Projeto Ampulheta - Capítulo 34
"Mãe"
"Grávida"
"Mãe"
"Bebê"
"Mãe"
"Filho"
"Mãe"
Essas palavras rodavam a mente da Haruno que estava a mais de três horas no estacionamento do shopping, dentro do carro, com as mãos no volante, olhando para frente enquanto seus ouvidos emitiam um zumbido desconfortável. Piscou atordoada. Mãe... Santo Pai, ela não sabia ser mãe. Não sabia cuidar de outra pessoa. Não sabia nada disso... Bebês choram, fazem xixi, choram, fazem merda (literalmente falando), choram, comem muito, choram novamente.
COMO ela iria cuidar de um serzinho?
Não sabia.
Um desespero começou a florescer dentro do peito da mulher que respirou fundo e fechou os olhos.
- Calma, Sakura. Muita calma. - sussurrava para si como um mantra - É só um filhotinho... Uma coisinha pequena que chora pra caramba, faz muito xixi, muito cocô, come pra cacete, berra, esperneia, chora novamente, mela tudo... - jogou a cabeça para trás soltando um resmungo - Ai porcaria...
Já havia visto mulheres e homens com miniaturas de si e sabia que aqueles serzinhos causavam um estrago enorme, agora se dois cuidando já era complicado, imagine uma pessoa só! Deu socos no volante se perguntando como isso havia acontecido, mas bem, não tinha muito mistério, não é? Com um suspiro alto, abriu os olhos e olhou para frente. Não havia muito o que fazer, agora ela carregava uma miniatura do Uchiha e não podia fazer nada. Ligou o carro e começou a dirigir. Precisava de conselhos, precisava desabafar, mas com quem?
Ino? Louca, no mínimo surtaria.
Hinata? Estava buchuda, hormônios de gravidez não iriam ajudar.
Gaara? Ele entende de bebês?
Naruto? Hun... não... melhor não.
Só havia uma pessoa que ainda podia contar. Olhou para o relógio no painel do carro vendo que pelo horário ele já deveria estar em casa e com isso em mente, acelerou. Dezessete minutos depois, estava estacionando o carro na rua. Desligou o carro, saiu, ativou o alarme e caminhou em direção a portaria. O porteiro ao vê a mulher, meneou a cabeça e liberou a entrada dela, afinal, há tempos conhece a Haruno. O caminho percorrido até o elevador foi rápido, demorado mesmo foi o elevador subir os 7 andares até que as portas abriram e ela caminhou pelo corredor e parou em frente a porta.
No automático, ela apertou a campainha e esperou nervosa, batendo o salto do sapato contra o piso liso do local. A porta foi aberta e um Kiba sem camisa, cabelos bagunçados, uma calça moletom e descalço apareceu. Foi só os olhos castanhos baterem nela que o cenho dele franziu em um questionamento mudo.
- Sakura. - o cenho franzido do amigo enquanto a olhava de cima à baixo deixava claro que ele estava intrigado - O que…?
- Estou grávida. - soltou de uma vez só, no automático.
- Puta que pariu! - soltou também no automático enquanto ofegava - Entra. - deu um passo para o lado, permitindo-a entrar no apartamento.
Entrou e a primeira coisa que percebeu foi a bagunça no local, vários papéis, envelopes, fitas e tudo o mais. A segunda coisa foi um rapaz moreno, com os cabelos em um rabo de cavalo alto sentado de um jeito confortável no sofá. Seus olhos escuros pousaram nela enquanto um sorriso desenhava os lábios finos. Sem pestanejar, ele levantou e caminhou em sua direção e assim que se aproximou envolveu a cintura dela em um abraço forte e saudoso. Instintivamente, a mulher envolveu seu pescoço correspondendo ao abraço, afundando o rosto em seu peito. O abraço foi apertado, demorado e carinhoso. A porta foi fechada e segundos depois, Kiba entrou no campo de visão da Haruno.
- O trio reunido! - comentou enquanto soltava um sorriso. - Como nos velhos tempos.
- Iaê gatinha. - Shikamaru sussurra se afastando minimamente - O filho não é meu, hein…
- Idiota. - murmurou, sorrindo - O que...?
- Esse idiota está na cidade. Chegou, me ligou e eu pedi ajuda com os convites do casamento. - Kiba indicou os papéis.
- E ninguém me avisa... Valeu mesmo. - fez bico, olhando feio para ambos.
- Eu ia na sua casa amanhã. - Shikamaru se defende - Queria fazer uma surpresa, mas pelo visto quem teve uma surpresa fui eu... - ele olha para a barriga ainda plana da Haruno e depois volta a olhar nos olhos dela - Grávida? Você!?
- Pois é. - choraminga olhando para os amigos - E eu não sei o que fazer...
- Vem, Saky. Senta aqui. - Kiba segura a Haruno pelas mãos e a guia até o sofá, ela senta com Kiba ao seu lado e Shikamaru puxa uma cadeira e senta em frente a ela, segurando uma mão sua enquanto Kiba segurava a outra - O pai... já sabe?
- Não... - mordisca o lábio inferior, confusa.
- Não vai contar? - Shikamaru franzi o cenho - Acho que o cara deve saber...
- Eu sei. E eu contaria se tivesse como, mas não tem. - olhou para as mãos, cada uma entre as mãos dos amigos.
- Como não? - Kiba senta ereto - Ele morreu?
- Quê!? - olha pra ele assustada - Não!
- Então? - ele estreita os olhos - Conta isso direito, Saky.
- É só que... meu Deus, como vou explicar? - olha pra cima respirando fundo depois volta a olhar para os amigos - Digamos que ele está em um lugar de difícil acesso, com zero de contato.
- Existe um lugar assim no mundo? - Shikamaru olha pra Kiba que dá de ombros - Onde fica?
- Não importa... O que importa é que eu não sei como cuidar de um filho.
- Você não vai tirar, não é? - Kiba olha de lado para a amiga.
- Tirar? - desvia o olhar dele. Não havia pensado nisso, na verdade, a ideia nunca passou por sua cabeça. Tirar? Não! Não podia tirar uma parte do Uchiha de si. Não podia arrancar com a única parte dele que ficou consigo - Não... Não posso fazer isso.
- Ufa! - Shikamaru respira aliviado, acaricia a mão da amiga e da um sorriso - Então vamos pensar em como você vai criar essa criança.
- Você vai precisar de ajuda. - Kiba da um sorriso - Eu e a Tata podemos ajudar você.
- Eu também. - Shikamaru arqueia uma sobrancelha - Posso ser aquele tio que dá uns pegas na mãe. - dá uma piscadela.
- Idiota. - dá um tapinha na mão do amigo que gargalha - Valeu, gente. Eu estou muito, muito, muito assustada com tudo isso. Criança dá muito trabalho.
- Correção: Criança dá um trabalho do caralho - Shikamaru arqueia as sobrancelhas dando um suspiro - Mas estamos aqui, baby, por você... E agora por essa criança.
- É Saky. Sabe que pode contar com a gente sempre. - Kiba dá um beijo no dorso da mão dela.
- Eu sei. - sussurra sentindo os olhos embaçarem - Eu não mereço vocês... Não mesmo.
- Claro que merece! - Kiba franzi o cenho - Deixa de ser idiota!
- Ela sempre foi, Kiba. - Shikamaru revira os olhos e levanta ainda segurando a mão dela - Tive uma ideia.
- Qual?
Sem falar nada, o Nara puxa suavemente a Haruno até o centro da sala, chuta umas caixas para o lado deixando o ambiente livre e com aceno de mão, indica o som para Kiba. Na mesma hora o Inuzuka solta uma gargalhada, caminhando até o aparelho e o liga em uma rádio qualquer. A Haruno gargalha também jogando a cabeça para trás, mas permitindo-se ser envolvida pelos braços do moreno que a segura pela cintura com uma mão enquanto a outra, entrelaça os dedos nos dela, mantendo-a junto de si.
- Lembra como dançar te desestressava? - arqueou as sobrancelhas inclinando a cabeça para poder olhá-la nos olhos.
- Eu era adolescente, Shika. Hoje em dia o que me desestressa é poder dormir cedo e acordar tarde.
- Boa! - Kiba se joga no sofá, apoiando os braços no encosto enquanto cruzava as pernas nos tornozelos e ficava observando os amigos.
- Hun... - estreita os olhos, olhando-a profundamente - Eu ainda consigo enxergar a adolescente ai... Ela só está perdida.
- É que muita coisa aconteceu e ela não sabe mais o caminho de volta. - suspirou e deslizou uma mão pelo braço dele até o ombro, onde brincou com a gola da camisa dele - Aquele tempo era tão bom, não é?
- Era sim. - sussurra e inclina a cabeça apoiando o queixo no ombro dela. Ele olha para o Inuzuka que dá uma piscadela camarada - Mas a vida segue.
- É. - murmura apoiando o rosto contra o peito dele e fecha os olhos.
Enquanto se permitia ser embalada pela música que saia do som e ser guiada em uma dança simples pelo Nara, ela lembrava da adolescência, de como era bom estar com eles. Conhecia Kiba da vida toda, mas na adolescência conheceu o Shikamaru Nara. O garoto inteligente que veio transferido de outra instituição por motivos não revelados.
Logo o silencio do garoto, a inteligência super destacada e sua misteriosa transferência se tornaram motivos de investigação dos amigos que certo dia, descobriram que ele havia sido transferido por ter sido pego ajudando uma garota a contrabandear drogas para dentro do colégio. O que ele nunca havia revelado era que a garota havia sido ameaçada por traficantes de onde morava, que mantinham sua irmã mais nova refém.
Claro que seria mais fácil se ele apenas revelasse tudo, mas isso só pioraria as coisas. Então ele preferiu omitir o envolvimento da garota e assumiu toda a culpa, sendo transferido e colocado por muito tempo em observação enquanto frequentava casa de apoio a drogados, o mais interessante é que ele nunca havia sequer fumado um cigarro. Mas tudo bem, as duas garotas estavam salvas.
O segredo ficou entre o grupo e logo a amizade entre o Nara e a Haruno foi ultrapassando barreiras, até que certo dia, em um acampamento do colégio, numa brincadeira boba, o primeiro beijo rolou. Naquela mesma noite, eles transaram, sendo ele, o primeiro homem dela. Até hoje ela era grata por isso. O Nara havia sido um perfeito cavalheiro, preocupando-se com ela, preocupando-se com o fato de ela está dando a ele aquela oportunidade. Mas ela estava feliz. Não havia no mundo ninguém melhor que ele para aquela tarefa.
Dias depois começaram a namorar e o relacionamento se estendeu por todo o ensino médio e só acabou quando chegou a faculdade. Eles eram ligados, amigos e a amizade continuou. Até que certo dia, ele precisou viajar com os pais para outro país e o trio voltou a ser dupla, apenas com ela e o Inuzuka. Claro que a camaradagem sempre continuou, mas com o tempo, com os acontecimentos e tudo o mais, eles foram se afastando e até mesmo o Inuzuka era uma peça importante, mas distante.
Mas eles não se cobravam por isso.
Eram assim, afinal.
Isso era a irmandade deles.
Isso era a confiança deles.
Isso era o que eram.
E não precisavam estar colados, não precisavam estar falando, não precisavam provar. Porque eles simplesmente sabiam.
Quando a música terminou, ela sentiu um beijo demorado, carinhoso e suave ser depositado em sua bochecha, depois outro beijo foi dado em seus cabelos e por último, um beijo foi dado em sua testa.
- Itsumo* - sussurrou no ouvido dela.
- Itsumo. - sussurrou de volta, sorrindo
- IIIIITSUMOOOO! - Kiba gritou, ficando de pé e batendo as mãos - É disso que eu falo!
Esse era o lema deles. Itsumo. Porque eles estariam sempre lá, quando o outro precisasse. Seriam sempre amigos. Sempre companheiros. Sempre ligados. Mesmo que se passassem anos. Mesmo que aparecessem outras pessoas. Tinham até a palavra tatuada no mesmo lugar: na parte de trás da orelha, próximo ao couro cabeludo, bem pequena, como um sussurro que está ali para lembrar que Itsumo era Itsumo e ninguém podia mudar isso.
Notas Finais:
Itsumo = Significa "sempre" em japonês.
OW MY GOD OW MY GOD OW MY GOOOOOD 😱😱😱😱😱😱😱
ResponderExcluirTatá sua safada vc não vai ser morta em Pelotão! 😂😂😂 Bruna ti ama viu kkkkkkk
Achei lindo essa amizade deles... E me deixou com a pulga atrás da orelha qnd vi q eles tiveram um relacionamento 😱😱😱😱😱
Eu não creeeiiiooo 😱😱😱
Poxa o mundo é injusto o Sasuke não tá aí p curtir esse momento com a Sasa, tenho certeza q ele seria o melhor pai do mundo 😭😭😭😭😭
Aí viado vc é foda, amei o capítulo!
SUPER HIPER MEGA POWER ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POR FAVOOOR POSTA LOGOOOOOO OUTRO CAPÍTULO ❣️
#TheBest
#NumberOne
MDS ainda nn me caiu a ficha de q ela esta gravida e o uchiha esta em outra época, tenso... E eu to curiosa pra porra.
ResponderExcluirProx!!!!!!!!!!
aii gente que capítulo mais fofo!!!!!!!!
ResponderExcluirNossa, que lindo! To morrendo pela próxima att. Bjs
ResponderExcluirOiiii, posta o próximo capítulo de reencontros por favoooooor rs. Aliás posta uns 5 kkk
ResponderExcluirAtualizei agora, baby
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