Reencontros - Capítulo 24

Sorrindo, ela caminhava pelo corredor sendo acompanhada de Shion e do Konohamaru que contava uma experiência que tivera naquela tarde dentro do laboratório de exames. A bolsa de costas estava pendurada no ombro esquerdo enquanto ela levava nos braços (abraçando) algumas apostilas. A verdade é que a bolsa já estava lotada com uma roupa extra - que ela não precisou usar - e com jaleco, estetoscópio, esfigno, e outras coisas. O fim da tarde se aproximava e os alunos saíam do hospital animados. Aquele havia sido um dia bem agitado para todos.


Shion soltou uma gargalhada alta sendo acompanhada de Kohonamaru quando ele falou sobre uma estudante que derrubou urina para exame em cima do balcão e tiveram que solicitar uma nova amostra. Uma confusão. Ela também gargalhou, mas logo o sorriso morreu quando passaram pelas portas duplas do hospital e ela viu, parado com o quadril encostado no carro negro, com os braços cruzados e uma cara nada boa, Sasuke Uchiha.


Shion percebeu a mudança na amiga e ao olhar na mesma direção, soltou um palavrão baixo. Engolindo seco, a Haruno ia desviar o caminho, mas o Uchiha desencostou do carro e caminhou na direção dela, sem deixar chances para ela fingir que não o tinha visto. Ela apressou os passo para tentar desviar dele, mas o moreno foi mais esperto e parou exatamente em frente a ela, tapando sua chance de escapar. Com um suspiro, a jovem olhou nos olhos negros e ele devolveu o olhar, sério.


- Boa tarde... - ele cumprimentou de forma automática.


- Boa tarde. - Shion e Konohamaru cumprimentaram.


- Boa. - A Haruno respondeu de forma seca e tentou desviar dele, mas ao dar um passo para o lado, ele também deu, evitando assim, que ela continuasse a caminhar. Ela deu um passo para o lado oposto e ele fez o mesmo. A Haruno bufou alto e revirou os olhos - Qual o problema, Uchiha?


- Preciso falar com você... - olhou para Shion e para Konohamaru - A sós.


- Desembucha. - ela suspirou, trocado o peso da perna e ajeitando as apostilas nos braços.


- Não aqui. - olhou ao redor e caminhou até o carro, abrindo a porta do carona e apertando a boca em uma linha fina, voltando a olhar para ela - Me acompanha?


- Não. - arqueou as sobrancelhas - Não vou a lugar algum com você, Uchiha.


- Sakura... por favor. - franziu o cenho de forma agoniada, baixando o tom de voz - Por... favor...


- Me dá um motivo. - resmungou baixo.


- Você escuta o que tenho pra te dizer e se depois disso, quiser que eu desapareça, o farei. - respondeu sem pestanejar.


- Para sempre? - arqueou as sobrancelhas.


- Se é o que deseja... - no fundo, ele torcia para que ela pedisse para que ele ficasse.


- Hun... Acho justo. - arqueou as sobrancelhas e virou para os amigos - Falo com vocês depois.


- Tem certeza? - Shion olhou de lado para o Uchiha.


- Tenho. - sorriu e mandou beijo pros dois - Até...


- Até. - ambos responderam se afastando.


Ela respirou fundo e passou ao lado do moreno, adentrando no carro. Ele esperou pacientemente ela sentar, colocar a bolsa e as apostilas no banco de trás e colocar o cinto para poder fechar a porta. Deu a volta no carro, abriu a porta do motorista, entrou, colocou o cinto e ligou o carro, dirigindo para fora do local. O silêncio era desconfortável, mas ambos pareciam não se importar muito, até que ela se remexeu no banco e ele a olhou pelo canto dos olhos.


A Haruno estava com os ombros tensos, as mãos unidas no colo, o pé batia contra o piso do carro, o rosto virado para a janela, como se algo lá fora a interessasse muito, mas ele sabia que nada ali chamava a atenção dela. Ele continuou dirigindo até que finalmente pegou uma estradinha em particular e ela ofegou, fazendo a respiração oscilar. Assustada, a jovem olhou para o moreno que mantinha a atenção na estrada.


- Por que estamos aqui? - sua voz tinha um "quê" de irritação.


- O que tenho para falar é algo importante e sério. Não quero interrupções.


- Aqui!? - virou o corpo na direção dele - Sasuke, Dá a volta.


- Não. - girou o volante, pegando a estrada de terra.


- Sasuke, eu tô falando sério. Dá a volta, agora! - deu um tapa no painel do carro.


- Já falei que não. - o carro da solavancos e então o mar aparece bem diante dos olhos deles - Você vai me ouvir, Sakura. - parou o carro, puxou o freio de mão e suspirando, virou para ela - Se depois quiser que eu te leve embora, o farei, se quiser que eu suma, sumirei, mas você TEM que me ouvir.


- Por quê!? - franziu o cenho, insegura - Pra que tanta insistência?


- Porque eu preciso te contar, pois, tenho certeza que se eu não o fizer, você nunca mais vai querer olhar na minha cara.


- Mas eu já não quero. - arqueou as sobrancelhas com desdém.


- Ainda não... - passou as mãos no rosto e respirando profundamente, olhou para frente, admirando o mar. 


Era uma bela imagem: o sol se pondo, tingindo a água e o céu de laranja, azul, amarelo, vermelho... As nuvens sendo espelhadas na água, e o píer... ele inclinou um pouco a cabeça e a encostou no encosto do banco, enquanto ouvia o barulho das ondas se quebrando, dos pássaros cantando e do vento que passava pelo carro. Inconscientemente, ele levou a mão até a porta e apertou no botão fazendo os vidros baixarem.


Instantaneamente, a brisa entrou no carro e balançou o cabelo de ambos, o cheiro de maresia também adentrou o carro, inebriando os pensamentos dos dois jovens. Sem nem se dar conta, a Haruno também encostou a cabeça no banco e fechou os olhos, respirando fundo. Por mais que desejasse negar, aquele lugar era como o paraíso. Ao perceber a movimentação dela, o Uchiha olhou para o lado, contemplando a imagem ao seu lado: a mulher que amava no seu carro, com os olhos fechados, os cabelos soltos sendo balançados pela brisa, o rosto sereno... Sem querer, os pensamentos masculinos viajaram para uma época em que estava tudo bem... Quando ambos tinham um ao outro sem nenhum problema.


- Sakura. - chamou baixo e ela abriu os olhos, inclinando a cabeça para o lado.


- Fala. - resmungou - Por que me trouxe aqui, Sasuke?


Certo... precisava falar... Era necessário...


- Eu... eu não sei por onde começar... - sussurrou e olhou para frente, respirando profundamente. Estava sentindo o corpo dolorido. Sentia as mãos formigarem e o peito pesar.


- É tão ruim assim? - perguntou baixo. Independente de tudo o que havia acontecido, ela ainda o conhecia muito bem e ali, analisando-o, percebeu que ele realmente tinha algo muito sério para falar e por isso, apenas por isso, decidiu dar aquele voto de confiança a ele.


- Muito. - continuou sussurrando.


- Começa do inicio. - pigarreou e retirou o cinto, virando para ele - Se é tão ruim e não tem como deixar de contar... Então conta... Apenas conta...


- Certo. - respirou fundo e inclinou a cabeça na direção dela, retirou o cinto e girou o corpo totalmente para a Haruno, olhando-a nos olhos - Primeiro: Me prometa que vai ouvir tudo até o fim.


- Sasuke, o que...


- Prometa. - ele estava decidido.


- T-ta... - franziu o cenho - Eu prometo.


- Ótimo. - respirou fundo - Eu vou te contar a história da minha família, mas não ache que ela não tem nada a ver com você, Sakura, porque tem. - fechou os olhos com força e engoliu em seco - Mais do que eu desejava.


- Você está me deixando preocupada. - resmungou, mordiscando o lábio inferior.


- Acredite, eu não queria estar te contando isso.


- Então...


- Eu te perdi uma vez por não te contar a verdade, Sakura. - ela ficou ereta e ele se apressou em continuar - Não quero perder isso... não quero que você me odeie por não te contar outra coisa.


- Então conte. - estava ficando agoniada.


- Tudo bem... - respirou fundo novamente. Ela o olhava tão fixo que ele duvidaria de que ela estava viva, se não fosse o peito subindo e descendo lentamente enquanto respirava. Os olhos verdes estavam sério, mas límpidos. Os lábios fechados com tranquilidade, mas o cenho estava franzido. - Pouco antes da morte de meu pai... Fui visitá-lo e tivemos uma conversa bem... - respirou fundo - Complicada.


- Foi no dia que você foi parar no hospital? - deduziu.


- É... - pigarreou - Meu pai me contou que o Itachi não é 100% meu irmão. - respirou fundo.


- Quê!? - inclinou o corpo pra frente, estarrecida.


- Pois é. - sussurrou e passou as mãos no rosto de forma áspera - Resumindo: Minha mãe era louca pelo meu tio, Madara. E ele também era louco por ela, mas era casado. A coisa toda é que minha mãe engravidou do Itachi e foi ai que toda a merda aconteceu. - respirou fundo, massageando a nuca enquanto fechava os olhos. Estava sufocado com toda aquela história.


- Você está bem? - perguntou baixo, tocando de leve no braço dele. O moreno abriu vagarosamente os olhos e a olhou nos olhos.


Deus não pode ser tão mal assim... Ela não poderia ser sua irmã... Porque toda as vezes que olhava para ela seu coração pulsava, suas mãos suavam e seu cérebro ficava nublado... Aquilo não podia ser um caso grave de incesto... Não mesmo. Ele puxou o ar pela boca e esfregou as mãos na calça na altura da cocha para tentar enxugar o suor.


- Não. - sussurrou - Mas o que posso fazer? - arqueou as sobrancelhas.


- Nada. - murmurou - Continua...


- Certo. - pigarreou e passou a língua entre os lábios - Meu pai e meu tio sempre foram muito unidos... Como eu e o Itachi... Você entende? - ela meneou a cabeça de forma positiva - Meu tio acabou contando tudo pro meu pai e como as famílias eram muito próximas, meu pai simplesmente decidiu assumir o Itachi, mas para isso, minha mãe e meu tio tinham que se afastar. Então o trato foi feito. Minha mãe se afastou do meu tio. Ela e meu pai casaram, só que...


- Só que... ? - arqueou as sobrancelhas, inclinando o corpo para frente. Apesar de confusa, aquela era uma história e tanto...


- No meio de tudo isso, havia uma mulher a qual meu pai era apaixonado. - resmungou - E ela também era apaixonada por ele.


- Seu pai já amou alguém!? - esbugalhou os olhos, incrédula - Fugaku já amou?


- Já, Sakura. - resmungou e respirou fundo - Para nossa total infelicidade.


- "Nossa"? - franziu o cenho.


- É... - pigarreou - Enfim, meu pai e essa mulher se envolveram... de todas as formas possíveis...


- Eles transaram. - colocou em palavras aquilo que ele não desejava nem saber.


- É... - fechou os olhos e balançou a cabeça. Como era complicado tocar naquele assunto - Mas ai minha mãe engravidou de mim e... - respirou profundamente pela boca e soltou o ar com lentidão - E tudo mudou.


- Como mudou? - colocou um pé pra cima do banco, abraçando-o na altura do joelho.


- É que... eu fui muito, muito desejado pelo me pai, Sakura. - olhou para o lado, pensando por um tempo - Acho que algo parecido com... veneração.


- Uau! - olha para o lado - Isso soa meio doentio.


- Eu sei, mas era assim que meu pai era. - respira fundo e pigarreia - A questão é que, a tal mulher voltou a procurar por ele. E meu pai estava disposto a ficar com ela, entretanto, havia o Itachi... E a mulher não o aceitaria. - ele fecha as mãos em forma de punho e olha para o lado - E meu pai não iria desmentir toda a história do Itachi, porque já havia se passado muita coisa e apesar de tudo, ele amava meu tio, não iria colocar o irmão em risco. Então ela foi embora. - olha nos olhos verdes.


- Isso é bom, não é? - inclinou um pouco as costas para trás, fazendo um gesto com a mão - Ela foi embora. Fim! 


- Não... - balançou a cabeça e passou as mãos nos cabelos - Não. Não. - bufou e olhou nos olhos dela - A mulher estava grávida.


Silêncio.


Ambos ficaram se encarando em total silêncio. Era visível que ela tentava juntar as peças e pelas caras e bocas, estava juntando todas elas.


- Então... Então você tem um outro irmão? - franziu o cenho e fez um gesto com a mão.


- Irmã. - soltou num sopro. Com o dedo indicador e polegar, ele apertou o nariz - E é "suposta irmã".



- Tá legal. - passou a língua entre os lábio e encostou as costas na porta, apoiando a cabeça na quina da mesma, sentindo o vento bagunçar os cabelos - Isso é muito... Confuso... E complicado.


- Eu sei. - ele fez o mesmo: apoiou as costas na porta e a cabeça na quina - Ainda não consegui assimilar tudo isso.


- Nem vou perguntar o motivo... Isso não tem nada a ver comigo e eu tô com os neurônios fervendo. - fechou os olhos e com um estalo na mente, ela tornou a abri-los - Pera. Você disse " suposta irmã "?


- Bem... Na verdade, tem a ver com você sim... E é por isso que eu te trouxe aqui.


- Então fala logo. - passou as mãos nos cabelos retirando os fios que voavam para o rosto.


- Sakura... - passa a linha entre os lábios e inclina o corpo para frente tentando ficar mais próximo dela. Ele respira profundamente e engole em seco - A mulher estava noiva na época. Eu tinha um ano e meio quando meu pai descobriu que ela estava grávida.


- Mas se ela estava grávida e era noiva, pode ser que a tal garota não seja sua irmã. - deu de ombros.


- É... Mas a mulher não quis contar a verdade...


- Então você foi atrás dela?


- Fui, mas não deu muito certo. Ela não quis abrir a boca.


- Então vai lá e arranca a verdade dela, porra. - franziu o cenho - Você pode ter uma irmã... Ou não... Vamos lá, Sasuke. Me diz logo onde eu me encaixou nessa historia toda...


- Mebuki Haruno. - cortou a fala dela, soltando de uma vez e fechou os olhos, depois os abriu e encarou a garota - Ela era a tal mulher que meu pai tinha um caso.


Ele ficou olhando-a por longos segundos enquanto ela ficava paralisada, olhando-o.  A boca entre aberta, os olhos levemente esbugalhados, o peito subindo e descendo em uma respiração falsamente controlada, mas ele sabia, ela estava juntando as peças. Aquele era o jeito dela pensar... Ou pirar.


Algumas vezes, a Haruno abria e fechava a boca enquanto fazia caretas. Um vento forte passou e só então ele percebeu que o sol já havia ido embora e a iluminação vinha da lua e da luz do salão do carro. Um respirar mais profundo, um pigarrear e então um sorriso descrente surgiu nos lábios femininos.


- Pera ai... - ergueu as mãos em frente ao corpo como forma de proteção - Você está me dizendo que... Que minha mãe e seu pai... - ela passa as mãos nos cabelos, ainda sorrindo - Isso é loucura... E... Uma filha!? Pelo amor de Deus, Sasuke! - balança as mãos e a cabeça - Sou filha única!


- Sakura... - murmurou, desgostoso - Presta atenção no que estou te falando...


- Não! - balança a mão - Você me diz que minha mãe estava supostamente grávida do seu pai quando você tinha um ano e... e... e... - ela paralisa. Lentamente, os olhos verdes vão ficando grandes, grandes, a boca ficando cada vez mais aberta e ela começa a balançar a cabeça de forma negativa - Não... Não. Não. Não.


- Sakura... - estende uma mão para tocá-la, mas ela lhe da um tapa, afastando-o.


- NÃO! - grita e abre a porta do carro, saindo desesperada.


- SAKURA! - grita, saindo do carro, batendo a porta. - SAKURA, ESPERA!


Ela começa a correr e ele corre atrás dela. Era lua cheia e as estrelas brilhavam belas, iluminando a noite. Ela continuou correndo até que parou e apoiou as mãos nos joelhos, inclinando o corpo para frente. Ele parou de correr também e apressou os passos, tinha medo do que poderia acontecer com o emocional dela.


Depois de dois minutos, ele conseguiu alcança-la e a segurou pelo braço, puxando-a suavemente de volta. Ela girou nos calcanhares, encarando-o. Os olhos verdes estavam vermelhos, lágrimas grossas rolavam pelas bochechas. Ela estava atordoada. Paralisados, eles ficaram olho no olho. Ela com as lágrimas escorrendo, o peito ofegante, a boca entreaberta, o corpo trêmulo e ele angustiado.


- Sakura... - sussurrou.


Ela balançou a cabeça de forma negativa e levou a mão livre atá a boca, ofegando.


- Me diz que é mentira. - sussurrou - Por favor, me diz que... Que não... Não somos... Ai meu Deus! - levou a mão aos cabelos.


- Calma. Calma. - pediu baixo e soltou o braço dela, segurando-a pelos ombros - Não temos certeza de nada. É só uma suspeita... Eu... Eu tentei...


- Meu Deus! - ela ofega e se abaixa, ajoelhando na areia e hiperventilando - A gente... Eu e você... Nós... Ai meu Deus!


- Calma... Por favor, calma. - se ajoelhou em frente a ela e segurou o rosto feminino entre as mãos, fazendo-a olhar para si - Não temos certeza.


- Certeza? - sussurrou franzindo o cenho - Qual... Certeza? - balançou a cabeça sentindo falta de ar. Instintivamente, levou a mão até o peito, abrindo alguns botões da camisa - Meu Deus...


- Respira. - afastou os cabelos do rosto dela - Por favor, respira. Eu sei que é difícil, Sakura, mas você precisa se acalmar... Fui atrás da sua mãe, mas ela não quis me contar a verdade. - ele olha para o lado e depois volta a olhar para ela, passando a língua entre os lábios e então se inclina na direção dela, ficando com o rosto muito próximo - Precisamos tirar essa prova, mas por favor, se acalme.


Ela não respondeu, em vez disso, balançou a cabeça freneticamente, respirando fundo e engolindo em seco. Com um gemido, ela deixou o corpo cair, sentando na areia e ele fez o mesmo, sentando ao lado dela. Segurando sua mão, ele esperou enquanto ela assimilava tudo. Havia reagido melhor do que esperava, mas aquilo o intrigava, ela parecia controlada demais, calma demais. Não deveria surtar? Aquilo ainda não era um surto de fato.


Temia pelo momento em que ela iria realmente surtar, mas naquele momento ela só ofegava, chorava e tremia. Tremia muito. Sem pensar, o Uchiha ergueu as mãos para abraca-la, mas logo ele as arriou. Toca-la naquele momento não seria bom. Nem um pouco, por isso, ergueu minimamente uma mão e segurou na mão dela, apertando com um pouco de força e aquilo pareceu surtir efeito, pois, ela devolveu o aperto enquanto a outra mão ia para a boca tentando abafar o choro que ecoava pela praia.