Jarros de Almas - Capítulo 12




A música já havia mudado o ritmo, mas eles continuavam juntos. As mãos dele insistiam em estarem na cintura dela, enquanto as mãos dela insistiam em segurar nos braços dele. Estavam conectados, com um magnetismo inexplicável e até mesmo as pessoas que conheciam a jovem, estavam achando estranho ela se permitir dançar tanto e daquela forma com um desconhecido. Mesmo que ele fosse muito gato.
Mesmo achando tudo aquilo estranho, ela continuava se deixando levar enquanto as mãos dele a apertavam contra sí. Ele subiu uma mão sutilmente pelo braço dela enquanto ela inclinava a cabeça para o lado. Ele deslizou a mão pelo pescoço dela e apoiou entre o ombro e a nuca, aproveitou que ela tinha inclinado à cabeça e roçou a ponta do nariz na nuca exposta. Ela ofegou e fechou os olhos ao sentir o nariz dele em sua pele que começava a queimar.

- Você não devia estar fazendo isso comigo. – sussurrou sentindo a mão dele entre sua nuca e seu ombro.

- Por que não? – murmurou enquanto brincava com a ponta dos dedos na pele do pescoço dela.

- Você está me atiçando... Não deveria fazer esse tipo de coisa comigo. – desliza as unhas suavemente pelo braço dele que estava protegido pela roupa.

- Posso saber o motivo? – raspou a ponta dos dentes pela pele da nuca dela e adorou quando sentiu um queimor gostoso tocar levemente os lábios.

-Porque eu sou muito… muito perigosa e uma vez que eu entrar no jogo não saio mais. - sorriu de canto.

- Eu sei... Hedonê. – sussurrou a última palavra como um sopro no ouvido dela.

Ela virou rápido ficando de frente para ele com os olhos esbugalhados. Havia mesmo ouvido o que ouvira? Ele a chamou de Hedonê? Certamente que sim, pois, os dedos dele que estavam em seu pescoço pareciam estar apertando levemente sua pele em um aviso mudo. Engoliu seco olhando nos olhos negros que a olhavam de volta divertidos.

- C-como...?

-Buh! - sussurrou fingindo dar um susto nela, mas um sorriso de canto muito perigoso surgiu nos lábios masculinos.

- Como soube? – sua voz estava querendo vacilar.

- Um predador sempre reconhece sua presa. – continuava sussurrando. Estava adorando o efeito que tinha causado nela.

Ela continua olhando-o com os olhos esbugalhados. Em nenhum momento da sua vida imaginou conhecer aquele que desejaria e tentaria tirar sua vida estando nos braços dele, numa balada, na gloriosa noite de Mykonos. O sorriso de canto aumentou e os caninos brancos e pontudos dele apareceram brilhando sob as luzes ilusórias do local. Para piorar, a máscara do fantasma da ópera deixava-o ainda mais intimidador. A mão enluvada dele que estava no pescoço feminino deslizou até o queixo dela e ele apoiou o indicador por baixo do local fazendo-a erguer um pouco o rosto.

-Assustada? - perguntou baixo.

Ela continuava olhando-o nos olhos. Sabia que ele estava alí para matá-la e de certa forma ela se sentia ameaçada, mas ao mesmo tempo sentia-se segura. Não sabia como, mas agora sabendo quem ele era, sentia todo seu corpo preparando-se, fortificando-se, aquecendo-se, pronto para o combate. Sua testa formigou e seu peito esquentou enquanto todo seu corpo parecia despertar lenta e prazerosamente. A última vez que sentira o que estava sentindo foi quando “despertou”, mas dessa vez, diferente de quando fez 18 anos, ela estava sentindo um gosto diferente na boca... O gosto do prazer... o prazer literal... de ter sua presa pronta para ser caçada, porque afinal, ela também era uma predadora. Um sorriso inocente surgiu nos lábios femininos e o moreno franziu o cenho surpreso.

- Nem um pouco. - respondeu suave - Ansiosa.

- Hun… - A mão que estava na cintura feminina deslizou lenta até o quadril e ele colou ainda mais os corpos - Então somos dois.

- Sei que sim. - A mão feminina deslizou pelos braços masculinos e pararam nos ombros largos enquanto as unhas, mesmo protegidas pelo tecido da luva, arranharam a pele dele protegida pela roupa - Estou sentindo a boca seca.

- Posso matar sua sede. - sussurrou aproximando a boca da boca dela, mas não ousou encostar os lábios.

- Sei que sim… - sussurrou de volta - Dizem que alma de Kákos é uma delicia. – passou a língua entre os lábios.

- Isso porque você nunca provou a alma de uma Theá. - ele passou a ponta do nariz pelos lábios dela e aquela ação fez com que ambos tremessem diante do perigo, do calor e da sensação que o suave roçar das peles causou.

- Hun… Theás não fazem parte de minha cadeira alimentar, diferente de Kákos. - deslizou os lábios pelo queixo dele sentindo o calor aumentar ainda mais - Mas diga-me: Está pronto?

- Para tê-la? Já nasci. - olhou-a nos olhos. – Mas diga-me, Hedonê, você está pronta?

- Já nasci.– ergueu as sobrancelhas para o moreno que deu um sorriso de canto. – Afinal, é matar ou morrer, não é?

Ele não respondeu, em vez disso inclinou o corpo levemente para trás e olhou para o céu vendo que ironicamente, aquela era a noite predestinada pelo Oráculo "Sob a lua mais alta. " A lua estava maior, mais brilhante, e perigosamente convidativa. Enquanto olhava a lua, sentia o corpo dela despertando aos poucos e consequentemente, o dele também despertava mediante sua maior inimiga. O calor de seu Kákos querendo se revelar era tentador, mas existia coisas para se fazer antes de tomar a alma dela para sí. Baixou a cabeça e inclinou novamente o corpo, mas dessa vez, aproximou a boca do ouvido dela e sussurrou.

- Pensão das conchas. Quarto 9.

Ela meneou a cabeça positivamente enquanto ele descolava de seu corpo. Uma piscadela perigosa foi desferida por ele enquanto ela dava um sorriso de canto. Agora afastados, ambos sentiram a diferença no corpo. Ela sentiu todo o calor que estava sentindo relaxar e uma estranha força começar a possui-la. Olhou para o lado e viu os amigos olhando-a com o cenho franzido.

Ela levou as mãos até o véu negro e o ajeitou na cabeça cobrindo os olhos. Deveria se despedir? Deveria falar com os padrinhos? Pedir conselho ou uma ajuda? Talvez... mas preferiu deixar daquele jeito. Preferiu ir de encontro ao inimigo sem falar para ninguém porque aquela era uma luta dela, e se tivesse que passar por algo, que passasse sem envolver aqueles que amava nisso...

Alí seria só ela e o Kákos... E bem, ela estava determinada... Poderia até morrer, mas o Kákos morreria junto.





~> Continua




Comentários

  1. A Sakura me surpreendeu.
    Realmente achei que ela não iria confronta-lo e que sucumbiria fácil.
    Isso até poderia acontecer, se não fosse a escritora certo?! Kkkkkkkk
    Claro q vai ela vai lutar com unhas e dentes.
    Estou ansiosa para ver tudo isso.

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    Respostas
    1. Claro que ela não vai sucumbir assim, baby.
      Ela é pika u.u

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  2. BRUNAAAAAAA VIADOOOOOOOO OW MY GOD!!!
    Estou literalmente me tremenoooooo 😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱
    Amei viado... Perfeitoooo... Imagina os próximos capítulos 😱😱😱
    POR FAVOR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POR FAVOOORRRR POSTAAAA LOGOOOOOOOO...
    ANSIEDADE EM NIVEL SEM CONTABILIDADE 😵😵😵😵😵😵
    #TheBest
    #NumberOne

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  3. Incrível, maravilhosa louca pra saber o que vai acontecer.

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