Reencontros - Capítulo 53

Notas Iniciais:
Estão preparados para o que vem por ai? Eu recomendo um calmante e bem... Se você não estiver bem, leia depois, esse capítulo ta carregado de sentimentos negativos.
No mais: Boa Leitura!


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Da porta do quarto, observava Sakura dormir. Já havia contado para ela a respeito da mãe ser a advogada. Sakura relutou com afinco, disse que preferia ser presa do que ter a mãe defendendo-a, mas no fim, ele conseguiu convencê-la. Agora, cansado, havia tomado banho, vestido uma roupa confortável - calça moletom e camiseta - e comido um pouco. Suspirando, olhou no relógio de pulso a hora, estava perto de Mebuki chegar, por isso, precisava acordar Sakura. Queria que ela estivesse bem desperta quando a mãe chegasse.

Com cuidado, caminhou até o criado mudo onde deixou a bandeija que trazia o jantar dela, depois subiu na cama e deitando-se ao lado da Haruno. Antes de acordá-la, Sasuke a observou. Sakura parecia extremamente cansada, com olheiras, respirava pesado, marcas de lágrimas secas ainda estava em seu rosto. Lhe doía a alma vê-la assim. Suspirou e deslizou a mão com carinho pelo rosto dela, depois deu um beijo suave na bochecha, depois nos lábios, vendo-a se remexer. Com carinho, acariciou os fios róseos, enquanto distribuía beijinhos pelo rosto dela.

- Bear? Hora de acordar. - chamou baixinho, vendo-a resmungar um protesto - Não adianta fazer manhã, meu amor. - sorriu e beijou os lábios dela novamente, ouvindo-a suspirar - Vamos... você precisa comer.

- Estou cansada. - murmurou, aconchegando-se nos braços dele, ainda com os olhos fechados.

Sasuke suspirou. Ela realmente estava muito cansada ele queria deixá-la descansar, mas ela precisava acordar para deixar tudo acertado. Passou o braço em torno do corpo dela, colando-a ao seu corpo, fazendo um carinho nas costas dela.

- Prometo que depois deixo, mas agora, você precisa despertar. - beijou o topo da cabeça dela.

- Você é tão chato, sabia? - resmungou, esfregando o rosto contra o peito dele - Você também é muito cheiroso.

- Ah, não sei se fico chateado ou feliz, agora. - fez voz de bravo, mas acabou sorrindo, segurando no queixo dela e erguendo o rosto para si, vendo a noiva abrir os olhos e encará-lo com as grandes esmeraldas. Sasuke deu um selinho nela, admirando-a logo em seguida - Eu amo você.

- Hun... Eu também te amo muito. - fez beicinho e suspirou - Mas você ainda é chato.

- Tudo bem. - deu de ombros - Hora de comer, mocinha.

- Mas eu não estou com fome. - reclamou.

- Você não tem querer. - com delicadesa, tirou ela de cima do corpo e pegou a bandeija, colocando-a sobre a cama. Todas comidas eram leves, haviam mais frutas do que qualquer outra coisa, além de um suco reforçado - Coma ao menos um pouco.

Sakura fez bico, mas no fim das contas, comeu. Ela também aproveitou e foi tomar um banho, lavou bem os cabelos e vestiu um vestidinho de algodão confortável, mas apresentável. Sasuke esperou pacientemente e quando ela estava saindo do banheiro, ouviram batidas na porta. A empregada da casa informou que Mebuki havia chegado. Sasuke pediu para que levasse a mulher até seu escritório e quando a empregada saiu, Sakura respirou fundo, sentindo os ombros pesarem.

- Fique tranquila. - Ele caminhou até ela, segurando-a pelo rosto - Estarei com você o tempo todo.

- Eu sei... - sussurrou, receosa - Eu só não queria conversar com ela... Essa mulher... - puxou o ar pela boca - Ela me odeia.

Sasuke viu lágrimas se formarem nos olhos verdes.

- Mas eu lhe amo. - colou a testa na dela, olhando-a nos olhos - Eu sei que não se compara ao amor de mãe, mas eu lhe amo, entende? - Ainda segurando-a no rosto, ele respirou fundo - E eu vou cuidar de você até o fim, eu vou te proteger, eu vou usar todas as minhas forças para te fazer feliz. Entendeu?

Sakura não aguentou aquilo. Estava tão quebrada que simplesmente balançou a cabeça de forma positiva, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. Carinhosamente, Sasuke beijou uma bochecha, depois outra, sorvendo as lágrimas dela. Não queria tê-la chorando mais. Sentindo-se mais corajosa, ela respirou fundo e afastou o rosto do dele, segurando na mão do noivo, sorrindo levemente para o moreno.

- Me lembre de quando tudo isso acabar, casar com você o mais breve possível.

Ele podia estar mais feliz? Até podia, mas diante da situação, aquilo aqueceu seu coração tão preocupado. Puxou-a para si e selou os lábios nos dela, tomando um beijo breve, mas apaixonado. Se separou dela, olhando-a nos olhos, vendo os lábios rosados entre abertos. Ele sorriu diante da visão.

- Eu vou cobrar, Senhorita Haruno. - estreita os olhos, fingindo ameaça.

- Não vejo a hora de ser chamada de Senhora Uchiha. - suspirou, brincando com a camisa dele - Não aguento mais carregar esse nome comigo.

- Não seja por isso. - com agilidade, pegou a mão direita de Sakura onde o anel que um dia pertencera a sua mãe repousava e retirou o anel de lá.

- Ei! - ela protestou, mas já era tarde, ele já havia retirado o anel.

- Xiiii. - pegou a mão esquerda dela e olhando-a nos olhos, começou a deslizar o anel no dedo anelar esquerdo, falando baixo - Eu, Sasuke Uchiha, diante de Deus e dos... - olhou ao redor - Móveis deste quarto... - fez careta - Prometo ser-te fiel. Prometo amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de minha vida... - puxou o ar pela boca - E até depois dela, se você não tiver medo de assombração.

Sakura estava chocada, mas mais uma vez, as lágrimas desciam. Nunca imaginou que Sasuke seria assim. Tudo bem, sabia que ele era carinhoso, amoroso, mas ele estava se mostrando mais que isso... Ele estava se mostrando um porto seguro. E ela se sentiu bem... e feliz! 

- Eu não tenho medo. - sussurrou com a voz embargada pelo choro, mas sorrindo.

- Ótimo. - sorriu ainda mais - Continuando... - passou a língua entre os lábios. Enquanto ele deslizava o anel até o final do dedo dela, os próprios dedos dele tremiam. A emoção era como se realmente estivesse casando legalmente, porque dentro do coração dele, aquele momento era real - E eu prometo cuidar de você, proteger você e fazer o impossível para ter esse sorriso sempre. - indicou o rosto dela que estampava um sorriso enorme, banhado pelas lágrimas de felicidade.

- Sas... - tentou falar o nome dele, mas a voz embargou.

- Vamos lá, querida, agora é sua vez...

- M-mas... não temos um a-anel.

- Não importa. - sorriu - Nós dois importamos, apenas isso.

- Tudo bem... - sorriu, nervosa, respirando fundo para conter o nervosismo - E-eu Sakura Haruno, diante de Deus e dos móveis deste quarto, prometo ser-te fiel. Prometo amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de minha vida... - parou para respirar, pois, suas mãos premiam demais... as dele também. Sasuke a encarava com tanta devoção que ela se sentia constrangida - E até depois dela, cuidando de você e te protegendo... - puxou o ar pela boca, enchendo os pulmões - E sendo uma excelente mãe.

- Isso é muito importante. - apontou com um bico, fazendo-a sorrir - Então pelo poder a mim concedido... Eu nos declaro marido e mulher. - deu uma piscadela - Acho que já posso beijar minha esposa.

- Pode sim. - sorriu.

Mas Sakura não esperou. Ela simplesmente se jogou nos braços do amado, arrancando um sorriso dele. Sasuke rodeou o corpo dela com os braços, grudando-a a si, oficializando aquela união tão especial para os dois. Afoita, envolveu os braços em torno do pescoço dele, exigindo mais do, agora, "marido", entretanto, o beijo aconteceu rápido. Eles tinham um compromisso.

Com um sorriso no rosto, ambos desceram para o térreo e seguiram para o escritório. Pararam em frente a porta e ele sentiu ela ficar tensa. Silenciosamente, segurou a mão dela com mais força, passando segurança e aquilo surtiu efeito. Sakura olhou para ele com determinação.

- Vai dar certo, não é?

- Claro que vai. - sorriu contidamente - Vá sem medo.

- Certo. - meneou a cabeça de forma positiva e com um respirar profundo, abriu a porta do escritório.

Mebuki estava de pé no meio do escritório olhando ao redor, parecia entretida com a decoração, mas ao ouvir a porta ser aberta, girou nos calcanhares e encarou o casal. Os olhos dela, muito analíticos, percorreram a ambos e se detiveram nos dedos entrelaçados de ambos. Arqueou as sobrancelhas e deu um pequeno sorriso. Sasuke soltou a mão de Sakura e fechou a porta às costas, enquanto Sakura caminhou até próximo a mãe e parou.

Incrivelmente, a ex Haruno ergueu o queixo, encarando a progenitora. Estava insegura, mas não iria deixar a mulher perceber. Conhecia muito bem a mãe para saber com quais armas Mebuki Haruno jogava.

E Sakura já estava quebrada demais para deixar que a mais velha a quebrasse ainda mais.

Sasuke havia garantido que daria tudo certo, e ela acreditava nele.

- Mebuki... - sua voz saiu baixa.

- Ora, ora... Sakura, querida. - a voz da mulher saiu com um "quê" de carinho. Tudo fingido, todos ali sabiam disso - Quanto tempo.

- E que permanecesse assim. - não iria fingir simpatia.

- Quanta grosseria. - balançou a cabeça de forma negativa e olhou para Sasuke - Menino Uchiha...

- Mebuki... - meneou a cabeça - Vamos ao que interessa?

- Claro. - sorriu.

- Ótimo, vamos nos sentar. - indicou uma poltrona para a mais velha e outra para Sakura. Elas sentaram e ele preferiu sentar no braço da poltrona de Sakura, apoiando as mãos nos ombros dela - O que precisa saber?

- De tudo... - pegou um gravador e colocou sobre uma mesinha que tinha ao lado da poltrona. Os olhos dela caíram sobre os ombros da filha e sorriu - Você parece uma leoa protegendo o filhote, menino Uchiha.

- Não confunda os papéis, Mebuki. - passou a língua entre os lábios - Aqui, eu sou o leão e estou protegendo minha leoa. - afaga os ombros de Sakura - Então não venha com gracinhas, você está na minha savana.

- Você gosta de trabalhar com ameaças, não é? - arqueou as sobrancelhas.

Ameaças? Sakura ficou confusa. Franziu o cenho e registrou aquela informação para perguntar ao moreno depois.

- Não estou ameaçando, Mebuki, estou apenas lhe informando que não quero gracinhas. Não costumo ser um lobo tão bom. - inclinou a cabeça para o lado - Agora vamos logo para o que interessa.

- Ok. - olhou para a filha - Vamos começar com você me contando tudo.

- T-tudo? - olhou rapidamente par ao moreno e depois para a mãe.

- Sim, Sakura. Tudo. Desde o início. Quero saber como se envolveu com o Uzumaki. Quero saber como ele obteve esse vídeo. Quero saber sobre o dia que ele divulgou, sobre como foi que tudo aconteceu e principalmente, muito bem detalhado, o dia da morte. Quero saber todos, absolutamente todos os detalhes desse dia. Como ele morreu principalmente, e... - pegou uns papéis em uma pasta que só agora o casal havia notado. Ela folheou os papéis e suspirou - Sobre a briga que antecipou o fato. - voltou os olhos para a filha - Tudo.

Sakura manteve-se um tempo em silêncio. Não estava preparada para falar sobre tudo. Sua mente fervilhava diante da informação, mas bem, era necessário, não era? Sentiu uma leve pressão nos ombros e instintivamente encontrou os olhos negros. Sasuke meneou a cabeça de forma positiva, encorajando-a.

- Bem... - respirou profundamente e começou a contar tudo.

Sasuke se mantinha sério tentando não transparecer raiva a cada detalhe que Sakura contava sobre ela e Yahiko, mas estava difícil. Aquelas eram lembranças duras para ambos e depois de um longo monólogo, finalmente chegou na parte principal: a da morte.

- E-eu só queria confronta-lo, sabe? Fazer ele se arrepender... - os olhos dela foram para o lado, revivendo aquele momento - Cheguei no dormitório e já percebi que ele estava bêbado, mas havia algo mais... Algo que eu não consigo entender o que era, mas o Yahiko estava diferente... - murmurou mais para si mesma, levemente ofegante - Ele parecia estar mais fora de si, agressivo... – franziu o cenho olhando para a mãe – Eu nunca o tinha visto daquele jeito.

- Prossiga. – gesticulou com a mão, olhando rapidamente para Sasuke, vendo o moreno franzir o cenho também.

- B-bom... – pigarreou – Começamos a discutir, claro. Eu perguntava o tempo todo o motivo de ele ter feito aquilo, dizia que ele precisava crescer. Que iria denunciá-lo, e foi então que ele se descontrolou. Começou a me xingar, dizendo que era para eu estar com ele e não com o Sasuke... – respirou fundo – Ele não aceitava o fato de eu ter voltado para o Sasuke.

- Idiota... – o Uchiha murmurou.

- Foi então que começaram os xingamentos mais pesados, até que eu não aguentei e dei um tapa no rosto dele.

- Apenas um tapa? – Mebuki perguntou.

- Sim. – suspirou e baixou a cabeça, olhando para as mãos – Eu não conseguia ter forças contra ele por mais que desejasse... – mordiscou o lábio inferior, sentindo as lágrimas se acumularem – No fim, acho que eu também tenho culpa nisso tudo, sabe?

- Você não tem culpa de nada, Sakura. – Sasuke murmurou, acariciando a cabeça dela.

- E ai... Bom, ele também me bateu. E-eu fiquei tão surpresa que não consegui ter uma reação imediata e então... – parou, fechando os olhos. Doía lembrar daquilo. Sentiu a mão do moreno em seu ombro, apertando-a levemente, passando confiança e força, mas aquela parte pesava tanto... era um misto de sentimentos que ela não era capaz de descrever sem sentir nada – Ele me empurrou na cama e começou a tentar tirar minha roupa, dizendo que eu ia prender que ele era muito melhor.

Ela parou para recuperar o fôlego, as lágrimas já escorriam pelo rosto feminino. Mebuki apenas ouvia impassível, com a feição inalterada, já Sasuke, levantou a cabeça e olhou para o teto, respirando fundo. Aquele desgraçado. Aquele filho da puta desgraçado havia tentado contra sua mulher... Yahiko teve uma morte rápida e injusta, ele mesmo queria ter torturado aquele filho da mãe, mas infelizmente, até nisso o desgraçado fodeu com a vida dela, traumatizando-a para sempre.

- Eu tentava me soltar, mas era tão... difícil. – ela olhou para as próprias mãos, atordoada. Os olhos verdes estavam perdidos em lembranças, dor, decepção, sentimentos de derrota e impossibilidades. Não compreendia como um misto de sentimentos podia habitar tão facilmente uma única pessoa ao mesmo tempo, mas foi quando Yahiko começou a rasgar seu vestido que todos os sentimentos tornaram-se um só: Medo. O lábio inferior dela tremeu e a, agora, Uchiha puxou o ar para dentro dos pulmões, os olhos verdes estavam vermelhos de tantas lágrimas que já escorriam. Ela ergueu os olhos para a mãe e franziu ainda mais o cenho, parecia tentar lembrar de algo, tentar entender algo, mas estava visivelmente confusa – E-eu não lembro muito bem...

- Do que você lembra? – Mebuki continuava agindo profissionalmente.

- Acho que ela precisa de um tempo. – Sasuke reconheceu que ela não estava bem. Todo o corpo de Sakura tremia. Ela estava ofegante.

- Ela precisa falar. – Mebuki mantinha os olhos fixos na filha.

- Ela não está em condições... – ele argumentou, deslizando as mãos pelos braços da “esposa” – Está tudo bem, Sakura... se acalme.

- Coloque para fora, Sakura. – Mebuki ergueu o queixo e encarou profundamente os olhos da filha – Relembre.

- Já chega, Mebuki! – Sasuke estreitou os olhos, envolvendo o corpo de Sakura.

Mas ela encarava a mãe de volta. As lágrimas caíam silenciosas enquanto o corpo pequeno tremia nos braços do “marido”, mas por mais que Sasuke falasse que estava tudo bem, que estava segura, que não precisava falar, Sakura se mantinha presa nos olhos da mãe. Os flashs daquela fatídica noite a açoitavam pesados, como chicotes chicoteando-a repetidamente.

- Eu não sei... – sussurrou e franziu o cenho ainda mais – Eu só lembro que eu gritava. – desviou os olhos para o lado, relembrando do que conseguia – “Não. Não. Para!” – respirou fundo – E ele... ele falava algo, mas eu não lembro o que era, porque tudo se tornou escuro, como um borrão. Eu senti um queimor no meu rosto. – Ela quase sussurrava. Sasuke afastou o corpo e olhou para o rosto dela, vendo os olhos verdes “perdidos” em lembranças. Sakura ergueu a mão e tocou no rosto de forma suave. Ela piscou atordoada, como se as memórias voltassem confusas, e realmente estavam. Sakura balançou a cabeça e fechou os olhos por um tempo. Tanto Mebuki quanto Sasuke se entreolharam. Eles sabiam que ela estava relembrando de algo, mas era confuso, Sasuke voltou os olhos para a amada quando ela respirou fundo. Quando Sakura abriu os olhos, ele viu algo que o fez tremer dos pés à cabeça: dor.

- O que aconteceu? – Mebuki também havia percebido a mudança na atmosfera que rodeava os pensamentos da filha – O que aconteceu, Sakura?

- É... confuso... – sussurrou – Eu não conseguia abrir os olhos. Eu não via, mas... era como se... se... eu apagasse e voltasse... e... – respirou fundo. E então ela lembrou. Ela lembrou daquilo que sua própria mente havia apagado... Uma dor invadiu o peito de Sakura e ela inclinou o corpo para frente, buscando por ar.

- Sakura! – Sasuke se ajoelhou em frente a ela, tomando o rosto feminino entre as mãos, buscando os olhos verdes que estavam esbugalhados – Respire, meu amor, por favor, respire.

- Acalme-se, Sakura. – Mebuki respirou fundo e inclinou o corpo para frente, tentando olhar nos olhos da filha, mas Sasuke estava na frente – Vamos, Sakura, respire fundo!

- Sakura! – Sasuke estava desesperado, via a mulher ficando vermelha, os lábios roxos. Sakura estava tendo um ataque de pânico – Meu Deus, Sakura!

- Que merda, Sakura! – Mebuki xingou e levantou, sem cuidado nenhum, ela empurrou Sasuke que desequilibrou e acabou caindo sentado no chão, a mulher pegou o rosto da filha entre as mãos e levantou o rosto feminino, fazendo Sakura escorar as costas na poltrona, sem delicadeza nenhuma, a mais velha aproximou o rosto do rosto da filha e quando falou, sua voz era autoritária, como se falasse com uma criança que acabou de cometer uma travessura – Respire, Sakura! – afastou os fios róseos do rosto da mais nova, o rosto de Mebuki estava sério, ela realmente estava dando uma bronca na filha – Vamos, respire, você já fez isso antes!

Sakura olhava para a mãe, ouvia a mãe, mas não conseguia. Sabia que precisava, sabia como fazer, mas não conseguia.

- Vamos, Sakura Haruno, respire agora mesmo e se controle! – exigiu ainda mais.

- Ela não está respirando! – Sasuke levantou e se aproximou, mas Mebuki ergueu uma mão para ele, impedindo-o e por mais que ele desejasse matar a mulher, não conseguia se mover diante da imagem de Sakura perdendo a consciência.

- Merda! – Mebuki fechou os olhos e suspirou. A mulher engoliu em seco e quando abriu a boca, surpreendeu a todos ali – Hush my love now don’t you cry, everything will be all right. – ela cantarolava.

No mesmo instante, Sakura esbugalhou os olhos, ainda ofegante, mas parecia estar voltando a si. 

Sasuke encarou Mebuki desacreditado, vendo-a cantar baixinho, próximo a filha enquanto segurava o rosto de Sakura entre as mãos.

- Close your yeys and drift in dream, rest in peaceful sleep. – ela parou de cantar quando viu que Sakura estava se acalmando.

Sasuke estava paralisado, não conseguia acreditar no que via. Mebuki estava cantando para Sakura? Era isso mesmo!? Ele queria tanto abraçar a mulher que amava, mas sentia como se uma força o impedisse. O que estava acontecendo consigo? Viu quando Sakura piscou e puxou uma grande quantidade de ar para dentro dos pulmões. Os olhos encheram-se de lágrimas e escorreram silenciosas enquanto ela balançava a cabeça de forma negativa.

- A música do papai. – sussurrou, encarando a mãe de forma incrédula.

- Ela sempre lhe acalmou. – pontuou baixo e então suspirou – O que te desestabilizou?

Sakura franziu o cenho e fechou os olhos por longos segundos. De repente, todo o arrependimento por ter matado Yahiko havia partido. Não, ela não era culpada. Ela apenas havia se defendido. Abriu os olhos e encarou Sasuke. O moreno estava tão perdido, tão confuso. Sabia que o moreno não tinha um controle muito bom quando tratava de si. Sabia que ele enlouqueceria. A Uchiha voltou os olhos para a mãe e franziu o cenho.

- E-eu... “acordei” e... e... – soluçou, fazendo mais lágrimas caírem – Eu o senti... – sussurrou olhando profundamente nos olhos de Mebuki.

O moreno franziu o cenho sem entender nada, mas Mebuki entendeu. Os olhos sempre impassíveis ficaram esbugalhados e ela meneou a cabeça de forma positiva. Sentiu o maxilar travar, e sentiu uma dor no peito. Independentemente de qualquer coisa, Sakura ainda era sua filha; Aquela informação a havia rasgado. Mesmo ela não transparecendo.

- Como assim? – ouviram a voz de Sasuke – Eu não tô entendendo porra nenhuma! – ralhou, olhando de uma para a outra, mas nenhuma das duas olharam para ele. Sakura continuava olhando fixamente nos olhos de Mebuki que devolvia o olhar.

- Então eu vi um troféu próximo a mim. – ela soltava num sussurro tão baixo e sofrido que se o escritório não estivesse em total silêncio, seria impossível de ouvir.

- Você pegou e o acertou. – Mebuki completou, meneando a cabeça de forma positiva.

- É... – sussurrou, franzindo o cenho. O corpo dela estava dolorido pela lembrança.

- Vá para o quarto, criança. – Mebuki fez um leve carinho no rosto da filha e respirou fundo, afastando-se dela e olhando para Sasuke – Leve-a para o quarto, ela precisa descansar.

- O que aconteceu? – ele ainda estava perdido.

- Ela precisa dormir, menino Uchiha. – olhou rapidamente para Sakura e sentou na poltrona onde estava, voltando os olhos para o moreno – Depois volte. Teremos uma conversa bem longa.

Sasuke abriu a boca para contestar, mas Sakura levantou e olhou para ele em um pedido mudo para que atendesse ao pedido da mãe. Consternado, mas sem contestar, ele envolveu os braços em torno da cintura da mulher e a guiou para fora do quarto.

O moreno queria muito contestar, saber o que havia acontecido, mas sentia que Sakura estava esgotada. Não podia força-la a mais nada, porque Sakura não aguentaria. Por isso, fez o que era o melhor a se fazer: ajudou Sakura a deitar-se e ficou com ela, fazendo um carinho suave nos cabelos, ninando-a, já Sakura, assombrada com as lembranças, se ajustou ao corpo dele, abraçando-o com força, temendo reviver tudo novamente. De algum modo, ela não se sentia ameaçada ali, era como se nos braços dele, a realidade não a alcançasse e mesmo sabendo que quando dormisse ele sairia do quarto, ela se permitiu ser embalada pelas batidas do coração dele.

O esgotamento mental era tão grande que não demorou para que ela se perdesse em meio a escuridão.

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Notas Finais:

Peço milhares de desculpas. Mas o próximo capítulo está cheio de revelações por parte da Mebuki. Preparem o coração porque vocês vão ficar chocados.

Mebuki: Ame ou odeie!