Pelotão 28 - Capítulo 7
Nunca dormi tão mal em toda a minha vida. Meu corpo estava pesado, os caças voaram a noite toda por cima do acampamento. Alguns soldados aproveitaram a folga para ficar jogando até tarde… Sem falar que essa cama não é a minha, e cara… não dormir na sua cama é muito ruim. Levantei da cama com o corpo todo dormente e segui até a minha adorada banheira. A água estava quentinha e me permiti ficar um tempinho dentro dela. Com um suspiro pesado - tenho suspirado muito desde que cheguei aqui - peguei uma toalha e enrolei em meus cabelos, peguei outra e me sequei sem coragem nenhuma.
Vesti minha calça camuflada clara, minha blusa bege, o coturno claro. Penteei meus cabelos e os deixei soltos para secar. Coloquei meu relógio de pulso e aproveitei para olhar as horas que já se mostrava avançada. Peguei meus óculos de sol e sai da tenda vendo o sol à pino. Meus olhos queimaram com a claridade repentina, mas logo se acostumaram e eu pude vislumbrar um grupo de soldados que passavam correndo bem em frente a minha barraca, todos sem camisa apenas com calça camuflada, coturno e dog-tag. Arqueei as sobrancelhas pensando que com toda a certeza eu poderia ficar mal acostumada a ter esse tipo de visão logo quando acordo.
Todos eles acenaram para mim e eu dei um “tchauzinho” de leve como quem não quer nada, mas se eles quiserem… Dou um sorrisinho descendo os degraus de minha cabana e resolvo dar uma volta pelo acampamento já que ainda era cedo para voltar ao hospital. Coloquei as mãos nos bolsos da calça e segui por entre uma rua e outra. Tudo alí era muito organizado e também masculino. Ao passar perto da Obaa (nome dado a tenda que servia como barzinho) ví alguns soldados saindo de lá, todos muito felizes e visivelmente alterados, mas tudo bem, era a folga deles.
- Bom dia, bombonzinho. - um dos soldados me cumprimentou e eu acabei o olhando de lado, mas não respondi.
- Acho que o bombonzinho é tímido. - outro proferiu.
Virei na direção deles pronta para dar uma resposta decente, mas me contive ao ver uma mulher sair de dentro do Obaa. Ela tinha cabelos compridos, pretos na raiz e claro nas pontas, olhos puxados e com porte bem relaxado. Ela olhou de mim para os soldados bêbados e respirou fundo colocando as mãos na cintura.
- Oh, dá pra vocês irem procurar o que fazer, seus viadinhos? - esbravejou.
- Iiih calma aê, Sakamoto.
- Calma o caralho! Bora, pastando tudinho! - bateu palmas os expulsando e como se tivessem medo dela, eles deram as costas e foram embora. A mulher me olhou sorridente - Não liga, são um bando de machista bêbados.
- Percebi. - revirei os olhos - Acho que aqui tá cheio desse tipinho.
- Pior que não. - dá de ombros e caminha em minha direção. Ela me estende uma mão - Kerollen Sakamoto. Força aérea.
- Nossa. - a olho de cima a baixo e só então percebo o macacão verde, aberto pela metade que pendia na cintura fina. Aperto sua mão sorrindo - Sakura Haruno. Médica.
- Então é você! - segura meus ombros e me olha de perto - Cara, você é realmente muito gata… Por isso que causou esse alvoroço todo. - sorri me soltando.
- Oi? - franzi o cenho achando-a meio maluquinha.
- É que a base toda está falando de você… E devo dizer que muito bem. - dá uma piscadela e começa a caminhar enquanto eu a acompanho.
- Que ótimo. Virei o assunto do dia.
- Não só do dia meu amor. Você está sendo comentada pela beleza, pela garra, mas também pela coragem de ter desafiado o Capitão Gostoso Uzumaki, porque ninguém nunca fez isso. E olha… - ela para de caminhar e me dá um tapinha em minha bunda - Eu adorei.
- Que bom… - sorrio da loucura dela e passo a mão na minha popa. Voltamos a caminhar indo em direção ao hospital - Mas me fala, tem muitas mulheres por aqui? Digo, na sua área?
- Não. - faz bico - O que é até bom porque aqui tem muitos gostosos para poucas gostosas, ou seja, as poucas aproveitam bastante - me olha com um sorriso de canto - Se eu fosse você aproveitava também.
- Não acho que isso vá acontecer. - sorrio - Mas eu concordo, gostoso aqui é o que não falta. - gargalho e ela faz o mesmo - Mas me fala, você pega muitos?
- Já peguei… Agora sou uma moça comprometida. - Pisca os olhos como se fosse uma “mocinha”.
- Sério? - chegamos em frente ao hospital - E o que ele acha do seu trabalho?
- Um saco, segundo ele é bem humilhante ter que depender da noiva quando está com problemas no campo de batalha.
- Ele é daqui também? - arqueio as sobrancelhas.
- Claro… o Ruivo-Capitão-Gostoso-do Pelotão 26 mais gostoso de todos. - ela olha ao redor e respira fundo - Tenho que ir, baby. Depois nos falamos.
- Tudo bem. Bom dia para você.
- Obrigadinha, para você também.
Ela manda beijinho e eu mando de volta ouvindo uma gargalhada dela. Balanço a cabeça com essa maluca e entro no posto médico. Lá dentro estava a maior agitação, vários soldados feridos estavam alí sendo cuidados, mas parecia menos grave do que o do dia anterior. Andei rapidamente por cada leito e ví o Lee mais afastado vendo o prontuário de um paciente e ao me vê, abre um sorriso enorme me chamando com a cabeça. Caminho até ele, mas o vejo mudar de leito e ir para o leito do tal Uchiha bonitão.
- Algum problema? – apoio minhas mãos na grade da cama dele.
- Na verdade nenhum. – pega o prontuário e analisa depois coloca no lugar e me olha com um sorriso – Uma solução na verdade. Ele ficou estável a noite toda.
- Sério? – acabo abrindo um sorriso enorme e balanço meu corpo levemente.
- Sim, sim... Acho que você fez um bom trabalho aqui. – Olha rapidamente ao redor.
- Então vamos operá-lo imediatamente! – pego o prontuário e analiso as últimas anotações. Realmente o Uchiha não havia piorado e seu quadro respiratório tinha até melhorado. – Você vai me ajudar, não é? – ergo meus olhos para o médico.
- Certamente. Vou pedir para a equipe se preparar.
- Obrigada, Lee. – Ele acena com a cabeça e vai em direção a equipe, vejo-o dar algumas instruções e os enfermeiros se dirigem para a parte que usávamos como centro cirúrgico. Acabo mordendo o lábio para conter o sorriso que queria surgir, caminho até a lateral da cama do Capitão e me inclino levemente na direção dele – Bem... Valeu por ter segurado as pontas, Capitão. De verdade... – puxo um banquinho e coloco-o ao lado da cama dele e sento com as mãos apoiadas na cama- Só... por favor... continue aguentando firme porque eu preciso que você seja forte durante toda a cirurgia... Não vai ser fácil. – mordisco o lábio inferior agora com receio e olho para a bolha de contenção toda vermelha. Subo meu olhar para o rosto dele e vejo que os cortes e arranhões começavam a cicatrizar – Não morra enquanto eu estiver com as mãos dentro de você. Por favor.
Após ter uma séria conversa com o Uchiha – rezando para que ele resista- levanto e vou até a mesa médica, visto meu jaleco e sigo até a parte onde será realizada a cirurgia. Enquanto estou verificando todo o equipamento que teríamos para a cirurgia (e eram poucos, quero deixar bem claro) escuto um burburinho do outro lado da tenda (já que a cirurgia aconteceria em uma parte mais afastada da tenda, uma parte que ficava separada por algumas portas de lona). Prendo meus cabelos em um cóque e saio de lá indo para a enfermaria – local onde estava o Uchiha - e ao chegar lá vejo o Uzumaki com as mãos na grade da cama do amigo, com um olhar – quase mortal – para o Lee.
- Eu quero saber o que vão fazer, exatamente. – ele não gritava, mas estava alterado.
- Eu já lhe falei, Capitão. Ele será operado. – Lee tenta explicar da forma mais tranquila possível, mas era notável que ele sentia receio quanto ao loiro dos olhos azuis – e diabólicos – que estava em sua frente.
- Ele piorou? – Continuava segurando a grade e eu percebi que ele estava IMPEDINDO os enfermeiros de trazerem o Uchiha para o “centro cirúrgico “.
- Por Deus, Capitão, ele melhorou e...
- Como será a cirurgia? – questionou.
- Eu vou terminar de abrir seu amigo. – intervi enquanto caminhava na direção do Uzumaki. Coloco as mãos no bolso do jaleco e vou explicando enquanto caminho – Vou tirar essa bolha, terminar de abri-lo já que ele está quase todo aberto. Vou enfiar minhas mãos dentro dele e verificar órgão por órgão e depois vou tentar restaurar todos, o que acho difícil, mas vou tentar. Depois vou refazer o intestino dele antes que espalhe merda por todos os lados e por fim, reparar algumas artérias... Se ele resistir, irei fechá-lo e o resto vai depender dele. – paro em frente ao loiro de dois metros de altura e ergo a cabeça para poder olhá-lo nos olhos – Mais alguma dúvida?
- Ah... – ele piscou os olhos de forma atordoada e abriu e fechou a boca algumas vezes até que ficou ereto e respirou fundo – Já... Já fez isso antes? – pigarreou.
- Tudo de uma vez só, com poucos enfermeiros e com pouquíssimos materiais? Não. – olho para o Uchiha e respiro fundo – Mas se não tentar ele morre.
- E se tentar ele pode morrer. – ele completou meu pensamento.
- Sim. – volto a olhar para o Uzumaki – Mas me diga: É melhor tentar e ter uma chance ou deixá-lo morrer sem tentar? – Ele não falou nada. Seus olhos ficaram cabisbaixos e eu ví seu pomo de Adão subir e descer. – Que bom que concorda comigo, Capitão Uzumaki... Podemos levar o Uchiha?
Mais uma vez ele não fala nada. Em vez disso, os olhos azuis vão para o amigo e eu vejo ele apertar a grade da cama do Uchiha e com um pigarrear, soltar as barras permitindo silenciosamente que levássemos o amigo. Os enfermeiros e o Lee se apressam em arrastar a cama do Uchiha para a parte onde iria acontecer a cirurgia e eu respiro aliviada por o Uzumaki não ter criado mais nenhuma resistência. Vejo que ele ainda olhava para o local onde a pouco estava a cama do amigo então resolvo ir fazer meu trabalho e dou as costas ao loiro, mas quando dou o primeiro passo, sinto uma mão grande segurar meu braço que mesmo protegido pelo jaleco ainda foi capaz de sentir o calor e a resistência que aquela mão possuía. Olho para meu braço e vejo dedos calejados, subo meu olhar até encontrar os olhos azuis me olhando sérios e com… medo(?)
- Por favor... – foi tudo o que ele sussurrou. Ele não precisava falar nada para que eu soubesse exatamente o que estava me pedindo.
Apenas meneei a cabeça de forma positiva. Ele precisava saber que eu iria dar o meu melhor para salvar o amigo, e mesmo assim o Uzumaki continuou segurando meu braço por mais alguns segundos enquanto seus olhos extremamente azuis límpidos oscilavam entre o medo e a dureza. Senti seus dedos deixarem meu braço enquanto ele meneava a cabeça de forma positiva também. Aquele simples gesto serviu como um pacto: Eu prometia que cuidaria do seu amigo enquanto ele dizia que confiava em mim.
~> Continua
Notas Finais:
Quero dizer que minha conversa com a Keeh Sakamoto foi a seguinte:
Eu: Você vai estar em Pelotão. Vai usar macacão verde.
Ela: Eu vou ser o Lee! *-*
Perfeito💓💓💓💓💓💓💓
ResponderExcluir*-*
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ResponderExcluirNão eh possível cara.
Tô muito feliz por estar na historia, isso é fodaaaaaa.
Próximo por favor!
😍😍😍😍
Hsuahsuahushahsuahsuahushaushauhsu
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Naaaaaoooo 😭😭😭😭
ResponderExcluirSakura salve meu Sasuke por favor 😭😭😭😭😭😭
Não me deixe na seca, sem nem experimentar a potência do meu capitão 😭😭😭😭😭
Poxa, vou entrar em depressão, cm pode nem me casei cm meu Uchiha e já vou ficar viuva... ISSO É MALDADE 😭😭😭
SALVA NÃOOOOOOOOOOOO
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