Fugitivos - Capítulo Dezessete

 ~ Flash Back on ~

O início de dia havia sido tranquilo, a aula rotineira, as reclamações do Naruto por eu ter pego “pesado” com a Haruno, mas eu nem peguei pesado com ela…

Sua insistência em dizer que eu estava sendo muito rude e que precisava ser mais delicado porque ela era uma garota. ELE FALA ISSO PORQUE NÃO FOI DESAFIADO COMO EU FUI!

Depois o leve almoço e por fim, minha ida para a oficina de luta. Tive minha primeira luta muito tranquilo contra o Kiba, até que precisei ir ao banheiro e quando cheguei lá, o Idiota do Sasori resolveu ficar se esnobando, falando que os caras da oficina de luta eram todos ogros e tudo o mais.

E devo dizer que eu concordo com ele.

Somos ogros mesmo.

E se reclamar nos tornamos o Shrek em pessoa.

Me mantive calado, afinal, não valia a pena discutir com ele. Terminei minhas necessidades, lavei minhas mãos e quando ía saindo do banheiro ouvi meu nome ser chamado. Olhei para trás e ví o tal 

Sasori me olhando de um jeito estranho.

Sasori – Fala ae, qual a graça de ser um brutamontes?

Olhei para ele de cima à baixo e uma vontade enorme de mostrar na prática qual a graça quase tomou conta de mim, mas apenas dei as costas e sai. Mais uma vez ouvi meu nome ser chamado e logo em seguida a voz dele:

Sasori – Vocês se acham foda né? “Eu sou melhor… Eu sou mais forte… Eu sou misterioso...” Fala sério, vocês devem tudo ter pinto pequeno!

Eu acho que ele está a fim de ver meu pinto, só pode!

Respirei fundo mais uma vez, começando a pensar que iria desafiar o Naruto para uma luta, afinal, só ele não ficaria bolado de eu descontar minha raiva, mas quando coloquei a mão na maçaneta da porta da oficina de luta, ele falou algo que me fez parar.

Sasori – Vocês são todos filhinhos da mamãe!

Soltei a maçaneta e virei meu corpo na direção dele. O ruivo deu um sorriso de canto e abriu os braços.

Sasori – Uns babacas mimadinhos, que no final do dia, vão para casa e se agarram na barra da saia da mãe e… Ah é, eu esqueci, você não tem mãe.

Estreito os olhos e então caminho na direção dele, algumas pessoas já olhavam a cena que se passava alí. Assim que cheguei perto dele, apontei o dedo em sua direção..

Sasuke – Nunca mais, em toda a sua miserável e inútil vida, fale de minha mãe.

Sasori – Me ameaçando? *ele dá um passo e então estufa o peito* Eu posso até ser miserável e inútil, mas ao menos minha mãe não me abandon…

Não esperei ele terminar de falar e desferi um soco contra o ruivo. Ele deu dois passos para trás e então se jogou em cima de mim. Começamos a trocar socos. Eu sentia o sangue ferver dentro de mim e pouco me importava com o que iria acontecer, eu só queria, com todas as forças existentes em mim, machucar seriamente esse moleque!

Em um soco desferido por ele, segurei seu braço e o derrubei no chão, era a minha chance. Eu socava com toda a raiva em mim. Meus ouvidos zumbiam e minha boca estava seca, mas não demorou muito e eu senti algo chocar contra meu corpo e então o ar me faltar. Meu corpo tombou e não pude mais me mover. Só então percebi o Gaara segurando o Sasori e ouvi a voz do Naruto no meu ouvido.

Esse loiro infeliz tinha que acabar com a brincadeira!

Quando o Kakashi apareceu e me pediu uma explicação eu não pude fazer nada, afinal, na luta existem regras e uma dela é não lutar fora do tatame. E eu o fiz, mas não estava preparado para receber minhas luvas daquela forma, com a expulsão.

Minha garganta fechou com um bolo enorme e eu só queria poder gritar igual um louco. Pensei em ir embora, mas saber que quando chegasse em casa poderia encontrar meu pai me fez ficar no colégio e o único lugar que pensei para ficar sozinho era a arquibancada, afinal, ninguém me acharia alí.

Sentei no chão, apoiei meus braços nos joelhos e revirando as luvas nas mãos, comecei a pensar no que iria fazer agora. Eu não poderia mais entrar em nenhuma oficina, até porque era a regra, as mudanças poderia acontecer em até 3 meses de oficina, depois disso, o aluno teria que permanecer na oficina que estava e em caso de expulsão, o mesmo não entraria em oficina nenhuma e isso significava ter que ficar na escola todos os dias fazendo trabalhos voluntários.

Estava perdido em meus próprios pensamentos quando ouvi um “toc-toc”, levando a cabeça e vejo a Haruno caminhando lentamente em minha direção. O que essa garota fazia aqui? Será que ela não compreendia que eu queria ficar só?

Devo confessar que me senti incomodado com sua presença, mas ela faz o tipo chata, implicante e persistente, pensei em mandá-la embora, mas ela não iria então eu teria que matar sua curiosidade para poder ficar só.

Claro que isso não aconteceu, afinal, ela é insistente pra cacete!

Minha surpresa veio quando ela se ajoelhou à minha frente e segurou meu rosto. Era tão estranho ter aquele tipo de contato com ela. Apesar de estarmos com alguns “projetos” juntos não tínhamos lá esse tipo de intimidade e isso estava realmente me deixando desconcertado.

O seu toque era quente e confortável. Soltei as luvas e segurei suas mãos e então pude perceber o quanto elas eram pequenas. Uma pontada de culpa tomou conta de mim quando percebi que havia deixado-a se machucar no treino. Preciso lembrar de não fazer mais isso.

Apesar de ter a fama de certinha, o fato de ela mandar as regras se danarem me fez rir e eu acabei soltando suas mãos e levantando. Não que eu estivesse achando ruim, o problema era exatamente esse, seu toque era quente demais para mim.

Ainda tinha o fato de ela ficar se fazendo de maluca. Isso mesmo. Enquanto eu tentava fazê-la perder a calma, ela acabava entrando na minha: Quando eu a chamei de chata, de baixinha e de idiota. Falando em baixinha: Como eu não percebi antes que ela era tão pequena(?)

Meu santo Dwayne Johnson, eu sou um grandessíssimo idiota. O Naruto estava totalmente certo, essa menina não era da luta, de forma alguma, era pequena, delicada, frágil… mas insistente pra caralho!

Um problema surgiu quando ela disse que era bonita e eu concordei. O que me deu? Nem eu mesmo sei, mas ela era realmente bonita, não era como algumas outras garotas de corpos esculturais, longe disso, mas ela era diferente. Não sei explicar.

Subitamente, pensando por esse lado, ela é realmente um tipo interessante e foi quando eu a mandei calar a boca e ela me desafiou a tal que eu tive uma ideia genial e ao mesmo tempo horrivel.

A beijei!

E cara… Foi algo obscuro.

Seu corpo pequeno se encaixou tão perfeito no meu que eu só queria mais daquilo. A abracei com uma mão e com a outra segurei seus cabelos, sentindo-a corresponder ao beijo. Seus cabelos eram macios e bom de puxar, então subi minha mão para apreciá-los, mas senti uma textura diferente. Não eram seus cabelos. Sem pensar muito, puxei aquilo, sentindo seus cabelos se libertarem.

Seus lábios eram tão quentes que passavam conforto. Esse não era nem de longe meu primeiro beijo, mas com toda a certeza foi o melhor deles. Eu poderia ficar fazendo isso o dia todo.

Opa!

Não. Pare agora mesmo, Sasuke Uchiha!

ALERTA VERMELHO!

ALERTA VERMELHO!

ALERTA VERMELHO!

O beijo vai parando e quando olho para a Haruno, vejo seus lábios avermelhados e seu rosto corado. Solto seus cabelos e me afasto dela, vendo que ela havia ficado na ponta dos pés.

Que merda. O que foi que acabei de fazer!?

Eu preciso falar, eu tenho que falar. Pedir desculpas? Não. Claro que não. A gente só pede desculpas quando está arrependido e arrependimento era algo que estava bem longe de passar por mim.

Baixo o olhar para minha mão e vejo uma fita entre meus dedos. Era isso que prendia seus cabelos!

Olho para a Haruno novamente e não consigo falar nada então saio de lá igual um idiota.

 ~ Flash Back off ~

Agora, olhando para o teto do meu quarto, eu ainda não conseguia compreender o motivo de tudo o que aconteceu. Fecho ainda mais a mão em forma de punho e sinto a delicada fita entre meus dedos. Suspirando, levanto a mão deixando-a em frente ao meu rosto e uma parte da fita fica caída em minha direção.

Por que eu havia pego a fita e trazido comigo? Eu estava ficando maluco… E ainda assim não conseguia me arrepender de nada.

Começava a me sentir um psicopata!

Quer a prova de que eu estava realmente virando um psicopata?

Desde que me deitei, não conseguia parar de olhar para a fita e cheirá-la, sim, porque a porcaria da fita tinha o cheiro dos cabelos dela.

Era um cheiro doce, mas suave.

Mas que porcaria!

Com raiva, desligo a luz do abajur e decido dormir.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Naruto – Cara, eu realmente não consigo acreditar que você foi expulso. Estão todos muito chocados com o que aconteceu.

Gaara – Eu também não consigo acreditar.

Sasuke – Eu sei. * resmungo, revirando a comida no meu prato*

Gaara – Você não deveria ter deixado ele te tirar do sério como ele fez. *bebe um pouco do refrigerante * Ele é um idiota. Vive desafiando todo mundo lá na Natação.

Naruto – O Kakashi também está pra baixo. Ele te adora, cara.

Sasuke – Eu sei. * realmente eu sabia, sabia de tudo isso, mas o que podia fazer agora? Levanto o olhar e vejo a Haruno do outro lado, com as amigas. Elas pareciam conversar sobre algo bem interessante*

Naruto - “Eu sei. Eu sei” Você não sabe falar nada além disso?

Sasuke – Eu sei. * será que ela tinha contado as amigas sobre o beijo? Certamente que sim.*

Gaara – Cara, o que te deu?

Sinto algo bater em meu braço e quando olho vejo uma rodela de tomate em cima da mesa. O Gaara havia jogado em mim. Deixo o garfo cair sobre o prato e então suspiro, fechando os olhos.

Sasuke – Eu beijei a Sakura.

Silêncio.

Silêncio.

Silêncio.

Levanto o olhar e vejo o Gaara me olhando com a boca aberta e o garfo cheio de arroz parado no ar entre sua boca e o prato. Já o Naruto estava com os olhos esbugalhados. Ele piscou algumas vezes.

Naruto – Puta que pariu. *murmurou*

Gaara – Ai meu caralho! *ele coloca o garfo, ainda com arroz, de volta no prato *

Naruto – Porra… * passa as mãos nos cabelos* Porra novamente!

Sasuke – Eu sei. * encosto as costas na cadeira e então passo as mãos nos cabelos*

Gaara – Como assim? Uma hora vocês se odeiam e na outra se amam!?

Sasuke – Sei lá cara. Foi depois da expulsão… aconteceu. Nem eu mesmo sei o motivo.

Naruto – Tu tá gostando dela. * arqueia as sobrancelhas*

Sasuke – Nem vem. Quem vive flertando com ela é você.

Gaara – Isso é verdade.

Naruto – Eu só sou gentil, apesar de ela ser uma coisinha linda, não faz meu estilo… Mas você, 

Sasuke Uchiha… Sei não, hein.

Sasuke – Não fode, Naruto. * desisto daquilo e então levanto, pego minha bandeja e olho para eles * vou indo, tenho uma aula de dança para fazer.

Gaara – Cuidado hein… Danças são fatais. Principalmente as que ela costuma praticar.

Sasuke – Não cairei em tentação. *pego minha mochila colocando-a sobre o ombro esquerdo, coloco a bandeja na rampa, olho para a Haruno e ela devolve o olhar, mostro o relógio no meu pulso para ela deixando claro que estava na hora. Começo a caminhar para o corredor.*

Ela deve estar, no mínimo, me achando um maluco, virgem e tarado bipolar. Mas que se dane, eu não iria deixar de fazer o que estava fazendo por causa de um beijo. Deixaria bem claro que foi apenas um beijo, coisa do momento, e só.

Assim que chego em frente a oficina de dança, escuto o “toc-toc” dos costumeiros saltos que ela usava por conta do fardamento. Olho para o lado e vejo a Haruno caminhando confiante em minha direção, assim que chega ao meu lado ela sorri.

Sakura – Boa tarde, Senhor MMA. *pega as chaves e abre a porta, entrando. A sigo*

Sasuke – Boa tarde, Senhora Psicóloga.  *resmungo e fecho a porta. Ela liga as luzes de fundo, deixando parte da sala escura*

Era tão estranho vê-la assim tão tranquila. Será que ela havia esquecido, ou era bipolar? Coloco a mochila no mesmo canto do outro dia, tiro a gravata, puxo a camisa de dentro da calça e quando vou tirar o sapato, ela faz um sinal com a mão para que eu não o faça.

Sakura – Vamos praticar dança de salão. * A Haruno coloca a mochila no sofá e liga o ar. * Escolhe um ritmo.

Sauke – Não conheço…

Sakura – Alí. * Aponta para um quadro do outro lado da sala* escolhe um e vamos praticá-lo. Estou sem parceiro para a dança então vou lhe usar enquanto lhe ensino.

Sasuke – Estou me sentindo usado. * faço careta, caminhando até o quadro*

Sakura – Que bom. * Sorri, prendendo os cabelos em um cóque e conectando o celular a caixa de som.*

Sasuke – Hum… * Analiso as litas e vejo um nome conhecido, apesar de não lembrar* Bolero. * olho para ela*

Sakura – Oh, um ótimo ritmo para quem está começando. * ela mexe no celular, pega o controle e caminha para a frente do espelho * Venha.

Caminho até a mesma e paro ao seu lado de frente para o espelho.

Sasuke – E agora?

Sakura – O bolero é bem simples, tranquilo e suave. Vamos começar com dois para lá e dois para cá. Me siga. *ela faz e eu repito. Esse era fácil* Ótimo, agora, um passo para frente e dois para trás, depois dois para frente e dois para trás, assim.

A Haruno faz e eu fico observando, ela faz sinal com a mão e eu imito. Ela pega o controle e solta a música, era em espanhol e se chamava No Me Platiques Mas de um tal de Luis Miguel.

Ficamos um bom tempo para frente e para trás, depois de um lado para o outro. Sempre que eu errava o ritmo, ela me fazia parar, observar e então repetir. Em um determinado momento, ela veio para a minha frente, ficou a um passo de distância, mas não nos tocamos, ela apenas seguia meus passos como se estivesse me seguindo.

Me atrapalhei no início, mas logo peguei o jeito.

Ainda sem falar nada, ela dá um passo na minha direção e isso faz nossos corpos ficarem juntos. Paraliso.

Sakura – Continue. * ordena*

Pisco atordoado, mas continuo dançando. Ela segura minha mão direita e leva até a base de sua coluna e segura minha mão esquerda. Sua mão esquerda vai para meu ombro e ficamos dançando.

Era mais difícil dançar assim. Apesar de ela ter informado inúmeras vezes, o medo de pisar no seu pé era maior que a confiança que eu possuía naquele momento e isso me fez olhar para baixo. Na mesma hora senti um beliscão no meu ombro.

Sasuke – Ei. * franzi o cenho*

Sakura – Toda vez que você olhar para os pés eu vou lhe beliscar.

Sasuke – Vejo que sua mão já está boa. * ralho*

Sakura – Cuidei dela muito bem. *sorri irônica* Agora dance.

Reviro os olhos e continuo com o dois pra lá, dois pra cá. Para frente e para trás. Era engraçado estar dançando com ela, pois, parecia que ela sabia exatamente para aonde eu iria. Sempre que eu trocava o passo ela seguia com tamanha facilidade. Era leve de se guiar e isso ajudou bastante.

Mas o que realmente complicava era não poder olhar para os pés, afinal, não era apenas o medo de pisar em seu pé que estava me incomodando, mas sim o fato de ter que ficar olhando em seus olhos extremamente verdes e brilhantes sob a baixa iluminação do local.

Por sorte, a música foi ficando mais baixa, mais baixa, até que por fim, acabou e então nos afastamentos calmamente.

Sakura – Você pegou bem o passo base. * sorri * Agora vamos para o passeio. É o seguinte, vamos estar no frente e trás, quando você caminhar para frente, eu vou caminhar para trás e ai, na hora de você voltar a caminhar para trás, seu primeiro passo vai ser curto e para trás, mas indo para o lado e então vai dar três passos mais acelerados, NADA EXAGERADO, mas o terceiro passo vai terminar lento e então você dá mais um passo para trás e então volta o dois para trás, entendeu?

A olhei com o cenho franzido e cheio de medo. NÃO EU NÃO ENTENDI, EU VOU SAIR CORRENDO DAQUI. Balanço a cabeça de forma negativa.

Sakura – Foi o que pensei. Vamos faça comigo. * Ela fica ao meu lado, de frente para o espelho e então começa a fazer, eu imito * viu, não é tão difícil, vamos lá!

Mais uma vez, a Haruno vem para a minha frente e solta a música. Começamos a fazer os passos e eu me complico todo, mas ela insiste e então começo a fazer direito.

Sakura – Agora, vamos começar a caminhar pelo salão. *falava enquanto dançávamos * Você não vai dar o passo para o lado, mas vai dar os três passos, entendeu?

Faço que sim com a cabeça e dou os três passos. Vejo um sorriso surgir nos lábios dela. E então percebo que tinha executado o passo de forma correta. Como ela havia informado, enquanto dançava eu girava levemente pelo salão e ela apenas me seguia.

Sakura – Muito bom. Você leva jeito. * Ela bate palmas* Agora vamos para o chapéu!

Sasuke – Han? *Me espanto*

Sakura – Chapéu da dama. É assim, Vamos caminhar para trás, dai você caminha normal para a frente, mas a sua mão esquerda vai levantar um pouco e me guiar para um giro. Eu vou girar e você vai continuar dançando o dois pra frente e dois para trás. Assim, na hora de você voltar com os dois para trás, eu vou voltar junto. Vale lembrar que, durante o giro, sua mão não pode sair da minha cintura.

Sasuke – Vai da tempo? * eu realmente tinha minhas dúvidas*

Sakura – Claro. Venha.

Eu mal chego perto da Haruno e ela já envolve a mão em meu pescoço, era engraçado porque eu começava a me acostumar com essa aproximação toda. Mais uma vez, começamos o vai e vem e então eu dou o primeiro passo para frente e levanto sutilmente a mão e ela gira no ritmo da música, minha mão desliza por sua cintura, barriga e então cintura novamente e ela fica de frente para mim bem na hora de voltar a caminhar para trás.

Sakura – Viu que é fácil, agora é a vez do chapéu do cavalheiro.

Sasuke – Você já está pedindo demais.

Sakura – Tô nada. Vamos fazer do mesmo jeito * continuávamos dançando* mas em vez de ser para frente, vai ser na hora de você ir para trás. Você dá o primeiro passo e no segundo, seu pé em vez de levantar, ele vai permanecer no chão e você vai girar. Vamos tentar. * Começamos o passo, mas eu vou rápido demais* Com calma, Sasuke, você precisa sentir a música. * Assinto e então repetimos o ato, saiu quase correto* Viu, não é tão dificil.

Continuamos dançando durante quase toda a tarde, era engraçado como estar com a Haruno era totalmente diferente de tudo o que eu estava acostumado. Quando dançava, ela era outra pessoa, ainda sendo ela. Sua determinação era invejável, devo dizer. Quando a aula acabou, eu já havia pego esses passos que ela tinha passado e me fez prometer que treinaria em casa.

Vou me sentir um louco dançando sozinho no meu quarto.

Vai vendo…

Quando terminamos a aula, seguimos para o estacionamento e eu me ofereci para levá-la em casa já que o ônibus não estava mais lá. Enquanto dirigia, ela não parava de mexer no celular o que foi muito bom, eu realmente não sabia sobre o que falar. Na verdade até sabia, só não sabia como falar.

Por fim, chegamos em frente à sua casa e ela suspirou pegando a bolsa.

Sakura – Obrigada pela carona, mais uma vez. *revira os olhos*

Sasuke – Não se acostume.

Sakura – Aaaaah, já estava começando a me sentir uma madame.

Sasuke – Nunca. *faço careta*

Sakura – Lembre de treinar, por favor.

Sasuke – Apesar de me sentir um idiota, eu vou.

Sakura – Que bom.

Ela sorri e um silêncio constrangedor se faz. Eu precisava falar algo.

Sasuke – Sakura… Sobre ontem…

Sakura – Você tem alguma explicação?

Sasuke – Ah… * pisco algumas vezes* Na verdade, não.

Sakura – Então não fale. *ela sorri* Acredite, explicações só devem ser dadas quando elas realmente existirem. Se você não sabe, não tente falar.

Sasuke – Mas você merece uma.

Sakura – Concordo, mas se não é para ter a explicação correta, prefiro não ter.

Sasuke – Por quê?

Sakura – Não sei. *Ela dá de ombros e então abre a porta do carro* Até amanhã, bakão. *ela sai e bate à porta do carro*

Sasuke – VOCÊ VAI ME DAR OUTRA PORTA!

A Haruno dá a volta no carro e caminha para a casa dela, mas seu rosto possuía um sorriso esnobe, como se tivesse ganho uma batalha. Reviro os olhos e arranco com o carro dalí, vendo-a me dar tchauzinho.

Ela era realmente genista e eu acho que sou mais ainda. Balanço a cabeça e sorrio de canto.

Sasuke – Bakinha! *resmungo*

~> Continua