Reencontros - Capítulo 30

Se estava disposta? Claro que não, mas quem consegue ir contra Ino Grávida Yamanaka?


Essa era uma pergunta com uma única resposta: Ninguém!


Coçava os olhos com preguiça enquanto Tenten dirigia sonolenta rumo ao que seria em poucos dias o mais novo lar Yamanaka Sabaku. No banco de trás, ela bocejou alto, deixando claro sua insatisfação em ser tirada cedo (lê-se 09:00) de sua cama quentinha e macia para poder ajudar a amiga a arrumar a casa nova.


Fazia pouco mais de dois meses desde o pedido de casamento do Neji para a Tenten. Uma semana depois, Ino e Gaara se acertaram e o ruivo a chamou para morarem em uma casa. Não era lá grande coisa a casa, mas era confortável com seus dois quartos, um banheiro, uma sala, uma cozinha e uma área de serviço. A casa também era bastante arejada, com muitas janelas grandes e próximo a universidade, o que facilitaria a vida de ambos.


De inicio, combinaram de fazer apenas um churrasco para comemorar, mas faltando um dia para o tal churrasco, Ino revelou que na verdade ela e Gaara precisavam de ajuda para pintar, dar uns retoques e ainda ajeitar os móveis da casa, ou seja, aquele era um sábado de puro trabalho. E esse era o único sábado que a Haruno tinha livre em meses. Mas o que podia fazer? Além de sua amiga estar precisando de ajuda, não podia negar ajudar também na nova casa da afilhada. Seria maldade demais. Por isso, apenas por isso, decidiu que iria ajudar... mesmo que a contra gosto.


Depois de Tenten dirigir por nove minutos, chegaram numa rua pacata, com várias casas iguais, árvores e jardins belíssimos. Viu quando a amiga parou o carro em frente a uma casa que possuía três carros na garagem e não foi difícil identificar o carro de Neji e de Gaara. A porta de entrada estava aberta, mas ela não conseguiu vê ninguém. O porta malas do carro do Gaara estava aberto e várias caixas estavam no chão.


- Chegamos. - Ino anunciou, batendo palmas, animada.


Sem esperar, a loira saltou do carro e praticamente correu na direção da casa, sumindo porta a dentro. Tenten suspirou entediada, pois, tinha o mesmo pensamento que a Haruno: Havia acordado muito cedo. Já Hinata, animada, desceu saltitando do carro. Havia colocado na cabeça que era uma nova família se formando, mas havia a necessidade de se formar ás 09:00 da manhã em pleno sábado? Claro que não!


Com preguiça, abriu a porta traseira e desceu também, fechando-a em seguida e colocando as mãos nos quadris, alongando. Sentiu toda a coluna estalar, constatando que estava ficando crocante (lê-se velha). Caminhou na direção da casa e ao chegar em frente ao porta malas aberto, analisou os itens lá dentro e quando ouviu um barulho na porta, virou, vendo Neji caminhando em sua direção. Quando os olhos dele encontraram os dela, o moreno abriu um sorriso enorme, praticamente pulando as escadas e a abraçando com força.


- Iaê, Sakurita. - murmurou, soltando-a.


- Fala, gatinho. - mordeu a bochecha dele, passando as mãos na blusa, ajeitando-a - Como você tá?


- Ótimo... Tirando o fato de estar aqui à quase duas horas.


- QUÊ!? - esbugalhou os olhos e gemeu baixo - Meu Deus. Estamos sendo feitos de escravos em pleno sábado de aleluia!


- Quanto drama. - sorriu, dando a volta na amiga e pegando mais uma caixa de dentro do porta malas - Vamos logo, Gaara está uma pilha. Soltando fogo pelas ventas.


- Huuun... Ruivinho com fogo é? - arqueou uma sobrancelha enquanto o seguia para dentro da casa - Adoraria baixar... seeeeeeee ele não fosse o boy da minha amiga. - Fez cara de inocente enquanto o outro sorria.


Ao entrar na casa, olhou ao redor vendo várias caixas ali. Certamente aquele seria um sábado de muito trabalho e isso fez as costas dela doerem ainda mais. Um sofá ainda coberto por um plástico estava num canto da sala. Um rack com uma tv em cima, algumas poltronas e cadeiras também estavam ali. A maioria das caixas estavam abertas, mas os conteúdos ainda mantinham-se dentro delas. A sala era bem ampla, com as janelas abertas que davam um ar de liberdade. Gostou daquilo. Ouviu um barulho vindo do cômodo ao lado e não demorou para um loiro sendo seguido por um ruivo aparecerem no seu campo de visão e logo em seguida outro moreno. 


Cruzou os braços quando viu Naruto trazendo consigo uma caixa que parecia delicada e Gaara parecia muito puto, tentando tirar a caixa dele enquanto Sasuke apenas suspirava frustrado vendo os dois brigarem.


- Deixa isso comigo, cara. Eu sei cuidar disso. - o loiro reclamou, caminhando na direção da sala.


- Eu juro, Naruto, que se você derrubar isso, eu enfio o taco de baseball no seu rabo! - reclamou.


- E EU AJUDO! - Ino gritou de algum lugar do outro cômodo.


- VOCÊS SÃO MUITO VIOLENTOS! - ralhou o loiro, olhando para frente e vendo Sakura e Neji - Iaêêêê, delicinha. 


Parou e colocou a caixa no chão, caminhando na direção da outra que praticamente correu na direção dele e o abraçou com força, sendo içada do chão.


- Iaê, Delicinha. - ela brincou, sendo colocada de volta no chão - Atormentando o Gaara?


- Ele me ama. - deu uma piscadela charmosa, abraçando-a pelos ombros e virando na direção do Sabaku - Não é, minha fêmea?


- Teu rabo, Naruto! - mostrou o dedo do meio para ele e sorriu para Sakura - Iaê, Haruno.


- Manda as ordens. - acenou.


- Eu? Não tô mandando em nada aqui. A Ino tá impossivel. - suspirou.


- EU OUVI! - gritou do outro cômodo - E ISSO VAI LHE CUSTAR CARO, SABAKU NO GAARA!


- Tu ta muito fodido. - Naruto sorriu enquanto encostava a cabeça na da Haruno - Ela já o ameaçou de morte duas vezes.


- É... mas ele pode pagar por um caixão. - dá de ombros e olha para o Uchiha - Iaê, Sasuke.


- Oi. - meneia a cabeça enquanto acena com uma mão, um pouco sem jeito - De boa?


- Uhum e você?


- Também. - meneia novamente.


Naruto, que olhava de um para o outro, bufa e balança a cabeça em reprovação, enquanto solta a Haruno e pega a caixa, seguindo pelo corredor que ficava na lateral da sala, resmungando.


- Vocês tão muito estranho. Vão se tratar.


- Não tem nada estranho aqui. - Sakura se defende.


- Tem sim. - Gaara passa por ela e da um tapinha no ombro feminino - Parecem que estão com medo um do outro. 


- Não estamos com medo. - o Uchiha se posiciona.


- De jeito nenhum! - ela concorda.


- Estamos até bem. - ele completa.


- Muito bem! - a Haruno balança a cabeça afirmando.


- Aham. - Gaara solta uma gargalhada sonora, deixando os dois sozinhos na sala.


Em silêncio, eles ficaram olhando ao redor sem saber muito o que fazer. Desde o pedido de casamento, aquela era a primeira vez que ficavam frente a frente o que era muito estranho. De forma desconfortável, ela coloca as mãos no bolso do jeans e respira fundo, sem saber o que fazer, já o moreno esfrega as mãos uma na outra e pigarreia, meio perdido.


Os olhos negros passeiam com nervosismo pela sala e então se voltam para ela. Os olhos verdes fazem o mesmo e quanto encontra os negros, ela fecha a boca numa linha fina e meneia a cabeça algumas vezes.


- Iaê... - ele tenta começar.


- Então... - ela pigarreia, desconcertada.


- Tudo de boa, né? - pergunta baixo.


- Uhum. Tudo tranquilo. - balança o corpo, voltando a olhar ao redor.


Novamente, eles ficam em silêncio, olhando o cômodo. Não sabiam exatamente o que fazer nem o que falar, então optaram por ficarem daquele jeito. O que era até bom, visto a falta de assunto entre eles. Longos segundos se passaram até que ela tentou recomeçar a conversa, meio sem jeito.


- Então... esses dois morando juntos... - cruzou os braços apenas pelo simples fato de ter o que fazer com as mãos.


- Pois é... - colocou as mãos dentro do jeans e disfarçadamente, enxugou-as - Acho que não vai dar muito certo.


- Pois é... - pigarreou - Acho que... Vai dar merda.


- Pois é... - pigarreou também.


Voltaram a ficar em silêncio. Desde quando conversar havia se tornado tão complicado? Sem saber o que fazer, ela decidiu olhar os detalhes da sala, mesmo sem ter muito o que olhar, mas o que podia fazer? Optou por observar os detalhes da janela, de como a madeira se ajustava ao vidro com graça e...


- Sakura, ainda bem que te encontrei. - Ino apareceu de repente, afobada.


- Graças a Deus! - a Haruno suspirou, sussurrando em alivio.


- Hun? - Ino franziu o cenho.


- Nada não. - sorriu e caminhou na direção da amiga, passando rápido pelo Uchiha e parando em frente a ela - Manda as ordens.


- As ordens é que temos muito o que fazer e você tá ai de papo com o Uchiha. - estreitou os olhos para o moreno que coçava a cabeça, sem jeito - Vocês voltaram a se pegar?


- QUÊ!? - os dois se exaltam em unissom.


- Não! - Sakura balbucia, sentindo o rosto esquentar - Pelo amor de Deus, Ino! Claro que não.


- Não mesmo! - o moreno se engasga e tossi para poder se recompor - Estamos na amizade.


- Aham... - ela olha de um para o outro e estreita os olhos, dando de ombros segundos depois - Então vamos, Sakurita, temos muito o que fazer lá dentro.


Em silêncio, elas vão para a cozinha enquanto Sakura pensa se é pecado matar uma grávida, certamente seria, principalmente porque sua afilhada estava a caminho. Com isso em mente, decidiu matar a amiga depois que a menina nascesse. Ao entrar na cozinha, a Haruno quase chorou ao perceber que seria feita de escrava naquele dia. As várias caixas espalhadas deixaram muito claro que trabalho tinha... e do muito, mas para sua surpresa, as meninas estavam guardando os utensílios dentro das caixas e não os tirando.


Franziu o cenho sem compreender. Não deveriam estar arrumando e não guardando? Contornou o balcão analisando as coisas. Várias latas de tintas estavam espalhadas pelo piso, pincéis e também plásticos. Não precisou de muito para compreender que o trabalho ali não estava concluído. Já ia abrir a boca para protestar quando os meninos apareceram na cozinha e o grupo se reuniu em volta do balcão sendo observados por uma Ino determinada.


- Ok, equipe. Vamos dividir a casa para a pintura. EU não posso mexer com tinta, então ficarei no jardim, cuidando das plantas. Gaara, Neji e Tenten vão cuidar da pintura da sala. Hinata e Naruto vão cuidar da pintura do quarto do bebê e a Sakura e o Sasuke vão pintar a cozinha. Nas latas já tem escrito a cor de cada cômodo. Os meninos vão pintar a parte maior e as meninas ficam com os detalhes. Prefiro assim! - foi direta quando viu Naruto abrindo a boca para protestar - Alguma pergunta? Objeção? Não? Que ótimo! Mãos à obra! - finalizou sem esperar ninguém falar.


- Eu tenho uma pergunta. - Sakura levantou uma mão, recebendo toda a atenção do grupo - Essa divisão... Não é muito justa.


- Por que, querida? - Ino arqueou as sobrancelhas - Dividi os grupos perfeitamente bem. Gaara, Neji e Tenten vão ficar com a sala que é o maior cômodo então precisa de mais gente, o quarto do bebê precisa de delicadeza, então deixei com a Hinata e a cozinha com vocês pra vê se param com esse clima de estranho entre os dois. Mais alguma pergunta? - arqueias as sobrancelhas. Sakura balbucia, mas não fala nada - Ótimo. Agora vamos.


Ino bateu palmas, mandando cada um ir fazer seu dever. Aos poucos, a cozinha foi ficando vazia e sem latas e pincéis, restando apenas duas latas de tinta e quatro pincéis. Sozinhos, um olhou para o outro sem saber muito o que fazer, então, Sasuke suspirou e caminhou até uma lata de tinta, pegando-a e colocando-a sobre o balcão, depois pegou dois pincéis e dois rolos e fez o mesmo. Sakura observava tudo, vendo depois ele pegar o plástico e estender no chão para evitar que o piso fosse melado pela tinta que ela leu na lata ser cor creme. Com os braços cruzados, ela o viu pigarrear e começar a tirar a camisa.


 - Ei! Ei! Ei! - a Haruno se exaltou - Que merda é essa!?


- Quê? - franziu o cenho, jogando a camisa sobre o balcão.


- "Quê?" - tentou imitá-lo e exaltada, passou as mãos nos cabelos, apontando pra camisa - Essa porcaria aqui! Veste logo isso!


- Não. - balançou a cabeça abrindo a lata de tinta, pegando um rolo e melando com tinta - Não vou sujar minha camisa branca.


- Aaaaah, a marica não vai sujar a camisa e prefere ficar nessa pouca vergonha! - balançou a cabeça com raiva. Sem pensar muito, ela se aproxima dele e cutuca o peito desnudo, encarando-o com o nariz empinado - Pois vista-se agora mesmo, Uchiha!


- Não. - a olhou de cima, arqueando uma sobrancelha e mostrando o rolo melecado com tinta, inclinando brevemente o corpo na direção dela, ficando com o rosto próximo - Tenho muito trabalho para fazer, não vou perder tempo me vestindo. - deu uma piscadela - Licença.


Sem esperar por uma resposta, ele desviou da Haruno e se dirigiu a primeira parede, começando a pintá-la despreocupado. Boquiaberta, ela girou nos calcanhares e piscou incrédula, olhando-o. A forma pretensiosa com a qual ele fazia seu trabalho, como se ela não estivesse ali a deixou ainda mais exaltada. Como ele podia estar praticamente nu e estar agindo naturalmente? Pelo amor de Deus! Será que ele não se dava conta de que ela era uma garota e que a forma como ele estava, pintando na parte mais alta da parece, esticando-se, faziam os músculos do teres maior, latíssimo dorsal, trapézio e infraspinatus se destacarem com tamanho descaramento que ela até achou estranho? 


Desde quando as costas dele era tão definida? 


Sem perceber, inclinou um pouco a cabeça quando ele desceu o braço e o subiu novamente, pintando a parede e ela ouviu um pequeno estalo dos ossos se alongando. Inconscientemente, ela passou a língua entre os lábios e sentiu o rosto queimar. Constrangida por ter se deixado levar por aquela parede de carne (e músculos) a Haruno virou com fúria, pegou um pincel, afundou na tinta e marchou até a parede ao lado da dele, começando a pintar com certa raiva.


Ficaram pintando em silêncio por um bom tempo, cada um em seu mundo. Vez ou outra, ele a olhava de esguelha, vendo-a praticamente agredir a parede com o pincel. Achou engraçado a forma como ela se portava diante da situação, afinal, ela não era tão neutra assim quando se tratava dele. O que nenhum dos dois percebeu foi que eles estavam pintando seguindo a mesma direção e quando finalmente estavam lado a lado, olharam para o pequeno espaço sem tinta e se olharam. Apenas um conseguiria pintar ali.


- Pode deixar que eu termino. - murmurou o moreno, virando para melar o rolo com tinta.


- Não... Eu termino. - ela virou também, puxando a lata de tinta para jundo de si e melando o pincel primeiro.


- Deixa de ser teimosa, já fiz a maior parte do trabalho, terminar isso aqui não vai me matar. - resmungou, tentando pegar a lata de tinta e ela agarrou a lata.


- Você não fez a maior parte! NÓS trabalhamos juntos! - ralhou.


- Qual é, Sakura. Você com esse pincelzinho ai não pintou nem a metade. - suspirou, coçando os cabelos, impaciente - Agora me dá essa tinta.


- Não! - girou o corpo, protegendo a lata dele - Eu vou terminar!


- Deixa de ser teimosa! - tentou pegar a lata, mas ela a abraçou ainda mais - Me dá isso, Sakura!


- Não! - inclinou o corpo para esconder a lata - Eu que vou terminar!


- Deixa de ser ranzinza, mulher! - a abraçou por trás com uma mão enquanto com a outra tentava pegar a lata - Me dá isso, criatura!


- Não do! Não do! Não do! - se debateu quando ele a abraçou, mas quando viu a outra mão dele tentando pegar a lata, ela mordeu o braço masculino.


- PORRA SAKURA! - esbravejou, abraçando-a mais forte e segurando na alça da lata - Me. Dá. Isso!


- Nã-ô! - balançou o corpo no mesmo momento que ele puxou a alça.


E o desastre aconteceu.


A alça soltou da lata e a mesma tombou sobre a Haruno, derrubando tinta no corpo feminino. O tempo paralisou enquanto ambos observavam a tinta escorrer pela camiseta e calça dela e pingar em cima do plástico. Com a boca aberta, ela piscava incrédula, vendo a merda feita, já ele, deu um passo para trás vendo que ela estava ficando muito, muito furiosa. 


Os olhos negros esbugalharam e os verdes seguiram o mesmo caminho. O moreno deu mais um passo para trás e respirou lentamente, sentindo medo de ela perceber sua presença ali, mas todo esforço foi em vão. Em câmera lenta, a Haruno girou nos calcanhares e o olhou nos olhos. Os verdes estavam quase negros, um brilho perigoso dançava pela íris feminina enquanto ela fechava as mãos em punho e erguia o queixo de forma perigosa.


- Sasuke Uchiha. - quase sussurrou o nome dele - Olha o que você fez.


- Eu não fiz nada. - balançou a cabeça, engolindo em seco - A culpa foi toda sua.


- Minha? - estreitou os olhos e deu um passo na direção dele, o moreno também deu um passo para trás - MINHA!?


- S-sim. - balançou a cabeça - Eu poderia ter terminado isso logo e...


- VOCÊ DERRAMOU TINTA EM MIM, SEU IDIOTA!


- A CULPA NÃO FOI MINHA! - gritou também, gesticulando - VOCÊ QUE É TEIMOSA DEMAIS...


- NÃO ME CHAMA DE TEIMOSA, IDIOTA! - pegou o pincel que estava no chão e apontou pra ele - EU ESTAVA COM A PORCARIA DA TINTA E COM O PINCEL, CUSTAVA ME DEIXAR TERMINAR?


- EU ESTAVA COM O ROLO E TERMINARIA MAIS RÁPIDO. VOCÊ SABE DISSO! - indicou o rolo na mão e depois apontou pra ela.


- Você. É. Muito. Idiota! - joga o pincel em cima do balcão com raiva.


- Você. É. Muito. Teimosa! - joga o rolo em cima do balcão também.


- IDIOTA. IDIOTA. IDIOTA! - esbraveja no mesmo instante em que todos entravam na cozinha.


- TEIMOSA. TEIMOSA. TEIMOSA! - esbraveja também, gesticulando.


- O que houve aqui? - Ino murmura olhando a bagunça ao redor.


- A CULPA É DELE (A)! - os dois gritam em unissom. 


A loira havia ouvido toda a gritaria e entrou na cozinha se deparando com o desastre feito. Em questão de segundos, todos os outros estavam na cozinha também e olhavam boquiaberto aquela cena, estupefatos. Aqueles dois eram um desastre, isso era um fato, mas a cena era engraçada, mas assustadoramente perigosa. Sakura olhava para o Uchiha com sangue nos olhos enquanto ele a olhava de volta determinado.


Certamente daquele duelo, apenas um sairia vivo... ou não...


- Gente, o que houve aqui? - Gaara pergunta parando ao lado de Ino que já tinha os olhos marejados pelo desastre que havia se tornado sua cozinha.


- Essa teimosa nã...


- ESSE IDIOTA MESQUINHO E MACHISTA QUE NÃO ME DEIXOU TERMINAR A PORRA DA PINTURA! - Sakura se exaltou, dando dois passos na direção dele e dando um soco no peito do moreno.


- AI PORRA. PARA! - esbravejou, segurando-a pelo pulso e quando ela foi dar um soco com a outra mão, ele segurou o outro pulso dela também - DEIXA DE SER DESCONTROLADA, SUA LOUCA!


- NÃO ME CHAMA DE LOUCA, SEU BABACA! - começou a espernear - OLHA O QUE VOCÊ FEZ COMIGO. EU TÔ TODA CAGADA POR SUA CAUSA!


- VOCÊ QUE É DESASTRADA DEMAIS! - ralhou, puxando-a pelos pulsos e girando-a, imobilizando os dois braços dela. Isso só fez a Haruno rugir alto, com fúria enquanto ele tentava controla-la, fazendo com que a tinta que estava nela, agora se espalhasse por ele também. - PARA SAKURA!


- EU VOU TE MATAR, DEPOIS VOU COMER SEUS ÓRGÃOS! - reclamou se debatendo, fazendo os cabelos soltarem e melarem com a tinta.


- JÁ CHEGA VOCÊS DOIS! - Neji gritou, exasperado, fazendo com que Uchiha e Haruno paralisassem e olhassem para o moreno que estava ofegante. Todos ao redor olharam espantados para o Hyuuga que sempre fora muito controlado - Será que não conseguem não tentar se matar? - Silêncio... Nem Sakura nem Sasuke conseguiam responder. A cena era no mínimo bizarra. Ele imobilizando-a contra si enquanto ela estava toda torta, numa tentativa falha de se libertar e matar o moreno ao mesmo tempo. Ambos empapados de tinta bege, o balcão sujo por conta do pincel e do rolo, o plástico encharcado com a tinta - Olhem só isso! - apontou a cozinha.


Em silêncio, eles olharam ao redor vendo o desastre que haviam causado. Olharam para o grupo que não sabiam o que fazer, não sendo por Ino que possuía os olhos cheios de lágrimas e com o queixo tremendo enquanto ela tentava segurar o choro e Gaara que passava as mãos nos cabelos.


Sakura abriu a boca para se desculpar com a amiga, mas quando Ino percebeu que ela iria falar, simplesmente deu as costas e saiu dali a passos rápidos, deixando evidente que estava magoada com a situação. Gaara foi atrás dela, chamando-a desesperado casa a fora. Naruto balançou a cabeça em reprovação enquanto Hinata mordiscava o lábio inferior sem saber muito o que fazer. Tenten segurou Neji pela mão e o puxou para fora da cozinha, sendo seguida por Naruto e Hinata que em silêncio, saíram, deixando claro a reprovação daquela situação.


Sentindo o peito apertar, a Haruno olhou para o Uchiha e ele devolveu o olhar. Sabiam que tinham feito merda. Ambos encolheram os ombros e suspiraram. Precisavam reparar aquilo. Era um fato. Sem falar nada, ele caminhou de encontro ao balcão, pegou a camisa que havia tirado e estendeu para a Haruno, vendo-a suja até a cabeça.


- Toma. Tenta se limpar... Vou atrás de algo para me limpar também. - informou baixo, dando de ombros.


- M-mas... sua camisa... - informou incerta, olhando para a camisa branca e mordiscando o interior da bochecha.


- Isso é mesmo importante agora? - perguntou baixo.


Ela suspirou, balançou a cabeça de forma negativa e em silêncio, aceitou a camisa dele, começando a limpar a tinta que havia no rosto, cabelos e depois corpo, vendo o moreno sair da cozinha atrás de algo para se limpar também.