Projeto Ampulheta - Capítulo 8

O Gaara estava sentado à mesa junto com a Ino, o Naruto estava sentado na espreguiçadeira, eu estava ao seu lado, a Hinata tinha ído no banheiro e o Sasuke estava ao lado da churrasqueira (ele estava no comando). Apesar de ele nunca ter feito isso, estava se saindo muito bem depois das dicas do Naruto.

- Segunda termina o escaneamento. – Naruto bebeu um pouco de cerveja.

- Eu sei. – Suspiro. – Não vejo a hora de mandar esse coitado para o lugar dele. – Falo olhando para o Uchiha que bebia mais cerveja.

- Não acha que ele já bebeu demais não? – levanta.

- Acho...

- Vou mandar ele vir para cá...

O loiro começa a caminhar na direção do Uchiha e quando se aproxima, o moreno dá um sorriso sem jeito e entrega o espeto para o Uzumaki. Vejo o Naruto apontar para mim e então o moreno coloca a cerveja em cima da mesa e cambaleando, caminha em minha direção com um prato cheio de carne nas mãos. Me ajeito na espreguiçadeira e encolho as pernas quando o Uchiha passa e senta na espreguiçadeira em que o Naruto estava. E coloca o prato na mesinha de centro. Olha para a piscina e então respira fundo.

- Está tudo bem?

- Maravilhosamente bem. – Ele me olha com o cenho franzido.

- Por que essa cara?

Ele abre e fecha a boca algumas vezes. Desvia os olhos de mim e olha para aonde o pessoal estava. Olho também. A Hinata volta para a área da churrasqueira e dá um selinho no Naruto. Volto a olhar para o Uchiha e ele ainda analisava meus amigos. Depois de um tempo, os olhos dele caem sobre mim novamente e ele passa uma mão nos cabelos de forma decidida.

- Senhorita Haruno, devo pedir-lhe perdão se por acaso soar inconveniente, entretanto, não poderia deixar de lhe falar algo que martela meus pensamentos sobre Vossa Senhoria. – Ele me olhava fixo, mas seus olhos estavam perdidos dentro da órbita.

- Não seria mais fácil falar: “Sakura, quero te contar uma coisa”? – franzi o cenho.

- De forma alguma – faz uma carranca e pega minha mão direita, segurando entre as suas mãos – Sei que posso lhe parecer inconveniente, mas... Eu sou um homem muito observador. – Ele respira fundo e então se ajeita na espreguiçadeira enquanto seu corpo dá uma leve balançada por conta da embriaguez. - E graças a essa observação toda, eu cheguei à uma conclusão sobre Vossa Pessoa.

- Certamente que é. – pego um pedaço de carne com a outra mão e como, pego mais outro pedaço e estendo na direção dele e o mesmo morde a carne e acaba mordendo levemente meus dedos. – Au.

- Perdão. – olha com o cenho franzido para meu dedo – Enfim... Hun, isso está magnifico! – Arqueia as sobrancelhas se referindo à carne – Ah, voltando ao assunto... Devo lhe comunicar que: Lembrando da minha vida no passado, após tanto repassar as jovens donzelas que conheci por toda minha vida em 1798, eu não conheci nenhuma dama que lhe fosse à altura.

- Explique-se. – franzi o cenho e sentei ereta.

- Pois não... As damas da minha época são todas, de certa forma, iguais. Sabemos o que estão desejando, como irão se comportar e até mesmo a forma como vão agir em certas ocasiões. Entretanto... - ele pega um pedaço de carne e come, depois pega outro pedaço e estende na minha direção, o que me faz rir.

- Hun... – abro a boca e como a carne que ele me estendia. Ele leva os dedos à própria boca e lambe-os. Eu não sei se era o álcool, mas aquela cena me parecei bem erótica. – Continue.

- Certamente... Como falei, são previsíveis, e quero deixar esclarecido que eu não estou reclamando, de forma alguma, porém, a Senhorita é bastante peculiar. Veja. – ele se inclina um pouco na minha direção como se fosse me contar um segredo – Eu me assusto muito com tudo isso aqui e por favor, não pense mal de mim, apenas quero deixar claro que, tenho dificuldades para me acostumar, mas... – ele respira tomando fôlego – Eu realmente fico curioso quanto as suas ações. Veja, a Senhora Uzumaki e a Senhorita Yamanaka, cada uma age de um jeito devo dizer... diferente, porém, normal, mas a Senhorita não. – ele respira fundo sentando ereto.

- Como assim eu não ajo normal? – fico de frente para ele.

- Eu ainda não sei explicar, Senhorita, perdoe-me. – suspira frustrado.

- Hun... – olho para a piscina – Compreendo... – olho para ele e sorrio – Bem, quando tiver uma explicação melhor, eu gostaria de saber.

- Saberá. – inclina levemente a cabeça para frente em uma reverência desajeitada.

A tarde passou na maior animação que se possa imaginar. Por volta das 17:00 A Ino foi embora com o Gaara e pouco depois o Naruto e a Hinata. Agora eu estava sentada na beirada da piscina e o Uchiha tinha ido fazer sei lá o que dentro de casa. Eu balançava minhas pernas dentro da água, com as mãos apoiadas nas bordas. A piscina estava com a iluminação ligada já que era noite.

Segunda termina o escaneamento, segunda teremos a visita... E ainda tinha o Kabuto que eu teria que encarar. Ele deve estar muito puto comigo. Escuto um barulho, olho para o lado e vejo o Uchiha caminhando em minha direção ainda cambaleando. Ele estava com o rosto bastante corado por causa do álcool e deixa os olhos cerrados quando me olha. Aceno com a mão para ele se juntar à mim e ele apenas vem em minha direção e senta ao meu lado também com as pernas para dentro da água.

- Não te vi entrar na piscina.

- Hun... Eu... eu não sei... nadar. – confessa baixo.

- QUE? – olho rapidamente na direção dele e fico um pouco tonta por conta da bebida – Tá de brincadeira ne?

- Não, Senhorita. – encolhe um pouco os ombros. – Eu apenas lido com o gado. Fico longe da água.

- Aaaah não... – começo a sorrir – Você não sabe... Oh Meu Odin! – levo as mãos à boca – Ok. Tá na hora de aprender.

- N-não... – balança a cabeça desesperado.

- Vamos. – Faço impulso com as mãos e caio dentro da piscina, a água ficava abaixo do meu queixo – venha!

- S-Senhorita...

- Venha logo, homem. E tira a camisa!

- Tudo bem, eu vou entrar, mas não vou tirar a camisa! – Resmunga. Ele suspira e então faz impulso, caindo dentro da piscina. A água ficava no peito dele.

- Viu. Afogado você não morre. Agora preste atenção. Você vai colocar uma mão para frente e puxar, depois a outra e puxar. Enquanto isso, bate os pés sutilmente. Veja como eu faço.

Ele assente com a cabeça e eu começo a nadar, vou nadando até uma ponta da piscina e faço à volta, parando ao seu lado. Passo uma mão nos cabelos.

- Entendeu?

- Sim. – respira fundo. E então, todo desajeitado, ele tenta nadar, mas afunda. O que me faz gargalhar alto enquanto o ajudo a ficar de pé – Não... Não ria!

- Desculpe. – Levo à mão até minha barriga respirando fundo – Veja, é normal não conseguir assim de primeira. Deixe-me lhe ajudar. Eu vou segurar o Senhor pelo abdome e pelas pernas, sim?

- C-como? – me olha rápido com o rosto ainda mais vermelho.

- Venha logo! – exijo, e quando toco em seu abdome, ele segura meu pulso, afastando-o de sí. – O que foi agora?

- Senhorita... Isso é demais! -  balança a cabeça desajeitado.

- Deixa disso, Uchiha... Eu não vou lhe estuprar. – Ainda – Apenas quero manter seu corpo em cima da água... Agora vamos, relaxe e incline o corpo.

Ele reluta ainda mais, mas eu insisto e o Uchiha desiste de ir contra mim. Ajudo-o a ficar sobre a água e então apoio minha mão em seu abdome e a outra por baixo de suas coxas. Devo informar que as carnes dele são bem durinhas... Oh Odin!

- Agora... – pigarreio – bata suavemente os pés e mexa as mãos.

- Isso é... – ele engole um pouco de água – COF COF.

- FECHA À BOCA, HOMEM! – sorrio e quase o derrubo, a sorte é que a água mantinha o corpo dele mais leve e isso o fez flutuar por um tempo – Veja... Você precisa bater as mãos do jeito que eu lhe mostrei e os pés também.

Ele apenas faz que sim com a cabeça e começa a fazer os movimentos.

- Os pés mais calmos... Os braços vão até o final.

Pouco à pouco, ele ia pegando o ritmo e então quando sinto que ele já batia os pés da forma correta, retiro minhas mãos de baixo das coxas dele. O que foi horrível. Era realmente agradável deixa-las alí... Ajudo-o a dar a volta na piscina e ele continua nadando, vez ou outra balançava a cabeça para afastar a água do rosto. Ele começa a nadar mais animado e dá uma braçada mais forte, isso faz o corpo dele sair de minha mão e então ele afunda feito um tijolo de 8 furos.

- AI MEU ODIN! – abaixo dentro da água e o seguro pelos braços, puxando-o para cima. – MATEI O UCHIHA!

-  COF COF COF... – ele tossia atordoado e então ficou de pé. Passou as mãos nos cabelos e levou uma mão até o peito, agoniado.

- Matei não... Calma, respira... respira... – dou batidinhas nas costas dele - Desculpa...

- S-Senho-nhorita... – ele estava ofegante – Os Céus!

- Desculpa... Você nadou rápido demais. Tem que manter o ritmo. – fico abanando-o, vendo o Uchiha respirando afobado.

- E-Eu... – os olhos dele estavam esbugalhados quando ele me olha – Eu não quero mais isso.

- Ah não... Você não vai desistir no primeiro afogamento! – ralho – vamos tentar novamente.

- COMO? – a voz dele sobe três décimos.

- Não seja tonto. Eu sei fazer respiração boca a boca. – balanço a mão – agora vamos tentar novamente.

- Respiração oque? – franzi o cenho.

- Ai meu Santo... Boca a boca... – vejo a cara de perdido dele e os olhos ainda estavam dançando na órbita... Nunca mais dou bebida para esse homem – Eu junto minha boca na sua e... EI VOLTA AQUI! – grito quando ele começa a caminhar para a borda da piscina, caminho atrás dele -  Uchiha!

- Não. Isso é demais... Quem já viu... – apoia as mãos na borda da piscina.

- Não vai mesmo! – jogo meu corpo sobre o dele e isso faz as mãos do Uchiha escorregarem e nós dois afundamos.

Bato meus pés ainda em baixo d’água e vejo o Uchiha ir na direção da borda da piscina. Nado na direção dele e seguro-o pela cintura, inclinando meu corpo para trás, trazendo-o comigo. Ele começa a se debater e consegue se soltar de mim e fica de pé. Fico de pé também.

- Quer me matar, mulher!? – me olha com o cenho franzido e começa a tossir.

- Você só sai daqui depois que aprender a nadar. – ralho.

- Você quer me matar, isso sim! – Ele dá um passo para o lado e eu passo para a frente dele – Senhorita...

- Não. Você vai aprender a nadar! – Cruzo os braços.

- Eu não sei, pelo amor de Deus! – passa as mãos nos cabelos – Posso sair quando quiser... Eu tenho mais força, sabia?

- E eu sei nadar. Dentro da água eu sou o peixe e você o humano.

Ele me olha com o cenho franzido e então dá um sorriso de canto. Estreito os olhos para o Uchiha e muito rápido sinto a mão dele em minha cabeça me afundando. Enquanto eu afundo e me debato, sinto ele soltar minha cabeça e quando abro os olhos, vejo-o se afastando. FILHO DA MÃE! Nado rápido na direção dele e seguro as pernas do Uchiha por baixo da água e puxo fazendo-o afundar novamente. Ele bate as pernas tentando se soltar e eu nado em volta dele e  paro em suas costas. Predo minhas pernas em volta da cintura dele e meus braços em torno do pescoço do Uchiha enquanto ele tenta me tirar de suas costas. O Uchiha gira embaixo da água e segura meus braços me puxando para a frente.

Passo por cima dele e quando vou subir para a superfície, ele segura minha cintura e me puxa para dentro da água novamente. Me debato, mas ele me segura mais firme, me envolvendo com os dois braços. Giro o corpo ficando de frente para ele e envolvo a cintura dele com minhas pernas e apoio as mãos em seu peitoral empurrando-o. Ele continua segurando mais firme e eu tento me soltar sem conseguir.

O ar já começava a faltar e então senti meu corpo subir. Ele havia ficado de pé e me levado junto. Quando cheguei na superfície, puxei todo o ar que me faltava e comecei a tossir e o ouvi fazer o mesmo. Passo as mãos no rosto tirando os cabelos e quando abro os olhos vejo-o fazer o mesmo.

Pera... Estávamos perto demais. Pisquei algumas vezes e ele fez o mesmo e só então percebemos que, eu estava com as pernas em torno da cintura dele enquanto o mesmo envolvia minha cintura com uma mão. Nossos olhos se encontram e eu vejo-o descer o olhar por meu rosto. Involuntariamente faço o mesmo, analisando cada traço de seu rosto e meus olhos caem em seus lábios. Eram bem convidativos, tinham um contorno marcante. Mordo meu lábio imaginando como seria morder o dele e quando olho para os olhos do Uchiha, vejo que ele olhava para minha boca de forma fixa. O moreno entreabre a boca e passa a língua suavemente entre os próprios lábios.

Os olhos dele sobem para os meus e quando nossos olhos se chocam, ele fica da cor de um tomate e eu sinto o meu rosto esquentar. Rapidamente ele me solta e eu uso minhas pernas para pegar impulso e nado para trás, batendo as costas na lateral da piscina. Ele também dá alguns passos para trás e se encosta na lateral da piscina e então ficamos nos olhando, ofegantes por conta da luta e assustados pela aproximação.

- Eu... – pigarreio – acho que por hoje já deu.

- C-certamente. – fala baixo ainda me olhando assustado.

Sem falar mais nada, viro e segurando na borda da piscina, faço impulso e subo, saindo da mesma. Vejo-o fazer o mesmo do outro lado e então caminho pelo local até chegar na espreguiçadeira e pego meu short. Olho ao redor analisando a bagunça e até que não estava tanta. Tínhamos arrumado algumas coisas e o que tinha ficado dava para segurar até amanhã. O Uchiha se aproxima e me olha desconfiado. Dou um sorriso sem graça.

- Precisa de ajuda, Senhorita? – a voz dele estava mais rouca que o normal.

- Não... Eu vou subir, tomar um banho e dormir... Amanhã organizo isso.

- Tudo bem... Se precisar...

- Pode descansar... Você vai precisar para amanhã.

- O que tem amanhã? – franzi o cenho enquanto caminha para a escada e eu o sigo.

- Um dia inteirinho de ressaca. – resmungo.

- Isso é bom?

- Definitivamente não.- paro em frente a porta do meu quarto – Qualquer coisa me chame sim?

- Tudo bem. – fala baixo.

- Boa noite, Senhor Uchiha.

- Boa noite, Senhorita Haruno.

Abro a porta e ele faz o mesmo. Escuto-o pigarrear e então ele fecha a porta lentamente. Entro e fecho a minha também e então me encosto na porta.

Mas que merda foi aquela... Tá, não foi nada demais, mas por que eu estou com a sensação de que foi algo proibido?

Respiro fundo e caminho para meu banheiro. Enquanto tiro o maiô relembro do corpo dele sob minhas mãos. Do modo como ele parecia inocente, mas ainda assim, exalava testosterona... De como me puxou de suas costas e me prendeu junto à sí para conseguir se livrar e pior... Do como me olhou no momento em que voltamos para a superfície. Eu estou ficando louca, louquinha de Silva... Tomo um banho rápido e visto meu roupão, saindo do banheiro. Vou até o closet e pego uma camisola branca, visto-a e me jogo em minha cama de forma preguiçosa.

Eu precisava, definitivamente, fazer a máquina funcionar... Isso já estava ficando perigoso demais.

~> Continua