Gypsy - Fagulha 24




Atordoada, era assim que se encontrava enquanto os olhos afiados de Itachi aguardavam por uma resposta. Sakura pensou em várias desculpas, mas a verdade é que não havia nenhuma. Engoliu em seco quando escutou ao seu lado um risinho vitorioso. Karin. Com raiva, Sakura fechou os olhos e respirou fundo. Aquela ruiva desgraçada iria pagar. Abrindo os olhos e respirando fundo, a Haruno decidiu fazer a melhor coisa: Não responder.



- Não há nada o que explicar.



- Não há? - Itachi arqueou as sobrancelhas, era visível que ele estava tentando controlar a raiva - Então você estar no quarto do meu irmão durante toda a manhã e sair de lá apenas com um roupão não significa nada?



- Exatamente! - deu de ombros, controlando-se - Estive lá sim. Apenas de roupão sim. Mas não aconteceu absolutamente nada.



- Conheço meu irmão, Rom. - estreitou os olhos - Nenhuma mulher frequenta seu quarto se não for para terminar em sua cama. - ele travou o maxilar e baixou a voz quando voltou a falar - Diga-me: O que foi fazer lá?



- Eu já disse que nada. - respirou fundo, empinando o queixo - Se acha que me deitei com seu irmão, faz um péssimo julgamento de mim.



- Então não vai me dizer... - balançou a cabeça de forma positiva. Com um suspiro e portando uma postura perigosa, Itachi olhou para o lado e ergueu a voz - Yamato, encontre o Sasuke e diga que o espero no salão principal.



- Sim senhor! - o homem rapidamente foi fazer o que lhe fora ordenado. Sakura nem havia notado a presença do tal Yamato até ele ser falado.



- ESPERE! - Sakura praticamente gritou e isso fez o homem parar, olhando-a. Voltando os olhos para o moreno, Sakura estreitou os olhos - Vai mesmo fazer isso?



- Você não me dá escolhas. - respirou fundo - Se você não me fala, ele vai me falar.



- É isso mesmo que deseja? - ela deu um passo na direção dele, empinando o queixo de forma desafiadora - Vai pressionar seu irmão para falar algo que diz respeito a mim?



- Eu quero uma explicação.



- A sua explicação está dada. Não há o que explicar. - trincou os dentes - Aceite.



- Não irei aceitar. - baixou a cabeça para poder olhá-la profundamente nos olhos - Ou você me diz, ou o Sasuke será interrogado. Você esteve no quarto dele e eu gosto de estar ciente sobre tudo o que acontece em meu harém!



- Acontece, Gadjô, que eu não faço parte de seu harém. - arqueou uma sobrancelha - Sou livre, lembra? - Sakura deu um sorrisinho e viu Itachi piscar, desconcertado - Agora se acha mesmo que vai descobrir o que fui fazer lá, chame-o. Indague-o. Torture-o. Faça o que quiser, mas pode ter certeza, tudo isso será apenas mais uma prova para aquilo que já tenho certeza.



-  E o que seria? - perguntou baixo.



- Que não estou errada sobre confiar em seu irmão.



- Então confia em alguém que já tentou te machucar? - arqueou uma sobrancelha, vitorioso.



- Acredite, no momento confio muito mais nele do que em você. - estreitou os olhos para o moreno - E foi por esse motivo que estive no quarto dele apenas de roupão em vez de estar no seu.



- O que está supondo, Rom? - perguntou entre dentes.



- Não estou supondo, estou afirmando. - respondeu entre dentes também - Seu irmão pode parecer não ter muito juízo, mas ele ME respeita... e se quer saber, ele também LHE respeita. - ela o olhou com desprezo - Coisa que não é recíproco, pelo que vejo. - deu um passo para o lado - Agora se me dá licença... - e então ela se afastou dele, voltando a caminhar pelo corredor, mas ao passar por Yamato, Sakura o olhou séria - Está dispensado, Yamato.



Perplexo, o homem olhou para o Uchiha que permanecia no mesmo lugar, olhando para o nada. Itachi estava perdido, como se tivesse levado um bofete na cara e não tivesse forças para revidar. Ao perceber que longos minutos se passaram sem ele ter uma reação, Itachi ergueu a cabeça e olhou ao redor vendo todos olhando-o. Com um rosnado baixo o moreno virou para Yamato e fez um sinal com a mão, dispensando-o.



Quase caindo ali mesmo, Yamato apenas se retirou sem acreditar no que acabara de presenciar. Sakura havia humilhado Itachi, baixado a guarda dele e pior, tirado sua autoridade na frente de todos. E para a maior surpresa: Ela continuava viva.



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A raiva fluía pelos poros enquanto ela xingava baixo em sua língua natal. Não conseguia acreditar que aquele Gadjô havia sido tão infeliz em suas palavras. As mãos fechadas ao lado do corpo deixava claro o quão irritada ela estava. Já estava chegando aos fundos do palácio quando ouviu passos atrás de si, mas ignorou.



- Rom! - ouviu a voz lhe chamar, mas não virou, muito pelo contrário, sentiu ainda mais raiva - Rom, espere!



- Nahi! - respondeu com raiva, apressando os passos.



- Sakura! - e de supetão, sentiu uma mão lhe segurar no braço e a puxar. No mesmo instante Sakura girou nos calcanhares e esbarrou contra o peito duro.



- Arre, arre! - xingou, empurrando o peito, mas foi em vão. Mãos grandes a seguraram pelos braços e ela ergueu o queixo. Sakura se debateu e isso fez alguns fios de cabelo irem para frente do rosto dela. Com raiva, a cigana assoprou os fios, encarando os olhos negros - Me solte seu Gadjô desgraçado!



- Não! - ele estava com raiva - Não vou lhe soltar. Nós vamos conversar.



- Nahi! - ficou na ponta dos pés e tentou puxar os braços, mas isso fez Itachi segurá-la ainda mais firme - Eu não vou conversar com alguém tão cabeça dura quanto você.



- Me chama de cabeça dura, mas não quer me responder a uma simples pergunta. - a puxou para si, prendendo-a contra o próprio corpo. Sakura esmurrou o peito dele e ele trincou os lábios - Are, pare com isso!



- Me... solta! - puxou os braços novamente e dessa vez ele a soltou. Sakura deu três passos para trás e passou as mãos no rosto, ajeitando os cabelos, descabelados - Eu não tenho nada para falar com você. - apontou o dedo acusador na direção do moreno - Você não respeita a vontade de ninguém, nem acredita nas pessoas. EU não tenho NENHUM motivo para querer conversar com você.



- Aaaaaaareeeee! - esfregou o rosto com as mãos - Cigana difícil!



- Sim! Sou! - e cruzou os braços.



Itachi ficou olhando-a com pouca paciência. Sakura era teimosa, e quando se achava com a razão só piorava. Bem, ele não queria admitir, mas ela estava até certa em partes, por isso, respirou fundo tentando manter a calma. Sasuke era seu irmão, seu sangue e bem... ele sabia de seus sentimentos quanto a cigana então não iria arriscar nada.


Com um longo suspiro, Itachi se da por vencido e balança a cabeça.


- Tudo bem, Sakura. Não irei insistir... Esperarei vocês tomarem a iniciativa de me contar. - resmungou.


Abismada, a cigana olhou para ele com os olhos esbugalhados e a boca aberta. Era sério aquilo? Itachi estava realmente dando para trás? Piscou várias vezes e então se recobrou, passando a língua entre os lábios.


- Então nos deixará em paz?


- É isso que você quer, não é? - arqueou as sobrancelhas.


- É disso que preciso no momento.


- Então é isso que terá. - suspirou - Mas devo admitir que continuo com o mesmo pensamento de que eu preciso saber seja lá do que esteja acontecendo.


- E saberá. - meneou a cabeça e deu um passo na direção dele - Eu juro que saberá, mas apenas espere o momento certo. Entenda, não depende de mim, nem do Sasuke.


- É algo tão complicado assim? - franziu o cenho.


- Eu acho que sim. - suspirou.


- Então por que não me conta logo? - franziu o cenho - Já estou preocupado, ansioso, nervoso, já imagino que esteja acontecendo algo ao qual trará algum problema, então não deixe isso para lá e me conte logo.


- Sua reação me preocupa. - mordiscou o lábio inferior.


- Acha que tentarei matar alguém? Que mandarei chicotear?


- Acho que sim. - respondeu baixo.


- Então deve ser realmente grave. - suspirou e passou as mãos no rosto - E se... e se eu lhe der minha palavra de que não farei?


- Ainda há muitas coisas que podem ser feitas que irá prejudicar os envolvidos.


- Allah, Sakura! - colocou as mãos na cintura e ficou caminhando de um lado para o outro - Tudo bem! - parou de caminhar e virou para ela - Prometo ser racional, não tomar decisões precipitadas e... e... e... - pensou por alguns segundos - E que vamos tomar uma decisão coletiva. Está bom assim?


- Jura? - esbugalhou os olhos.


- Estou dando minha palavra. - murmurou e se aproximou dela, olhando-a com intensidade - Agora conte-me o que tanto atormenta esse palácio.


- Hoje a tarde, após o almoço. Vamos nos reunir em seu escritório, pode ser?


- Esperarei até lá!? - esbugalhou os olhos.


- Por favor, Gadjô. - segurou nos braços dele, olhando-o de baixo - Deixe-me preparar a pessoa envolvida nessa história toda.


Ele a olhou por vários segundos. Os dedos quentes dela tocando sua pele causava um arrepio gostoso e ele não era capaz de negar aquele pedido, por isso, suspirou, balançando a cabeça.


- Tudo bem. - respondeu baixo - Estarei esperando-os.


Comentários

  1. Glorificando de pé pelo teu retorno kkk, no dia que vi que tinha removido o blog quase infarto menina não faça mais isso não.
    E parabéns pelo capítulo como sempre arrasou.
    Beijos

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  2. Também fico extremamente feliz, quando vim ver o blog e vi que não existia quase infartei. Adorei o capítulo <3

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  3. Eu te acompanhava pelo Social Spirit, quando não te achei Autora-sama fiquei triste.
    Agora estou super feliz em ter te encontrado

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