Pub - Drink 35
Estava muito chateada, era verdade. Depois da festa, foi para casa e simplesmente caiu na cama, pensando nas diversas formas de matar o Uchiha, mas o sono e o cansaço foi tão grande que ela simplesmente ignorou e dormiu. Quando acordou, tomou um banho demorado, vestiu uma roupa leve e decidiu dar uma estudada, procurou os materiais por tudo que era lugar, mas então lembro que havia deixado na casa do moreno.
Bufou alto, se dando um tapa mental.
Como podia ter esquecido de um detalhe como aquele? Era tão lerda!
Cansada, mas sabendo que precisava colocar os estudos em dia, resolveu ir na casa dele pegar todo o material, por isso, seguiu até o quarto, trocou de roupa, pegou a bolsinha de lado e saiu de casa, indo até a parada de ônibus.
Esperou quinze minutos até aparecer o primeiro ônibus e já se estressou por esse estar lotado, mas o que podia fazer? Precisava de seus materiais.
Quarenta minutos e dois ônibus depois, Sakura estava em frente ao prédio onde o moreno morava. Cumprimentou o porteiro que lançou um sorriso amigável para ela e seguiu para o elevador. Colocou a mão no leitor e o mesmo fechou as portas, subindo. Durante todo o percurso, Sakura batia o pé contra o piso metálico. Os braços cruzados, um frio na barriga.
Não queria encarar Madara, por isso, torcia para que ele não estivesse em casa.
A porta do elevador abriu e a primeira coisa que ouviu foi uma música. Algo raro naquele ambiente. Ouviu também vozes ao longe e um cheiro de comida no ar. Alguém estava cozinhando.
Ainda em silêncio, caminhou para dentro do apartamento, ouvindo as vozes começarem a ficar mais nítidas. Era Madara. Madara e outro homem. Tinha certeza.
Eles não haviam notado a chegada dela, mas não os julgava, o som estava um pouco alto e o barulho de algo sendo posto na frigideira abafou ainda mais o bip do elevador.
Ela decidiu se pronunciar. Caminhou na direção da cozinha, até que ouviu algo que a fez parar.
- Eu já disse que não é nada demais. - era o Uchiha que falava.
- Não me pareceu.
- Você vê coisas onde não existem... - um suspiro - A Sakura ela... Ela é só uma menina, Itachi.
Itachi?
Encostou as costas na parede, decidia a saber o porquê falavam a seu respeito.
E... Itachi?
Forçou a mente para lembrar daquele nome.
Itachi... Itachi...
Um estalo veio na mente: o sobrinho da festa!
- Uma baita de uma menina gostosa, tio, e que por suas ações, mexe bastante com você.
- Modere suas palavras, Itachi. - a voz de Madara ficou séria - A Sakura é só algo momentâneo. Um passa tempo.
- Nossa! - ouviu um pigarro - Nunca imaginei ouvir esse tipo de coisa do senhor.
- Hum... - barulho de pratos.
- A questão é: se ela é só um rolo, por que todo aquele ciúme?
- Não foi ciúmes! Só fiquei surpreso por vê-la lá!
- Deveria ter deduzido...
- Você não entende... Você não conhece a Sakura. - ouviu a torneira ser ligada - Ela é impossível, imprevisível e incoerente.
- Explique porque eu não entendi nada.
- Ela havia dito que tinha trabalho. E ela trabalha em várias coisas...
- Isso não me parece ruim.
- Sinceramente? Foi o que pensei. - a torneira foi desligada. Ouviu passos e acabou se encolhendo mais contra a parede - Ela é absolutamente tudo aquilo que nós julgamos "errado".
- Julgue por você e me tire dessa. - Itachi estava sorrindo?
- Falo sério, menino! - ela ouviu a geladeira. Madara estava cozinhando - A Sakura trabalha muito, Itachi, muito mesmo, entretanto, ela não tem absolutamente nada!
- Como assim? - Itachi voltou a ficar sério. Sua voz indicava isso.
- Você precisa ver o local onde ela mora, o apartamento, os bens... Nada condiz com o tanto que ela trabalha. - um suspiro - Eu já tentei entender, pensei que era a faculdade, mas não é! Ela largou curso...
- Você acha que tem algo a mais nisso tudo. - deduziu.
- Sim... Sem falar na própria pessoa. - ouviu o barulho de um banquinho ser arrastado - A Sakura é linda, tentadora, sabe bem o que faz... É uma pessoa incrível de um coração gigante, devo admitir, mas ela não é o tipo de mulher que eu me envolveria mais sério, entende? Ela... Ela é problema, Itachi.
- Você está está julgando-a pesadamente. - Itachi murmurou.
Sakura baixou a cabeça, sentindo seu peito doer. Aquelas palavras eram duras de ser ouvidas.
- Eu sei que estou, mas sou realista. Porém, as atitudes desconhecidas dela, a falta de controle emocional e financeira, porque tem que ter alguma coisa que a consuma tanto... O tipo de gente que ela conhece... Itachi, é gente pesada!
- Você acha que ela é envolvida em algo ilegal?
Sakura esbugalhou os olhos.
Madara achava que ela era envolvida com drogas!?
- Eu não sei. - um suspiro - Sinceramente não sei, mas ela recebe ligações estranhas. Diz que tem uma dívida pra pagar, mas ninguém sabe que dívida é essa... - ouviu outro suspiro - Ela é alguém que me faz viver no escuro e isso não me trás paz.
- Então por quê ainda está com ela?
Silêncio.
Sakura olhou para frente, esperando a resposta. Seu peito doía. Tudo nela parecia estar rasgando.
- Eu não sei. - Madara murmurou - Talvez meu lado irresponsável goste das travessuras dela, do perigo que possa estar correndo, da irresponsabilidade que ela representa... Ou talvez porque estar com ela me faz bem.
- Aumenta seu ego?
- Não exatamente. - um pigarro - Acho que... Só é leve. Estar com a Sakura é fácil, sabe? - se fez um longo silêncio - Ela me faz esquecer todo esse inferno que é isso tudo.
- Hun... - ouviu um sorriso baixo - Talvez você esteja apaixonado pela garota problema.
- Não fale idiotices, Itachi! - a voz de Madara era de repreensão - Eu nunca me apaixonaria por alguém como ela.
Sakura esbugalhou os olhos.
"Alguém como ela."
Baixo.
Sujo.
Aquele era o jogo de Madara.
Palavras baixas e sujas.
Ele a julgava sem nem conhecê-la.
Seu coração tão machucado se despedaçou. Ela sentia cada pedacinho ruindo diante de tudo aquilo o que ouvia. A dor era palpável. Sentia-se uma criança, uma menina como ele mesmo a chamava. E agora, tendo seu coração, ego e orgulho ferido, ela entendia que se deixou levar.
Madara era lobo em pele de cordeiro.
Não... Ele nunca foi cordeiro.
Madara sempre fora o lobo.
Faminto, predador, bruto...
Em todos os momentos com ela, ele sempre se mostrou ser o caçador. E aquela verdade era tão pesada.
Enquanto a realidade a puxava de volta para o sub mundo ao qual pertencia, Sakura sentia seus olhos inundarem.
As lágrimas desceram grosas pelas bochechas enquanto o peito rasgava.
Madara havia pisado em quem ela era. Logo ela, que tanto o confortou diante de um estado merda em que ele estava.
- E você vai continuar saindo com ela? - Itachi tornou a perguntar - Porque está claro que isso não chegou ao fim.
- Pois é. - outro suspiro - Eu quero por um fim, mas não consigo... A desgraçada sabe me hipnotizar.
- E ainda diz que não está apaixonado. - Itachi gargalhou.
- Fale mais alguma idiotice e eu juro que te coloco pra fora!
Aquilo já era demais.
Sakura sabia que não aguentaria mais.
Também, como havia sido tola em achar que não seria daquele jeito. Madara era de um mundo totalmente diferente do seu.
Não, nunca esperou por um romance de contos de fadas, mas também nunca imaginou que ele achava tudo aquilo dela.
Engoliu o bolo que havia se formado em sua garganta, tentando convencer a si mesma de que já sabia que aquilo aconteceria. Que Madara a julgava inferior, mas jamais imaginou ouvir aquelas palavras. Imaginar era sempre mais leve do que ouvir.
Mas ela não era uma garotinha como Madara falava. Sakura era mulher suficiente para encarar seus problemas e naquele momento, Madara era um problema gravíssimo.
Com um respirar profundo, passou as mãos no rosto, enxugando as lágrimas. Respirou fundo uma, duas, três vezes. Engoliu em seco, passou as mãos nos cabelos, empinou o nariz e se decidiu.
Se ele não conseguia por um fim naquilo, ela era mulher suficiente para fazê-lo.
Puxando toda a dignidade que possuía, Sakura caminhou decidida na direção da cozinha e quando se fez presente, o primeiro olhar que viu foi o de Madara.
Ele esbugalhou os olhos, ficando ereto.
Percebendo o olhar do tio, Itachi seguiu na mesma direção e quando olhou para trás, viu a Haruno.
- Porra. - o Uchiha mais novo sussurrou.
Madara estava parado por trás do balcão da cozinha, sentado em um banco enquanto Itachi estava sentado em frente a ele.
De forma tranquila, Sakura encarou o mais velho, enquanto esse piscava atordoado. O quanto ela havia ouvido de sua conversa?
- S-Sakura!? - sussurrou o nome dela, sentindo a espinha congelar.
- Sabe... - ela começou e pigarreou, sentindo a voz trêmula. Fechou os olhos por breves segundos, tentando estabilizar a voz que denunciava seu estado de espírito - Eu nunca pensei que você fosse o tipo de homem que joga tão baixo, Madara.
- E-eu...
- Por favor. - ela ergueu a mão, interrompendo-o - Não se dê o trabalho de me explicar qualquer coisa. - passou a língua entre os lábios, buscando manter-se de pé - Vim apenas buscar meu material.
E em silêncio, ela deu as costas e caminhou até a sala, pegando seus livros que estavam sobre o sofá. Ouviu passos atrás de si e ao virar, encontrou Madara, olhando-a de forma desesperada.
- Sakura, me deixe explicar o que...
- Não precisa, meu bem. - caminhou até parar em frente a ele, dando um pequeno sorriso - Nenhum de nós dois iludiu o outro. Sempre ficou claro que era só curticão. E foi apenas isso, não é? - deu um pequeno sorriso.
- Não! - balançou a cabeça, pegando na mão livre dela e puxando-a para si - Vamos conversar, por favor.
- Não se dê ao trabalho, Madara. Eu já disse. - se afastou dele e deu de ombros - Só me faça o favor que nunca mais me procurar ou até mesmo pisar no Pub. - respirou fundo, mantendo as lágrimas presas. Não iria chorar. Não na frente dele - Não quero ter que olhar para você e lembrar o quão babaca você é!
E sem falar mais nada, ela seguiu na direção do elevador, mas Madara a seguiu.
- Pelo amor de Deus, Sakura, me deixe explicar meu ponto de vista...
- Eu já disse que não precisa, será que você é surdo!? - perdeu o controle, virando para ele - Não! Já chega! Você já expôs seus pensamentos. A garota problema não quer mais ouvir você.A garota irresponsável não quer mais ter que olhar na sua cara e lembrar que foi burra ao ponto de acreditar que você era diferente dos outros. Não quero! - a porta do elevador abriu e ela entrou, girou nos calcanhares e encarou Madara que permanecia parado, paralisado, olhando-a com os olhos esbugalhados. Sakura apertou o botão, solicitando que as portas fechassem - Foi só sexo. Você gozou. Eu gozei. Pronto! Agora você volta pro seu mundo perfeito... - as portas começaram a fechar - Só seja homem suficiente para encarar toda as merdas da sua vida, sem precisar encher a cara ou fugir para meu mundo. Honre as bolas que você tem no meio das pernas e enfrente tudo. Porque não vai haver mais uma garotinha de pernas abertas pra te receber.
E então as portas fecharam, deixando Madara totalmente estupefato, em choque, sem saber o que fazer.
- Puta que pariu. - foi tudo o que se ouviu naquele momento. A voz de Itachi proclamando o quão fodida era a situação.
Caramba...
ResponderExcluirNão consigo acreditar no que eu acabei de ler ...
Sério como é que o Madara, um homen atencioso e cavalheiro se tornou esse babaca sem escrúpulos , me explica porque eu não consigo acreditar.
Tá certo que desde o início nem um dos dois prometeu nada um pro outro, mas daí a ter esse tipo de pensamento sobre a Sakura e revoltante . Logo ela que sempre ouvia suas lamentações de pobre magnata infeliz da sua vida luxuosa, mesmo ela tendo seus próprios problemas,e daí que ela nunca conversou sobre isso quando estavam juntos , não era da conta dele .
Tô com tanta raiva do Madara agora que estou começando a pensar que a kurenai tinha razão, ele não é homem o suficiente.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Adoro esse tipo de comentário cheio de ódio kkkkkkk.
ExcluirMadara vai se redimir *-*
Tô sem chão
ResponderExcluirSinto muito por isso
ExcluirMas que filho da p*!@ ,
ResponderExcluirComo que ele pode ter esse tipo de pensamento sobre a única pessoa que lhe fazia tão bem e não ficava tentando ser outra pessoa só porque ele é um cara rico ...
É eu besta achando que ele era um lorde inglês, na verdade até e , daqueles, mas tóxicos e podres que usam os mas pobres unicamente como objetos descartáveis.... Aí que Raiva, não da pra acreditar ...quero só ver o que vai rolar daqui pra frente
CONTINUUUUUAAAAA
Aceita um chá?
Excluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Já continuei, amor