui sim, e você não vi acreditar...
- Diga logo.
- Espera, estou no meu momento de glória. - um pequeno sorriso veio do outro lado - O número de telefone está registrado com um CNPJ.
- Um CNPJ? - Franziu o cenho. Sakura cantava no chuveiro.
- Sim, Sasuke. Um CNPJ.
- Qual? De que empresa?
- Uchiha's Empreendimentos. - o cara do outro lado deu outro sorriso - Ela por acaso lhe é familiar?
O moreno esbugalhou os olhos.
Como assim aquela ligação havia saído de dentro da sua empresa?
Levou alguns segundos caminhando pelo quarto enquanto sua mente trabalhava rápido. Muito rápido. Ouvia a água caindo, sakura cantando animada, Clark dormia tranquilo. Passou uma mão pelos cabelos tentando juntar todas as peças.
- Cara?
- Me dá só um minuto, Naruto...
Sim, Naruto.
Dias antes, a mãe de Sakura chegou com os nomes dos atuais integrantes da Ceita, mas ao investigar, perceberam que a Ceita havia se corrompido e que era comandada por alguém de fora, mas quem?
Respirou fundo.
As ligações que a Ceita recebia era de um número criptografado, mas sabia que não era impossível, por isso, entrou em contato com Naruto e ele decidiu ajudar. Tanto Sasuke quanto Naruto tinham motivos pessoais para pegar o infeliz que bagunçou com a família deles.
Entregou os registros ao loiro que ficou de fazer a parte investigativa. Uzumakis eram bons nisso.
No tribunal, os dois trocaram olhares e Naruto fez um sinal de que sabia de algo. Sasuke esperava ansioso por isso. Aproveitando que Sakura havia ido tomar banho, julgou ser aquele o melhor momento. Agora com essa informação, ele sabia que o cerco se fechava.
De repente, uma lembrança lhe veio a mente.
A voz de sua secretária.
"Sim, senhor, ele precisou sair... O senhor Orochimaru veio aqui e ambos saíram."
Sasuke sabia. Sabia que tinha uma merda maior envolvida, mas não imaginou que fosse algo além de desvio de dinheiro.
Pelo jeito, havia muito mais.
Ouviu quando o chuveiro foi desligado e assim, tornou a realidade, baixando mais a voz.
- Naruto, eu acho que já sei quem foi.
- Quem!?
- Cara, tenho quase certeza que meu tio e o Orochimaru estão envolvidos nisso...
- O Mad...
- É. Me deixa continuar, tenho pouco tempo. - se apressou, Sakura sairia a qualquer momento - Estou saindo com a Sakura. Vamos passar uns dias foras, mas quero mais um favor seu. Rastreia até os pensamentos do desgraçado. Com certeza ele está envolvido nisso, mas não colocaria o nome dele em jogo. Ele deve estar usando alguém para isso.
- Já entendi. Um laranja... Beleza.
- Não esquece, procura por qualquer coisa que parecer inocente demais.
- Deixa comigo.
- Certo, o Gaara também pode ajudar...
- Ajudar com o que? - a voz de Sakura soou no mesmo instante em que ela abria a porta do banheiro.
- Puta que pariu. - Naruto xingou do outro lado da linha.
Dois segundos. A mente de Sasuke trabalhava tão rápido que ele levou dois segundos para achar uma desculpa.
- Naruto... - apontou para o telefone e se aproximou dela, enfiando o nariz na curva do pescoço, cheirando - Está desesperado com o bebê.
- Fica tranquilo, Narutinho. - ela aproximou a boca do celular, sorrindo - Cocô não é tão ruim assim.
Sasuke sorriu e Naruto gemeu.
Sakura deu uma piscadela para o Uchiha e caminhou até o guarda roupas, pegando algo confortável.
- Enfim... Preciso desligar. Qualquer coisa vou estar no telefone.
- Beleza. Qualquer coisa te ligo.
- Valeu. Tchau.
- Tchau.
E com isso, a ligação encerrou.
Observou Sakura vestir o short e a regata, adimirando-a.
Ela era perfeita.
Nunca se acostumaria com isso.
Nunca deixaria de se surpreender com o quanto a amava.
E nunca. Jamais. Permitiria que outra pessoa a fizesse mal.
Por isso, ele havia começado essa caçada desesperada.
Derrubaria a todos. Colocaria todos os culpados atrás das grades ou debaixo da terra.
Yahiko não era isento da culpa, mas, haviam pessoas jogando com vidas e até mesmo o Uzumaki havia sido um mero peão.
Havia percebido isso no instante em que Mebuki informou que tudo foi planejado.
Sakura girou nos calcanhares e o encarou. No mesmo instante, ele lhe lançou um sorriso reconfortante, dando uma piscadela.
- Está tudo bem mesmo? - ela perguntou, franzindo o cenho.
- Não. Preciso de um banho. Estou fedendo igual podre. - reclamou, retirando o blazer e jogando sobre a cama, fazendo o mesmo ritual com a gravata.
- Meu Deus. Casei com um gambá! - fez cara de jogo, mas sorria ao se jogar na cama e fazer carinho no pelos de Clark.
- Mais respeito, por favor? - fez cara feia - É Senhor Gambá!
Ela soltou uma gargalhada alta, jogando a cabeça para trás, vendo o moreno entrar no banheiro para tomar seu banho.
Dentro do banheiro, o sorriso no rosto dele sumia, assumindo uma feição séria. O moreno apoiou as mãos no balcão da pia e encarou o próprio reflexo no espelho por longos segundos.
- É, pai... Parece que no fim das contas, eu realmente sou seu filho... - suspirou - A Sakura é uma Uchiha agora, e é como diz nosso lema: Família sempre, absolutamente, irrevogavelmente em primeiro lugar. - arqueou uma sobrancelha, vendo seu reflexo - A caçada começou.
E com isso, retirou o resto da roupa e entrou no box.
O banho de Sasuke foi demorado. Ficou o tempo todo pensando em todas as possibilidades e só voltou a realidade quando Sakura bateu na porta reclamando do desperdício de água.
Um tempo depois, estavam na estrada seguindo rumo ao pier com Clark no banco de trás do carro. Sakura carregava um enorme sorriso nos lábios enquanto Sasuke estava mais pensativo, porém ainda assim, dava um pequeno sorriso vez ou outra.
Não demorou para chegarem no píer. Ele estacionou e Sakura saltou do carro, abrindo a porta traseira e pegando Clark nos braços. O cachorro começou a balançar o rabinho, latindo, mexendo afoito doido para sair correndo pela vasta praia.
Sasuke sorriu vendo Sakura caminhar na direção do pier com o filhote nos braços. Encostou o bumbum no capô e ficou observando ela. O vento batendo, fazendo os fios róseos balançarem enquanto ela conversava animada com o cachorro. Deus, como podia amar tanto aquela mulher? Isso era realmente saudável?
Tinha lá suas dúvidas.
Com um enorme respirar, abriu o porta malas e começou a tirar tudo lá de dentro. Iriam passar dois dias ali, então tinham levado bastante coisa. Olhou rapidamente para o píer e viu Sakura correndo de um lado para o outro com o filhote. Voltou a retirar tudo e ouviu um pequeno grito. Olhou assustado, vendo ela correr na direção dele com Clark correndo afoito atrás dela.
- SOCORRO! SOCORRO! MONSTRO A SOLTA! - ela gritou, fazendo graça para o cachorro que latiu animado.
Sasuke sorriu, levantando e abrindo os braços para proteger Sakura assim que ela se aproximou. Clark latiu, saltitando aos pés do moreno enquanto ele se abaixava e pegava o cachorro no colo.
- Oh, monstro terrível, você acabou de ser derrotado. - falou com a voz grave - Não ache que vai perseguir minha mulher dessa forma!
Clark latiu e abanou o rabo, lambendo o rosto do moreno depois.
- Argh Clark! - fez careta, ouvindo Sakura gargalhar.
- Ele é muito fofinho, meu Deus. - sorriu, abraçando o Uchiha e o cachorro por trás - Coisinha lindinha da mamãe!
- Era só o que me faltava. Pai de cachorro. - o moreno murmura, mas sorri.
- Deixa de reclamar, Uchiha. Vamos logo montar essa cabana antes que eu desista de lhe ajudar.
- Que cruel de sua parte, senhora Uchiha. Deixar seu marido fazer todo o trabalho pesado dessa forma. - resmungou, girando nos calcanhares e encarando a outra que o olhava divertida - Isso poderia ser classificado como exploração maridal.
- Deixa de drama, Uchiha. - Ficou na ponta dos pés e deu um selinho nele - Vamos logo montar essa cabana.
Com um muxoxo, ele colocou o cachorro no chão e foi pegar as coisas. Clark aproveitou a liberdade para ficar correndo de lá pra cá afoito. Ele latia, saltitava, rolava e corria novamente. O coração de Sakura estava aquecido. Finalmente estava em paz.
O casal arrumou a cabana e colocaram ao lado, a casinha do cachorro que possuía uma portinha e era bem aquecida para a noite fria a beira mar.
Prepararam também a mesa para comer e fizeram alguns sanduíches.
Quando a noite caiu, ascenderam uma fogueira, mas não abandonaram as lanternas. Clark estava deitado aos pés deles, dormindo cansado do dia agitado. O casal estavam sentados lado a lado em frente a fogueira. Sakura bebia um chá enquanto Sasuke um café quente. O céu estrelado a cima deles fazia um belo plano enquanto as ondas iam e vinham fazendo ressoar uma música calma naquele lugar tão deles.
- No que está pensando? - o moreno quis saber, passando o braço por sobre os ombros dela.
- Na vida. - deu de ombros - Em tudo o que passamos até agora.
- Foi bem difícil, não foi? - beijou o topo da cabeça dela que se aninhou nos braços dele.
- Foi terrível. - suspirou - Mas tudo o que eu quero agora é seguir. Daqui em diante. Quero ficar bem, quero ser feliz, quero poder tomar as rédeas da minha vida e nunca mais solta-la. - suspirou e olhou para ele - Tudo isso com você.
Os olhos negros brilharam ao ouvir aquilo. Mesmo a noite estando levemente fria, ele se sentiu aquecido.
Com delicadeza, virou o corpo levemente na direção dela e lhe tomou os lábios. Um beijo delicado, cálido, suave, doce. Uma mão foi para o rosto dela, amparando o beijo enquanto as línguas dançavam.
Ela correspondeu ao beijo no mesmo ritmo e com a mesma paixão. Sentia-se tão preenchida, tão completa que não era capaz de descrever e quando deu por si, estava flutuando nos braços dele. Permitindo-se não temer.
Separou os lábios apenas o mínimo para poder encarar os olhos que tanto amava.
Sasuke era sua metade mais completa. Viu o amor que ele transferia apenas com o olhar. Ele fizera de tudo para protegê-la e ama-la da forma que ela merecia. Ele dava a vida por ela, literalmente e ela sentia que fazia o mesmo se necessário.
Aqueles olhos negros eram seu ponto de equilíbrio no mundo. Sabia disso. Sabia que enquanto ele existisse, nenhum mal lhe aconteceria novamente.
E de repente, todo o mal deixou de existir realmente.
Ela sabia disso.
Respirou fundo e acariciou o rosto dele com delicadeza.
- Vamos entrar. - informou baixo.
- Já está com sono? - respondeu também baixo, estranhando porque ela não parecia com sono.
- Não. - sorriu e acariciou o rosto dele, deslizando uma mão até os cabelos negros - Mas quero tê-lo dentro de mim por toda a noite.
Foi impossível não se arrepiar.
Foi impossível não sentir a fisgada na virilha junto com uma leve ereção.
Mas também foi impossível não lembrar do bloqueio dela.
- Sakura...
- Tudo bem. - sorriu - Eu estou bem.
- Tem certeza? - franziu o cenho, preocupado - Eu já disse que você não precisa se preocupar com meus desejos...
- Não estou preocupada com seus desejos, Sasuke Uchiha. - sorriu, estreitando o olhos para ele - Estou preocupada em ter meu homem de volta.
Ele permaneceu olhando-a nos olhos por longos segundos, procurando qualquer vestígio de medo ou dúvida, mas não tinha. Tudo o que ele via brilhar nos olhos verdes era um desejo profundo, há tanto reprimido.
- Certo... - respirou fundo, pegando na mão dela e acariciando - Vamos com calma, sim? Caso queira parar...
- Não sou mais virgem, Sasuke. - sorriu - Não sei se você lembra, mas deixei de ser bem aqui...
- Lembro perfeitamente. - a cortou com os olhos brilhando em desejo - Mas não posso deixar de me preocupar com você.
- Eu sei. - entrelaçou os dedos nos dele - Mas eu realmente quero.
O moreno deu um pequeno sorriso e balançou a cabeça de forma positiva.
- Então que seja feita a sua vontade, senhora Uchiha. - beijou a mão dela e ficou de pé, puxou-a para cima, ajudando ela a levantar - Primeiro: Crianças na cama. - indicou o cachorro - Depois: Festa dos papais.
Ela gargalhou alto, jogando a cabeça para trás.
Sakura foi colocar o cachorro na casinha enquanto Sasuke apagava a fogueira.
Entraram na barraca e não tardou em começarem com as carícias.
Como na primeira vez. Da mesma forma que havia acontecido naquele lugar. Com o mesmo cuidado e paixão, eles se entregaram um ao outro. Como uma bela canção que é tocada pelo mais delicado dos instrumentos. Como um ressoar suave do som de violino enquanto as cordas se deslizam.
Naquela noite, a lua banhou o céu com perfeição, enquanto a harmonia finalmente pairava sobre o casal.
E quando finalmente se postou dentro dela, Sasuke se sentiu em casa. Seu coração bateu forte como um "retorno ao lar" já o coração de Sakura se enchia de calor, de saudade acabada. Como se recebesse de braços abertos alguém há tempo esperado.
Enquanto a noite deslizava pelo tempo, fazendo os ponteiros do relógio passear em seu monótono tic-tac, o casal apaixonado mantinha os corpos colados, deixando todas as preocupações de lado. O mundo não existia. Ali eram apenas os dois, matando a saudade e amando como realmente deveria ser. Carne e espírito juntos, ligados, conectados em um frenesí tão intenso que o universo conspirou a favor fazendo com que o sol, no outro dia, nascesse mais preguiçoso.
Até os ventos silenciaram para não atrapalhar ao casal que se reconectava em pleno amor.
O que vou comentar... 60 capitulos de tensão,, tesão, determinação e de puro amor...
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