Pelotão 28 - Capítulo Trinta e Um

Enquanto o tempo passava, tudo o que ela fazia era ouviu os barulhos e gemidos, até que os gemidos foram cessando, e restaram apenas as pancadas. Quando tudo silenciou, ela fechou os olhos e respirou fundo. Não sabia exatamente quanto tempo havia passado, mas sabia que fora tempo suficiente para que metade dos soltados tivessem voltado para seus afazeres, ignorando o que acontecia na sala ao lado.


Mas ela não era capaz de ignorar. Olhou para Kiba e ele brincava com uma faca como se nada tivesse acontecendo. Passos pesados chegaram ao ouvido de ambos e quando eles olharam para o lado encontraram um loiro suado, ofegante, com o rosto vermelho pelo recém esforço físico. Ele continuou caminhando até se aproximar de ambos e quando chegou em frente a médica, parou. Ela o olhou de cima a baixo, analizando se ele estava bem. Viu que as articulações dos dedos do Capitão estavam machucadas. Tanto que sangravam. Com um respirar profundo, a medica ergueu as mãos e pegou na mão esquerda dele, analizando de perto os machucados.


- Terminou o serviço? - Kiba perguntou despreocupado.


- Sim. - murmurou e meneou a cabeça em um agradecimento mudo. O Inuzuka levantou, deu um tapinha no ombro do Uzumaki e saiu de vista. O loiro voltou os olhos para a médica, vendo-a analizar sua mão - Como você esta?


- Bem. - respondeu baixo - Precisamos cuidar desses machucados.


- Primeiro você. - resmungou soltando a mão das delas e afastando um pouco o blusão camuflado, ele viu a pele a cima do seio dela vermelha. Um traço regular e bruto causado pela regata rasgada bem ali. Um rosnado baixo vibrou pela garganta do loiro e ele precisou respirar fundo para não voltar na outra sala e matar o cara. Com um suspiro, o loiro subiu o olhar para a cabeça dela onde o sangue havia escorrido e fechou as mãos em punho, aliviou o aperto e depois apertou novamente, com raiva - Precisamos cuidar da sua cabeça.


- Está tudo bem. - ajeitou o blusão e suspirou - Sua mão está sangrando.


- Sua cabefa também. - com cuidado, ele levou uma mão até a cabeça dela e analisou o ferimento - Filho da puta. - sussurrou.


- Não acho que a maãe dele tenha culpa nisso. - mordeu o lábio e se encolheu quando ele mirou os olhos azuis nela - Quê!? Nem sempre as mães tem culpa pelos atos dos filhos.


- Não vou discutir isso com você, Sakura. - murmurou e segurou na cintura dela, ajudando-a a descer da mesa. Ela cambaleou e só então percebeu que ainda estava tonta. Ele percebeu e logo tratou de rodear a cintura dela com um braço, sustentando-a - Teimosa.


- Ogro. - devolveu, apoiando-se nele.


- Orgulhosa! - murmurou de volta, ajudando-a a subir as escadas.


- Irritante. - continuou devolvendo, subindo os degraus de forma calculada.


- Cabeça dura. - murmurou contra a cabeça dela.


- Brutamontes. - resmungou por cima do ombro.


- Sabe... Acho que você é mais legal quando está gemendo. - sussurrou contra o ouvido dela e a médica acabou perdendo o equilíbrio diante daquela revelação. - Opa... Cuidado com o degrau... Doutora.


- Hun... - ela se recuperou rápido e o olhou por cima do ombro - Interessante... Eu também te acho mais legal quando você está relutando para não gozar antes da hora.


- Acaso está insinuando que eu tenho ejaculação precoce!? - parou de subir as escadas e consequentemente ela também parou.


- Eu!? - fez cara de ofendida e sua cabeça latejou - Ai... Eu não.


- Hun... - arqueou uma sobrancelha por causa do "ai" dela, mas logo voltou a subir a escada, ajudando-a - É que senti um deboche no seu tom de voz... Já estava imaginando quando iria puni-la.


- Não sei se o Capitão lembra, mas a pouco tempo eu quase fui estuprada. - murmurou e o olhou de soslaio quando chegaram no topo da escada - Não deveríamos estar falando sobre outro assunto?


- Deveríamos sim... Mas não pense que eu esquecerei do que acabou de falar. - eles começaram a caminhar pelo corredor, seguindo na direção do quarto dela - Não pense que vai insinuar algo tão inconveniente e vai ficar por isso mesmo.


- Deixe de ser vingativo, Capitão. É bastante comum homens terem problemas de ereção e ejaculação. - inclinou a cabeça e apoiou a mesma no ombro masculino, falando baixo - Até mesmo um homem alto, forte e Capitão como você.


- Vou faze-la retirar cada virgula do que acabou de falar. Sabe disso, não sabe? - parou em frente a porta dela e abriu a mesma, olhando para dentro do quarto.


- Vai me punir? - arqueou as sobrancelhas enquanto entrava no quarto.


-  Certamente... Mas por hora, vamos apenas cuidar de seus machucados. - fechou a porta as costas e a ajudou a retirar o blusão.


Ele a ajudou a limpar o ferimento da cabeca, ajudou ela a se limpar, vestir uma roupa confortável e então a deitou com cuidado no colchonete. Ficou sentado na beirada do mesmo esperando a médica adormecer, mas ela mantinha os olhos entre abertos, olhando-o. Os olhos azuis cintilavam para os verdes e em determinado momento, ela se afastou e bateu no colchonete em um convite mudo para ele.


O loiro deitou e se ajeitou, permitindo que ela se aconchegasse ao seu corpo e deitasse a cabeca machucada sobre seu peito. Ele a abraçou e ficou fazendo um carinho suave na base da coluna dela enquanto olhava para o teto e respirava fundo.


- Eu tive tanto medo. - sussurra olhando para a parede e se aconchegando mais no Uzimaki.


- Me desculpe. - murmurou desgostoso - Eu não estava aqui para protege-la.


- Não. - balançou a cabeça e o abraçou forte - Ninguém poderia imaginar...


- Eu sim. - enterrou o nariz na cabeça dela e fechou os olhos - Sou o responsável por sua segurança. Deveria ter imaginado que algo do tipo aconteceria.


- Não, Naruto. - balançou a cabeça e começou a fazer um carinho suave no brafo dele - Você não teria como prever algo assim... Não se culpe por isso, por favor.


- Mas eu me culpo. - sussurrou.


- Ei... - ela se remexeu, afastando a cabeça do peito dele e erguendo o queixo para poder olha-lo nos olhos - Você não é culpado em nada disso... Você veio ao meu encontro quando te chamei... - respira fundo - Todas as vezes.


- Mas não deveria ser necessário você me chamar. - ele acariciou desde a têmpora dela até o maxilar com o dedo indicador - Eu deveria estar sempre aqui.


- Não... Você tem o pelota...


- Mas também tenho você. - o dedo indicador raspou no lábio inferior dela e depois no superior. Os olhos azuis acompanhavam o dedo com um brilho intenso - E eu não me perdoaria nunca se algo acontecesse a você.


- Naruto... - sussurrou.


Sem conseguir falar, a médica baixou a cabeça e tomou os lábios dele em um beijo suave. Quase um roçar, mas que depois se aprofundou em um beijo delicado, carinhoso, apaixonado. As mãos dele rodearam a cintura dela e os dedos da médica afundaram-se nos fios loiros. Era bom ter a boca do loiro na sua... Melhor, era bom ter a boca dele em qualquer canto do seu corpo, mas aquele não era o momento para isso. E ele também sentia a mesma coisa, por isso, o beijo foi encerrado tão cálido quanto começou. Com um suspiro, ela voltou a deitar a cabeça no peito dele e ele voltou a acariciar as costas dela. Ambos, entregando-se ao cansaço.


Naquela noite, o sono dela foi inquieto, cheio de pesadelos que envolviam bombas, tiros, sangue, morte, mas também um homem de feições raivosas que a abusava, torturava e depois matava, entregando seu corpo em um estado deplorável ao Capitão Uzumaki, fazendo-o enlouquecer para sempre.

~*~*~

Andava de um lado para o outro afoita. Estava ansiosa, nervosa, entusiasmada. Iriam levar os soldados feridos para a base. Finalmente! Havia distribuíndo instruções para todos e cada um ajudava da melhor maneira possível. três tanques haviam sidos dispostos para levá-los e isso a deixava entusiasmada, afinal, iria voltar para a base também. Olhou ao redor certificando-se de que estavam todos sendo devidamente colocados dentro do tanque e ao longe, viu o loiro conversando com um soldado.


Como se sentisse os olhos verdes sobre si, ele olhou na direção dela, causando uma ligação de olho no olho. De forma discreta, ela lançou um pequeno sorriso para ele e foi correspondida com um menear de cabeça que para ela, foi muito significante. O Uzumaki era um homem fascinante que misturava cuidado e força em um moinho só. A forma como acordou, com ele distribuindo beijos por todas as suas costas, com as mãos grandes e calejadas acariciando-lhe as coxas, com o corpo dele sobre o seu, mostrava mais do que apenas um desejo carnal, porque enquanto satisfazia ao desejo de ambos, ele se preocupava o tempo todo com o estado dela, como: se ele estava indo rápido demais, ou com força demais... Sabia reconhecer seu "tamanho" e por mais que ela alertasse que estava tudo bem, ainda assim, ele se preocupava.


Depois que todos os soldados estavam em seus devidos lugares, a médica suspirou, feliz. Finalmente chegará o momento tão esperado de transportar à todos. Passou as mãos no blusão camuflado e olhou para o lado, vendo Kiba aproximar-se. Ele mantinha um sorriso no rosto e parou ao lado dela, colocando-lhe uma mão no ombro.


- Foi muito bom tê-la aqui, Sakura. Você fez total diferença. 


- Só fiz minha obrigação. - respondeu baixo, olhando para ele.


- Com amor. - olhou para ela e deu de ombros - Salvar uma vida é uma coisa, mas fazê-lo com amor, é outra totalmente diferente. - toca o queixo dela com o indicador e polegar, apertando suavemente o local - Você fez mais que sua obrigação e eu e meus homens somos gratos eternamente. 


- Eu...


- Já chega de agradecimentos, Inuzuka. - a voz grave veio de trás deles e o moreno deu um sorriso de canto, retirando os dedos do queixo da médica, olhando para o loiro que protetoramente, segurava na cintura da médica e a puxava sutilmente para si.


- Tudo bem. - sorriu ainda mais - Cuide dele, Sakura. - indicou o Uzumaki com a cabeça - Ele é grandalhão, mas ainda é um menino.


- Pode deixar. - sorri, meneando a cabeça e olhando para o loiro que mantinha os olhos azuis no amigo.


- Não sou só grande na altura, Inuzuka... - murmurou com os olhos estreitos - Muitas outras coisas também são.


- Me cantando, Uzumaki? - Kiba apertou os lábios em uma linha fina, tentando conter o riso.


- De forma alguma... - puxou a Haruno de encontro ao seu corpo, prendendo-a ao seu peito - Apenas lhe informando que estou de olho. 


- Você adora me adimirar, não é, Narutinho? 


- É... Gosto de imaginar qual será a melhor forma de te matar. - deu um sorriso de canto.


- Olha... Você é sádico... - deu um sorriso de canto também.


- Pode apostar. - resmungou.


- Hunnnn... - para provocar, Kiba olha para as partes baixas do loiro e depois volta a olhar para a médica - Caso canse de brincar e queira algo mais... Interessante... É só bipar no Q289. - deu uma piscadela pra ela.


- Pega esse Q289 e enfia no...


- Pelo amor de Deus, vocês dois! - a médica interrompeu o xingamento do loiro. Aqueles dois pareciam duas crianças. O loiro fez um bico irritado e ela suspirou, olhando para Kiba e lhe lançando um sorriso amigável - Agradeço, Inuzuka... Se cuida.


Sorrindo, o moreno se afasta deixando os dois sozinhos. Com um suspiro cansado, a médica vira e apoia as mãos no peitoral do loiro e se afasta um pouco. Ele baixa a cabeça para poder olhar nos olhos dela. A Haruno coloca as mãos na cintura com raiva e Naruto arqueou as sobrancelhas em total desentendimento 


- Você é impossível. - sibila.


- Não entendi, Doutora. - franziu o cenho.


- "Não entendi, Doutora". - imita e depois rosna - Que merda foi essa!? O cara só estava sendo gentil, porra!


- A gentileza dele o estava levando à outros níveis, como por exemplo, te imaginar nua, gemendo o nome dele enquanto ele te fodia. - foi direto e olhou para algum ponto atrás dela é suspirou, depois baixou os olhos para ela novamente.


- Engraçado... - colocou um sorriso irônico na cara e apontou um dedo no peito dele é empurrou. Na mesma hora, o loiro alisou o local que havia ficado dolorido.


- Ei!


- Você me olha da mesma forma, Uzumaki! - protestou e apontou no peito dele novamente.


- É... Mas eu só penso naquilo que vou praticar. - murmurou e segurou o pulso dela quando outro dedo já estava perto de seu peito - Agora vai partir pra violência!?


- Pensei que fosse sádico. - inclinou a cabeça, sorrindo irônica.


- Hun... - suspirou e aproveitou que segurava no pulso dela, puxando-a para si e fazendo o corpo feminino esbarrar no seu. Ela arquejou e ergueu o queixo. O Uzumaki aproveitou e inclinou a cabeça, aproximando a boca do ouvido dela, sussurrando- Entenda, Doutora... Sadismo tem a ver com eu imaginando o que farei com você, como por exemplo, fodê-la com certa brutalidade apenas por castigo pelo seu mal comportamento em ousar defender o filho da égua do Kiba na minha frente. - a médica ofegou e ela fechou os olhos. Quando ele voltou a falar, sua voz quase não saía - Talvez você precise de umas aulas sobre o assunto.


- Não me parece ser seu estilo. - desafiou num fio de voz.


- Posso ter muitos estilos. - com brutalidade, ele se afasta dela e a olha com um brilho divertido nos olhos - Mas prepare-se... Vai receber seu castigo assim que eu tiver a primeira oportunidade.


- Sabe que não pode ameaçar uma médica militar, não é? - perguntou divertida, tentando se recompor do torpor que havia entrado, porque sua mente já conseguia gerar imagens de si de quarto, enquanto o loiro lhe desferia tapas na bunda.


- Sou Capitão militar, Doutora. - deu uma piscadela para ela - Posso fazer muitas coisas com a Senhorita.


Dito isto, ele passou por ela e seguiu na direção dos tanques. A médica levou alguns minutos para se recompor e seguiu para o tanque destinado para si. Entrou e sentou ao lado de um soldado que estava imobilizado e o loiro sentou em frente a ela. Minutos depois, estavam em movimento. Todo o caminho, ela tentava desviar os olhos do loiro que mantinha os olhos azuis nela e todas as vezes que ela olhava para ele, sentia um calafrio percorrer sua espinha e parar no ponto entre suas pernas porque era visível que ele pensava em algo desprovido de pudor e certamente, metade dos pensamentos, era sobre como ele iria puni-la... E o pior... Ela tava doida pra saber também.