Pub - Drink 33

Dolorida.

Era assim que se sentia. Cada mísero pedaço do seu corpo doía de forma gostosa. Ela ainda era capaz de sentir o Uchiha dentro de si, entrando e saindo. Era capaz de sentir as mordidas, os tapas, as carícias, os beijos... A necessidade e urgência com a qual ele a tocava. Suspirando, abriu os olhos devagar, deparando-se com o quarto do Uchiha. O ambiente estava quente, abafado. Percebeu que o aquecedor estava ligado. As cortinas estavam fechadas, mas pequenos raios de sol passavam pelas brechas. Com preguiça e sentindo o corpo protestar pela longa noite, sentou na cama e suspirou olhando ao redor.


Estava sozinha.


Triste, mordiscou o lábio inferior tentando imaginar onde o homem estava, mas bastou olhar um pouco mais ao redor para encontrar um bilhete em cima do criado mudo. Esticou-se sobre a cama e pegou o papel, vendo a letra bem desenhada e extremamente caprichada do moreno.


"Menina,
Precisei sair um pouco mais cedo, pois, tenho duas reuniões importantes hoje e não poderia me atrasar. Meu desejo era estar aí com você. Devo dizer que estava muito confortável, mas infelizmente negócios são negócios .Sinta-se a vontade para fazer qualquer coisa em casa... Qualquer coisa responsável. Por favor. Caso precise de algo é só ligar.
Com carinho,
Madara Uchiha"


Com um suspiro, ela releu o bilhete três vezes e respirou fundo. Madara não era apenas bonito e rico, ele era gentil, carinhoso, quente, urgente... Ali, olhando para o bilhete, ela percebeu que ele era um sonho inalcançável e sem querer, notou que aquilo não duraria muito. Provavelmente em pouco tempo, ele cansaria de brincar e iria seguir com sua vida, procurando alguém que fosse compatível consigo para seguir a vida.


Aquele pensamento fez o coração dela falhar algumas batidas. Infelizmente, havia se acostumado com os cuidados dele, com o jeito dele, com a presença dele. O Uchiha era um homem perfeito e ela, infelizmente, não tinha nada de perfeito. Engolindo em seco e tentando afastar aquele pensamento, levantou e caminhou pela casa recolhendo as roupas. Pegou sua bolsa e retirou de lá uma lingerie, short e uma regata. Seguiu para o banheiro onde tomou banho e fez sua higiene. Quando se deu por satisfeita, voltou para o quarto e arrumou tudo.


Sem ter muito o que fazer, pegou o celular e começou a mexer, respondendo algumas mensagens e vendo outras. Despreocupada, acessou algumas redes sociais e viu uma matéria bem curiosa. Não era dada a acompanhar sites de fofoca, mas Estella Voch havia se tornado uma rotina, afinal, vez ou outra a Haruno era citada ali e se alguém falava de si, ela respondia na lata. E isso foi o que aconteceu. Viu uma postagem onde estava marcada e ao abrir, precisou de muito auto controle para não jogar o celular na parede.

Respirou fundo várias vezes e no mesmo instante, tirou print da tela e abriu o aplicativo de conversas e mandou uma mensagem para Ino revoltada.

Sakura: 

Vadia, olha só essa postagem! * anexo enviado*

Segundos depois Ino visualizou e respondeu.


Ino:
VAGABUNDA! MATA ELA, SAKURA!

Sakura:

A vontade é grande, mas eu vou matar ela na unha. QUEM ESSA MULHER PENSA QUE É!?

Ino:
Miss Inglaterra?

Sakura:

INO!

Ino:
Desculpa, Sasa... Ela é gata, não mais que você, você sabe que te acho uma delícia, mas a mulher é Miss e ex dele né.

Sakura:

E ruim de cama! *carinha de deboche*

Ino:
Ponto pra você!
Agora me diz, o que você pretende fazer?

Sakura:

Vou mostrar pra ela que não importa se ela é rainha... A plebeia aqui tem seu papel.

Ino:
Vai postar nuds?
Hahahaha
Manda pra mim um nuds do gostosão, por favor.

Sakura:

Claro que não, idiota! A propósito, eu tô morta, mulher! Que noite foi essa!?

Ino:
Credo! Você matou o homem?

Sakura:

Menina, eu tô toda dolorida... Acho que nunca dei tanto, mas estou ótima.

Ino:
Piranha, fazendo inveja. * carinha triste * te odeio.

Sakura:

Odeia nada. * carinha sorrindo * Vou sair daqui. Preparar algo para comer.

Ino:
Desde quando você cozinha?

Sakura:

Desde quando um homem gostoso me trouxe para seu palácio, me comeu em cada mísero centímetro dessa casa e me deixou acabada. Eu tô morta de fome, baby.

Ino:
Olha... visitando os cômodos, é?

Sakura:

Sim, mas nem me pergunte como são... Só prestei atenção no pinto do Madara.

Ino:
Vadia!

Sakura:

Também te amo. Beijo na periquita.

Ino:
Beijos.


Jogando o celular em cima da cama do Uchiha, a Haruno levantou e seguiu para a cozinha. Abriu geladeira, armários e encontrou algumas coisas ali. Decidiu preparar algo simples: Torradas, café, suco (que já estava pronto na geladeira) algumas frutas, bolo (que também já estava pronto). Colocou tudo sobre o balcão e começou a comer. A casa do moreno era silenciosa demais. Ali, nem o barulho da metrópole chegava. Isso era chato.


Com uma torrada na mão, ela levantou e seguiu pela sala até a porta que dava acesso a varanda. Abriu as cortinas e a porta, recebendo um vento gélido na cara. Respirou fundo e caminhou até a beirada da varanda e olhou para baixo. Aquilo era alto demais. Um calafrio percorreu sua barriga e não era por causa do tempo frio, o céu nublado e a fina neve que banhava a rua. Era por causa do que estava vivendo. Jamais imaginou, em toda a sua vida, estar em um lugar como aquele. Com um cara como ele. Vivendo uma pegação como aquela.


Comeu a torrada e voltou para dentro da casa já sentindo os dedos congelaram. Fechou a porta, mas deixou a cortina aberta, permitindo a luz do sol entrar. Foi até a cozinha e bebeu seu suco. Terminou de comer e arrumou tudo em seu devido lugar, depois voltou para a sala e procurou o controle remoto. Levou vários minutos até encontrar e quando o encontrou, sentou no sofá e ligou a tv num programa local.

~*~

Acordou assustada com o celular tocando em algum lugar. Piscou várias vezes tentando centrar o cérebro sobre onde estava. Olhou ao redor reconhecendo a casa do Uchiha e esfrega do o rosto, levantou e começou a procurar o celular. O encontrou na cama do moreno, tocando enlouquecidamente. Com um suspiro, Sakura atendeu a ligação. 


- Alô? - sentou na beirada da cama.


- Sakura, mulher, presta atenção! Consegui um trabalho para a gente amanhã a noite. - a voz de Tenten surgiu no telefone.


- Mesmo!? - coçou os olhos, sonolenta.


- Sim. Vai ser uma festa de gala. Calça social preta e camisa preta social. Sapato de salto preto e cabelo preso. Você sabe né. A festa vai começar as 21:00, mas nós vamos precisar estar lá às 20:00. Fica pronta que o Neji vai te buscar em casa. Ok?


- Claro! - sorri, animada - Uma grana extra é bem vinda. Estou precisando muito e nunca mais apareceu ensaio fotográfico pra fazer.


- Pois bem, fique pronta. Beijos.


- Beijos, Tem. Até amanhã.


E elas desligaram. Animada, Sakura levantou e resolveu dar uma volta pelo bairro. Madara não iria chegar nem tão cedo e ela precisava distrair a cabeça já que não tinha mais nada para fazer. Com isso em mente foi até a bolsa e trocou de roupa, calcou um tênis e saiu do apartamento, indo dar uma volta nas redondezas. Enquanto caminhava, ela pensou em fazer uma surpresa para Madara. Iria fazer a janta para ele e com isso em mente, resolveu passar em um mercadinho e comprar os ingredientes para o prato que era sua especialidade.


Animada, seguiu pelas ruas com as sacolas nas mãos e não se intimidou com a diferença entre elas e as pessoas do lugar. Todos ali aparentavam ser da alta sociedade, vestindo roupas alinhadas, carros caros... enquanto ela caminhava com uma calça legging, regata e um tênis. Sakura adentrou o prédio e em minutos estava dentro do apartamento do Uchiha. Seguiu até a cozinha e colocou as sacolas ali, depois pegou o celular e ligou sua play list de músicas, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, lavou as mãos e começou a preparar a comida. 


Enquanto cozinhava, cantarolava e dançava, distraída. Depois de um tempo, colocou a comida no forno e olhou no relógio. Pelo que o Uchiha havia dito, ele já havia largado. Animada, Sakura limpou as mãos e caminhou para o quarto, retirou a roupa, pegou uma muda de roupa limpa e seguiu para o banheiro. Tomou um banho demorado, lavando bem os cabelos, deixando a água quente relaxar os músculos. 


Quando terminou, saiu do chuveiro e se enxugou, vestindo um short jeans, uma regatinha, secou e penteou os cabelos. Ouviu o apito do forno avisando que o tempo que ela havia selecionado já havia terminado. Sakura saiu do banheiro e quando estava chegando na cozinha, ouviu o barulho do elevador. Um sorriso enorme desenhou os lábios femininos e ela girou nos calcanhares, seguindo para o elevador bem a tempo de vê-lo abrir. Madara estava com uma mão no bolso e a outra segurava a pasta do trabalho. Ele olhava para o chão, distraído. Ao vê o Uchiha, Sakura corre e se joga em cima dele.


- TIO MAD! - gritou, dando vários beijos pelo rosto do homem. 


- Menina! - se assustou e por pouco não caiu com ela por cima. Ele deu dois passos para trás, soltou a pasta e a segurou com as duas mãos, sorrindo logo em seguida - Meu Deus, que animação!


- Estava com saudades. - faz bico, olhando para ele - Ficar aqui o dia todinho é entediante.


- Perdoe-me por isso. - arqueia as sobrancelhas - O que fez de bom hoje?


- Assisti, dormi, assisti, dormi, caminhei. - dá de ombros - E você, como foi no trabalho? E a reunião, deu tudo certo?


- Uhum. - a coloca no chão e pega a pasta que estava caída. Ele respira fundo e sente um cheiro bom - Nossa... que cheiro é esse? - caminha para fora do elevador e coloca a pasta no sofá.


- A janta! - exclama e corre para a cozinha, pegando um pano e abrindo o forno.


- A janta? - franzi o cenho enquanto tira o paletó e o coloca no sofá. Curioso, Madara segue para a cozinha puxando as mangas da camisa social até os cotovelos - Você cozinhou!?


- Uhum. - pega a travessa e coloca em cima da bancada.


- Hun. - ele se aproxima e olha - Lasanha!?


- Especialidade da casa. - coloca as mãos na cintura fazendo cara de orgulhosa.


- Nossa! - piscou algumas vezes e deu a volta na bancada, segurando-a pela cintura e a puxando para si - É a primeira vez que uma mulher cozinha para mim. Isso claro, tirando minha mãe e a empregada.


- Uau! - apoia as mãos nos ombros dele - Fico lisongeada.


- Obrigado. - agradece baixo e toma os lábios dela em um beijo tranquilo.


Sakura fica na ponta dos pés para corresponder ao beijo, segurando na camisa social dele. Madara desliza as mãos para as costas dela e acaricia a pele por cima da camisa já Sakura, desliza as mãos para os ombros dele. Madara encerra um beijo com leves carícias.


- Vou tomar um banho e já volto.


- Ta.


Com um selinho, ele se afastou dela, pegou os pertences que estavam no sofá e rumou para o banheiro. Sakura ficou na cozinha arrumando os pratos e talheres. Deixou tudo pronto e depois de alguns minutos, ouviu a porta do banheiro abrir. Olhou para a saída do quarto e viu o moreno vindo com os cabelos molhados, com uma calça de moletom caída no quadril e sem camisa. Ela arqueou uma sobrancelha para a visão que tinha e cruzou os braços.


- Quer me tentar, Senhor Uchiha?


- Hu? - arqueou as sobrancelhas e ela passeou os olhos pelo corpo dele - Ah! Estou conseguindo?


- Sabe que sim. - deu uma piscadela.


- Fico feliz por isso. - ele ergueu uma caixinha preta que trazia nas mãos e só então ela se da conta do objeto - Tenho um presente para você.


- Pra mim? - franziu o cenho, dando a volta no balcão, o encontrando na sala.


- Sim. Espero que goste. - parou em frente a ela e abriu a caixinha.


Dentro da caixa havia um colar lindo - e caríssimo - além de um par de brincos. Sakura prendeu a respiração diante daquilo e piscou várias vezes. Confusa, ergueu os olhos para o moreno que a olhava ansioso, além de ter um pequeno sorriso nos lábios. Sakura voltou os olhos para a joia diante de si e sabia que era cara. Muito cara. Ela passou a lingua entre os lábios para tentar recuperar a voz, mas não conseguia. O colar era todo cravejado em diamante e esmeralda, o brinco era do mesmo jeito. 


- Tio Mad, eu... - balbuciou.


- Gostou? - arqueou as sobrancelhas, receoso.


- É lindo! - sussurrou e então voltou os olhos para ele - Obrigada. Obrigada mesmo, mas eu..


- Por favor, não diga que não pode aceitar - inclinou levemente a cabeça.


- Mas eu não posso! - apontou como se fosse óbvio, ela respirou fundo e olhou para a joia e depois para ele - Meu Deus isso é... Surreal demais!


- É um presente. - piscou, confuso.


- Um presente que vale mais que meus dois rins, coração, pâncreas e esôfago juntos! - mordisca o lábio inferior - Desculpa, tio Mad, mas eu não posso.


- Menina, essa peça é exclusiva. Eu mesmo a desenhei e pedi para ser confeccionada. - ele parecia ofendido.


- Você o que!? - esbugalhou os olhos.


- Eu queria lhe presentear, então imaginei essa peça em seu colo e fiquei fascinado. Pedi para que a fizessem...


- Eu nem sei como usar, onde usar. Eu nem tenho roupa para usar com isso! - esfregou o rosto - É tanta pedra que eu nem consigo contar!


- São 80 esmeraldas e 150 diamantes. - respondeu prático - E você não precisa de roupa.


- QUÊ!!!? - esbugalhou os olhos diante da informação da quantidade de roupas.


- Vamos fazer o seguinte, você aceita o presente, nós jantamos e então eu te digo como imaginei esse colar em seu colo, pode ser? - abre um pequeno sorriso. Estava inseguro. Queria que ela aceitasse o presente. Havia feito com muito, muito carinho.


- Eu não sei... - murmura, mordiscando o polegar.


- Vamos, Menina. Eu estou lhe pedindo. - arqueia as sobrancelhas - Ficarei magoado se não aceitar.


Sakura olhou para ele com o cenho franzido. Queria muito, na verdade DEVERIA muito negar, mas os olhos pidões dele não deixavam muita escolha. Ele havia desenhado o colar especialmente para ela. Ele havia pago a alma para fazer aquele colar, porque aquela peça não deveria valer menos que a alma daquele homem. Ele havia mostrado com toda a empolgação do mundo. Por isso, o coração mole dela bambeou e ela suspirou, derrotada.


- Ta... Tudo bem... Mas eu não vou ficar usando por ai. Sem falar que vou precisar de um lugar seguro para guardar esse colar. Não posso deixar onde moro. Não mesmo!


- De acordo! - sorrindo, ele fecha a caixa e a entrega para a Haruno, depois envolve a cintura dela e a guia para a cozinha.


Sakura coloca a caixa sobre o balcão e serve a comida para ambos. Eles comem conversando sobre como foi o dia de cada um. Madara conta detalhes da reunião. Sakura faz algumas perguntas sobre uns livros que ele possuía e tudo o mais. Quando o jantar acabou, deitaram abraçados no sofá e assistiram um filme. Na metade do filme, as mãos bobas começaram e logo estavam envolvidos em um beijo quente.


E foi então que o Uchiha revelou como a havia imaginado com o colar. Ele pediu para Sakura ir até o closet e ao chegar no local, ela encontrou um conjunto de lingerir em renda negra. A peça era sensual, ousada e junto havia um salto alto agulha. Sakura vestiu a roupa intima, o sapato e então foi informada para que colocasse o colar e os brincos. E assim ela o fez. Ao se olhar no espelho, entendeu o motivo daquele presente. Apenas com a calcinha, sutiã, salto e joia ela estava sexy ao extremo. Ao observar sua imagem refletida, Sakura se sentiu poderosa, dona do mundo, parecia aquelas mulheres que você só vê em filme. A joia que possuía a mesma cor dos olhos dela, adornava o colo alvo com sensualidade e os seios levemente apertados contra o sutiã, deixavam tudo muito erótico. Como toque final, ela soltou e bagunçou os cabelos. 


Sentindo-se poderosa, saiu do closet e encontrou o Uchiha sentado na cama. Ele mexia o celular e quando percebeu a porta do closet ser aberta, seu queixo caiu e o celular também. Ele prendeu a respiração enquanto a olhava de cima a baixo daquele jeito. Ela possuía um olhar selvagem, segura, forte. Engolindo em seco, Madara levantou lentamente da cama enquanto tentava lembrar como se respirava.


- Melhor do que na minha imaginação. - sussurrou e estendeu uma mão para ela. Sakura caminhou na direção dele e segurou na mão masculina. Madara a olhou de cima a baixo novamente com intensidade e quando voltou a falar, sua voz quase não saiu - Você é a realização da perfeição, menina. E eu estou encantado por tudo o que você é.


E então, a noite se estendeu da forma mais prazerosa possível, alcançando lugares que eles jamais imaginaram ser capazes de alcançar.