Projeto Ampulheta - Capítulo 37




Acariciava a barriga enquanto olhava para a máquina. Já fazia tanto tempo... Ultimamente estava para baixo. Havia perdido mais peso. Não conseguia dormir bem... Em dias como aquele, ela preferia ficar em sua casa, deitada, na cama que pertencera ao Uchiha, sentindo os últimos resquícios do cheiro dele.



Será que estava ficando louca?



Fora obrigada a levantar da cama e ir para o trabalho. Agora estava ali, olhando para a máquina pelo vidro da sala de controle enquanto Ino digitava dados aleatórios no sistema dela e Naruto tomava um pouco de café. Tenten e Konohamaru estavam de folga, por isso, a sala de controle estava vazia. Suspirou alto, deu as costas para a máquina e olhou para a sala vazia. Ainda acariciando a barriga, sentou em uma cadeira e deu um sorriso de canto.



- Me diga, miniatura, não seria melhor estar em casa? - arqueou as sobrancelhas e ficou um tempo em silêncio - Pois é... Eu também acho... Talvez dormindo ou assistindo algo... Mas nãããão... Os oxigenados tinham que nos tirar do calor da caminha do seu pai...



Resmungou e ouviu a porta abrir. Ino adentrou no local e olhou para a amiga com as sobrancelhas arqueadas.



- Vai ficar ai o tempo todo?



- O que mais tem para fazer? - tamborilhou os dedos na barriga grande. A miniatura crescia demais - Estou pesada, cansada e com preguiça.



- Ai, Sakura... Já está na hora de você tomar um jeito, criatura. Vai acabar caindo em depressão e...



- Chega, Ino! - levantou rápido, pegou a bolsa, pendurou no ombro e olhou feio para a amiga - Não quero ficar aqui! Não quero trabalhar aqui! Não quero estar aqui! E não estou entrando em depressão!



- SAKURA! - Ino chama, praticamente correndo atrás da Haruno que já abria a porta do laboratório e batia a porta as costas.



- O que houve? - Naruto surge sem entender nada .



- A Sasa na deprê novamente. - suspira.



- Santo Deus... - sussurra e coça a nuca.

- É... Eu queria tanto ajudar a Sakura. - murmurou triste - Se houvesse qualquer coisa... qualquer coisa mesmo...



- Hun... - o loiro olhou para a loira com os olhos esbugalhados - Talvez aja.







~1798~



Não deveria ter dado ouvidos ao irmão.



Itachi não vinha sendo um bom conselheiro... Agora Itachi estava no meio do salão, bailando com a Mei enquanto ele estava ali, com uma taça na mão, uma mão no bolso da calça de linho, encostado na soleira da belíssima porta de madeira de carvalho. Observava as pessoas dançando todas animadas, embaladas pelo ritmo da música que tocava no grande salão. Era o aniversário de 18 anos da Anko, e ela estava radiante. Claro que, mesmo sendo aniversário dela, todas as outras meninas solteiras ficavam saidinhas com a ideia de encontrar ali, seu futuro marido.



O único problema era que de todos os homens, ele era o único solteiro com mais de 23 anos e que, segundo a ética, já deveria estar casado, então para todas as jovens, seria naquela noite que ele escolheria sua esposa... Até mesmo a Karin estava mais ousada naquela noite. Praticamente havia se jogado em cima dele quando o mesmo apareceu e como foi desconfortável ter que dançar com ela e com a Anko... Não queria ter nenhuma das duas jovens em seus braços. Braços esses que ele jurou pertencer apenas a Haruno.



Engraçado a forma como a vida dava suas voltas. Até alguns meses atrás, estava escolhendo entre as duas para poder casar, mas agora, ele não queria nem uma nem outras... Tudo o que queria era ter aqueles enormes olhos verdes trelosos olhando para si enquanto o sorriso crescia, enquanto ela planejava algo para tirar ele do sério.



Estava tão mergulhado em lembranças e nem percebeu que um sorriso começava a desenhar os lábios finos. Também não percebeu a jovem que se aproximava sorrateiramente de si, enquanto ele olhava para o nada... ou para o salão... ao menos era isso que parecia. Só percebeu que não estava sozinho quando sentiu algo cutucar seu braço de forma discreta, e voltando para a realidade, ele olhou para o lado vendo os olhos castanhos quase cinzas, olhando-o.



- Senhor Uchiha. - cumprimentou com certa timidez. Sabia que não deveria ir com muita euforia, pois, o homem mostrava-se bastante fechado para certas... conversas.



- Senhorita Mitarashi. - cumprimentou e olhou para a taça na mão.



- O Senhor está bem... parado. - mordiscou o lábio inferior. Não queria dar nas caras que estava convidando-o para dançar - Já está aqui ha um bom tempo.



- Perdoe-me, Senhorita, mas não estou tão disposto quanto aparento. - respirou profundamente e correu os olhos pelo salão. Será que Itachi já pretendia ir embora? Esperava que sim.



- Aaaaaah... - cruzou as mãos nas costas e olhou para o salão também - O Senhor passou um bom tempo fora... Como estão seus... tios-avós? - olhou para ele.



- Bem. - foi breve. Não queria conversar. Continuou buscando pelo irmão... Onde estaria Itachi?



- Que bom... - sorri e balança o corpo - Ficamos preocupados... eu e meus pais. - passa uma mão nos cabelos - Mas veja, já que eles estão bem, não será necessário sua ida para lá, não é? E isso é espetacular! - completou com entusiasmo.



Claro que aquilo não passou despercebido.



Ela estava feliz por ele não precisar ir embora, mas ele não... Tudo o que ele queria era poder ir embora: Da festa, da casa, da época. Quando retornou, Itachi inventou que o mais novo havia viajado as pressas para cuidar de uns tios-avós.



- Na verdade, Senhorita... - olhou para ela - Tudo o que eu queria no momento, não era estar aqui. - respirou fundo - Estar com meus "tios-avós" foi a melhor coisa que já fiz na vida e estar aqui não é espetacular! Nem um pouco!



Ao terminar, ele respirou profundamente. Estava vermelho. Sinceramente, por que foi ouvir o irmão? Itachi já começava a ficar gagá e não podia ser ouvido o tempo todo... A menina deu um passo para trás, boquiaberta. Nunca viu nenhum Uchiha falar daquele jeito, sendo grosseiro, nem direto, muito menos proferindo tantas palavras em uma única conversa... Mas ele percebeu o que fez... A jovem Mitarashi ainda estava chocada com a situação e ele respirou fundo, se recompondo. Era melhor sair dali.



- Perdoe-me, Senhorita. - meneou a cabeça - Ando cansado demais... Acho melhor procurar pelo meu irmão. - pigarreou - Mais uma vez, parabéns.


Ela ficou paralisada, tentando entender o que havia acontecido e o que havia feito para aborrecer o homem, cujo qual, ela pretendia conquistar essa noite, entretanto, não teria como. O coração dele já tinha dona.


Seguindo pelo salão, ele procurou pelo irmão e o viu junto a um grupo de homens que conversavam sobre algo bastante interessante, já que, estavam envolvidos em uma discussão animada. Preferiu não ir falar com o irmão, pois, sabia que o mais velho iria insistir para que ele ficasse na festa. Itachi tentava a qualquer custo fazer o irmão ficar bem, o problema é que Sasuke não ficava.


Sempre que pensava estar saindo do fosso, percebia que estava entrando nele ainda mais. Não ter sua Sakura junto de si era devastador, angustiante, agonizante. Acabava consigo de todas as formas possíveis, tornando-o apenas um espectador na vida monótona a qual ele pertencia.


Cansado, resolveu ir embora sem se despedir de ninguém. Na verdade, não havia de quem se despedir. Ao passar pela porta de entrada, colocou a taça em cima do corre mão da escadaria de entrada e desceu as escadas com as mãos no bolso da calça de linho. O barulho da música, das pessoas, das taças, das vozes, de tudo... ia ficando para trás na medida em que ele caminhava em direção a estrada de terra. A propriedade dos Mitarashi não ficava distante da sua... Coisa entre quinze a vinte minutos de caminhada.


E assim decidiu ir embora. Caminhando... 


Caminhou por um bom tempo perdido em pensamentos. O cheiro da grama molhada, o barulho dos grilos cantando, os vaga lumes que iluminavam com pontos de luz a relva alta que compunha o cenário tranquilo. A estradinha de barro que era iluminada apelas pela luz da lua. As árvores altas e baixas com seus frutos... E o silêncio.


Engraçado como o silêncio o confortava... De alguma forma, mesmo sentindo falta do barulho de sua Sakura, ele apreciava o silêncio em seu tempo, afinal, era assim que se sentia: Vazio.


Só percebeu que já estava perto de casa quando a relva se tornou mais baixa, mais cuidada. Estava cansado demais. Cansado de caminhar, cansado de esperar, cansado de estar ali. Parou no inicio da pequena estradinha de pedregulhos que levava até a escadaria que dava acesso a sua casa... Era uma casa grande, bonita, bem estruturada. Ficou ali, parado, contemplando o local que por tanto tempo chamara de lar, mas que hoje era só mais um lugar para onde ele ia e ficava sem muito sentido.


Pensou em continuar caminhando, talvez ir até o lago, ou até o estábulo... Talvez fosse caminhando até a cidade e depois voltasse, mas para quê exatamente ele iria caminhar mais? Não havia motivos para isso. Voltou a caminhar pelo caminho de cascalhos e enquanto subia os degraus, começou a desfazer o nó da gravata borboleta que usava. Quando chegou no topo da escada, já estava com a gravata aberta, pendurada no trapézio. Retirou uma mão do bolso e destravou a porta, empurrando-a e entrou.


A sala era iluminada por poucas velas, o que a deixava vagamente escura, mas ele gostava disso. Caminhou pela mesma e quando já estava chegando na escada que dava acesso aos quartos, ouviu passos atrás de si e ao virar, encontrou a velha Chiyo enrolada em um echarpe, olhando-o.


- Perdoe-me, Senhor Uchiha. - a mulher parou próximo a ele.


- Chiyo, o que faz acordada a essa hora? - estranhou, a mulher nunca ficava acordada até tão tarde... a não ser que tivesse alguma festa na mansão Uchiha - Sente-se bem?


- Sim, Senhor. - sorriu, agradecida - É que... o Senhor tem visita.


- Visita? - franziu o cenho - A essa hora? Onde está?


- Sim... - meneou a cabeça e ajeitou o echarpe sobre os ombros - Ele está no escritório... Um Senhor loiro de grandes olhos azuis... ele disse que se chama... - franziu o cenho tentando lembrar - Como era mesmo...? Uzumaki! - olhou feliz para o patrão - Senhor Uzumaki.


Os ouvidos do moreno zumbiram e ele sentiu um baque no estômago. Só conhecia apenas um loiro de olhos azuis e que se chamava Uzumaki. A boca ficou seca e sem esperar, o moreno correu pelo corredor seguindo até seu escritório... Não podia ser... não podia ser o Uzumaki que ele conhecia... Era impossível, não era??? Eles falaram que iriam destruir a máquina, então...


Quando chegou em frente ao escritório, segurou na maçaneta da porta, mas não a abriu. De repente, suas mãos suaram e o corpo tremeu. E se estivesse tendo esperanças em vão? Iria aguentar mais aquela decepção? Será que sua mente estava brincando consigo ou até mesmo a velha Chiyo? Não. Era crueldade demais.


Respirando profundamente, ele girou a maçaneta e com medo, cuidado e lentidão, ele empurrou a porta que se abriu com um pequeno rangido. Quando a porta estava totalmente aberta, ele viu a figura masculina sentada em uma poltrona, mas quando o mesmo percebeu que tinha companhia, o loiro ficou de pé e encarou o outro. Os olhos azuis encontraram os olhos negros e o choque foi inevitável.


O moreno não conseguia nem se quer respirar.


Era real.


Abriu a boca várias vezes para falar qualquer coisa, mas não conseguia.


A voz havia sumido.


Estasiado.


Paralisado.


Ainda olhando-o, o loiro caminhou até o meio do escritório e abriu um sorriso enorme, suspirando aliviado. Com um piscar maroto, o loiro abriu os braços para o moreno e deu de ombros.


- Não vai dar um abraço num velho amigo, Sasuke?




Comentários

  1. AAAAAAAAAAAAHHHHHHH SURTANDOOOOOO 😱😱😱😱😱😱😱
    O QUEEEEEEEEEE???
    AAAAAAAAAAAAHHHHHHH VEI TÔ TREMENDO AQUI 😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱
    Aí Naruto vou me apaixonar por vc se levar Sasu p Sasa 😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭
    AAAAAAAAAAAAHHHHHHH

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  2. Quero minha mãe. ... isso é hora de parar?... tô sofrendo muito com essa fic... quero logo outro capítulo... 😢😢😢😢

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  3. Naruto, homem perfeito, lindo, gostoso, fodaaaaa!!! Te amoooo!

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