Reencontros - Capítulo 51
Estava sentada em uma cadeira com Gaara ao seu lado. Ele a abraçava com força, e em momento algum havia soltado Sakura, exceto quando ela foi fazer o exame de corpo de delito. Ela olhava para as mãos já limpas e piscava desorientada. O barulho da delegacia não a tirava desse mundo e Gaara já estava ficando aflito com o silêncio dela. Viu quando o delegado entrou na sala e chamou dois policiais. Sakura possuía alguns curativos e o sangue do lábio já estava seco. Os cabelos estavam presos em um coque e ela respirava lento.
Ouviu um barulho na entrada da sala e ao erguer os olhos viu Sasuke entrando na delegacia feito um furacão. Ele estava descabelado, esbaforido, nervoso, inconstante. Quando os olhos negros cruzaram com os verdes, ele puxou o ar pela boca e correu na direção dela. Ao chegar junto de Sakura, Sasuke a tomou nos braços em um abraço, arrancando-a dos braços de Gaara que respirou fundo, aliviado pelo Uchiha ter chegado. Aquela situação o havia deixado nervoso e ele não sabia se tinha estrutura para lhe dar com uma Sakura nervosa.
- Meu Deus, Sakura. Meu Deus! - Sasuke sussurrava, abraçando-a com força e proteção. Ele se afastou dela e começou a analisá-la. Os olhos negros percorreram todo o corpo feminino em uma perícia minuciosa e a cada marca ou machucado que encontrava, uma expressão de dor e ódio tomava conta dele - Meu Deus Bear, você está toda machucada! Eu falei. Falei! - passa as mãos nos cabelos, desnorteado.
- Sasuke, eu estou bem. Calma. - pediu baixo.
- Calma? Calma!? - bufa com ironia - Puta que pariu, Sakura, olha pra você! - balança a cabeça e olha para Gaara - E você hein? Você é um grande traidor desgraçado! - segura Gaara pelo colarinho - Você mentiu e ainda não cuidou dela! PORRA GAARA!
- Senhor, se acalme. - um policial se aproximou - Solte o rapaz.
- Sasuke, solta ele, por favor. - Sakura segurou no braço de Sasuke - Gaara não teve culpa.
- Sasuke, cara... - Gaara tentou argumentar, mas Sasuke o soltou com violência.
- Depois a gente conversa, Sabaku. - virou para Sakura, segurando-a no rosto novamente - O que ele te fez? O que aconteceu? - perguntou angustiado.
- Eu... eu... - mordiscou o lábio inferior, segurando nas mãos dele - Eu o matei, Sasuke.
"Eu o matei"
A frase ecoou pela mente do moreno enquanto ele a olhava fixamente. Havia ouvido corretamente? Inclinou a cabeça na direção dela, franzindo o cenho.
- Você fez o que? - perguntou lentamente.
- Eu o matei. - sussurrou e então os olhos encheram de lágrimas e elas começaram a escorrer em abundância - E-e-eu não fiz por querer... Eu só fui me defender, eu juro. - balançou a cabeça e soluçou alto - Eu juro que não quis... - olhou para Gaara - E-eu não quis... ele tentou me agarrar e... - voltou os olhos para Sasuke, mas paralisou quando viu um sorriso enorme desenhar os lábios do moreno - Sasuke?
E então ele começou a gargalhar. Um riso que começou baixo, mas logo tomou conta de toda a delegacia. Ninguém ali entendia nada, não conseguia compreender o que estava se passando com aquele rapaz, e Sasuke precisou se apoiar em Sakura para manter-se firme.
- Meu Deus, Bear... - tentou controlar o riso e começou a distribuir beijos por todo o rosto dela e lábios - Eu te amo, sabia? Essa é minha garota! - olhou par ao policial - Minha garota, viu? - voltou os olhos para ela - Eu tenho tanto orgulho de você.
- Sasuke... - sussurrou, desacreditada.
- Senhor, acho melhor o senhor se controlar. Está dentro de uma delegacia. - o policial alertou.
- E eu estou me importando? Não! - olhou para o policial - Esse desgraçado acabou com a vida dela. Você acha mesmo que eu estou me importando com isso?
- Eu compreendo, mas ainda assim...
- Sasuke, cara, se controla. - Gaara segurou no ombro do amigo - De verdade. Eu também achei muito bom, mas é necessário se controlar.
- Mas eu estou me controlando. - ele suspira e olha para Sakura. Os olhos negros passeiam pelo rosto dela e ele balança a cabeça de forma negativa enquanto fica sério - Eu queria poder revivê-lo só para ter o prazer de matá-lo novamente. - com cuidado, desliza o polegar pelo lábio ferido dela e solta um rosnado baixo - Eu espero que ele tenha ido para o inferno.
- Sasuke... - ela sussurrou, puxando o ar pela boca.
- Está tudo bem, meu amor. - puxou-a para os braços novamente e beijou o topo da cabeça dela - Acabou.
- E-eu vou ser presa, Sasuke. - murmurou contra o peito dele, o abraçando com força.
- Não. Você não vai. - a apertou contra si - Nem que eu mande derrubar essa delegacia, ninguém vai prender minha mulher por ter agido em legítima defesa.
Sakura quis falar qualquer coisa, mas o "minha mulher" a desarmou e por um momento, ela se sentiu protegida de tudo e de todos, como se Sasuke realmente pudesse impedir sua prisão. Os braços dele à mantinha com segurança contra seu peito e ouvir as batidas do coração dele a acalmava. A verdade é que estava com medo, muito medo, não pretendia ter matado o Uzumaki, mas tudo o que fez foi em legítima defesa.
- Senhorita Haruno? - uma voz a chamou e ela desgrudou do peito de Sasuke, olhando para o lado e vendo um policial parado em frente a uma porta - O delegado a espera.
Sakura meneou a cabeça e olhou para Sasuke. Ele beijou o topo da cabeça dela e lhe lançou um sorriso simples, mas confiante. Com um suspirar profundo, Sakura olhou para Gaara que meneou a cabeça e soltando-se do Uchiha, ela seguiu o policial até a sala do delegado.
O delegado era um homem novo, cabelos loiros, olhos castanhos, porte atlético. Estava sentado em sua mesa que ficava bem no meio da sala enquanto mais ao canto, um escrivão estava à postos, já pronto para capturar todo o depoimento da Haruno.
- Olá, senhorita Haruno. Sente-se por favor. - indicou a cadeira a frente - Sou o delegado Tanaki. A senhorita está ciente a respeito de sua acusação, certo?
- Sim. - respondeu baixo.
- Pois bem. Quero que me conte tudo o que aconteceu.
Sakura puxou o ar pela boca. Por onde começar? Muitos eram os detalhes e ela não sabia se poderia contar tudo, mas preferiu começar pelo fim.
- Eu o matei. - apontou baixo.
- Disso já sabemos. - inclinou o corpo para trás, apoiando as costas na cadeira - Quero saber o motivo. Comece me contando o que fazia no quarto do Uzumaki.
- E-eu... Eu fui tirar satisfações com ele. - olhou para as mãos, torcendo os dedos uns contra os outros. Nós pulsos da Haruno, marcas de dedo ainda se faziam presente. Ela respirou fundo sentindo os olhos encherem de lágrimas - O Yahiko publicou um vídeo meu. Um vídeo íntimo... Me entende? - olhou para o delegado com o cenho franzido.
- Sim. Estou ciente do conteúdo.
- Claro que está... - fungou, sentindo as bochechas queimarem - Mas ele estava bêbado. Alterado demais. - piscou confusa - Não sei exatamente quando perdemos o controle, mas então eu o soquei.
- Você bateu no Yahiko? - arqueia as sobrancelhas.
- Sim. - o olha determinada - O senhor não acha que eu não o faria, não é? - funga quando uma lágrima escorre - Aquele desgraçado me expôs justo quando confiei nele! Mas aí... Ele veio pra cima de mim, me chamando de puta. - balançou a cabeça e baixou o olhar, torcendo os dedos ainda mais. Enquanto ela falava, o delegado apenas observava e o escrivão digitava tudo - Ele... Me jogou na cama e me bateu. Eu o chutei, arranhei, mas ele era mais forte. - fecha os olhos - E então ele começou a rasgar minha roupa, dizendo que era pra eu aprender.
- Qual o motivo de tanto ódio do Uzumaki? - franziu o cenho.
Sakura olhou para o delegado. Ela não tinha percebido, mas o seu rosto estava banhado em lágrimas. Relembrar de tudo aquilo doía tanto que chegava a deixar ela com falta de ar. Sakura piscou perdida algumas vezes tentando formular aquela resposta, mas não sabia. Deu de ombros.
- Não sabe? - ele franziu o cenho - Está me dizendo que o senhor Uzumaki lhe expôs, depois lhe bateu e pelo que entendi tentou abusar de você sem motivo?
- Não! - balançou a cabeça - Eu estou dizendo que não sei o motivo... Talvez... - mordiscou o lábio - Ciúmes, raiva...
- De quem?
- Do Sasuke. - baixou o tom de voz, olhando rapidamente para o escrivão e depois voltou a olhar para o delegado - Eu não tenho certeza.
E mais lágrimas escorreram pelo rosto feminino.
O tempo foi passando e Sakura ia respondendo a todas s perguntas, mas sua cabeça variava entre o momento em que estava e o momento em que acertou o pesado troféu na cabeça de Yahiko. Sempre que tocava no nome dele, lembrada do peso do metal esculpido, lembrava do barulho abafado do objeto chocando contra a cabeça do loiro, depois dos olhos dele arregalados encarando-a e então o corpo dele caindo pesado sobre o seu enquanto sangue vivo escorria manchando tudo.
Foi uma cena terrível da qual ela nunca mais vai esquecer.
Estaria sua vida arruinada? Ela mesma não conseguia se perdoar por ter tirado a vida dele, mas sempre que se culpava, logo a sensação de tê-lo lhe rasgando as roupas enquanto a xingava tomava conta de seu corpo e ela pensava que se não tivesse agido, seria apenas mais uma nas estatísticas.
Com um suspiro pesado, Sakura se deixou levar pelo interrogatório. Ficando um bom tempo dentro daquela sala.
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Olhou para a porta a frente, e puxando o ar pela boca, a empurrou. Por sorte, conhecia o cara da polícia e esse lhe permitiu entrar dentro da sala de perícia. Entrou e fechou a porta as costas, olhando ao redor. Várias macas estavam dispostas ali de forma organizada. Todas vazias exceto uma. Lentamente, se aproximou da maca ocupada e quando estava ao lado dela, fechou os olhos por breves segundos, tentando não perder o controle. Abriu os olhos novamente e com cuidado, retirou o lençol que cobria o corpo masculino.
Yahiko estava limpo. A perícia já havia sido feita. Pálido, com os olhos fechados, o peito paralisado, frio e com um corte que ia dá têmpora direita até a parte de trás da orelha... Uma situação lamentável.
Sasuke olhou melhor o corte e viu a profundidade. Sakura havia batido com demasiada força.
Não conseguia acreditar que estava vendo o corpo inerte daquele que foi seu rival por muito tempo, mas ali estava, diante de um corpo sem vida. Com um pigarro, passou a língua entre os lábios e colocou as mãos dentro dos bolsos da calça.
- Que merda, hein? Cara, a Sakura está tão desestabilizada... Ela não merecia ter tirado sua vida... Ela não tem uma estrutura psicológica tão boa para superar o fato de ter tirado uma vida... Mesmo depois de morto você continua fodendo com vida dela, não é!? - suspirou soltando um resmungo baixo - Eu te avisei para não mexer com a Sakura. - suspira - Mas você foi idiota o suficiente para se meter com ela... Por que tinha que ser tão burro, Uzumaki? - olha pro teto e respira fundo - Isso me deixa tão puto, porque... EU queria ter o prazer de ter acabado com você. - fecha os olhos - Porra! - olha pro Uzumaki e balança a cabeça enquanto dá um pequeno sorriso - Olhe só pra você... - em silêncio, ficou um longo tempo olhando para o outro e então inclinou o corpo, aproximando a boca do ouvido do Uzumaki, e quando voltou a falar, sua voz era apenas um sussurro - Eu espero que goste de calor, Yahiko, porque no inferno, costuma ser sempre verão.
E ficando ereto, Sasuke deu dois tapinhas no ombro de Yahiko e então se dirigiu para a saída, esbanjando no rosto um sorriso satisfatório.
E isso ai Sasuke ninguem vai prender sua mulher👏👏👏#morteyahiko que vc queime no verão do inferno seu nojento. Sakura minha diva vc vai superar vc e forte ja passou por muitas dificuldades e vai se reerguer como sempre💐💐Amei o capitulo fiquei tão feliz que o BLOG voltou.😍😍😍
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ResponderExcluirMeu Pai do céu,eu amei!
ResponderExcluirAliás quando eu não gosto de algo que você escreve ?
Isso é uma coisa meio impossível kk
Eu queria dizer que me senti culpada por gostar tanto do Sasuke ter tido essa reação,mas eu estaria mentindo.
EU ADOREI!
ESpero que ele goste do verão mesmo ❤️😉😂
Só eu ri junto com o Sasuke? Meu deus que capítulo MARAVILHOSOO!!! Amei muitooooooo
ResponderExcluirSenhor não esperava algo assim mas me surpreendeu muito vc está de parabéns.
ResponderExcluirAté o próximo capítulo 😍😍😍😍
Atualiza por favooor ❤️
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