Reencontros - Capítulo 25



O tempo parecia eterno ali. Ambos estavam sentados na areia enquanto a noite começava a avançar. O barulho das ondas que quebravam próximo aos pés deles, o vento forte, o cheiro gostoso de maresia, a lua brilhando no alto, as estrelas brilhantes... era um belo cenário e quem os visse, certamente diriam que eram um casal apaixonado. E eram. As mãos unidas, apoiadas na areia, ambos lado a lado olhando para o mar. O silêncio perturbador, as respirações descompassada e o choro silencioso da jovem. O rosto molhado, os olhos inchados, o tremor no corpo.



Ele permaneceu o tempo todo ao lado dela em silêncio, esperando os tremores passarem, mas tudo o que eles fizeram foi aliviar, mas passar que é bom, nada. Depois de quase meia hora daquele jeito, ela suspirou profundamente e ele olhou para ela, vendo-a baixar a cabeça e fechar os olhos com lentidão, como se estivesse adormecendo. Aquilo o preocupou, mas logo ela voltou a abrir os olhos e ficou fitando a areia.



Era perturbador vê-la daquele jeito. Por mais que ele desejasse enlouquecer, não podia. Seu peito havia doído várias vezes, mas ele não se permitira ceder aquela dor, porque ela precisava dele. Aquele era o momento dela enlouquecer.



- Sasuke? - chamou baixo e virou o rosto para ele, encontrando os olhos negros em si - Você disse que... que já tinha ido atrás dela...



- Sim. - olhou para além dela e depois voltou a olhá-la nos olhos - Mas ela não me falou nada.



- Minha mãe não tem jeito. - balançou a cabeça. As lágrimas já não escorriam, mas o rosto permanecia molhado e os olhos vermelhos - Eu... eu quero falar com ela.



- Sakura... - alertou num murmúrio.



- Por favor. - franziu o cenho enquanto respirava fundo. A voz da Haruno estava falhando, a boca tremia vez ou outra. Ela encolheu os ombros e olhou para as mãos unidas. Falando baixo - Eu preciso disso, preciso olhar nos olhos dela e saber a verdade.



- Ela não me pareceu muito disposta em falar a verdade, Sakura. - ele olhou para as mãos também e com o polegar, começou a fazer círculos nas costas da mão feminina - Isso só vai lhe fazer mal.



- Mais!? - inclinou a cabeça para frente, suspirando - Olha pra gente, Sasuke... Isso é tudo muito errado e... doentio! - mordiscou o lábio inferior com receio e olhou para as mãos unidas - Nossa vida já é merda demais para ter mais uma cagada dessa... - ela voltou os olhos para ele e viu ali uma ligação maior do que já tiveram um dia. Havia a compreensão de uma angústia maior que qualquer uma que já sentiram um dia - Nós dois precisamos disso.



- Só não quero que ela te faça sofrer mais do que você já está sofrendo. - suspira, cansado.



- Pior é a incerteza. - o lábio inferior tremeu e ela respirou pela boca enquanto voltava a olhar para as mãos, com vergonha - Você... me leva?



- É claro. - murmurou e olhou para as mãos também - Quando você quis...



- Agora. - foi incisiva.



Ele ergueu os olhos negros para ela e piscou algumas vezes sem conseguir acreditar.



- Agora...?



- Sim. - respira profundamente enquanto solta a mão dele e passa as mãos no rosto, enxugando as lágrimas - Eu preciso falar com ela o mais rápido possível.



Ele fechou os olhos e respirou profundamente. Sabia que aquilo não era uma boa ideia. Mebuki Haruno não iria falar, isso era um fato, mas ainda assim, se ela desejava tanto... Com um muxoxo, o Uchiha levantou, passou as mãos na calça social com a intenção de limpar a areia e estendeu uma mão para a Haruno. Ela acompanhou todos os movimentos com os olhos e quando ele lhe estendeu a mão, ela segurou e levantou. Passou as mãos na calça branca que agora estava um pouco suja por conta da areia e passou as mãos nos cabelos.



Em silêncio, eles caminharam lado a lado, cada um no seu mundo. Aquilo era difícil para ambos. O barulho das ondas quebrando era reconfortante, como uma canção de ninar que confortava, um pouco, os corações machucados. Quando chegaram no carro, ele abriu a porta do carona para ela, ela entrou e colocou o cinto. Sem pressa, o moreno deu a volta no carro, entrou, colocou o cinto e ligou o veículo, dando a ré e pegando a estradinha que levava para fora dali.



A Haruno abraçou a si mesma enquanto apoiava a cabeça no encosto e fechava os olhos. Como estava cansada. Sentia todo o corpo doer, tanto pelo longo dia de estágio como pela notícia fatídica. Não queria acreditar naquilo. Tinha que ser uma grande mentira. O silêncio dentro do veículo era agradável e tudo o que se ouvia era o barulho do trânsito que transpassava os vidros fechados.



Minutos depois, o carro tornou a parar e quando abriu os olhos, sentiu uma nostalgia gritante. Diante de seus olhos estava a rua em que sempre morou. O lugar onde fora muito feliz, mas que também protagonizou muitas tristezas. Com um suspiro pesado, ela olhou para o lado e contemplou a casa que fora sua por muitos anos... Sem conseguir controlar, o peso se instalou em seu peito e foi inevitável não lembrar de sei pai.



Pai...



Sim... Pai!



Kizashi foi e sempre será seu pai independente de qualquer coisa. Não conseguia imaginar Fugaku com esse posto de jeito nenhum. Havia sido o Kizashi que estava lá quando ela nasceu, quando falou a primeira palavra, o primeiro passo, o primeiro dia na escola, ele estava quando ela se ralou tentando aprender a andar de bicicleta e ele estava lá quando ela machucou o coração... Quando o Uchiha foi embora.



Não era isso que significava ser pai?



Sentiu algo quente tocar-lhe a bochecha e quando piscou, voltando para a realidade, encontrou os olhos negros em si enquanto ele deslizava o polegar por sua bochecha, secando uma lágrima que havia escorrido. Ele baixou a mão e ela fungou, meneando de forma positiva com a cabeça.



Ambos saíram do carro na mesma hora. Ela colocou as mãos dentro da calça para se proteger do suposto frio que na verdade era apenas nervosismo e ele abriu a grade, esperando-a passar. E ela o fez, caminhou até a porta de madeira e tocou a campainha. O Uchiha posicionou-se atrás da Haruno. Ambos estavam nervosos. Aquela não era uma visita desejada. Sabiam disso, mas era necessário.



Longos minutos se passaram até que a luz de dentro da casa foi acesa e passos chegaram aos ouvidos de ambos. Quando finalmente a porta fora aberta, eles encontraram uma Mebuki cansada. Olheiras, cabelos presos no alto da cabeça de um jeito desleixado, roupa de dormir protegida pelo hobby de ceda azul escuro. Os olhos dela ficaram levemente esbugalhados ao contemplar a filha e o Uchiha parados em sua porta. Em silêncio, mãe e filha se encararam e quando o choque inicial passou, a mulher inclinou levemente a cabeça para o lado.



- Sa-ku-ra. - sussurrou o nome da filha de forma silábica enquanto um sorriso malvado surgia nos lábios.



- Mebuki. - Sakura murmurou sentindo um calafrio percorrer a espinha.



- Ora... que surpresa... maravilhosa! - cruzou os braços e olhou por cima dos ombros da filha - Claro que você não ficaria calado, não é?



- Boa noite para a Senhora também. - murmurou desgostoso.



- Hun... - deu um passo para o lado, abrindo mais a porta - Entrem.



- Não há necessidade... É só você dizer "sim ou não ". - Sakura optou por ser direta.




- Deixe de ser assim, menina. - deu as costas e caminhou pra dentro da casa.


Sakura olhou para Sasuke e ele deu de ombros, suspirando. Ela acabou suspirando e entrou na casa, sendo seguida por ele que ao passar, fechou a porta as costas. O interior da casa continuava como antes, Sakura percebeu, não sendo pelo clima pesado que a sufocava. Olhou para a parede e encontrou um quadro que seu pai havia pintado. Seu coração apertou e ficou do tamanho de uma ervilha e ela precisou fechar os olhos para se controlar.


Estar ali era como reviver a morte do pai várias e várias vezes, sem falar que o peso da culpa a esmagava. Havia jurado nunca mais voltar naquela casa, mas ali estava ela, tentando compreender quem realmente era. Mebuki caminhou até um dos sofás e sentou, cruzando as pernas, mas os jovens permaneceram de pé. Ela olhou para eles com a cabeça inclinada para o lado e arqueou as sobrancelhas, esperando.


- Diga a verdade, Mebuki. - Sakura exigiu.


- Ora... quanta pressa. - fez cara de ofendida - Não vão querer beber nada? Água, refrigerante ou quem sabe algo mais... alcoólico? - olhou para o Uchiha.


- Não estamos aqui para uma visita. - ele a cortou - Apenas diga a verdade.


- Qual verdade, meu bem? - franziu o cenho - Vocês vem aqui a essa hora da noite, não me parecem muito gentis e ainda são grossos assim? - fez um aceno com a mão - Essa geração de hoje em dia é chata demais.


- Deixei de seus joguinhos, Mebuki! - Sakura deu um passo à frente - Acabe logo com isso e conte toda a história!


- Olha... - balançou o pé, arqueando uma sobrancelha - Então a sumida sabe falar? E exigir! - passou a língua entre os lábios - Não tenho nada para falar com nenhum de você dois... A propósito, pensei ter sido bem clara quando disse que nunca mais queria vê a sua carinha chata. - apontou o dedo para a filha.


- Foda-se o que você acha! - Sakura deu outro passo a frente com as mãos fechadas em punho - Pare com esse seu joguinho miserável e diga logo!


- Sakura... - Sasuke segurou suavemente no braço dela.


- MAS QUE MERDA É ESSA GAROTA!? - Mebuki levantou - QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA VIR AQUI EXIGIR QUALQUER COISA?


- JÁ CHEGA! - o moreno perdeu o controle e se colocou entre mãe e filha - Apenas diga logo a verdade, Mebuki... Que maldade é essa que você tem dentro de si? - franziu o cenho.


- E quem você acha que é, moleque? - o olhou com desprezo - Enchendo a cara ao ponto de não saber o próprio nome e agora vem aqui me dar lição de moral? - gargalhou com desdém - Faça-me o favor!


- Você sabe da dependência dele e ainda assim oferece bebida? - Sakura balança a cabeça.


- Um pouco de diversão não faz mal a ninguém. - dá de ombros e caminha pela sala - Agora acho melhor vocês irem. - ela olha para a filha e inclina a cabeça - Cansei de olhar para essa sua cara


- Por que me odeia tanto? - Sakura quis saber. A vida toda sentia que sua mãe tinha um sentimento conturbado quando o assunto era ela, e não compreendia.


- Porque você só fez minha vida desandar, baby. - resmungou com desgosto - Por sua causa perdi o Fugaku... Por sua causa perdi minha juventude. Por sua causa os Haruno's não vão seguir com seu ótimo legado e por sua causa o Kizashi morreu... - passa uma mão nos cabelos, ajeitando um fio que havia se soltado do coque - Quer mais motivos?


- A Sakura não teve culpa em nada disso. - o moreno tratou de defender quando viu Sakura dar um passo para trás enquanto os olhos esbugalhavam - Você é maníaca!


- Sou mesmo? - cruzou os braços - Não fui eu quem transou com o próprio irmão. - ela da um sorriso de canto enquanto passava a língua entre os lábios - Incesto é pecado... e crime.


Os dois jovens ficaram calados absorvendo aquela informação: transou com o próprio irmão... incesto.... irmão... incesto.


Ele sentiu uma falta de ar absurda e o peito apertou tanto que sua visão escureceu por um momento, até que ele ouviu um ofego e ao olhar para o lado, encontrou a Haruno mais nova olhando para o nada com os olhos esbugalhados, a boca entreaberta enquanto ela ofegava. Todo o corpo tremia enquanto as lágrimas escorriam de forma silenciosa. Instintivamente, ele se aproximou dela e segurou o rosto feminino entre as mãos, fazendo-a olhar para ele. Quando os olhos negros encontraram os verdes, ele encontrou ali um vazio tão grande que pensou estar louco... Não havia mais aquele brilho vívido nos olhos que tanto amava.


- Sakura, não. - balançou a cabeça - Não é verdade. Não acredite...


- É verdade sim. - Mebuki cantarolou caminhando até a porta, abrindo-a - Ai está a verdade que vocês tanto queriam. Agora vazem!


Mas a jovem Haruno permaneceu imóvel. Estava dormente, não conseguia pensar, não conseguia falar, não conseguia andar, não conseguia fazer absolutamente nada. Vendo o estado de paralisia dela, Sasuke a segurou pelas mãos e a puxou para fora da casa e bastou passarem pela porta que a mesma foi fechada com brusquidão, mas Sakura nem se moveu. Ela apenas se deixava ser guiada por ele de volta para o carro.


Estarrecido, ele entrou no carro e começou a dirigir para longe dali. Voltaria para o pier? Não... Naquele momento eles precisavam de algo mais sólido, algo que não fosse tanto da realidade deles... Pensou em vários lugares para onde deveriam ir, mas não conseguia pensar em nada. Preocupado, olhou para o lado e viu que a Haruno permanecia do mesmo jeito, olhando para o nada enquanto as lágrimas continuavam caindo descontroladas. Ela ainda tremia, o peito ainda subia e descia em uma respiração ofegante... e aquilo o preocupou.


Ela estava em um lapso tão profundo que todo o medo dele era a saúde mental dela. Ele mesmo não estava lá essas coisas, mas precisava manter o controle, talvez surtasse depois, mas naquele momento, ela precisava dele. Ainda dirigindo, ele dividia a visão entre a estrada e ela e em determinado momento, viu quando ela se movimentou rápido, soltando o cinto de segurança e abrindo a porta do carro.


- Sakura o que... - balbuciou.



Em uma ação rápida, ele puxou o volante de uma vez para o acostamento e pisando duro no freio, o carro deslizou no asfalto e ela praticamente saltou para fora do carro.


- SAKURA! - ele gritou, chamando-a. Agilmente, o moreno saiu do carro e começou a caminhar atrás dela, vendo-a caminhar pelo acostamento - SAKURA, ESPERA!


Ela continuou caminhando rápido pelo acostamento. os cabelos balançando pelo vento que soprava. Cambaleante. Ofegante. Ela tropeçava nos próprios pés enquanto caminhava.


- SAKURA! - ele gritou novamente e correu até alcançá-la. Sasuke parou em frente a ela e a segurou pelos braços, fazendo-a parar - Pelo amor de Deus, respira. Sakura, respira por favor. - pediu quando viu que ela não respirava direito.


- Irmãos... Incesto... irmãos... - ela repetia enquanto mantinha os olhos perdidos no nada. O corpo tinha espasmos violentos enquanto os olhos esbugalhados derramavam as lágrimas - Incesto... irmãos... Incesto... Irmãos...


- Não, Sakura. - balbuciou sentindo o peito doer tanto. Era torturante vê-la daquele jeito, perdida. As mãos masculinas foram para o rosto feminino e ele ergueu o queixo dela, tentando fazê-la olhar para si, mas o olhar dela estava fora de foco - Por favor, respira... Olha pra mim, Sakura...


- Meu Deus! - sussurrava - Meu Deus!


- Bear... - chamou angustiado. Não sabia o que fazer. Ela não estava naquela realidade. Colou a testa na dela, olhando-a nos olhos - Olha pra mim Bear. Olha pra mim... Não somos irmãos. Não somos. Não somos. Não somos. - repetia enquanto ela balbuciava perdida. Em determinado momento, os olhos verdes focaram nos negros. Ela franziu o cenho como se estivesse voltando para a realidade e quando ele percebeu que ela estava voltando a si, tratou de colar o corpo ao dela, ainda olhando nos olhos de forma profunda - Nós não somos irmãos, Bear. Tenho certeza disso... Por favor, fique comigo.


- Irmãos... - ela sussurrou devolvendo o olhar angustiado - Sasuke...


- Não! - balançou a cabeça  - Eu te prometo que nós não somos irmãos. Não somos. Você está me entendendo?


- M-mas... ela disse... - sussurrou, perdida.


- Foda-se o que ela disse! - ele segurou nas mãos dela e levou as mãos até o próprio rosto, colocando as palmas dela na altura do maxilar masculino, mantendo as mãos sobre as mãos dela - O que importa é a verdade, Sakura e ela mentiu. Eu tenho certeza disso.


- Como você tem certeza? - piscou e mais lágrimas escorreram - Não há...


- Há sim! - passou a língua entre os lábios - Escuta. Amanhã vamos fazer o DNA, ok? E ele vai mostrar que não somos irmãos e tudo ficará bem. Tá?


- Sasuke...


- Tudo bem? - colou a testa na dela novamente - Eu te prometo que não somos irmãos.


- Promete? - perguntou baixo, inclinando a cabeça.


- Prometo, Bear.


Ela meneou a cabeça e respirou fundo. Ele também respirou fundo, mas foi de alivio. Finalmente ela parecia estar voltando a si e aquilo era meio caminho andado. Com muito custo, ambos voltaram para o carro e ele começou a dirigir. 


- Vou levar você para o dormitório... Tudo ficará melhor depois de um banho e...


- Não... - ela virou para ele, ajeitando-se no banco do carona - Não quero ir para lá e ter que explicar tudo a Tenten, Sasuke. - segurou no braço dele - Por favor, não...


Ele parou o carro em um sinal e olhou para ela por um tempo. Com um suspiro lento, o Uchiha apenas meneou a cabeça de forma positiva e ela voltou a se ajeitar no banco, fechando os olhos e virando a cabeça para a janela. Aproveitando o devaneio dela, ele pegou o celular digitando uma mensagem para Naruto:


- Onde você está?


Demorou alguns segundos para o loiro responder.


- Puta merda... Cadê você? Tô no dormitório.


- Estou indo com a Sakura para ai... Você pode ir dormir com a Hina hoje?


- O que aconteceu?


- Depois te falo... Só precisamos ficar a sós um pouco.


- Deu merda?


- Sim.


- Blz... Tô indo... Qualquer coisa é só ligar.


- Valeu.


Ele jogou o celular no bolso e voltou a se concentrar na estrada. Minutos depois, estava dentro do campus de exatas. Ela olhou ao redor e olhou para o Uchiha com o cenho franzido. Era visível o cansaço da Haruno, ela estava destruída. Sem falar nada, ele estacionou o carro na vaga destinada para ele e desceu do carro, deu a volta no veículo e abriu a porta do carona, soltando o cinto dela e pegando a bolsa da mesma no banco do carona.


- O que...


- Você precisa de um banho e uma boa noite de sono.


- M-mas... - olhou para o dormitório e depois olhou para ele - Os meninos...


- O Naruto não está. - respondeu rápido, ativando o alarme do carro, pegando na mão dela e a conduzindo para dentro do dormitório.


Sem falar mais nada, ela se deixou ser guiada por ele. O quarto dele ficava no segundo andar e quando a porta foi aberta, ela encontrou o local todo escuro. Ele tateou na parede e ligou a luz, guiando-a para dentro e fechando a porta logo em seguida. Ela abraçou o próprio corpo, analisando o quarto. Era muito parecido com o dela, não sendo pela decoração totalmente masculina e que ela supunha ter tido como paisagista, Naruto. o local possuía várias informações de bandas, time de futebol e poster de mulher de biquíni ou calcinha e sutiã. 


Também tinha um pôster de uma tartaruga num canto da sala e ao lado da tartaruga havia escrito com caneta vermelha "Gaara". Ao ouvir um barulho atrás de si, ela virou rápido e viu que ele havia apenas colocado a bolsa dela em cima da mesa de estudo. Com cuidado, o moreno caminhou até o guarda roupas e pegou de lá um short, uma camisa de mangas compridas e uma tolha. Caminhou até a Haruno e estendeu para ela.


- Acho que vai servir.


Sem falar nada, ela pegou e foi para o banheiro. No automático, tomou banho, ficando tempo em excesso debaixo da água. Ao terminar o banho, se secou e vestiu as roupas que ele havia entregue. Estavam largas, mas serviu. Sentindo o corpo pesado devido o cansaço do dia, ela saiu do banheiro e encontrou ele parado em frente a janela, olhando para a rua. Ao ouvir a porta ser aberta, o Uchiha a olhou de cima a baixo, vendo que a roupa tinha servido.


- Vou tomar um banho. Fica a vontade. - indicou as camas.


Ela meneou a cabeça de forma positiva e ficou de pé no meio do quarto, olhando ao redor. Era estranho estar ali, apoiando-se nele, aceitando tudo o que ele lhe dava, mas o que podia fazer? Estava destruída e ele era o único que compreendia como ela estava. Era errado? Era masoquista? Talvez, mas era o que a mantinha ali, de pé. Olhou para as camas: uma com o lençol azul escuro e a outra com um lençol tingindo entre laranja, vermelho e verde. No automático, ela caminhou até a cama com o lençol azul e sentou na beirada, depois deitou de forma lenta e ao apoiar a cabeça no travesseiro, sentiu o cheiro dele.


Era inconfundível.


Puxou os pés para cima da cama e dobrou os joelhos, ficando em posição fetal. Os minutos passaram e ela nem se deu conta até que a porta do banheiro fora aberta e ele saiu de lá, vestindo apenas uma calça moletom cinza. Os cabelos molhados, bagunçados, os ombros arriados. Ele também estava cansado. Os olhos negros fitaram a Haruno e ela devolveu o olhar. Com um menear de cabeça, ele seguiu até a porta, desligou a luz e caminhou até a cama de Naruto e sentou na beirada dela. Já ia deitar quando ela pigarreou.


- Sasuke. - chamou baixo.


- Sim? - respondeu baixo, afastando o cobertor.


- Você... se importa de... - pigarreou e olhou para as próprias mãos.


Ele compreendeu.


Ela não precisou completar a frase para ele saber exatamente o que ela pedia e em silêncio, ele o fez. Levantou da cama do amigo e caminhou até a própria cama, vendo-a afastar-se um pouco. Ele sentou e depois deitou, virando levemente o corpo para ela. Ao encontrar os olhos verdes, ele viu as órbes dela brilharem no escuro, cintilando algumas lágrimas.


Ainda em silêncio, ele esticou o braço para o lado e ela aceitou o convite. Estava cansada, dolorida, ferida... timidamente, a Haruno deslizou pela cama e se aconchegou nele, deitando a cabeça no peito masculino e envolvendo o corpo dele, permitindo-se respirar profundamente na intensão de fazer o cheiro dele adentrar seu corpo e adormecer toda aquela dor que ela sentia.


Aquilo chegava a ser doentio. Ela buscava nele um porto seguro... logo nele!


Sem falar nada, ele apenas a abraçou, apoiando o queixo no topo da cabeça dela. Uma mão dele foi para as costas dela e a outra foi para os cabelos. Sakura ofegou baixinho enquanto deixava as lágrimas molharem o peito masculino e ele olhou para o teto, sentindo a dor dela.


- Vai ficar tudo bem. - sussurrou enquanto acariciava os cabelos dela e sentia as lágrimas grossas molharem seu peito. Com cuidado, ele beijou a têmpora feminina e ela se aconchegou ainda mais nos braços dele.



Ele fechou os olhos sentindo o peito apertar. Não era aquela dor que geralmente sentia, mas sim uma dor angustiante em vê-la sofrer e não poder fazer nada além de abraça-la com força e prometer que tudo ficaria bem... Mesmo que ele não tivesse total certeza disso.






Comentários

  1. Minha gente... DNA desde o começo!!! Eles já deveriam ter ido em um laboratório para fazer o exame!!! É claro que a Mebuki mentiria para fazer a Sakura sofrer ainda mais... a rosada só não percebeu que antes, a Mebuki a culpou por perder o Fugaku. Se a Sakura fosse mesmo filha do Uchiha, a Mebuki teria usado isso para ficar com o Fugaku... pensa numa mulher doente?!?! Peguei ranço forte!!!

    Sasuke segurando a onda e cuidando da rosada... se isso não é amor, não sei mais o que é amor!! Eles se entenderam de uma forma tão profunda, que muita gente não tem noção!!

    Continuaaaaaaaaaaaaaa
    Bella

    ResponderExcluir
  2. Kuhaakuv


    MAN, A MÃE DELA TÁ QUERENDO FERRAR TUDO MESMO, NEAH. TU NÃO TEM NOÇÃO DO QUANTO EU ESTOU TORCENDO PRA DAR NEGATIVO.

    EU ESTOU AMANDO O DECORRER DA FIC, SÉRIO.

    TU É A MELHOR.

    ResponderExcluir
  3. Tinham q ter feito a.porra do DNA desde o início... mebuki ehno caralho!!! Vadia desalmada....pqp....

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Fugitivos - Capitulo Quinze

Fugitivos - Capitulo Onze

Fugitivos - Capitulo Treze