Projeto Ampulheta - Capítulo 5




Assim que acordei, senti meu corpo leve, esse era um daqueles dias que a gente acorda feliz da vida e nem sabe o motivo. Tomei um banho rápido e enquanto penteava meus cabelos, abri a porta que dava aceso a minha varanda e quando caminhei pela mesma, vi uma cena bem interessante:

O Uchiha estava correndo em volta da piscina. Ele estava praticando exercícios.

Estava vestido com um moletom e só agora eu percebi que o Naruto trouxe apenas 7 pares de roupas para o homem, isso significava que ele iria ficar sem roupas muito em breve.

Era um homem bem atlético, apesar de ser ranzinza. Ele corria de forma ritmada e nem havia me percebido alí. O que será que ele costumava fazer quando eu não estava em casa? Essa era uma pergunta bem interessante. Tenho que lembrar de levá-lo para fazer umas compras.

Volto para o quarto e guardo o pente. Me olho no espelho já sabendo que ele iria ter um troço, afinal, eu vestia um short e uma regata. Era um short que batia na metade da coxa, mas ele teria que se acostumar, afinal, amanhã tem festa na piscina e ninguém vai para uma festa na piscina de roupas compostas.

Saio do quarto e vou para a cozinha preparar algo. Faço uma sopinha rápida de legumes e algumas torradas, faço também bacon e ovos. Um suco cítrico e arrumo a mesa. A porta abre e eu levanto o olhar vendo-o adentrar. Seu olhar desce por meu corpo e na mesma hora seu rosto vai ficando vermelho. Hora da realidade.

- Bom Dia, Senhor Uchiha. - falo animada, fingindo não ter nada demais.

- B-bom… dia. - pigarreia e desvia o olhar.

- Exercícios a essa hora da manhã? - vou até a cozinha, pego a tigela com a sopa e coloco sobre a mesa.

- Hun… - seu olhar vagueia pela casa.

- Algum problema?

- Não… - respira fundo.

- Vamos, pode falar. - encorajo.

- Nada… nada demais.

- Tem certeza? - me aproximo dele.

O Uchiha me olha assustado e mais uma vez seus olhos descem por meu corpo. Ele abre a boca e fecha algumas vezes e então desvia o olhar. Sua boca fica fechada numa linha fina e ele então faz uma breve mensura e sai da sala, indo para o quarto.

Sorrio, ao menos ele não surtou com aquilo, já era grande coisa afinal. Estava um belo dia, então fui até a trava da porta e desativei o sistema, deixando-as abertas, isso fez com que a brisa entrasse dentro de casa. Algum tempo depois, ele desceu, os cabelos molhados estavam desalinhados e alguns fios caíam sobre sua face. Vestindo uma camisa pólo e uma calça jeans.

Nesse calor!?

- Vamos comer, logo terei que ir trabalhar. A propósito, vou tentar sair mais cedo hoje, então vamos fazer umas compras, o Senhor está precisando de roupas.

- Agradeço a gentileza, mas não será necessário.

- Claro que será. - quando vou sentar, ele dá a volta e me puxa a cadeira, agradeço e ele senta na outra – Você vai ficar um tempo aqui, não pode ficar apenas com essas roupas que o Naruto trouxe.

-Elas são confortáveis e a quantidade certa. Não ficarei aqui por muito tempo, como a Senhorita mesmo confirmou.

- Ainda assim, depois eu faço uma doação. Não se preocupe. - coloco um pouco de sopa para mim – O que vai querer?

- Sopa, por favor.

O sirvo com sopa e então começamos a comer em total silêncio, seus olhos em nenhum momento se encontravam com os meus, ele estava me evitando. Eu aproveitei isso para analisar. Seu rosto já apresentava uma leve barba, era quadrado o que dava a ele um ar másculo. Me inclinei um pouco por cima da mesa para pegar uma torrada e o ouvi tossir. Olhei para o Uchiha e ele estava vermelho e tossia muito.

- Ai Kami, Senhor Uchiha! - levantei rápido e comecei a dar leves batidas em suas costas – respire, vamos.

- Cof, cof. Eu… cof, cof. - Ele tinha uma mão na boca, os olhos estavam esbugalhados.

- Ai Odin, não morra, não morra! - Eu já me desesperava.

Pouco a pouco, ele foi se acalmando, os olhos estavam cheios de lágrimas pela tosse excessiva, respirava fundo e estava roxo.

- Melhor? - pergunto preocupada.

- Sim, o-obrigado.

- O que houve? - Sento novamente e entrego a jarra com suco para o mesmo.

- Nada. - ele pega a jarra e se serve.

- Tem certeza?

- Sim, Senhorita.

Olho desconfiada para ele, mas respeito seu silêncio, continuamos nosso café e eu o observava mais atenta, vai que ele tivesse outra crise assim, do nada? Quando terminamos, arrumei toda a cozinha e então segui para o meu quarto. Peguei uma calça jeans clara e uma camisa de manga azul escura. Fui pegar um par de sapatos e foi quando me inclinei para pegar um par que percebi, pelo reflexo do espelho, o que tinha arrancado uma crise tão brusca de tosse do Uchiha.

Ao me inclinar, minha regata se afastou um pouco do meu colo, me deixando com um leve decote, não era nada demais, mas para quem quase nunca fui uma panturrilha, com toda a certeza, ver parte dos seios de uma mulher era, praticamente, ver um filme pornô.

Começo a sorrir igual uma maluca. Gente que mente maligna eu tenho… Aposto que ele nunca nem viu uma mulher pelada. Preciso prepará-lo psicologicamente para a piscina. Biquíni é biquíni, e quando se trata de Ino, biquíni é quase nudez.

Visto minhas roupas e faço uma trança lateral. Passo um batom vermelho sangue e então pego minha bolsa. Quando me dou por satisfeita, saio do quarto e me deparo com ele no mezanino. Estava debruçado sobre o para peito e olhou para mim quando ouviu o “toc toc” dos meus sapatos. Seus olhos mais uma vez percorreram meu corpo de forma discreta, mas que eu percebi e ele então voltou a olhar para algum lugar da casa.

- Precisa de algo? - paro ao seu lado.

- De forma alguma. - Me olha e fica ereto.

- Parece triste. - informo, seu olhar estava “caído”.

- Apenas pensando. - Coloca uma mão no bolso da calça enquanto com a outra, coça a recém barba.

- Hum… Estou indo, por volta das duas da tarde eu venho e nós vamos fazer umas compras.

- A Senhorita é bem insistente.

- Muito. - sorrio – Enfim, tenha um bom dia.

- Obrigado, igualmente para a Senhorita.

Antes mesmo de eu falar algo, ele passa por mim e desce as escadas, parando ao lado da porta de madeira. Uma mão estava em suas costas e a outra segurava a maçaneta da porta. Franzi o cenho e desci as escadas parando em frente a porta, ele fez uma reverência breve e abriu a porta.

- Obrigada, mas… o que foi isso? - passo e paro do outro lado, olhando-o.

- Um cavalheiro sempre deve abrir a porta para uma dama, Senhorita.

- Gostei. Acho que posso me acostumar com isso. - sorrindo, caminho para o carro, desativando o alarme.

- Fico feliz em agradá-la. - ele faz outra mensura e então dá um leve aceno com a mão enquanto eu saio de lá com o carro.

Era muito estranho conviver com o Sasuke (SASUKE, SASUKE, SASUKE… Como era cansativo ficar chamando-o de Senhor Uchiha). Ligo o som do carro e uma batida legal aparece. Ativo o modo “corsa” do bebê e então piso no acelerador.

- Because you know I’m all about that bass, bout that bass, no treble. - canto alto, batucando no volante.

Quando chego no portão do condomínio, o porteiro me dá um sorriso enorme e libera o portão. Desativo o modo “corsa” e sigo pela cidade animada.

Assim que chego no prédio da T.T. estaciono e pego o elevador. Preciso fazer uma nota mental de levar o bebê para revisão, em breve ele teria que parar para dar aquela cuidada básica. Oh céus.

Assim que as portas do elevador abrem, caminho para o laboratório e foi quando a porta do mesmo abriu que eu tive uma mera surpresa, o Kabuto estava dentro da sala de controle. Ele estava ao lado do Konohamaro. O Garoto ao me ver, deu de ombros e eu abri a porta, recebendo a atenção do Kabuto.

- Bom dia.

- Bom Dia, Doutora. - Ambos responderam.

- Algum problema? - levanto as sobrancelhas.

- De forma alguma. - o menino responde.

- Não. Apenas vim fazer uma visita, tirar algumas dúvidas, mas o jovem aqui não fala muito.

- E-eu… - o Konohamaro me olhou assustado.

- Está tudo bem – sorrio para ele – O Konohamaro foi instruído a não falar sobre o projeto.

- Ele foi leal as instruções. - O Kabuto sorri.

- Por isso que ele trabalha comigo. - pisco marota para o garoto que solta um suspiro aliviado – Venha comigo, Senhor Diretor.

Abro a porta e passo por ela, o Kabuto me segue. Vejo a Ino e o Naruto dentro da sala de teste. Eles me olham, a Ino com o cenho arqueado e o Naruto com o cenho franzido. Me abaixo no scanner e então a porta da cúpula se abre. Ele entra comigo e então a porta fecha.

- Quanta segurança.

- Gosto de manter algumas coisas sob controle. - dou de ombros – Pode fazer as perguntas.

- Hum… - ele caminha pela cúpula e então se aproxima da máquina – Como anda?

- Na mesma, descobrimos apenas um tipo de programa que está impedindo o acesso aos dados, mas já estamos cuidando disso.

- Impedindo? - me olha.

- Sim, ele está bloqueando o sistema e apareceu do nada.

- Fizeram algo de errado?

- O de sempre. - dou de ombros.

- Compreendo. - Abre a máquina e então fecha novamente.

- Mais alguma pergunta?

- Na verdade sim. - Ele me olha sorrindo e então caminha na minha direção. Seus olhos vagueiam por trás de mim e ele para na minha frente com as mãos nos bolsos da calça – Podem nos ouvir?

- Não.

- Que bom… Ainda estressada?

- Hun… - sorrio de canto- Bastante.

- Já pensou numa forma de tirar o estresse?

- Na verdade já, e acho que vou precisar de ajuda. - levanto uma sobrancelha e ele respira fundo.

- Ficarei feliz em servi-la. - faz uma mensura com a cabeça e na mesma hora lembro do Uchiha.

- Certamente que sim. A propósito, precisarei sair um pouco mais cedo hoje, espero estar tudo bem.

- Algum problema? - ele arqueia as sobrancelhas preocupado.

- Não. Nada sério. - sorrio.

- Tudo bem. - ele sorri novamente e caminha até a porta de vidro – Ah, Doutora… - viro e olho para o mesmo que me olhava por cima do ombro – Espero que esteja bastante estressada.

Levanto uma sobrancelha e ele aperta o botão fazendo a porta abrir. Ele acena para o Naruto e a Ino e depois para o Konohamaro e sai do laboratório. Assim que a porta fecha atrás de sí, os dois loiros correm na minha direção. Fecho os olhos e respiro fundo já sabendo a chuva de perguntas e críticas que viriam.

- SAKURA! - O Naruto grita em reprovação.

- SAKY SUA SAFADA! - a Ino grita, animada.

- Parem de falar meu nome. - faço careta – Vocês ouviram, vou sair mais cedo hoje.

- Ouvimos, porque não falou para ele que poderíamos ouvir?

- Ele não precisa saber tudo do laboratório… Mas enfim, vou precisar compras umas roupas para o Uchiha.

- Ih cara é mesmo, ele tá pelado? - A Ino saltita animada.

- Claro que não. Acha mesmo que ele ficaria?

- Eu só acho que ele não vai reagir bem a festa na piscina. - Naruto informa, sorrindo.

- Não mesmo. - Suspiro.

A manhã passou tranquila, informei ao Naruto e a Ino sobre a visita que teríamos e no logo após o almoço, a Hinata e o Gaara apareceram e então deixamos o Gaara a par de tudo o que havia acontecido. Ele pirou quando soube que a máquina funcionou e que agora não conseguíamos mais fazer nada até que o rastreamento fosse concluído.

Agora, eu estava estacionamento meu Huracán na garagem aberta de casa e mal saí do carro, a porta foi aberta e o Uchiha estava de pé, parado com uma calça social, uma camisa social, mas sem a gravata e sem o sobretudo que ele vestia quando chegou aqui.

Estava muito bonito… Atraente, na verdade.

- Boa Tarde, Senhorita Haruno. - faz uma mensura.

- Boa tarde, Senhor Uchiha. Nossa. Já está pronto!

- Certamente, não é função de uma dama esperar por um cavalheiro.

- O Naruto precisa ouvir isso… Vamos.

Ele apenas fecha a porta e caminha para a porta do passageiro, já que eu estava dentro do carro novamente. Arranquei dalí e quase apertei o modo corsa, mas olhei para a cara do pobre homem ao meu lado e o ví olhar tudo ao redor de forma analítica e com bastante medo. A coisa ficou pior quando chegamos na cidade e seus olhos percorriam tudo, cada detalhe. Eu tentava explicar tudo da forma mais tranquila possível e claro que ele tentava compreender tudo, ou fazia de conta que compreendia.

Não demorou e chegamos no shopping. Estaciono o carro no terceiro andar e então saio do mesmo, com a bolsa no antebraço, vejo-o sair também e ativo o alarme. Ele olha ao redor e suspira alto, parecia pressentir que não seria uma tarde comum. Dou a volta no carro sorrindo confiante.

- Não precisa ter medo. - informo.

- Tentarei.

Antes mesmo de começar a caminhar, ele me estende o braço. Olho para o braço dele e ele me olhava com as sobrancelhas erguidas. Demorei alguns segundos para compreender que ele iria me “guiar” pelo passeio. Tentei não sorrir, o que foi impossível, mas ainda assim, segurei seu antebraço e ele apoiou a própria mão na altura do abdome, enquanto sua outra mão foi para as costas.

Tô me sentindo nos anos 80.

Ou pior…

Entrando em um casamento (porque foi assim que eu entrei com o Kakashi no casamento da Hinata com o Naruto).

Entramos no shopping e os olhos dele se esbugalharam. Claro que tudo aquilo era demais para o homem e eu o senti parar de caminhar. Seus olhos percorriam tudo de forma rápida e eu fiquei um pouco preocupada se ele não iria sair correndo, desesperado, mas ele apenas respirou fundo. Apertei levemente seu antebraço e ele me olhou com o cenho franzido.

- Está tudo bem, não precisa ficar assustado.

- Sinto falta dos bichos e vegetação. - murmurou.

- Sinto muito por isso… A propósito, pode tirar essa mão das costas.

- Hun? - ele pisca algumas vezes e então tira, vagarosamente, a mão.

- Assim não irá chamar atenção.

- Obrigado. - faz uma mensura com a cabeça.

- Tudo bem.

Caminhamos um pouco mais e eu aproveitei para explicar para ele sobre algumas tecnologias. Ele ouvia tudo muito atento e parecia se maravilhar com algumas delas. Por fim, chegamos numa loja de roupas masculinas, o que foi bem engraçado, porque, as mulheres da loja acharam o Uchiha bem interessante, começando pelo fato de ele desejar “boa tarde, Senhoritas” e fazer uma reverência para todas.

Uma até me perguntou se aquilo era alguma pegadinha.

Pedi para que ele escolhesse algumas roupas e ele apenas pegava calça e camisa de manga, então decidi escolher algumas bermudas e camisetas. Pedi para que ele fosse provar as roupas, ele o fez, mas quando saiu do provador, me entregou todas as que ELE havia escolhido.

- E as outras, não serviram? – apontei para as que EU havia escolhido.

- Sim, serviram, mas... são... impróprias demais, Senhorita...

- Deixei de teimosia. – Pego as outras roupas também e olho para a vendedora que nos atendia – precisamos de cuecas.

- Me sigam. - ela caminha pela loja e eu vou seguindo.

- O que exatamente são... cuecas? - ele sussurra próximo à mim, o que eu não esperava, pois, fiquei levemente arrepiada, sua voz ficava muito rouca quando ele sussurrava.

- São… cuecas… ah… deixa eu pensar. AH! São roubas de baixo.

Como eu estava segurando em eu braço, meu corpo acabou parando bruscamente quando ele parou. Olhei para o Uchiha e ele me olhava com os olhos esbugalhados, a boca aberta e o rosto a cor de um tomate.

- O que…?

- N-n-n-não… - Ele dá um passo para trás – S-Senhorita… - ele se inclina um pouco na minha direção e sussurra – Isso é… Oh não… - balança a cabeça.

- Oras… deixe disso. - Solto seu braço e seguro sua mão, puxando-o – Vamos logo.

- S-Senhorita…

A vendedora nos indica a parte de roupas íntimas e eu continuo puxando-o até a parte das cuecas. Ele olhava tudo muito espantado e seu rosto continuava vermelho. Ele olha rapidamente ao redor.

- Onde estão?

- São essas. - mostro as estilo tanga e box.

- Não, Senhorita. - ele balança a cabeça fervorosamente.

- São sim, olha as box são mais confortáveis. - pego uma e aproximo do quadril do homem para medir, mas ele dá dois passos para trás.

- Senhorita, não ultrapasse a barreira do limite! - ele franzi o cenho.

- Olha – respiro fundo – as roupas de baixo daqui, para homens, são assim, então ou você escolhe, ou vai ficar sem nada – dou de ombros.

- S-Sem… nada? - ele pisca incrédulo.

- Exato, com as coisas tudo balançando ao ar livre. - balanço minha mão direita, demonstrando o “balanço” de suas partes.

- Oh! Por Deus, Senhorita, nunca mais faça isso. - ele aponta para a minha mão- Por favor… - o Uchiha me dá as costas e dá de cara com a vendedora que o olhava curiosa. Ele dá um passo para trás e vira novamente, mas dá de cara comigo e então abre a boca, respirando rápido-

- Por favor, não morra – sorrio- Vamos fazer assim. Eu vou ali na sessão feminina e vou lhe deixar aqui escolhendo, tudo bem? - falo com calma, tentando tranquilizá-lo – Você coloca tudo dentro dessa bolsa – entrego uma bolsa da loja para ele – Depois nos encontramos… - olho ao redor e vejo um banner de um homem com roupa social – alí.

Ele apenas concorda e então eu vou para a parte feminina. Pego um maiô (já que eu só tinha biquíni), uma lingerie e um vestido, depois vou para o local de encontro e o vejo parado, com uma mão para trás e a outra com a sacola.

Ele me olha com o cenho franzido, eu apenas pego sua sacola e sigo para o caixa com ele me seguindo. Pagamos as compras e depois decidimos jantar no shopping. Após o jantar, resolvemos que era melhor voltar para casa. O Uchiha carregava as sacolas com a mão direita, já que a esquerda, me servia, mais uma vez, de apoio.

Todo o caminho de volta vou silencioso, ele parecia ainda atordoado com o lance das cuecas e eu me controlava desesperadamente para não gargalhar em sua frente. Assim que chegamos em casa, ele abriu a porta para mim e entrou com as sacolas, deixando-as por pedido meu, no sofá, afinal, elas precisavam serem lavadas.

O Uchiha subiu para o quarto e eu fui até a cozinha beber um pouco de água e escuto a campainha tocar. Coloco o copo na pia e então vou até a porta, abrindo-a.

Na mesma hora, dou um passo para trás, surpresa.

- Kabuto!? - Minha voz sai trêmula. Droga!

- Olá, Saky. - Ele entra e fecha a porta atrás de sí – Pensei em te fazer uma surpresa.

- Ah… - sorrio sem graça- realmente foi uma surpresa.

- Que bom. - Ele segura minha cintura e me puxa para sí, colando nossos corpos e então me rouba um beijo.

Não posso julgar sua atitude, na época em que ficávamos, era sempre assim, sem perda de tempo, por isso ele já foi me agarrando e me beijando. Suas mãos foram ágeis até minhas nádegas e ele me levantou. Acabei prendendo minhas pernas em torno de sua cintura e ele me guiou até o sofá, me deitando e deitando por cima de mim.

- K-Kabuto… - murmuro, enquanto ele beijava minha nuca – p-para… - sussurro.

- Por quê? - ele morde minha nuca e eu solto um ofego.

- É que… Hun… n-não podemos… - sinto uma mão dele ir até meu seio esquerdo e apertar. Isso me faz soltar um gemido baixo.

- Acho que podemos. - Ele me olha nos olhos e sorri – E acho que devemos.

Abro a boca para protestar, mas ele me beija novamente, dessa vez com luxúria. Entre tentar corresponder ou não o beijo dele e sentir sua mão apertar novamente meio seio, eu acabo soltando um gemido alto bem na hora em que a outra mão dele adentra minha calça e ele toca meu clitóris por cima da calcinha.

Um erro meu.

- SENHORITA HARUNO!

Um grito extremamente alto, rouco e sério invade meus ouvidos e eu sinto o Kabuto paralisar na mesma hora. Antes mesmo de qualquer ação de nossa parte, o Kabuto é retirado de cima de mim de forma brusca e depois eu só o vejo caído com a mão na boca.

Sento rápido, assustada e então vejo-o levantar, mas logo ser atacado novamente pelo Uchiha que se encontrava apenas com a calça social, sem camisa e descalço.

- COMO OUSA ATACAR A SENHORITA DESSE JEITO? - ele gritava enfurecido e então desferiu outro soco contra o Kabuto.

- SENHOR UCHIHA! - grito desesperada, mas ele não me ouvia.

- PARA FORA! NUNCA MAIS SE APROXIME DELA! - ele pegou o Kabuto pela gola da camisa e começou a arrastá-lo em direção a porta.

- QUE PORRA É ESSA, SAKURA? - Kabuto gritou – ME SOLTA! - Ele tentava tirar as mãos do Uchiha de sí, mas era em vão.

- TENHA MAIS RESPEITO PARA COM ELA! - O Uchiha empurra o Kabuto contra a porta e abre a mesma – SAIA!

- SAKURA!? - Kabuto estava muito, muito puto.

- SENHOR UCHIHA! - corri em sua direção, mas ele me olhou com o cenho franzido.

- Não se preocupe, eu irei lhe defender.

- QUÊ? - Eu e o Kabuto falamos juntos.

- SAIA! - Ele olha para o Kabuto – Não permitirei que o Senhor se aproveite de uma dama.

- VOCÊ TA MALUCO? - Kabuto passa uma mão nos cabelos.

- Senhor Uchiha, por favor… - fico entre o Uchiha e o Kabuto – Você está entendendo tudo errado.

- Eu já compreendi – O Uchiha segura em meus ombros e olha nos meus olhos como se eu REALMENTE fosse uma pessoa indefesa – Está tudo bem, ninguém vai lhe fazer mal.

Abro a boca para falar, mas nada sai. Eu estava estática. Ele estava realmente maluco e não percebeu. Sinto meu corpo ser puxado suavemente e só então percebo que o Uchiha havia me colocado atrás de sí. Com uma mão ele me segurava no lugar e com a outra ele apontava para o Kabuto.

- Acho bom o Senhor manter-se afastado da Senhorita Haruno, caso contrário, não responderei por meus atos perante suas ações inescrupulosas.

- Isso... Quer saber? – O Kabuto olha para mim – Cansei! – Ele vira e entra no carro, arrancando daqui igual um pouco.

O Uchiha fecha a porta, trancando-a com a chave e então segura minha mão me levando para o sofá, ele me ajuda a sentar e então se ajoelha em minha frente, segurando minhas mãos. Seus olhos estavam preocupados.

Eu estava muito, muito fodida com esse maluco aqui em casa.

- Senhorita, está tudo bem... Ele lhe machucou? – sua voz era preocupada.

- E-eu... – pisco incrédula.

- Está tudo bem. – sua mão esquerda vai para meu rosto – Não vou permitir que ele lhe machuque.

- Ai meu pai. – murmuro.

- Precisa falar com o porteiro, ele não pode permitir qualquer um entrar assim em um local privado.

- S-Senhor Uchiha... – pigarreio, tentando compreender tudo o que havia acontecido – O Kabuto é conhecido e...

- E ele não tem o direito de agir daquela forma, a Senhorita é uma dama solteira e que merece ser respeitada. Um cavalheiro jamais deveria tratar alguém assim de forma tão inapropriada.

- O-olha...

- Não se preocupe. – Ele sorri e então sua mão que estava em meu rosto desce para minhas mãos e ele as aperta de forma acolhedora – Eu prometo que enquanto estiver aqui, irei cuidar-lhe. Sou o homem da casa então vou lhe proteger. – sorri ainda mais.

- Ah... tá... Eu acho. –pisco incrédula.

- Tudo bem. Hun... – Ele parece pensar um pouco – Peço perdão pelos meus trajes. – seu rosto fica corado.

- Ah... – olho para seu abdome à mostra e percebo aqueles belos, lindos, definidos e sedutores gominhos que um verdadeiro tanque de guerra teria. O que era uma sacanagem filha da mãe. Eu estava à menos de 10 minutos sendo estimulada, e agora esse cara me aparece assim. OBRIGADA ODIN! – Tudo... bem. – Sussurro.

- Venha. – Ele me puxa levemente pelas mãos, me fazendo levantar e então começa a caminhar pela casa, subindo os degraus e passando pelo mezanino, parando em frente ao meu quarto – A Senhorita precisa de um bom banho e descansar. Não se preocupe, qualquer coisa, não hesite em me chamar, sim?

- Tá. – sussurro e então balanço a cabeça de forma positiva.

- Ótimo. Boa noite Senhorita Haruno – ele faz uma breve mensura e então se aproxima e me dá um leve beijo na testa.

- Boa.

Ele abre a porta do meu quarto e eu entro fechando-a em seguida. Caminho igual uma idiota até minha cama e então sento na beirada da mesma colocando a mão na testa. Esse homem era maluco, bipolar e ainda por cima superprotetor.

O Kabuto deve estar, muito, MUITO puto.


Deixo meu corpo cair na cama e fico olhando para o teto. Eu acho que vou precisar de um dramin, diazepam ou até mesmo um rivotril.



~> Continua

Comentários

  1. Kkkkkkkkkkkkkkk capítulo maravilhoso kkkkķkkkkk nunca sorrir tanto lendo uma fanfic kkkkkkk muito bem Sasuke nao deixe esse Kabuto se "aproveitar" da Sakura... o Kabuto é tao fraco que nem conseguiu se defender kkkkk e as compras no shopping muito bom kkkkk
    Super mega curiosa e ansiosa pelo próximo capítulo \o/

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  2. Caralhoooo mano!
    Eu amei kkkkkkkkk
    Que pegada a do Kabuto em! Chegou chegando.
    Que coisa mais fofa o Sasuke...defendendo ela! Kkkkkkk mal ele sabe q ela tava é gostando do ataque.
    Ficou toda bobona com o q aconteceu, não é pra menos né.
    Ameiiiii <3

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    Respostas
    1. Kkkkkkkkkkk
      O Kabuto chegou chegando!
      Sasu dando um de homem da casa xD

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  3. Estou morrendo de dó do Kabuto, tadinho, foi apagar o fogo da Sakura e só se estrupiou!

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