Projeto Ampulheta - Capítulo 6




Abro os olhos lentamente sentindo uma preguiça gigantesca. Me espreguiço na enorme cama, sentindo o calor agradável das cobertas. Olho ao redor e levanto lentamente. Vou até a persiana da porta de vidro que dava acesso à varanda e abro-a, vendo que o sol estava tímido. Volto minha atenção para o quarto e vejo, no relógio em cima do criado mudo, que era 5:55 da manhã.

Vou até o banheiro e tomo um banho quente rápido, visto um roupão fofinho e vou até o closet, pego uma calça legging cinza, um top nadador também cinza e um cropped preto de ombro caído, folgadinho. Calço um tênis, faço um rabo de cavalo alto e pego meu ipod shuffle, colocando os fones nos ouvidos.

Saio do quarto e encosto o ouvido na porta do quarto de hospedes e escuto o barulho do ar. Ele ainda estava dormindo. Caminho o mais silenciosa possível e então saio de casa. Ainda em frente ao jardim externo, faço um alongamento rápido e então começo a correr pelo caminho de paralelepípedos da propriedade.

A música soando em meus ouvidos era animada e me deixava disposta a correr mais. Eu não fazia o tipo atleta, mas apreciava bastante uma corrida pela manhã nos dias de folga. Depois de alguns minutos, alcanço a estrada do condomínio, era um local pouco movimentado, mas a essa hora da manhã haviam umas pessoas aqui e alí praticando alguma atividade física e sempre que alguém passava por mim falava um educado “bom dia” ao qual eu também respondia educadamente.

Corri por aproximadamente três quilômetros, o suficiente para chegar em um parque botânico e então voltei. Eu já sentia meus pulmões queimarem e minha boca estava bastante seca, mas eu tinha que chegar em casa. Assim que entrei pelo caminho de paralelepípedo, vi ao meu lado esquerdo umas flores que chamaram minha atenção. Eram as flores que estavam outro dia em cima da mesa que o Uchiha havia preparado.

Então ele as tinha pego aqui.

Quando finalmente avistei minha casa, ví, na varanda frontal, a imagem do Uchiha. Ele estava com as mãos no parapeito da varanda, vestia um blusão cinza e uma calça de flanela preta. Eu não pude deixar de sorrir com a ironia entre as cores de nossas vestes. Os cabelos dele pareciam uma bússola louca: Apontavam para todas as direções. Assim que me aproximei, ele inclinou um pouco para a frente e eu parei em frente à garagem aberta, com as mãos nos joelhos, inclinei o corpo para frente respirando.

- Bom Dia, Senhorita Haruno. -a voz dele ainda era bastante rouca, acho que acabara de acordar-

- Bom... Dia... Senhor Uchiha. -respirei fundo e então levantei. Com uma mão sobre os olhos, tentei focá-lo - Acordou cedo.

- Sempre acordo, mas a Senhorita acordou REALMENTE cedo. Sente-se bem? -o vi franzindo o cenho-

- Hai. Ótima!

Com um aceno de cabeça, voltei a caminhar agora entrando pela porta de madeira, quando cheguei na sala, o vi descendo as escadas. Tirei os fones dos ouvidos e quando ele finalmente estava na entrada da sala, seus olhos me avaliaram e eu vi suas bochechas corarem.

- A Senhorita não deveria sair assim. -resmunga, desviando os olhos-

- Oras, o que tem demais? – vou até a cozinha, pego um copo com água e bebo – Estou vestida, vê?

- Não... Não mesmo... Perdão, mas... não em cima e em baixo está... -ele respira fundo- colado... demais. – e então pigarreia.

- Bobagem. – coloco o copo na pia e caminho na direção dele – Você não espera que eu pratique exercícios de jeans não é?

- C-Como? – seus olhos vem na minha direção, mas quando ele vê que eu estou me aproximando, desvia o olhar novamente.

- Esquece. – assim que chego ao lado dele, dou uma batidinha em seu ombro direito – Vou tomar um banho, já volto.

E então subo as escadas, mas ainda ouvi um resmungo dele, algo relativo a “manter as partes cobertas”. Dessa vez o banho é de cabeça e demorado. Visto um short que batia na metade das coxas e uma regata. Calço um chinelo e então penteio os cabelos. Quando chego no mezanino, vejo que a mesa estava arrumada e eu procuro pelo local a presença do Uchiha, mas ele não está em lugar algum.

Vou para a cozinha e preparo um café leve, afinal, por volta das 8:00 o pessoal iria chegar e então as comidas seriam bem pesadas. Coloco os ovos em cima da mesa. Vejo as sacolas de compra em cima do sofá então decido colocar tudo para lavar. Pego-as e destravo a porta, indo para a area do jardim. Passo pela churrasqueira e então por trás dela, entro na área de serviço. Abro a porta e entro. Abro a porta da máquina e começo a tirar as etiquetas e colocar as roupas lá dentro. Seria uma lavagem rápida. Quando está tudo pronto, ligo a máquina ativando a secagem rápida.

Enquanto a máquina trabalhava, volto para dentro de casa me deparando com o Uchiha sentado no sofá. Seus olhos caem em minhas pernas expostas e ele solta um murmuro, olhando para o teto. Faço uma careta e sigo para a cozinha pegando a jarra com suco e também o café e coloco em cima da mesa.

- Vem comer?

- Sim, obrigado.

Ele levanta e eu não o espero se aproximar e sento. O Uchiha senta na cadeira à minha frente e comemos em silêncio. Em momento nenhum ele me olhava, parecia perdido em pensamentos. Só agora notei que o mesmo havia tirado o blusão e vestia uma camisa confortável.

- Senhor Uchiha? – O chamo e ele me olha – Hoje teremos visita.

- Oh... – Ele limpa a boca e inclina levemente a cabeça – Isso é maravilhoso... Eu acho.

- Sim é, mas é uma festa na piscina.

- Não compreendo, desculpe. – franzi o cenho.

- Bem, vem a Hinata, Naruto, Ino e o Gaara. E... hun... devo lhe dizer para se preparar.

- Por qual motivo? – sua voz sai curiosa.

- É que, os trajes para banho são... um pouco pequenos.

- Defina pequeno.

- Tipo... – respiro fundo – menos que isso. –indico minha roupa.

- Ah meu Deus. – Ele resmunga e eu o vejo suspirar – Senhorita, quanto as roupas diminuíram nesse espaço-tempo entre eu e a Senhorita?

- Você ficaria assustado. – mordo meu lábio inferior, nervosa.

Ele não fala mais nada, mas passa o restante do café desconfiado. Quando finalmente terminamos, o Uchiha me ajuda a recolher a mesa. Lembro das roupas e corro até a área vendo que a máquina havia acabado. Tiro todas as peças da máquina vendo-as secas, mas amassadas. A pior parte. Eu odeio fazer isso. Escuto a campainha tocar.

- Senhor Uchiha, atende pra mim por favor? – grito.

- Certamente, Senhorita. – Ele informa e só então eu percebo que sua voz estava perto. Piscina? Churrasqueira? Em baixo da marquise?

Coloco as roupas dentro do cestinho e volto para dentro de casa. A cena que se segue é no mínimo inusitada. O Naruto estava junto à porta, vestia uma bermuda e uma camisa regata. A sua frente estava a Hinata, ela vestia um vestido de renda, mas que era decotado e pelo o que percebi, costas nuas, o vestido batia pouco à cima da metade de suas coxas e a cena épica: O Uchiha estava de costas para ambos com o rosto da cor de um tomate extremamente maduro e os olhos esbugalhados.

- P-p-perdão, S-Senhor Uzumaki... – ele engasga.

- O que você fez para estar se desculpando, cara? – Naruto franzi o cenho.
Eu não me aguento e explodo numa gargalhada. Todos os olhos se voltam para mim. Coloco a cesta em cima da mesa e me apoio na cadeira para não cair de tanto rir. Minha barriga doía e meus olhos estavam cheios de lágrimas. Com muita luta, consigo me acalmar aos poucos e depois de respirar bastante, dou um tapinha no ar.

- Nada Naruto, ele só viu as pernocas da Hinatinha e os seios dela.

- Ah... – A Hinata olha para sí mesma. – Algum problema? –ela olha pra Naruto.

- Pra mim tá tudo no lugar. – dá uma conferida na esposa.

- Oh Deus. – o Uchiha sussurra.

- Acalme-se, Senhor Uchiha. Eu lhe avisei que as roupas diminuíram.

- Perdão, Senhorita, mas isso são... Oh Deus. – Ele dá um passo em direção a sala.

- Fiquem tranquilos, se ele ainda não morreu, significa que vai viver. – Vou até o casal Uzumaki e dou um abraço em cada um – Mas Hina... com essas peitholas ai é bem capaz de ele morrer.

- Saky! – Ela ofega.

- Para de chamar a atenção de outro homem para os seios da minha esposa, por favor? – Me olha ofendido, mas ainda assim, sorrindo.

- E-e-eu realmente não... não pretendo... olhá-los, Senhor Uzumaki. – O Uchiha estava próximo ao sofá, ainda de costas.

- Ah deixem de frescura, vamos, podem entrar e se acomodar. Eu vou guardar essas roupas aqui, colocar meu maiô e volto.

- E-Eu vou lhe ajudar. – o Uchiha corre e pega a cesta com as roupas e sobe as escadas em tempo recorde.

Tanto a Hinata quanto o Naruto sorriem e vão para a area da piscina. Subo as escadas e encontro o Uchiha em frente à porta do meu quarto. Ele estava branco igual um papel.

- Vamos, você não precisa ficar assim... Ao menos espere a Ino e ai sim, você vai poder surtar. – Vou até a porta do meu quarto, abrindo-a – Entre. –eu não espero a resposta dele e entro.

- Senhorita... – Olho para o Uchiha e ele estava mordendo o lábio inferior, parecia estar travando uma batalha interna.

- Venha, não precisa ter medo. – incentivo.

Ele respira fundo algumas vezes e então entra: Primeiro o pé direito e com mais uma respirada profunda, o esquerdo. Reviro os olhos para aquilo e então aponto a minha cama. Ele caminha até ela, relutante e coloca a cesta em cima, depois fica parado com ambas as mãos atrás das costas. Vou até o cesto e pego uma bermuda, entregando para ele, depois pego meu maiô.

- Você pode vestir isso ai. E não precisa ficar com vergonha ou algo do tipo, como viu, o Naruto está de bermuda.

- Senhorita, não é adequado...

- Que não é adequado oque... Faz assim, você veste a bermuda e... – mexo no cesto e pego uma camiseta, entrego – aqui, vista isso.

- Indecente. – Ele resmunga.

- Você ainda não viu o indecente, mas ele vai chegar logo... Ou melhor, ela e se chama Ino Yamanaka. Agora vá se trocar, pode usar meu banheiro, enquanto isso, eu vou arrumando essas roupas.

Seguro seus ombros e começo a empurrá-lo para meu banheiro. Ele reluta e resmunga, mas eu finjo não escutar e fecho a porta do banheiro. Volto para a cama e começo a dobrar as roupas.  Depois de alguns minutos, todas já estão dobradas e nada dele sair do banheiro. Sento na beirada da cama e pego meu celular vendo uma mensagem da Ino dizendo que já estava chegando. Suspirando, deixo o celular de lado e levanto indo até a porta do banheiro, dando duas batidas.

- Senhor Uchiha?

-S-Sim? – sua voz soa trêmula.

- Está tudo bem? – me inclino na direção da porta.

- Na verdade... – o escuto suspirar – Eu não vou sair, Senhorita.

- Oras, vamos, pode sair... – incentivo.

- Isso está... Oh Deus. – escuto ele gemer em reprovação.

- Deixe de bobagens. Venha deixe-me lhe ver. Se estiver indecente para você sair do quarto eu prometo que lhe informo.

- Se estiver indecente, está até mesmo para eu sair desse banheiro, Senhorita.

- Você escolhe, prefere que uma pessoa veja sua indecência ou cinco? -cruzo os braços.

- Prefiro que uma Senhorita não veja.

- Ai, ai. Venha logo. Deixe disso! – Dou dois socos leves na porta.

- T-tudo bem... – escuto-o respirar fundo – Ai meu Deus...

Me afasto um pouco da porta e ainda com os braços cruzados, rolo os olhos esperando, pacientemente, o homem criar coragem. A porta finalmente abre um pouco e ele coloca a cabeça para fora. Seu rosto estava corado e eu me seguro muito para não sorrir. Ele abre um pouco mais à porta e finalmente passa. Suas mãos estavam ao lado do corpo, paralisadas e fechadas em punho, ele não me olhava. Faço uma análise rápida e vejo suas pernas bem torneadas à mostra. Involuntariamente dou uma respirada funda imaginando como deve ser bom passar as pernas por entre as deles.

- Ficou bom. – decreto, olhando seus braços à mostra naquela camiseta.

- E-eu não sei... – ele ainda não me olhava.

- Deixei disso. Eu vou me trocar. – Vou até a cama e pego meu maiô, depois vou até o closet e pego um short de renda preto.

Ignorando totalmente as reações do Uchiha quanto a sua roupa, entro em meu banheiro e coloco rapidamente meu maiô. Era pouco cavado com uma abertura em forma de gota abaixo do busto, costas nuas, mas com a calcinha comportada. Em cores celestes e confortável. Visto logo meu short e me olho no espelho do banheiro. Escolhi um maiô comportadinho para o homem não se chocar tanto, eu sabia que a Ino pegaria pesado no quesito biquíni. Abro a porta do banheiro e quando saio ele estava de costas para mim, olhava para as portas de vidro que davam acesso à varanda. Ao escutar a porta abrir, ele vira e seus olhos passeiam por meu corpo tão lentamente que parecem não se mover.

A boca dele cai em um “O”, mas ele não parece perceber, pois, estava analisando meu corpo. Pela primeira vez na vida, senti vergonha de alguém me analisando desse jeito. Era como se eu tivesse passando por um scanner minimalista, mas então, o rosto dele começou a ficar rosado, corado, vermelho, purpura e então roxo. Ele piscou algumas vezes e então seus olhos chegaram nos meus.

De forma muito rápida, ele corre até à porta trancando-a. Tomo um susto achando que ele se tornou um total pervertido, ele tira as chaves da porta e então corre até minha cama e pega meu cobertor vindo em minha direção, dou um passo para trás, mas ele é mais rápido e joga o cobertor em volta do meu corpo.

Enlouqueceu!

- Senhor Uchiha!

- Não. Definitivamente não. – o cobertor da tantas voltas em torno de meu corpo que eu não consigo nem mexer minhas mãos – A Senhorita não vai sair assim! – o homem não me olhava, mas fazia tudo muito rápido.

- Deixe disso! É festa na piscina, eu não vou tomar banho de burca! – esbravejo, tentando me soltar da amarra.

- NÃO! EU NÃO PERMITIREI QUE A SENHORITA SE EXPONHA DESSE JEITO, PELO AMOR DE DEUS.

- MAS EU AINDA NEM TIREI O SHORT! – grito de volta e então ele me olha, paralisado.

- A SENHORITA PRETENDE TIRAR MAIS? – ele dá um passo para trás e eu aproveito para começar a me soltar.

- Deixe disso, homem!

Ele é mais rápido e segura o lençol, me enrolando novamente.

- DE FORMA ALGUMA, NÃO IREI PERMITIR TAMANHO CÚMULO. EU JÁ FALEI QUE IREI CUIDAR DE SUA INTEGRIDADE E ASSIM FAREI. – ele estava realmente irritado.

- MAS EU NÃO ESTOU DESFAZENDO MINHA INTEGRIDADE!

Em uma luta, eu consigo soltar minhas mãos e aproveito que ele fica sem reação quando o lençol escorre por meus ombros revelando o decote do maiô, afasto o lençol de meu corpo e então corro na direção do criado mudo para pegar a chave reserva, mas antes de alcançar o objeto, sinto minha cintura ser segurada e meu corpo é elevado do chão, começo a me debater o que foi inútil, ele era bem mais forte que eu. O Uchiha caminhava pelo quarto me carregando suspensa, enquanto eu ainda me debatia e dava socos em suas costas. Ele me segurou com um braço só e com a outra mão ele pegou o lençol jogando por cima de mim (fiquei parecendo um fantasma).

- ME SOLTA SASUKE UCHIHA! – esbravejei.

- DE FORMA ALGUMA. NÃO VOU PERMITIR TAMANHA VULGARIDADE!

- EU NÃO ESTOU VULGAR, SEU IDIOTA!

- VAMOS MANTER O NÍVEL DO DIÁLOGO, POR FAVOR?

- PRA PORRA O NÍVEL DO CARALHO À QUATRO!

- SENHORITA HARUNO, MANTENHA SUA COMPOSTURA! – o Uchiha me joga em cima da cama e aproveita que eu estou atrapalhada com o lençol e pega o forro da cama e começa a me enrolar nele também.

- AI MEU DEUS EU TÔ SENDO MUMIFICADA VIVA! – me debato ainda mais – PARA COM ISSO SEU MALUCO!

Quanto mais eu me debatia, mais ele conseguia me enrolar naquele monte de pano. O homem havia esquecido completamente dos trajes que vestia e seu único objetivo era me mumificar, literalmente. Comecei a me arrastar pela cama, mas gemi em frustação quando ele subiu em minha cama e me puxou pelos pés, voltando a enrolar o lençol ainda mais apertado e por fim, pegando duas pontas dando um nó, me deixando por fim, presa.

- Pron-to. – ele suspira, cansado, passando o dorso da mão na testa.

- Me... solta. – exijo, estávamos muito ofegantes.

- A Senhorita... Não sai daqui... Assim... – decreta, sentando ao meu lado na cama e então respirando fundo, tentando controlar o cansaço.

- Ai meu Odin... homem é uma piscina... eu não vou entrar nela vestida de burca! – me debato, mas estava tão cansada que soa ridículo.

- E vai se expor assim? Despira desse jeito? – Ele balança a cabeça freneticamente – Não mesmo. Não permitirei.

- EU TÔ VESTIDA, CACETE!

- Senhorita... – ele fecha os olhos tentando se controlar – Sem palavras indecentes.

- INDECENTE É O CARALHO... EU TÔ VESTIDA!

- NÃO ESTÁ!

- ME SOLTA AGORA, UCHIHA, OU EU VOU NADAR REALMENTE, LITERALMENTE, CERTAMENTE, NUA NAQUELA PORRA DE PISCINA.

- AGORA É QUE EU NÃO SOLTO MESMO! – Ele levanta rápido da cama e então vai até a porta de vidro, trancando-a e coloca a chave no bolso também. – Vai ficar aqui de castigo! A Senhorita precisa repensar muito sobre seus comportamentos e palavreados.

- AI MEU DEUS, AI MEUS DEUS, AI MEU DEEEEEEEEEUS!!! – grito igual uma louca. Infelizmente, todos os quartos da casa eram à prova de som, ou seja, nem o Naruto nem a Hinata conseguiriam me ouvir. Infelizmente – EU VOU ENLOUQUECER COM ESSE HOMEM!

- Eu já falei. – ele respira fundo e então senta na poltrona que havia próximo ao closet – Só depois que a Senhorita repensar que eu lhe soltarei.

- VÁ PRA MERDA, SASUKE UCHIHA! – grito e começo a me debater igual uma louca na cama. Eu me sentia uma lesma e foi me debatendo que eu quase cai da cama, mas ele foi mais rápido e se jogou em cima da cama, me segurando pelos pés e me puxando de volta para o centro da cama.

- Fique quieta ou vai acabar se machucando. – ralha comigo.

- Eu juro que vou te matar. – Ameaço entre dentes e então me debato mais, mas ele usa o peso do próprio corpo para me imobilizar. Senta em cima de mim e segura meu tronco com as mãos.

- Isso não está ajudando. – informa com as sobrancelhas erguidas.

- QUE SE DANE! – grito voltando a me debater e ele faz mais força, me imobilizando.

- A Senhorita tem muitos maus modos. – ele faz uma careta.

- Eu.Não.Quero.Saber. – olho furiosa para ele.

- Deveria. – arqueia as sobrancelhas.

Mas só então eu percebo a situação. Ele estava em cima de mim, com o corpo sobre o meu, nossos rostos estavam próximos. Definitivamente as roupas não eram apropriadas (para ele) e ai eu percebo minha chance.

- Então o Senhor acha correto um homem solteiro estar no quarto de uma mulher também solteira, com a porta trancada e ele estar em cima dela com esses trajes? -  desafio.

Seu rosto fica sem expressão, mas depois ele começa a ficar corado, e mais corado, e mais corado, até que suas mãos me soltam e ele salta de cima de mim rapidamente, se encostando na parede ao lado da porta. Seus olhos estavam esbugalhados e seu peito subia e descia rápido.

- E-e-eu... – balbucia.

- Vamos lá Senhor Uchiha... ou melhor, Sasuke. – Sussurro seu nome.

- N-não me chame com tamanha intimidade.

- Hun... Sasuke... O que meus convidados vão pensar hein? – desafio vendo-o vacilar. Aproveito e faço impulso ficando com o corpo virado para ele.

- E-eu estou...

- Sim, está no meu quarto, com as portas trancadas. A um bom tempo.

- E-eu... – ele abre e fecha a boca várias vezes, seus olhos vagueiam pelo meu quarto e eu percebo o terror passar por eles. Seu rosto estava da cor de um tomate.

- Tsk, tsk. – balanço a cabeça – Olha... Eles devem estar pensando nesse exato momento que estamos fazendo várias coisas aqui. – Insinuo com a voz sibilosa. Ele me olha espantado.

- Ai Deus. – Sussurra. – Mas... – engole seco – Não estamos.

- Hum... Você tem como provar? – arqueio as sobrancelhas – Eles vão achar que sim. Será sua palavra contra a minha.

O Uchiha me olha por um tempo, depois desvia o olhar novamente. Seus olhos estão trêmulos e ele abre e fecha a boca várias vezes. Ele está tão prensado contra a parede que eu chego a pensar que pode atravessá-la.

- Pense bem Sasuke – sussurro novamente seu nome e eu o vejo estremecer – Estamos morando aqui sozinhos, você é homem, eu sou mulher. Somos desimpedidos... Na flor da juventude e cheio de hormônios.

- Não seria verdade. – balbucia sem me olhar.

- Hum... E então eu diria que tudo aconteceu ontem, depois que o Kabuto foi embora... Você me agarrou e me beijou de forma voraz e MEU DEUS! – finjo entusiasmo – QUE BEIJO!

- PARE SENHORITA. – ele leva às mãos aos ouvidos.

-E então eu senti toda sua virilidade e começamos a nos pegar ainda na sala da minha casa, porque, UAU QUE HOMEM É O SENHOR! – eu começava a gritar demonstrando desejo.

- PARE! – ele balança a cabeça em negativa.

- E então sem conseguir mais aguentar, você, Sasuke, me joga no sofá e então nós dois temos uma noite louca de prazer intenso e OOOOH – solto um gemido alto – COMO VOCÊ É VIRÍL!

- PARE, PARE, PARE. – Ele escorrega pela parede e então fica ajoelhado no chão pressionando ainda mais as mãos contra os ouvidos.

- E então eu falaria sobre como suas mãos foram quentes e astutas ao passearem por meu corpo... – me rastejo mais na cama, querendo fazer ele perder o controle e me soltar logo – e falo de seus beijos quentes e molhados e NOSSA COMO O SENHOR É UM HOMEM BEM DOTADO! - vejo que em sua bermuda, um pequeno volume começava a se formar entre suas pernas.

EEEEEPA... PERA AI!

GENTE O QUE É ISSO!?

O UCHIHA ESTÁ REALMENTE PERDENDO O CONTROLE DO PRÓPRIO CORPO?

- EU JÁ FALEI PARA PARAR! – ele grita e seu corpo tomba para frente. Ele apoia as mãos no chão e estava ofegante, suado e descabelado.

Fico observando o homem caído em meu quarto, por um momento senti pena dele, afinal, não era nada comum para o coitado estar passando por isso, mas me mumificar era algo inaceitável. Ele não tinha esse direito. Uma coisa que me espantou foi ele começar a ficar excitado comigo apenas falando. Vejo sua respiração começar a voltar ao normal e então ele passa as mãos nos cabelos e levanta sutil. Seus ombros estavam arriados e ele não me olhava. Lentamente, caminhou até minha cama e se ajoelhou nela. Suas mãos vão para o nó que ele havia dado e lentamente ele vai tirando o cobertor da cama, depois começa a soltar o lençol e então se afasta, me deixando terminar de soltar.

Ele vai para a parede ao lado da porta novamente, mas sua cabeça estava abaixada. Levanto da minha cama e passo as mãos nos cabelos e depois balanço os braços me sentindo livre. Faço um breve alongamento com as pernas e então caminho até o Uchiha. Ele olha para o lado quando eu paro à sua frente e estendo a mão esquerda.

- As chaves por favor.

Ele não responde, apenas coloca a mão no bolso e pega ambas as chaves e me entrega. Jogo a da varanda na cama e volto meu olhar para ele. Suspiro alto.

- Relaxa tá, não vou falar para ninguém o que se passou aqui. Vou dizer que eu apenas vim me trocar e que o Senhor está no seu quarto. – O Uchiha não responde, mas seu pomo sobe e desce quando ele engole em seco – Vamos lá, não precisa ficar tão nervoso. – seguro seus ombros e ele encolhe com meu toque, fico na ponta dos pés e dou um beijo demorado e sua bochecha. Ele fica ainda mais corado – Não fica encucado com isso.

Dou um tapinha no seu ombro direito e então me afasto, abrindo a porta e saindo do quarto, mas antes de sair, dou uma olhada e o vejo olhando fixo para o piso do meu quarto. Coitado, acho que ele é quem vai precisar de um rivotril.




 ~> Continua


Notas Finais:

Link do maiô da Sakura: http://www.obiquini.com.br/maio-sol-da-barra-recorte-na-frente-estampado.html

Comentários

  1. Kkkkkkkkkkkkkkkkk peeerfeeeitoooo kkkkkkkkkkk nao consigo parar de sorrir kkkkk tadinho do Senhor Uchiha kkkkkkk continuar continuar continuuuuaarr kkk ansiosa pelo próximo capítulo kkkkkkkkkkkkk

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  2. Viadaaaaaa o que foi isso!!!!! Coitado do Sasuke, mais vamos falar a Sakura pegou pesado com o pobre coitado. Ri d+. Ansiosa pelo próximo!!!!!

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    1. Pegou pesado mesmo, mas ao menos ele já sabe que não deve mumificar ela

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  3. Quanta crueldade!!!
    Deixando o Uchiha de barraca armada! Kkkkkkk
    Mas depois ela foi até que gentil <3
    Amei o capítulo....

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    1. Viu, ele ganhou até beijinho kkkkkkkkkkkkkkkkk
      "barraca armada"
      xD

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  4. Tamanho choque de realidades só poderia terminar de forma desastrosa. Acho q a Sakura traumatizou o coitado do Sasuke, pobrezinho!

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