Projeto Ampulheta - Capítulo 27
Depois do momento na
piscina, tomamos um banho bem tomado - cada um em seu banheiro para minha
tristeza - e nos encontramos na sala. O Sasuke, como sempre, estava em frente a
porta de vidro olhando para o lado de fora. Ele vestia uma calça moletom e um blusão.
Eu vestia uma calça também moletom e uma regata já que estava fazendo um pouco
de frio. Jantamos - ele fez uma espécie de pão muito bom - e agora estamos na
sala da televisão assistindo ao jornal local. Ele está sentado, e eu também
estou sentada, mas com o tronco encostado nele e com seu braço a minha volta.
Minha cabeça estava apoiada no ombro dele enquanto a mão dele me fazia um
carinho no quadril.
- Esse negócio é bem útil. - indica a televisão - Digo, você fica
informado sobre várias coisas ao mesmo tempo. As notícias não chegam tão
atrasadas.
- Sim, sim… Bem legal, né. Mas existe uma coisa ainda mais eficiente. -
olho divertida para ele.
- O que exatamente seria, Senhorita? - me olha com as sobrancelhas erguidas
de curiosidade.
- Vizinhas mexeriqueiras. - pisco e ele solta uma gargalhada alta.
- Sakura! - joga a cabeça para trás tentando controlar a respiração -
Por Deus, nem depois de todo esse tempo essas Senhoras deixam de existir?
- Nããão… E vão ficando com um nível mais elevado… - respiro fundo
enquanto sorrio também - E olha… as bixas tão com tecnologia de ponta. Chega a
ser do caralh… - antes de terminar de falar, ele usa a mão que estava no meu
quadril para me puxar para sí me dando um selinho - Que foi isso?
- A Senhorita ia falar algo indecente, então lhe calei antes.
- Ah… - pisco algumas vezes e mordisco meu lábio inferior com uma ideia
MA-RA-VI-LHO-SA. - Então… todas as vezes que eu for falar algo indecente você
vai me calar assim?
- Certamente. - prende uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.
- Hum… - mordisco o lábio com mais força para conter o riso que queria
espantar meu rosto - Você sabe que minha lista de palavras indecente é tipo
infinita, não é?
- Hun… - os olhos dele percorrem meu rosto e um sorriso mínimo surge nos
lábios masculino - Então vou ter que lhe calar infinitamente. - suspira em um
cansaço teatral.
- Certamente, Senhor Uchiha… Por exemplo, existem palavras como por…
Não terminei, ele me
puxa para sí novamente e cola nossos lábios em um beijo lento. Solto um sorriso
entre o beijo e envolvo meus dedos em seus fios negros, suas mãos brincam em
meu quadril. Tomo impulso e subo em seu colo, ficando ajoelhada, com os joelhos
ao lado de sua coxa. Uma mão dele desliza por minhas costas enquanto a outra
vai para minha nuca em um carinho suave. Apesar da posição em que estávamos, o
beijo permaneceu lento, calmo, como uma timida carícia. Pouco a pouco, fomos
parando o beijo e afastamos a boca, permanecendo com o rosto próximo. Olho em
seus olhos e vejo que o negro estava nublado.
- Acho que terei muito trabalho. - murmura, rouco.
- Tenho certeza que sim. - sorrio e ele sorri também. A mão dele sobe
para meu rosto em uma caricia suave e eu fecho minimamente os olhos. Então
lembro de algo importante - Ah… Sasuke? - chamo baixinho abrindo os olhos e
vendo que ele me olhava de um jeito estranho, quase como se admirasse uma obra
prima.
- Sim? - sussurrou.
- Tem algo que preciso, muito, te contar. - mordisco o lábio inferior,
nervosa.
- À vontade. - usa o polegar para soltar meu lábio de meus dentes e me
dá um selinho. O que me faz rir brevemente.
- Hun… Sabe… - pigarreio - Sabe aquele pacote… Que você pegou no super
mercado?
- Qual exatamente, Senhorita? - olha em meus olhos brevemente para então
voltar a olhar para meus lábios. Ele me dá outro selinho.
- O que brilha no escuro...
- Oh, sim! - sorri e beija meu queixo. Fecho os olhos tentando me
concentrar. Estava dificil.
- Então… É que assim, ele não serve exatamente para o que você imagina.
- Hun… - inclina o rosto e beija meu maxilar. Sinto a ponta de seu nariz
deslizar por minha nuca, me arrepiando - E para o quê exatamente ele serve?
- Ele… - Me arrepio quando ele beija minha nuca - Sasuke… - sussurro.
- Estou ouvindo. - murmura contra minha pele.
- Ele… Sasuke! - reclamo quando ele mordisca meu ombro - Assim não
consigo… Me concentrar.
- Desculpe. - sussurra contra meu pescoço. Ele afasta o rosto e fica me
olhando nos olhos com as sobrancelhas arqueadas. - Irei me comportar.
Eu não queria que ele
se comportasse. Esse era o problema!
- Certo. - pigarreio - Então, aquilo na verdade é uma camisinha.
- Camisinha? - franziu o cenho, confuso.
- Sim… Hun… Ai céus, não dá pra explicar de outra forma. - pigarreio -
Certo. Os homens usam aquilo no pênis, Sasuke.
- Onde!? - os olhos negros ficam esbugalhados e como mágica, todo o
desejo que havia alí, sumiu.
- No pênis… Para evitar filhos e o mais importante, doenças.
Ele fica em silêncio,
me olhando com os olhos esbugalhados e a boca entreaberta. Não piscava, não
respirava, não fazia nada. Comecei a ficar preocupada. Muito preocupada.
- Sasuke? - chamei, mas ele permaneceu paralisado - Sasuke, pelo amor de
Odin…
- Ai. Meu. Deus! - balbuciou - Eu… Eu.. S-Senhorita…
- Fica calmo. - segurei seus ombros.
- Calmo? - me olha espantado - Sakura, eu comprei três daquilo… daquela
coisa! - passa as mãos nos cabelos - E eu ia dar aos Senhores… Mas que … - me
olha espantado - E a Senhorita do supermercado… Sakura, porque você me permitiu
comprar aquilo!?
- Porque você estava empolgado… Se acalma. É normal os homens usarem e
comprarem… Ela está acostumada.
- Devo ter parecido um maníaco! - joga a cabeça para trás - Eu preciso
morrer! - passa as mãos nos cabelos - Uma morte lenta e dolorosa.
- Sasuke! - seguro o rosto dele entre minhas mãos e o faço olhar para
mim - Para. Não é nada demais.Tô te falando, é normal… Chega a ser exemplar,
até.
- Não vejo como. - resmunga com o rosto vermelho de vergonha.
- Você só deixou claro que 1: Se preocupa com nossa saúde; 2: Está
evitando um filho indesejado.
- Doença? Ok. Mas filho? Sakura, quem não quer um filho!? - franzi o
cenho - Quem evitaria um filho? E a quantidade que eu comprei… Quantos vem alí?
- ele respirava rápido.
- Apenas um. Fica tranquilo… E eu não quero um filho agora!
- Como não? - arqueia as sobrancelhas - Um filho completa um
lar...
- Meu lar já é completo. - me defendi.
- Não é. É silencioso, calmo, arrumado demais. E olha que eu gosto de
calmaria, mas isso aqui… - indica minha casa - Chega a ser solitário… E triste.
Fico olhando nos
olhos dele, magoada. Ele não tinha o direito de falar aquelas coisas. Eu sei
que no mundo dele, um lar só é completo repleto de filhos e tudo o mais, mas as
coisas haviam mudado. Eu estava bem até ele aparecer. Minha garganta se fecha e
eu levanto rápido do colo dele. Passo as mãos na blusa, ajeitando-a e pigarreio
arrumando as almofadas do sofá.
- Sakura… - me chama baixo… Ele sabia que havia me magoado. - Sakura,
por favor… - levanta e segura meu braço.
- Não! - puxo meu braço virando rápido para ele - Me desculpe se isso
aqui - indico minha casa como ele havia feito - Não lhe agrada. Se você sente
falta da bagunça e do barulho. ME DESCULPE! - dou um passo à frente sentindo
minha vista ficar embaçada - Mas é minha casa, meu lar, Senhor Uchiha. É tudo o
que eu tenho!
- Eu sei. - franzi o cenho e ergue a mão para me tocar, mas dou um passo
para trás - Sakura… Me desculpa. Não era isso que eu queria dizer… É só que… Eu
sinto falta sim de minha Mei. - franzi o cenho - Quero muito ser pai, sim, mas
não estou te julgando por nada. Respeito suas esc…
- Respeita porra nenhuma! - retruco irritada. Sinto uma lágrima escorrer
e trato de enxugá-la rápido. Vejo ele franzir ainda mais o cenho, desesperado -
Você pode ser um cavalheiro, pode ser muito gostoso, Sasuke, mas é como todos
os homens por ai! É igual à todos! - fungo e passo as mãos no rosto - O mundo
vai estar “ok” quando suas necessidades estiverem completas, mas deixa eu te
falar uma coisa que provavelmente ninguém no seu mundinho nunca te falou: Uma
mulher não precisa de um homem para ser completa. Não precisa de um filho para
ser completa. Não precisa ser casada para ser completa. Não precisa de porra
nenhuma disso!
- Sakura… - sussurra com os olhos esbugalhados.
- Olha ao seu redor, Senhor Uchiha. - respiro fundo e enxugo mais uma
lágrima - Olha para essa casa, para meu carro, olha para mim! Sabe quantas
mulheres tem essa vida que eu tenho? - fungo - Sabe o quanto eu trabalhei duro
para conseguir isso? Quantas noites acordadas estudando, planejando? - Coloco
as mãos na cintura e olho para cima, respirando fundo- Sabe como é perder os
pais, ficar sozinha no mundo e ter que cuidar de tudo? - olho para ele e dou um
sorriso sem graça nenhuma, as lágrimas desciam involuntariamente - Sabe o que é
sentir uma dor e não poder controlar? Sabe o que é para uma clínica de
reabilitação porque te julgaram maluca? Sabe o que é ter toda sua herança
trancada porque a justiça te julgou incapaz de controlar tudo, e pior! Te
colocarem um tutor filho da puta para cuidar de tudo? Um tutor que te manda
para a casa do caralho só para poder fazer o que bem entendesse com tudo o que
era seu? Sabe o que é lutar por anos para conseguir tudo de volta? Sabe o que é
ser culpado pela morte de seus pais? SABE!? - caminhei pela sala, passei a
lingua entre os lábios e voltei a olhar para ele, meu queixo tremia tamanha era
a raiva que eu estava sentindo.
- E-eu… - balbuciou. Ele estava visivelmente abalado com tudo aquilo.
- Isso que você chama de “triste e solitário” eu chamo de “lar”. - baixo
os olhos e respiro fundo. Fecho os olhos e sinto lágrimas quentes dançarem por
minha bochecha. Respiro fundo e olho para o Uchiha - E você não tem o mínimo
direito de julgar, porque você não faz parte disso. - indico minha casa - Você
foi um erro… Um erro que eu já estou tratando de consertar.
- Sakura… - sussurra e dá um passo para trás. Ele franzi o cenho ainda
mais e abre e fecha a boca várias vezes. Sua testa fica enrugada e eu vejo um
sentimento alí, um sentimento que eu sabia muito bem qual era… Era dor. Ele
desvia os olhos dos meus incapaz de me encarar. Eu o havia magoado como ele
havia me magoado… E por algum motivo, vê-lo daquele jeito me feria. Me
machucava. me matava. - Eu… - pigarreou - Eu espero que a Senhorita fique feliz
quando consertar o erro. - ele me olha nos olhos. Suas iris estavam
cabisbaixas. Aquilo me pegou de surpresa. Ele caminha e para ao meu lado -
Porque, sinceramente, eu não vou ficar.
- Você não precisa fingir. Não pra mim. - o olho pelo canto do olho.
- Não estou fingindo. E também sei que a culpa sobre a morte de seus
pais não foi sua. - Ele segura meu ombro e me faz virar para sí. Solto um
sorriso nasalado e reviro os olhos - Estou falando sério.
- Você não sabe da história. - resmungo.
- Não preciso saber. - as mãos dele vão para meu rosto e sou obrigada a
olhar em seus olhos - Eu sei. Seja lá o que ten…
- Eu estava presa. - solto em um murmúrio e ele para de falar - Buh… -
dou um sorriso sem graça - Eles estavam indo me tirar da cadeia.
- Presa? - franzi o cenho, mas continuava segurando meu rosto.
- Uhum… Bati em um policial porque estava drogada. - mordisco o lábio
inferior e desvio os olhos dos dele com vergonha. Uma lágrima escorre, mas
sinto o polegar dele enxugá-la.
- E onde…? - sua voz era um sussurro.
- Eles estavam indo me soltar… - fungo e acabo sorrindo. Reviro os
olhos, mas não olho para ele. Parecia errado olhar para alguém tão certinho
como o Sasuke - Eles estavam cansados de fazer aquilo, mas naquela noite…
Uma troca de tiros na avenida e puft!... Ótimos estudos, melhores notas,
educada, ótima vida, ótimos lugares… mas, mau exemplo. Mau comportamento. - dou
de ombros, respiro fundo e olho para ele. Seus olhos estavam trêmulos - É por
isso que não quero ser mãe… porque nem sequer filha eu consegui ser. Por isso
que isso aqui é meu lar. É o que sou, entende? - estreitei os olhos para os
dele - Porque é assim que eu sou.
- Não. Não é. - murmura e seus olhos buscam os meus. A mão dele segura
meu rosto com mais determinação e sua voz sai mais firme - Seja lá o que tenha
acontecido no passado, te tornou quem você é hoje. Os erros? Se aprende com eles
e tenho certeza que você aprendeu. Eu olho em seus olhos e vejo algo que nunca
ví em lugar algum, Sakura, e eu não posso ter me confundido tanto. - ele
estreita os olhos para mim - Tenho certeza que não.
- Eu acho que sim.
Seus olhos encontram
os meus e eu acabo ofegando. “Minha Sakura”. Pisco várias vezes tentando limpar
os olhos, mas ficou impossivel porque mais lágrimas apareceram. O modo como ele
estava me olhando, o modo como seus dedos faziam carinho por meu rosto. O modo
como ele estava sorrindo agora, como se apenas nós dois importasse, fazia meu
coração bater acelerado contra o peito me causando uma enorme falta de ar. Ele
inclina o rosto na direção do meu e seus lábios tomam os meus de um modo suave.
Como uma valsa tranquila, em uma noite estrelada, dançada por dois amantes. Como
o sol beija o mar ao nascer. Como o vento sopra contra a pele no final de um
dia ameno. Como o deslizar suave de uma vara sobre as cordas de um violino
entoando a mais sutil canção.
~> Continua
Poxa, assim não vale viado, estou aqui chorando rios e assoando o nariz usando todos os lenços que tenho 😭😭😭😭😭😭😭😭😭
ResponderExcluirComo pode um homem desse?! Como não se apaixonar mais e mais por ele?!
😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭
Gente estou com um aperto no peito e Saky sinto muito, mais quando o Sasuke volta pra era dle, sinto q sua cara vai realmente se tornar triste e solitário 💔
Bruna tu é a melhor 👏😭👏😭👏😭
SUPER HIPER MEGA ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POSTAAAA LOGOOOOOOOO OUTROOOO CAPÍTULO!!!!!
#TheBest
#NumberOne
O Senhor Uchiha é mágino, não é? *------------*
ExcluirSou apaixonada por ele.
Eu amo esses dois!
ResponderExcluirSão perfeitos juntos.
Essa crise e desabafo da Sakura, acho q foi importante p a relação deles. Os deixando mais íntimos.
Ansiosa por mais desses fofos
* --- *
Foi mesmo. Deixou eles mais ligados.
ExcluirOiiii viadaaaa
ResponderExcluirSdds
Cara o que dizer desse Sasuke, vc com certeza descreve os melhores Sasukes em todas as fánfics, queroooo mais e quando o uchiha for embora prevejo tristeza , para mim e para a Sakura e para o Sasuke 😥😥😥
Nayyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy...
ExcluirSaudades ç.ç
Obrigada *-*
Se prepare para chorar quando ele for embora.